segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Árvores revelam evolução da poluição ambiental em São Paulo - ecycle

Pesquisadores da USP e da Unicamp constatam, por meio de análises químicas da tipuana, diminuição nos níveis de poluição por metais pesados na zona oeste da cidade

Tipuana na Cidade Universitária
Imagem: Tipuanas na Cidade Universitária, no Butantã, zona oeste de São Paulo. Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Ao caminhar ou trafegar pelas vias mais arborizadas de São Paulo há uma grande chance de avistar ou passar ao lado de uma tipuana (Tipuana tipu), árvore de porte avantajado e com copa ampla e densa, a mais comum na cidade.
Originária da Bolívia, a tipuana começou a ser plantada em São Paulo na primeira metade do século XX. Além de prover sombra e uma série de outros benefícios ambientais, ela também pode revelar a evolução da poluição na cidade.
Pesquisadores do Instituto de Biociências e da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em colaboração com colegas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), têm utilizado a tipuana como marcadora dos níveis de poluição da cidade por metais pesados e outros elementos químicos.
Ao analisar a composição química dos anéis de crescimento – círculos concêntricos na parte interna do tronco – e de cascas de exemplares da árvore na capital paulista, os pesquisadores constataram redução na poluição por cádmio, cobre, níquel e chumbo na zona oeste de São Paulo nos últimos 30 anos.



Com resultados publicados na revista Environmental Pollution, os pesquisadores do IB e da FMUSP começaram a avaliar nos últimos anos a possibilidade de analisar a composição química das cascas e dos anéis de crescimento de árvores a fim de reconstituir os níveis de poluição ambiental de São Paulo no longo prazo. Para isso, três espécies de árvores mais comuns na cidade foram selecionadas: o alfeneiro (Ligustrum sp), a sibipiruna (Caesalpinia pluviosa) e a tipuana.
Essa última, que foi introduzida em São Paulo principalmente pela Companhia City – responsável pela criação de bairros planejados e arborizados na cidade, como o Jardim Europa, Pacaembu e Alto de Pinheiros –, revelou-se a melhor para realizar estudos nessa área, denominada dendroquímica.
“A tipuana se mostrou a melhor espécie de árvore para fazermos análises químicas tanto de seus anéis de crescimento anual como das cascas para avaliar a poluição ambiental da cidade”, disse Giuliano Maselli Locosselli, pós-doutorando no IB-USP e primeiro autor do estudo, à Agência FAPESP.
A árvore, que é uma das que mais caem em São Paulo e por isso começou a ser substituída por espécies nativas, absorve pelas raízes elementos químicos, como metais pesados, presentes na atmosfera e carreados para o solo pela água das chuvas. Esses compostos são transportados junto com a seiva pelos vasos da planta e ficam armazenados em sua madeira, nos anéis de crescimento, à medida que ela cresce.

Cada um desse anéis representa um ano de vida da planta, sendo os maiores os mais recentes e os menores (mais internos) os mais antigos. Ao analisar a composição química, pode-se medir a concentração de metais pesados no solo de um determinado ambiente no ano em que o anel foi formado. E, ao comparar as concentrações dos anéis, avaliar como a presença desses elementos químicos variou em uma escala de décadas.
“Se uma árvore tem 50 anos, por exemplo, ela contará a história da poluição na cidade nesse período”, disse Locosselli. Já as cascas da tipuana permitem avaliar a concentração de elementos químicos presentes na atmosfera e que se depositaram passivamente nessa parte externa do tronco da árvore.
Ao medir a concentração de elementos químicos – como metais pesados – de amostras de cascas de diversas árvores espalhadas por São Paulo, por exemplo, consegue-se avaliar a variação espacial desses elementos químicos na atmosfera da cidade em escala de anos.
“Como a casca é uma parte mais simples de se obter da planta do que os anéis de crescimento anual e o custo das análises químicas delas também é menor, é possível analisar as cascas de diversas árvores e cobrir uma grande área. Isso permite ver como a poluição por metais pesados e outros elementos químicos se distribui por toda a cidade”, disse Locosselli.


Diminuição da concentração

Os pesquisadores realizaram um estudo inicial em que analisaram a distribuição de cádmio, cobre, mercúrio, níquel, sódio, chumbo e zinco em anéis de duas espécimes de tipuana plantadas no jardim da Faculdade de Medicina da USP, situada na zona oeste da cidade. O objetivo do estudo foi avaliar as mudanças temporais nos níveis de poluição por metais pesados nessa região da cidade.
Para obter amostras dos anéis de crescimento anual das duas árvores, com 35 anos de idade, foi usada uma sonda Pressler, também conhecida como trado de incremento. O instrumento, semelhante à broca de uma furadeira, mas com o interior oco, é capaz de extrair uma amostra cilíndrica do interior da árvore, que mostra todos seus anéis de crescimento anual, da casca até o centro da planta, sem prejudicá-la. “É como se fosse uma biópsia da árvore”, disse Locosselli.
As amostras, de 15 milímetros, dos anéis de crescimento anual das árvores foram encaminhadas para o professor Marco Aurelio Zezzi Arruda, do Instituto de Química da Unicamp. Por meio de uma técnica, chamada ablação a laser acoplada a espectrometria de massas, foi possível escanear e gerar imagens das amostras a partir de um software e analisar a distribuição dos elementos químicos nos anéis de crescimento anual das árvores.
A partir dessas imagens, os pesquisadores definiram quais eram as células de interesse e fizeram análises contínuas de todos os anéis de crescimento anual para determinar as concentrações dos elementos químicos em cada ano de vida das plantas.

