terça-feira, 28 de junho de 2016
18 motivos para incentivar a agricultura urbana
Quando comecei a plantar comida na cidade só estava pensando no primeiro objetivo dessa lista. Aos poucos, fui descobrindo todos os outros.
BENEFÍCIOS AMBIENTAIS
1 Menos pressão sobre os recursos naturais – Cada pé de alface produzido no quintal ou na horta da esquina dispensa espaço no campo, transporte e embalagem. Na verdade, no caso da hortaliça-símbolo da salada, até o método de colheita muda: você só retira da planta as folhas que vai consumir naquele momento e ela continua produzindo por mais alguns meses. É urgente que as populações urbanas reduzam a demanda sobre os recursos naturais, pois as cidades hoje ocupam 2% da superfície terrestre mas consomem 75% dos recursos.
2 Combate às ilhas de calor - Áreas pavimentadas irradiam 50% a mais de calor do que superfícies com vegetação. Em São Paulo, a geógrafa Magda Lombardo constatou que a temperatura pode variar até 12 graus entre um bairro e outro. Não por acaso, a Serra da Cantareira e a região de Parelheiros são as mais frescas da cidade: é onde a vegetação se concentra.
3 Permeabilização do solo – Enchentes e enxurradas violentas são em parte resultado do excesso de pavimentação na cidade. E simples jardins de grama, onde o solo fica compactado, não absorvem tanta água quanto canteiros fofinhos das hortas.
4 Umidificação do ar - As plantas contribuem para reter água no solo e manter a umidade atmosférica em dias sem chuva.
5 Refúgio de biodiversidade – Nas hortas comunitárias recuperamos espécies comestíveis que se tornaram raras (como caruru, ora-pro-nobis, bertalha), plantamos variedades crioulas (as plantas “vira-lata” que têm maior variedade genética e por isso são mais resistentes às condições climáticas adversas) e atraímos uma rica microfauna, especialmente polinizadores como abelhas de diversas espécies, que estão em risco de extinção provavelmente pelo uso de agrotóxicos nas zonas rurais. Sou voluntária da Horta do Ciclista e testemunha de que as borboletas, joaninhas e abelhas aparecem em plena Avenida Paulista quando plantamos flores e hortaliças.
6 Redução da produção de lixo – Os alimentos produzidos localmente não só dispensam embalagens (que correspondem à maior parte do lixo seco produzido) como absorvem grande quantidade de resíduo orgânico na fabricação de adubo e até materiais de difícil descarte como pneus e restos de madeira, que são usados na delimitação de canteiros.
7 Adaptação às mudanças climáticas – A emissão descontrolada de gases do efeito estufa está tornando o clima mais instável e imprevisível, o que é péssimo para a produção de alimentos. A agricultura urbana tem sido considerada uma importante alternativa para a segurança alimentar e existem estudos indicando que cerca de 40% dos alimentos podem ser produzidos dentro das cidades. Para saber mais veja http://conectarcomunicacao.com.br/blog/96-comida-de-amanh/
BENEFÍCIOS URBANÍSTICOS
8 Conservação de espaços públicos – Para explicar vou contar uma historinha: em 12 de outubro de 2012, quando fizemos o primeiro mutirão na Horta do Ciclista (http://pt.wikiversity.org/wiki/Horta_do_Ciclista) encontramos no local muito lixo, cacos de vidro e até fezes e seringa usada. A partir do momento que começamos a cuidar daquele canteiro, a população passou a respeitar. Não houve depredação nem mesmo durante as grandes festas e manifestações que têm acontecido na Avenida Paulista.
9 Redução da criminalidade – Uma horta necessita de cuidados diários e se torna um local muito visitado. Famílias com crianças pequenas gostam de freqüentá-las, assim como velhinhos, grupos de estudantes e um monte de gente bem intencionada em busca de uma canto pacífico na urbe. O clima comunitário naturalmente afasta quem está pretendendo cometer atos ilícitos. No Brasil ainda não há estimativas sobre isso, mas nos Estados Unidos vários estudos já foram feitos, alguns deles citados nesse artigo http://www.motherjones.com/media/2012/07/chicago-food-desert-urban-farming.
10 Vida local – Um dos problemas das grandes cidades, particularmente de São Paulo, é o excesso de deslocamentos numa malha viária sobrecarregada. A agricultura — seja ela praticada como forma de lazer, trabalho comunitário ou profissão — fixa as pessoas no território diminuindo a demanda por transporte.
