A criação de minhocas pode ter várias
finalidades, dentre elas, a produção do húmus, que é um excelente adubo
orgânico ou a comercialização de iscas para a pesca. A minhocultura é
uma opção viável também para o oeste paulista, uma região caracterizada
por solos arenosos (carentes em nutrientes) e que possui um grande
número de pesqueiros. Diante disso, o curso de Zootecnia da Unoeste
conta com um minhocário, espaço destinado ao desenvolvimento de projetos
e estudos na área.
De acordo com a professora Dra. Sheila
Merlo Garcia Firetti, responsável pelo setor, a universidade adquiriu
minhocas selecionadas geneticamente, que produzem mais e melhor,
especificamente da espécie Eisenia andrei, conhecida como
Vermelha-da-Califórnia. “Inicialmente, aproveitamos os resíduos gerados
pela bovinocultura de leite do Centro Zootécnico da Unoeste, localizado
no campus II. Esse esterco é pré-curtido para atingir os níveis de pH e
temperatura ideais e depois é servido como alimento para as minhocas”.
Ela explica que o produto da digestão
das minhocas é chamado por húmus, que possui excelente valor
nutricional. “Utilizamos esse material orgânico no viveiro de mudas e na
horta da universidade. Constatamos que ele contribuiu com a
fertilização do solo e, consequentemente, a melhor produção de legumes e
verduras”.
Sheila destaca que por meio dessa
iniciativa foi possível tirar 100% de proveito dos resíduos gerados pela
produção leiteira, obtendo-se um produto de ótima qualidade. “O próximo
passo será a realização de testes de germinação e de indicadores
qualitativos do húmus produzido, avaliando se ele poderá substituir
integralmente o adubo químico. Além disso, a nossa intenção é avaliar
outros tipos de esterco como o de ovinos, suínos e aves”.
Para a pesquisadora, a minhocultura
possibilita agregar produção animal e sustentabilidade. “Pensando nos
produtores, eles conseguirão solucionar o problema de eliminação dos
dejetos, reduzindo também os custos com adubação química, utilizando o
húmus produzido pelas minhocas”. Outra alternativa é fazer dessa
atividade uma fonte de renda extra. “É possível também comercializar o
próprio húmus ou até mesmo as minhocas que se reproduzem com grande
facilidade como iscas vivas para pesca”.
Aquisição de conhecimento
Sheila pontua que o minhocário
proporciona aos acadêmicos um embasamento prático diferenciado. “Juntos,
identificamos os problemas e necessidades e trabalhamos para conquistar
melhores condições de trabalho no setor”. Quem também visualiza a
relevância desse engajamento são os estudantes Welber Jonathas Araújo de
Almeida, 26, e Pedro Paulo Pires Sampaio, 19, ambos do 3º termo de
Zootecnia.
Almeida conta que sempre gostou de
produção rural e visualizou na Zootecnia da Unoeste, a chance de se
qualificar atrelando as áreas animal e agrícola. Bolsista do Programa
Universidade para Todos (Prouni), está há mais de 1,6 mil km de casa, já
que mora na cidade de Palmas, capital do Tocantins. “O curso é muito
bom e a infraestrutura da instituição é excelente, aspectos que
contribuem bastante para o meu aprendizado”.
Sobre a experiência no minhocário,
destaca que está sendo muito positiva. “Já realizamos algumas ações e
desenvolvemos um manejo que nos proporcionou material suficiente para
concretizar pesquisas que podem ampliar o nosso conhecimento”.
Da cidade de Pereiras (SP), há 432 km de
Presidente Prudente (SP), Pedro Paulo Pires Sampaio acredita que o
ensino superior pode oportunizar a realização profissional. “Apesar de
morar na cidade, sempre tive contato com o meio rural, por conta dos
meus familiares. Essa afinidade me motivou a cursar técnico em
agropecuária na cidade de Itapetininga (SP) e, foi lá, que um professor
me indicou a Unoeste. Fiz a inscrição para uma bolsa no Prouni e fui
selecionado para estudar aqui”.
Ele conta que não se arrepende em nada
pela sua escolha. “Estou gostando muito do curso e fiquei surpreso com a
qualidade da graduação e a dedicação dos professores, que são muito
prestativos com a gente”. Cita ainda, a chance de se envolver em vários
projetos desenvolvidos pelo curso, como é o caso do minhocário. “Estava
querendo participar em ações da área e um colega me convidou. Já tive
contato com minhocas no curso técnico, mas o meu conceito sobre produção
de húmus e as minhocas evoluiu com a experiência na universidade. Além
do mais, temos planos para estudos científicos e isso me anima muito”.
Não perca tempo
Se as suas afinidades são parecidas com
as do Welber e do Pedro, o curso de Zootecnia pode ser uma opção de
graduação. Aproveite o Vestibular de Verão Unoeste e comece a trilhar
uma trajetória de sucesso. As inscrições podem ser feitas no site da
universidade até o dia 16 de janeiro de 2019. Quer mais informações?
Confira o edital do processo seletivo.