As análises dos dados indicaram que houve redução da poluição por cádmio, cobre, níquel e chumbo nas últimas três décadas na região onde estão situadas as espécimes de tipuana analisadas. A redução dos níveis de sódio e zinco foi menos significativa.
“A diminuição dos níveis de chumbo pode ser atribuída à eliminação gradual desse elemento químico na composição da gasolina, enquanto a tendência decrescente da poluição por cádmio, cobre e níquel provavelmente está relacionada ao aumento da eficiência dos veículos e à desindustrialização de São Paulo”, disse Marcos Buckeridge, professor do Instituto de Biociências da USP e um dos autores do estudo, à Agência FAPESP.
O chumbo tetraetila era usado na composição da gasolina comum como aditivo com o intuito de melhorar o desempenho do motor dos automóveis abastecidos com o combustível e reduzir seu desgaste. A utilização do composto liberava chumbo na fumaça do escapamento dos veículos – o que gerava diversos efeitos danosos à saúde e fez com que o Brasil proibisse o chumbo tetraetila de ser adicionado à gasolina nos veículos terrestres no país a partir de 1988.
Já as maiores fontes de cádmio são a indústria eletroeletrônica, além de pigmentos de esmaltes, tintas têxteis, baterias, fotografia, litografia e pirotecnia, fabricação de plásticos, de semicondutores, células solares, queima de combustível, lixo urbano, tratamento da borracha e galvanoplastia. Por sua vez, o cobre tem como principais fontes de emissão as queimas de resíduos urbanos e industriais, fundições de ligas metálicas e pesticidas.
“Como São Paulo tem passado por um período de desindustrialização há algumas décadas, diminuiu a emissão desses elementos químicos. Com isso ocorreu uma redução na concentração desses metais em São Paulo”, disse Locosselli.

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Conheces a SAPIRANGA ou ARAÇÁ MULATO ( Eugenia multicostata) ?

 Fonte: blog viveiro ciprest

Sapiranga ou Araçá Mulato ( Eugenia multicostata )



Árvore frutífera de médio porte, lento crescimento e grande altura  nativa da Mata Atlântica, encontrada com certa dificuldade na natureza. Produz belos frutos costatos de casca fina de cor vermelha-alaranjada. Com polpa carnosa, suculenta e de agradável sabor acidulado, são muito apreciados. Ótimos para consumo in-natura, sucos e geleias.

Árvore ornamental também conhecido como Pau Alazão ou Pau Mulato, apresenta tronco escultural de cores intensas e bela folhagem. Sua madeira de excelente qualidade, levou a espécie a quase extinção. As mudas plantadas começam a frutificar em 5 a 6 anos após o plantio.

Espécie de crescimento moderado, deve ser plantada preferencialmente a meia sombra. Gosta de solos férteis e úmidos, com boa drenagem.

Obs.: As imagens desta postagem são do nosso amigo Fábio Longen, grande preservacionista do Estado de Santa Catarina, Brasil com sua permissão.

Mudas desta espécie são comercializadas sazonalmente pela Ciprest. www.ciprest.com.br

Veja mais fotos abaixo:


Detalhe dos frutos

Tamanho dos frutos

Detalhe do fruto na planta

Detalhe dos frutos na planta

Detalhe da florada

Detalhe da florada

Detalhe do tronco

Detalhe do tronco



Por que as minhocas fogem do minhocário?

Se as minhocas estão fugindo do minhocário é porque as condições de criação, como substrato, local do canteiro, alimentação, entre outras, não estão satisfatórias para elas.

Minhoca


Você iniciou uma criação de minhocas, investiu pesado na instalação do minhocário, na compra dos equipamentos, nos canteiros e na produção do substrato, mas tem percebido que suas minhocas andam fugindo. Aí vem a pergunta: por que isto acontece? A resposta é simples: porque as condições de criação não estão satisfatórias às minhocas, conforme deveriam. Abaixo, alguns fatores que induzem a fuga das minhocas:

1- Substrato

 O substrato para alimentação das minhocas deve passar pelo processo de compostagem. Se o processo fermentativo não estiver terminado e o substrato retornar a esquentar dentro dos canteiros, as minhocas fogem ou morrem pelo aquecimento.

2- Estresse

 As minhocas, principalmente as da espécie Gigante Africana, se estressam com muita facilidade com o impacto das gotas de chuva sobre o canteiro, o que faz com que elas fujam dos mesmos.

3- Presença de inimigos naturais às minhocas


As formigas lava-pés são predadoras de minhocas e sua presença nos canteiros de criação pode vir a comprometer a vermicompostagem. O recomendado é retirar a área do canteiro  em que se encontra o formigueiro. É proibido o uso de veneno, pois o que mata as formigas, mata também as minhocas. Isso vale também para os outros predadores.