11 Contenção da mancha urbana – Se há incentivo para a produção agrícola nas franjas das cidades e a atividade se combina com turismo rural, diminui a pressão para desmatar e lotear. Mas esse benefício a população e os agricultores não conseguem manter sem o apoio do poder público.
BENEFÍCIOS SOCIAIS E PESSOAIS
12 Renascimento da vida comunitária – As hortas promovem a integração entre pessoas de diferentes idades, origens e estilos de vida. Assim como os cachorros, são mediadores sociais muito eficientes. Não falta assunto quando há tanta coisa a admirar, tanta tarefa a compartilhar, tanta dica e receita a trocar.
13 Lazer gratuito – Plantar custa praticamente nada. É divertido, um bom pretexto para juntar os amigos e fazer um lanche comunitário e ainda dá para levar umas verduras para casa sem pagar.
14 Mais saúde – Agricultura é exercício e cada pessoa regula a intensidade. Do tai-chi-chuan contemplativo de joaninhas ao aero-power-enxadão, tem ginástica para todos os gostos. Além disso, mexer com a terra é terapia preventiva e curativa de depressão, ansiedade, adicção, sedentarismo, obesidade, entre outros problemas, sobretudo mentais. E nesse item tem até pesquisa brasileira para comprovar. A autora é Silvana Ribeiro, da Faculdade de Saúde Pública da USP: http://www5.usp.br/29818/agricultura-urbana-agroecologica-auxilia-promocao-da-saude-revela-pesquida-da-fsp/
15 Educação ambiental na prática – Ver de perto o desenvolvimento das plantas, da germinação à decomposição, é muito melhor e mais eficaz do que aprender sobre os ciclos da natureza numa sala de aula ou num livro. Além de uma universidade viva de botânica, as hortas são excelentes locais para estudar o ciclo da água e a microfauna, entre muitos outros temas.
16 Educação nutricional – Como na TV não passa anúncio de brócolis e abobrinha e o “estilo de vida moderno” afastou muitas famílias dos alimentos na forma natural, existem crianças hoje em dia nunca viram um pimentão ou uma cenoura. Para ter uma ideia dos riscos da alimentação industrializada para as próximas gerações, sugiro assistir o documentário Muito Além do Peso (http://www.muitoalemdopeso.com.br/). Para ver como a agricultura urbana pode inverter esse jogo, sugiro ler American Grown (de Michelle Obama) e Edible Schoolyard (de Alice Waters). Ou simplesmente dar uma voltinha na horta comunitária mais perto de você.
17 Promoção da segurança alimentar – Nossos antepassados sabiam conseguir comida sem ter que comprar. Praticamente toda a humanidade era composta de camponeses. Esses conhecimentos foram sendo desprezados nas últimas décadas e, diante da perspectiva de crise econômica e ambiental, reavivá-los pode ser muito útil. Se você não gosta de conversa apocalíptica, favor voltar ao item anterior: segurança alimentar não é só ter o que comer, é também saber escolher os alimentos corretamente.
18 Integração agricultor/consumidor – Quem planta comida, mesmo que seja em três vasos no quintal, se torna curioso a respeito da origem dos alimentos que consome. E se sente irmanado aos agricultores: quer saber mais, tem vontade de visitar e apoiar os produtores, busca alimentos cultivados de forma mais justa e sem uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos. Junto com as hortas urbanas que surgem nos bairros de classe média de São Paulo estão nascendo muitas conexões e até amizades com agricultores próximos da metrópole. Um ciclo virtuoso e nutritivo de cuidados mútuos.
PARA SABER MAIS
- A cidadezinha de Tordmorden, na Inglaterra, ficou famosa porque tem
hortas comunitárias em todos os cantos, até na delegacia e no cemitério.
O pessoal de lá registrou dicas para quem quer replicar a experiência.
http://www.shareable.net/blog/10-steps-toward-an-incredible-edible-town
1) Comece com o que vc tem e não com o que vc não tem;
2) Não faça um plano estratégico;
3) Não espere por permissão;
4) Simplifique;
5) Deixe a existência da horta divulgar o movimento e provocar diálogos;
6) Faça conexões;
7) Comece agora, pensando duas gerações adiante;
8 ) Redescubra talentos esquecidos;
9) Reconecte pequenas empresas e artesãos com os consumidores;
10) Redesenhe sua cidade.