As sanguessugas são predadores e parentes das minhocas. Elas também pertencem ao filo Anélida. No entanto, são de outra classe, a Hyrundinea. Quantidades pequenas devem ser retiradas manualmente do canteiro e destruídas.

4- Falta de alimento


Ao finalizar o processo de vermicompostagem, se as minhocas não forem transferidas para um novo substrato, elas fogem em busca de alimento.

Por Silvana Teixeira.
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segunda-feira, 16 de outubro de 2023

O problema de plantar árvores


As árvores são uma maneira super eficiente de sequestrar carbono, mas como plantar as árvores erradas no lugar errado pode fazer mais mal do que bem, precisamos fazer esse plantio com mais cuidado. Quer saber mais sobre esse assunto? Pesquise por: - Reflorestamento: processo de introdução de árvores e mudas de árvores em uma área anteriormente não florestada. - Sequestro de carbono: processo pelo qual o dióxido de carbono é removido da atmosfera e mantido na forma sólida ou líquida. - Restauração ecológica: o processo de auxiliar na recuperação de um ecossistema que foi degradado, danificado ou destruído. - Pântano: habitats úmidos e montanhosos caracterizados por arbustos de baixo crescimento, gramíneas, musgos de pântano e solos úmidos e turfosos. Se você gosta dos vídeos do Minuto da Terra, pode ajudar: - Deixando um comentário (eu leio!) - Clicando em "Gostei" 👍 - Compartilhando com os amigos, professores, pais, avós, vizinhos, todo mundo \o/ - Contribuindo com R$: pode ser uma doação no http://bit.ly/doarMDT ou mensalidade como membro do canal https://youtube.com/minutodaterra/join ❤️ - Seguindo e marcando nossas redes sociais (https://tiktok.com/@minutodaterra, https://instagram.com/ominutodaterra, https://twitter.com/minutodaterra, https://facebook.com/minutodaterra) Versão Brasileira: contato@escarlatte.com Narração e revisão: Leonardo Gonçalves de Souza Edição de vídeo: Ricardo Gonçalves de Souza Produção e tradução: Maria Carolina Passos Tradução oficial e autorizada do canal MinuteEarth, produzido por Neptune Studios LLC. Vídeo original: When Tree Planting Goes Wrong -    • When Tree Planting Goes Wrong  

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

UTILIZAÇÃO DE LEGUMINOSAS FORRAGEIRAS NA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS



amendoim forrageiro

Fonte: site ceplac
1. INTRODUÇÃO
A Introdução de leguminosa na pastagem, promove incrementos na produção animal, pelo aumento da qualidade e da quantidade da forragem em oferta, resultante não só da participação da leguminosa na dieta do animal mas também dos efeitos indiretos relacionados com a fixação biológica de nitrogênio e seu repasse ao ecossistema de pastagem.
Nas últimas duas décadas as pesquisas com leguminosas forrageiras no Brasil ganharam impulso nunca antes registrado. Centenas de novos acessos de leguminosas, de diferentes origens foram avaliados em ensaios individuais ou em redes nacionais ou internacionais. Em 1983 a Embrapa Cerrados lançou os cultivares Stylozanthes guianensis cv. Bandeirantes e S. macrocephala cv. Pioneiro). O Instituto de Zootecnia de São Paulo em 1994 liberou a Macrotyloma axilares cv. Guatá e Galactia striata cv. Yarana. Desmodium ovalifolium cv. Itabela foi lançada pela Ceplac, Ilhéus-BA em 1987 e a Embrapa (Gado de Corte), lançou em 1993, o Stylosanthes guianensis cv. Mineirão e. em 2000, lançou o estilosantes Campo Grande, cultivar multilinha formado por 80 % de S. capitata e 20 % de S. macrocephala.
Arachis pintoi (Krap. e Greg.), na última década vem merecendo grande atenção da pesquisa e de empresas produtoras de sementes. O acesso BRA 0013251 foi liberado comercialmente em 1987 na Austrália como cultivar Amarillo, na Colômbia como cv. Maní Forrageiro Perene, em 1994 em Honduras como cv. Pico Bonito e no Brasil, vem sendo comercializado como a cv. MG 100. Avaliações agronômicas e sob pastejo, realizadas pela Ceplac no Sul da Bahia resultaram no lançamento em 1999, do A. pintoi cv. Belmonte (BRA 0311828), bastante produtivo e persistente, embora com baixa produção de sementes. Além desses lançamentos, espécies como o Calopogonio muconoides (calopogônio) Pueraria phaseoloides (cudzú tropical) Neotonia wightii (soja perene) e Leucena leucocephala (leucena) há mais tempo no mercado, ainda correspondem nesta ordem de citação, à grande fatia do volume de sementes de leguminosas comercializadas no Brasil.
A baixa persistência das leguminosas na pastagem tem sido citada como a principal limitação à sua inclusão nos sistemas de produção ou até mesmo à continuidade das pesquisas necessárias ao lançamento de novos materiais. Felizmente, existem em nosso meio alguns casos de sucesso suficientes para estimular produtores e técnicos na recomendação do uso de leguminosas e melhorar a produtividade e a sustentabilidade da pastagem.
2. BENEFÍCIOS DO USO DE LEGUMINOSAS
2.1 Melhora a produção de leite e carne
A principal expectativa do uso de leguminosas em pastagens é a melhoria da produção animal em relação à pastagem de gramínea exclusiva com redução dos custos de produção, quando comparados com estas mesmas pastagens submetidas à adubação com nitrogênio mineral. Este benefício é reportado como sendo efeito da participação direta da leguminosa melhorando e diversificando a dieta do animal e também do aumento da disponibilidade de forragem pelo aporte de nitrogênio ao sistema, através da sua reciclagem e transferência para a gramínea acompanhante.
A produtividade da pastagem consorciada tem variado de 231 a 610 kg/ha, enquanto em pastagem de gramínea exclusiva tem se obtido de 117 a 475 kg/ha. Na produção de leite os benefícios das leguminosas também são significativos. A consorciação de capim pangola com C. pubescens ou adubação nitrogenada apresentaram aumentos na produção de leite de 15% e 18%. A inclusão de A. pintoí em pastagens de gramíneas promoveu acréscimos de 17 a 20% na produção de leite. Os resultados têm variado com o valor nutritivo da leguminosa consorciada.
A produtividade de pastagens consorciadas só ultrapassa a obtida em pastagens em monocultivo de gramínea, quando os níveis de N aplicados são baixos, sendo a presença da leguminosa equivalente a 100 kg/ha de N. Esta equivalência pode ser verificada em trabalhos desenvolvidos no sul da Bahia, onde não se obteve diferença significativa entre a presença das leguminosas e adubação com 90 kg/há e com 150 kg/ha de N, em pastagens de Brachiaria spp. Para utilização de dosagens mais elevadas de nitrogênio, a produção de pastagens com leguminosas possivelmente, será menor. Mas as respostas não podem ser dadas unicamente pela produção animal. Além dos custos, os benefícios adicionais sobre o conservação ambiental devem ser levados em conta.
A magnitude do desempenho animal em pastagens consorciadas está diretamente relacionada com a proporção da leguminosa na pastagem. Em trabalho realizado na Colombia verificou-se, que a produção animal em pastagens de B. humidícola consorciado com A. pintoí, onde a proporção da leguminosa era de 30% foi o dobro da observada em pastagem só de gramínea (LASCANO,1944). Em outra pastagem com a mesma consorciação, mas com apenas 10% de Arachis, o ganho do peso aumentou em somente 35%. A presença de S. guianensis cv Mineirão em pastagem de B. decumbens na proporção de 28,7% , proporcionou ganho de peso de 464 kg/há, mas quando associado ao B. brizantha cv Marandu, onde a proporção da leguminosa na pastagem era de apenas 11,9 % o ganho de peso foi de 352 kg/há (ALMEIDA et al., 2001 a , ALMEIDA et al.,2001 b).
2.2. Melhora o valor nutritivo do pasto e da dietaO melhor desempenho animal em pastagens consorciadas é explicado por apresentarem em geral melhor valor alimentício em relação às gramíneas. Maiores níveis de proteína bruta (PB) e de digestibilidade são os atributos mais marcantes. Em ensaio sob corte realizado em Itabela, BA, durante dois anos e com avaliações realizadas nos períodos de maior e menor precipitação, contemplando 18 acessos de leguminosas e dez acessos de gramíneas, obteve-se teores médios de PB de 18,8% e 11,5%, com amplitudes de 13,6 a 24,6% e 7,8 a 14,5%, respectivamente para leguminosas e gramíneas. (PEREIRA et al.,1995).
Verifica-se ainda que de uma maneira geral a presença de leguminosa promove melhoria nos níveis de proteína bruta da gramínea acompanhante, mesmo quando comparada à adubação nitrogenada, Em trabalho realizado na Ceplac, verificou-se que a MS verde em oferta de B. decumbens consorciada com Pueraria phaseoloides tinha teor de PB de 9,5%, superior a pastagens adubadas com 90 kg/ha de N, cujo valor era de 7,6 % (PEREIRA , et al., 1990).