- Aqui no Brasil, nós, do grupo Hortelões Urbanos (https://www.facebook.com/groups/horteloes/), fizemos esse
ROTEIRO COLABORATIVO PARA UMA HORTA COMUNITÁRIA
1) Encontre um espaço disponível;
2) Procure parceiros;
3)Converse com os vizinhos;
4) Vá com a turma visitar as hortas comunitárias que já existem;
5) Junte os voluntários para desenhar e planejar a horta que será construída;
6) Consiga sementes, mudas, composto orgânico, enxadas, pazinhas de jardinagem, folhas secas, material para delimitar os canteiros e fazer plaquinhas;
7) Realize o primeiro mutirão;
8 ) Monte uma escala de trabalho para regas e manutenção;
9) Crie uma forma de contato para outras pessoas se comunicarem com o pessoal da horta (blog, e-mail, grupo no Facebook, o que preferirem);
10) Celebre a abundância e a solidariedade.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
Como o manuseio com a terra pode melhorar a qualidade de vida nas cidades
Veja exemplos de quem construiu uma horta, mesmo em pequenos espaços, e algumas dicas para fazer a sua própria
Lara Ely
Suba as escadarias do viaduto da Avenida Borges de Medeiros. Entre no
número 727. Vá até o terraço. O que irá encontrar é inusitado para o
prédio de nove andares, encravado na região mais quente e barulhenta da
cidade. Uma horta com culturas agrícolas reúne borboletas, passarinhos e
minhocas, reproduzindo um cenário campestre em meio ao concreto do
centro de Porto Alegre.
Em um antigo prédio do INSS, ocupado por moradores de baixa renda por
meio de um financiamento de crédito solidário do governo federal, 42
famílias dão exemplo de como o verde pode ganhar espaço em meio ao
cinza. No alto do residencial Utopia e Luta, o local a céu aberto, antes
em desuso, recebeu antigas banheiras transformadas em vasos onde estão
plantados tomate, rúcula, figo, alecrim, radite, uva e muito mais.
A iniciativa surgiu a partir de uma parceria com a Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que auxiliou na escolha dos gêneros
alimentícios, no plantio e na irrigação. A partir dali, foi
diagnosticada a necessidade de uma cobertura para proteger a horta das
variações rigorosas do clima gaúcho. Os responsáveis são os próprios
moradores. Há três anos, o projeto foi contemplado por um edital da
Petrobras para geração de renda. Então, as famílias conseguiram
financiar e construir o primeiro jardim hidropônico em terraço do
Brasil.
— As alfaces estão um pouco sofridas, mas rúcula, radite e manjericão
estão indo de vento em popa — diz a socióloga Anna Simão, umas das
administradoras do local.
Fertilizar a terra e espantar as pragas também fazem parte da lida. O
trabalho requer paciência. O fato de estar na cidade não dispensa os
cuidados da roça, mesmo sob o sol de quase 40°C. E como nem todos os
vasos são irrigados pelos dutos automáticos da hidroponia, é necessário
regar manualmente três vezes por dia. Anna transpira enquanto põe as
mãos na terra para mostrar, orgulhosa, as plantas que já cresceram por
ali. Depois de germinadas, as mudas podem servir para doação, venda e
consumo próprio. Para os moradores do prédio, elas representam muito
mais do que apenas plantas.
— Queremos mostrar que é possível transformar o cenário e o convívio entre as pessoas das grandes cidades — diz Anna.
O jardineiro fiel
Foto: Adriana Franciosi/Agência RBS
Para compensar a saudade que sente da casa onde nasceu, em Itapuã, o
bioconstrutor Clístenes Souza decidiu criar na área de serviço do
apartamento em que mora, na Rua Duque de Caxias, um verdadeiro jardim.
Com pedras, fontes, leguminosas, plantas medicinais, ornamentais e
temperos, ele conseguiu dar ao local um ar fresco e suave de mato.
— É o lugar preferido de todos que vêm aqui. Quem passa pela porta vem direto ao jardim — diz.
Dois anos experimentando mudas de diferentes espécies e ele conseguiu
desenvolver variedades de manjerona, cerejeira, pitangueira, alecrim,
entre muitos outros. Hoje, são quase cem plantas que vivem no seu
apartamento. No meio do caminho, alguns testes deram errado, e a ideia
de ter um pé de maracujá e uma parreira, por exemplo, teve de ser
abandonada:
— Faz parte de agricultura urbana. A gente vai testando, errando, acertando. A questão é não deixar de cuidar.