A digestibilidade das leguminosas tropicais no pasto em oferta via de regra é maior que das gramíneas, mas observa-se diferença entre espécies ou cultivares. O desmodio cv. Itabela pela seu elevado teor de taninos apresenta digestibilidade igual ou inferior à algumas gramíneas, mas o amendoim forrageiro, leucena, soja perene apresentam digestibilidade superior a todas as gramíneas tropicais. A baixa disponibilidade, altos teores de tanino e outros fatores antiqualitativos têm contribuído para reduzir a palatabilidade e a preferência de leguminosas pelos animais. Muitas delas requerem um período de adaptação prévio para serem consorciadas, como é o caso da cv. Itabela.
3. EFEITO DO MANEJO NA PERSISTÊNCIA DE LEGUMINOSAS NA PASTAGEM
De uma maneira geral as leguminosas tropicais são mais sensíveis que as gramíneas a aumentos na pressão de pastejo. Este fato tem contribuído para formar um consenso entre pesquisadores de que pastagens consorciadas são mais recomendadas para uso extensivo e que sob regime de pressões de pastejo mais altas, as leguminosas tenderão a desaparecer. Porém, tem se observado que os efeitos da pressão de pastejo sobre a persistência das leguminosas dependem dos mecanismos de persistência da planta e do grau de seletividade exercida pelo animal. Embora algumas leguminosas persistam mesmo sob pressões de pastejo extremas, não se deve perder de vista que a pressão de pastejo ideal é a que mantendo a leguminosa na pastagem, possibilite ao animal colher uma dieta com qualidade e em quantidade suficiente para exteriorizar o seu potencial produtivo.
Em Itabela, BA, a persistência de pueraria ( cudzu tropical), em consorciação com B. brizantha cv. Marandu foi avaliada sob lotações de 1, 2 e 3 nov/ha, em dois sistema de pastejo ( alterno e rotacionado), verificando-se após quatro anos de pastejo que o aumento da TL comprometeu a persistência da leguminosa, permanecendo em proporções satisfatórias somente com 1 nov/ha no sistema de pastejo alternado Quando consorciado com Andropogon gayanus, a Pueraria persistiu apenas por dois anos e somente quando o pastejo era contínuo, participando da pastagem disponível no final deste período com apenas 6% Ensaios conduzidos na mesma localidade, mostraram que Stylozanthes. guianensis CIAT 136 mostrou-se altamente susceptível a aumentos na TL não persistindo por mais de dois anos quando consorciado com A gayanus nem com B. brizantha cv. Marandu . Trabalhos conduzidos pela Embrapa – Gado de Corte, mostraram que, Estilosantes Campo Grande, aumentou sua disponibilidade e proporção na pastagem de respectivamente 958 kg/ha de MS e 23,5 % para 1578 kg /ha de MS e 46,2 %, com o aumento da TL de 0,6 UA/ha para 1,4 UA/ha, com aumentos no ganhos de peso diário até a TL de 1,0 UA/ha.
A persistência de A. pintoi tem sido reportada na literatura mesmo quando submetido a altas intensidades de pastejo. Em ensaio conduzido em Itabela – BA, em pastagem consorciada com B. dyctioneura, submetida a pastejo contínuo, não se observou efeito da TL sobre a oferta de de A. pintoi mas a proporção da leguminosa aumentou em todas as TLs no decorrer do experimento que teve duração de quatro anos. A leguminosa permanece na área até a presente data, estando portanto com 10 anos de persistência. Quando consorciada com B. humidícola nesta mesma localidade, com cargas ajustáveis em função da disponibilidade de pasto, mantinha-se na proporção de 10,2% e 7,6% respectivamente no final do primeiro e segundo anos experimentais. Pesquisadores da Costa Rica em consorciação com capim estrela africana, conseguiram a proporção média de A. pintoi de 37,9% para os dois anos a que se reportam os dados. Dados obtidos em Carimágua, Colômbia em pastagem de B. humidícola + A. pintoi, com duração de quatro anos, onde a disponibilidade de A. pintoi aumentou em 5 a 6 vezes do primeiro para o quarto ano, não se observando efeitos das TLs de 2, 3 e 4 cab/ha sobre esta disponibilidade. Romero e Gonzalez, citados por LASCANO et al. (2002), mostraram que A pintoí , quando em associação com B. decumbens, possibilitou aumento da taxa de lotação de 2,5 UA/há para 4,6 UA/há, enquanto no pastejo na gramínea exclusiva a evolução da TL só foi possível até 3,7 UA/ha.
Portanto, a persistência da leguminosa depende diretamente da pressão de pastejo utilizada. Algumas leguminosas apresentam maior tolerância a aumentos na pressão de pastejo em função de atributos morfogenéticos próprios, enquanto outras são extremamente sensíveis, sofrendo exclusão na maioria das vezes irreversível da pastagem. Os sistemas de pastejo têm influenciado na proporção de leguminosa em algumas pastagens. De uma maneira geral o pastejo contínuo e o alternado, tem favorecido a permanência das leguminosas (LEITE et al., 1982; SANTANA et al., 1993; LASCANO, 1994). O efeito tem sido maior quando se trabalha com forrageiras de baixa palatabilidade e tem sido recomendada como ferramenta de manejo para favorecer a manutenção da leguminosa na pastagem, levando em consideração a variação estacional da oferta de pasto (ROBERTS, 1980).
O ajuste de taxas de lotação e de períodos de descanso/ocupação, através de um sistema de pastejo alternado, em função da oferta de pasto e da proporção da leguminosa, foi recomendado por SPAIN e PEREIRA (1985). Este sistema de manejo, denominado flexível seria recomendado para avaliação de leguminosas sob pastejo, de modo a equilibrar a proporção dos componentes forrageiros das pastagens em função de seus atributos de persistência, palatabilidade e o padrão de precipitação. Além de reduzir os custos dos ensaios, permite manejar a consorciação dentro das faixas de lotação e períodos de descansos adequados, ao equilíbrio dos componentes, tendo ainda como parâmetro de aferição rendimento animal (Figura1).
4. LEGUMINOSAS COM POTENCIAL- QUALIDADES E LIMITAÇÕES
São poucas as leguminosas que atualmente são citadas na literatura com resultados referentes a estágios mais avançados de pesquisas, em simpósios especializados, que sejam objeto de divulgação e que tenham despertado interesse por parte dos produtores ou empresas de sementes. Neste contexto, as leguminosas que no momento tem maior potencial de uso são: Arachis pintoí, S. guianensis cv. Mineirão, Campo Grande (S. capitata e S. Macrocephala), Desmodium ovalifolium cv. Itabela, Pueraria phaseoloides, Calopogonio muconoides, e leguminosas arbóreas/arbustivas, como a Lecaena leucocephala, Cajanus cajans, Gliricidia serpium, entre outras. No entanto, mesmo essas leguminosas têm uso ainda muito restrito, dependendo não só do aperfeiçoamento de técnicas de manejo, como também de maior trabalho de difusão.

No gênero Arachis spp, A.. pintoí, com as cultivares Amarilho e Belmonte e A. glabrata, despontam no momento como as mais promissoras, pela sua qualidade nutricional e persistência sob pastejo sendo motivo de entusiasmo no meio científico e despertando cada vez mais a atenção dos produtores. No entanto não vai ser a solução para todas as situações. A.. pintoí, vem sendo difundida em vários ecossistemas, mas sua adaptação tem sido maior em ecossistemas úmidos ou semi-úmidos, com curta estação seca, como é o caso da Amazônia, Mata Atlântica e tabuleiros costeiros. Em regiões com maior período seco sua utilização pode ficar restrita a várzeas úmidas.
Por outro lado, a literatura revisada aponta algumas demandas a serem pesquisadas, visando maior conhecimento específico dos cultivares já lançados. A dificuldade de colheita de sementes, onerando o preço tem limitado a maior difusão do cultivar Amarilho. A cv. Belmonte com baixa produção de sementes vem sendo disseminada por meio de propagação vegetativa. Apesar disso há notícias de amplas áreas desta cultivar implantadas no estado do Acre e em menor escala nos tabuleiros costeiros da Bahia e Sergipe(observação do autor). No período 2003/04 a Ceplac distribuiu material de propagação para cerca de 1200 produtores em todo o Brasil.
Em alguns casos ajustes de manejo devem ser feitos para evitar que a leguminosa, em face de sua agressividade, domine a gramínea, principalmente quando esta é também de boa qualidade, reduzindo a quantidade de energia disponível para os animais. A lotação contínua parece aumentar a proporção desta leguminosa na pastagem em regiões sem período seco definido. Informações sobre exigências nutricionais e sobre rizobiuns específicos são raras na literatura, requerendo portanto pesquisas. A busca de cultivares mais tolerantes a seca também é necessária. Ações neste sentido estão em curso: diversos acessos de Arachis spp. estão sendo avaliados em rede coordenada pela Embrapa Cerrados, além de estudos que viabilizem a produção de sementes; a Embrapa, Recursos Genéticos está desenvolvendo estudos básicos de genética envolvendo caracterização molecular, enzimática e morfológica de diferentes acessos desta espécie (ANDRADE e KARIA, 2000).
O gênero Stylosanthes spp. com as cv. Mineirão e Campo Grande (S. capitata e S. macrocephala) estão bastante divulgadas como leguminosas adaptadas aos cerrados. O cv. Mineirão tem apresentado baixa aceitabilidade quando associado à Brachiaria spp (ALMEIDA et al, 2001) e baixa persistência quando associado ao cv. Marandu com reflexos na produção animal (ANDRADE e KARIA, 2000). A máximo período de pastejo encontrado na literatura foi de três anos, permanecendo na pastagem na proporção de 10% em média (ALMEIDA et al.,2001). A sua utilização como banco de proteína e recuperação de pastagens degradadas parece ter maior probabilidade de adoção junto ao produtor. O estilosantes Mineirão vem se tornando popular no Brasil, e alguns produtores de sementes estão interessados na divulgação destes cultivares criando expectativas de aumentar o volume de adoção, ainda pequeno (Fazenda Primavera, observação pessoal). Pesquisas adicionais sobres manejo e formas de utilização desta cultivar foram dectadas na literatura revisada. Sobre o multilinha Campo Grande de lançamento recente, há ainda poucas informações sobre sua qualidade e persistência sob pastejo (VALLE, SILVA e SCHUNKE, 2001).
Pueraria phaseoloides e Calopogonio muconoides, têm sido muito utilizados na Amazônia. Com relação a P. phaseoloides, literatura cita persistência de até quatro anos quando consorciadas com Brachiaria spp (SANTANA, PEREIRA e MORENO,1991). São leguminosas que juntamente com Stylosanthes spp podem ser mais utilizadas estrategicamente no período seco.
Desmodium ovalifolium cv. Itabela, tem problema de qualidade influindo negativamente na sua palatabilidade, mas por ser muito persistente, sua presença na pastagem tem mostrado reflexos positivos no ganho de peso dos animais, face a reciclagem de N que beneficia gramínea. Tem atualmente uso restrito ao sul da Bahia, com pouca saída de sementes para outros estados. È recomendada para ecossistemas úmidos e semi-úmidos.
Das leguminosas arbustivas Leucena leucocephala, é a mais estudada e é relativamente bem disseminada em todo o Brasil, tendo o seu uso se consolidado na formação de bancos de proteína. No semi-árido tem sido utilizada como componente do sistema CBL (caatinga, buffel, leucena,). Guandu e gliricidia são menos utilizadas. A primeira tem problema de persistência e a segunda, mais adaptada a ecossistemas úmidos tem palatabilidade de regular a baixa. A Embrapa Cerrados ao longo de vários anos de pesquisas desenvolveu híbridos com tolerância às condições dos solos sob cerrados, tendo como referência de produção a cv. Cunningham (ANDRADE e KARIA, 2001).
4.1 Estratégias de usoA persistência da leguminosa na pastagem é função de características morfofisiológicas da forrageira, portanto genéticas sendo influenciada principalmente, por fatores climáticos e de manejo. Das leguminosas tropicais em uso pouquíssimas têm estas caraterísticas, mas o seu uso não pode ser generalizado Assim, é importante encontrar formas de melhorar o manejo da consorciação visando agregar persistência à leguminosa e/ou definir estratégias para outras formas de utilização das leguminosas com potencial produtivo, mas inadequadas para consorciação direta com as gramíneas disponíveis.
De acordo com a literatura revisada a maiorias das leguminosas não persistem em níveis aceitáveis, por mais três anos. A. pintoí tem sido exceção. Assim, estudos econômicos podem levar à conclusão de que, dependendo de cada caso valerá a pena restabelecer a leguminosa. Esta parece ser uma nova ótica de ver o problema (BARCELLOS et al, 2000). Afinal persistência absoluta não existe nem para pastagens de gramíneas exclusivas.
Outra recomendação seria a utilização de leguminosas na recuperação de pastagens, principalmente através do sistema integrado agricultura e pastagem. Alternativas neste sentido foram apresentadas com associação de leguminosas e cultivos anuais. Esta parece ser uma prática que ganha cada vez mais adeptos, principalmente no centro-oeste, onde a agricultura e pecuária estão mais integradas e onde se concentra a maioria das pastagens degradadas do país. Pesquisas neste sentido precisam continuar, principalmente para indicar quais leguminosas seriam mais adaptadas.
Leguminosas sem atributos para conviver diretamente sob pastejo com gramíneas podem ser utilizadas em bancos de proteína. O estilosantes Mineirão em muitos casos está sendo recomendado para este tipo de uso. As leguminosas arbóreas já são em grande parte utilizadas desta forma, principalmente no nordeste. A utilização para feno ou silagem também são opções sedimentadas, principalmente com estilosantes e leucena.
5. CONCLUSÕES
Os benefícios da inclusão de leguminosas nas pastagens são inquestionáveis. Infelizmente o seu nível de participação nos sistemas de produção pecuários é insignificante. A baixa persistência dos cultivares disponibilizados, é reportada como a principal causa da baixa adoção pelos produtores.
Os fatores que determinam a persistência das leguminosas na pastagem são numerosos e a inter-relação entre eles é complexa e ainda pouco estudada. Fatores inerentes a própria planta, como características morfofisiológicas, adaptabilidade ao ecossistema específico, valor nutritivo e palatabilidade, associados a fatores de manejo são considerados os mais importantes.
O número de cultivares disponível é pequeno e poucos deles estão em uso .e ainda menos têm persistido em consorciação. Estudos sobre estratégias de usos alternativos para leguminosas de baixa persistência sob pastejo, mas que tenham bom potencial forrageiro, com é o caso do estilosantes Mineirão devem ser intensificados. Forrageiras que têm se mostrado persistentes e produtivas como os cultivares de Arachis spp já em uso no Brasil, devem ter seu manejo mais bem estudado para potencializar seu rendimento.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, R. G. A.; NASCIMENTO, JR., D.; EUCLIDES, V. P. B. Pastagens consorciadas de braquiárias com estilosantes, no Cerrado 1. Disponibilidade de forragem, composição botânica e valor nutritivo. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38, Piracicaba, SP. Anais... Piracicaba: SBZ 2001a, p. 62-63.
ALMEIDA, R. G.; EUCLIDES, V. P. B.; NASCIMENTO JR. D. et al. Pastagens consorciadas de braquiárias com estilosantes, no Cerrado. 2. Consumo, composição botânica e valor nutritivo da dieta. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38, 2001, Piracicaba. Anais... Piracicaba: SBZ, 2001b.p.64-65.
ANDRADE, R. P 1997. de; KARIA, CLÁUDIO TAKAU. Uso de Stylosanthes em pastagens no Brasil. In: SIMPÓSIO DE FORRAGEIRAS E PASTAGENS, 2000, Lavras. Anais... Lavras: UFLA/NEFOR, 2000, p. 273-310.
BACELLOS, A. de, O.; ANDRADE, R. P. de.; KARIA, C. T. et al. Potencial e uso de leguminosas forrageiras dos gêneros Stylosanthes, Arachis e Leucaena. In: SIMPÓSIO Trpical Grasslands. 29: 134-141.
SANTANA, J. R. de.; PEREIRA, J. M.; MORENO, R. M. A. Avaliação da consorciação de Brachiaria brizantha (Roxb) Benth, sob pastejo. In: REUNIÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 28., 1991. João Pessoa. Anais... João Pessoa: SBZ, 1991, p. 4.
SANTANA, J. R. de; PEREIRA, J. M.; MORENO, R. M. A. et al. Persistência e qualidade protéica da consorciação Brachiaria humidícola – Desmodium ovalifolium cv. Itabela; sob diferente sistema e intensidade de pastejo. Pasturas Tropicales. v. 15, n. 2, p. 2-8. 1993.
SPAIN, J. M.; PEREIRA, J. M. Sistemas de manejo flexible para evaluar germoplasma bajo pastoreo: Una propuesta. In: LASCANO, C.; PIZARRO, E. (eds.) Evaliación de pastos com animales. Alternativas metodologias-RIEPT, Cali, 1985. Cali, Colômbia: CIAT 1985 p. 85-87.
WALLE, L. da C.S.; SILVA, J. M. da; SCHUNKE, R. M. Ganho de peso de bovinos em pastagens de Brachiaria decumbens pura e consorciada com Stylosanthes spp. cv. Campo Grande. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38. Piracicaba, SP. Anais... Piracicaba: SBZ 2001, p. 175-176.

José Marques Pereira

Pesquisador da Ceplac e Professor Titular da Universidade de Santa Cruz

terça-feira, 3 de outubro de 2023

Como Usar Borra de Café nas Plantas?

Extraído do site: http://flores.culturamix.com/


Cultivar um determinado tipo de planta é muito benéfico e importante para a grande maioria das pessoas. Sendo um elemento da natureza que está sempre presente no mundo todo, sua importância é algo inegável.



http://www.youtube.com/watch?v=2yc9-qPiV6c
Porém, muitas vezes não é fácil manter uma planta em um estado que possa desenvolver-se em toda a sua plenitude. Para isso muitos métodos foram desenvolvidos e descobertos ao longo do tempo pelo homem.
Entre tantas formas diferentes de melhoria no cultivo das plantas, alguns acabam sendo bem naturais como, por exemplo, a borra de café. Para quem não acredita que isso pode auxiliar no desenvolvimento das plantas e flores não sabe o que está perdendo!

 O Que é a Borra de Café? 

De uma forma bem direta a definição da borra de café é simplesmente um resíduo que fica bem no fundo de um tipo de vasilha, após a ebulição do café. Seu uso é empregado em diversas funções diferentes como, por exemplo:
  • Tingimento
  • Limpador
  • Repelente de pragas
  • Repelente de gatos
  • Desodorizante
  • Inibidor a poeira
  • Melhoria para plantas
Algumas pessoas ainda usam a borra de café para fins esotéricos como a leitura do futuro de uma pessoa com esse elemento. O que não é cientificamente comprovado. 

Dica Para a Borra de Café nas Plantas 

Muitas pessoas acabam não tendo esse conhecimento, mas a borra de café também pode ser usada nas plantas principalmente por sua grande fonte de nitrogênio que acaba sendo um dos principais elementos que compõe o solo e é muito consumido pelos vegetais.
Grandes resultados foram descobertos depois da borra ser usada em plantas como gardênias, rosas, hortências e outras espécies também. Os nutrientes que ela possui acabam favorecendo a acidez no meio do solo.
Algumas dicas são bem importantes para sua utilização. A saber:
  1. Primeiramente procurar usar o que conseguir de pequenos grãos de café presentes na borra juntamente com qualquer outro fertilizante podendo ser triturado com casca de legumes, cascas de ovos, substrato ou qualquer outro adubo.
  2. Após o processo citado acima procurar deixar ocorrer a fermentação em média por 60 dias mexendo tudo até que vire uma farinha homogênea que poderá então ser usada como fertilizante.
  3. Antes de realizar o momento de regar a planta, principalmente em um tempo anterior ao período das chuvas, realizar uma suplementação do plantio usando o pó de café usado.
  4. Fazer com que a borra de café se torne um fertilizante líquido mais suave misturando meio quilo de pó de café com cinco litros de água dentro de um balde. Ali dentro é possível criar uma mistura consistente para ser aplicada nos jardins com as plantas.
  5. Polvilhar esse pó de café meio molhado na base das plantas. Esse procedimento pode ajudar muito a afastar pragas contras as plantações.
  6. Procure não usar uma quantidade excessiva de borra de café para que isso não acabe atrapalhando a circulação de oxigênio. Lembre-se que tudo demais faz mal.

A Borra de Café e Seus Benefícios

Alguns dos outros benefícios que se tem em utilizar a borra de café para as plantas é a possibilidade de reciclar definitivamente todo o lixo e também auxiliar no crescimento e fortalecimento das mesmas.  Um exemplo disso é o tomate que tem um grande aumento na formação de seu fruto.
De uma forma geral é um suplemento de muito nitrogênio orgânico totalmente natural. Outra vantagem desse elemento é que não mata as plantas, mas atua como um grande repelente.
Devido a sua acidez e a intolerância a cafeína de certas larvas, caracóis e lesmas, esses pequenos seres procuram sempre se afastar de locais que possuem tal elemento na terra. A principal característica que favorece a borra de café como um fertilizante eficaz é sua composição com teores razoáveis de nitrogênio (2,3%), potássio (1,26%) e fósforo (0,42%), além de grande quantidade de matéria orgânica que chega até 90,46%.

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