No dia a dia do jardineiro, não pode faltar a rega, a poda, o replantio e
a adubação. Mexer na terra é uma terapia que torna a vida de Clístenes
mais alegre morando no centro da cidade. Filho de agricultores, ele
cresceu plantando de tudo um pouco. Depois de adulto, trabalhou em uma
propriedade onde fazer jardins foi uma das suas principais missões. As
plantas são quase como filhas para ele. Por isso, cuida delas até quando
não está em casa, deixando um amigo ou vizinho responsável pela rega
quando vai viajar.
Sofá depenado
Luz de menos, calor demais, frio extremo, viagens, pragas,
desconhecimento. São vários os desafios de manter um jardim produtivo em
grandes cidades. Em bairros da região central, um fator extra desafia o
crescimento das hortinhas: os larápios. Na Cidade Baixa, por exemplo,
uma horta comunitária de temperos foi criada pelos donos do Consultório
Culinário, na Rua da República. Mesmo já tendo sido replantado diversas
vezes, o jardim público, instalado dentro do assento de dois sofás na
calçada, enfrenta problemas de desenvolvimento devido à ação de
vândalos.
— Ou são os mendigos que sentam e dormem ali, enterram coisas, fazem o
que não devem, ou são ladrões que vandalizam os temperos — diz Patrícia
Guedes, sócia do restaurante.
No bairro Jardim Botânico, a horta comunitária dos moradores do
Residencial Paineiras só não está ainda mais bonita porque um homem, já
identificado nas câmeras de segurança do prédio, insiste em aparecer na
calada da noite para passar a mão nas mudas de manjericão e espinafre.
Mais lúdido do que econômico
Você mora em apartamento ou casa? A horta será colocada em local de
muito ou pouco sol? Só depois de responder a essas perguntas será
possível começar o cuidadoso planejamento da sua horta. O menor espaço
de cultivo pode ser um vaso pequeno. No livro O Prazer de Cultivar, os
consultores de planejamento, execução e manutenção de jardins José
Arimateas da Silva e Lisandre Figueiredo de Oliveira dão dicas de como
você pode amar ter uma horta.
"Uma vez que você tenha ideia do que vai cultivar na horta, será preciso
pensar em como monitorá-la. Aperfeiçoe sua capacidade de observação e
saiba agir no momento certo", dizem os autores.
Antes de começar, lembre-se de que a função da horta urbana é muito mais
lúdica e educativa do que alimentar, explica o engenheiro agrônomo João
Manuel Linck Feijó, da Ecotelhado. Levando em conta o espaço, diz
Feijó, tempo de cuidado e materiais, produzir alimentos em casa acaba
sendo mais caro do que ir no súper e comprá-los. Mesmo assim, o aspecto
filosófico justifica a sua execução:
— Um dos principais motivos para construir uma horta é o fato de ter em
casa a possibilidade de produzir 5% a 10% da alimentação que se consome.
É uma forma de não perder o contato com a natureza e saber de onde vêm
os alimentos.
Com o ritmo apressado da vida contemporânea, a comida passou a ser
adquirida embalada, congelada, ultraprocessada. Por isso, explica Feijó,
a horta tem uma função lúdica e educativa, principalmente para as
crianças.
Mesmo nas cidades, as hortas podem ser individuais ou coletivas. Quando
em escala reduzida, normalmente no pátio de casa ou no interior dos
apartamentos, o plantio ocorre em vasos, potes, latas e bacias. Mas o
cuidado compartilhado de uma plantação pode unir as pessoas. É comum ver
uma horta surgir ao redor de uma associação comunitária ou de bairro.
Segundo o engenheiro agrônomo Gabriel Specht, a maioria dos tratos
culturais que são realizados nas cidades obedece aos preceitos da
agricultura orgânica, uma vez que as áreas de cultivo são pequenas e
permitem a eliminação de pragas de forma manual, sem o uso de
pesticidas. Outra função da horta, esta mais social, é em relação ao
significado da produção agrícola.
— Ter de respeitar o ritmo de crescimento de uma alface vai na contramão
da lógica da sociedade imediatista em que vivemos, que nos ensina a
simplesmente ir ao supermercado e, após passar o cartão, obter em menos
de dois minutos a mesma alface — pondera.
Jardim de parede
Para quem quer começar uma pequena horta em casa, separamos três tipos
simples, que podem variar de tamanho e preços, ou ser feitos por você
mesmo, utilizando material reciclável. Confira, abaixo:
COMO PLANTAR
Escolha vasos com profundidade
Forre o fundo com pedrinhas ou cacos de cerâmica
Fure o fundo
Acrescente a terra ou substrato
Introduza a muda (sem destruir em volta da raiz)
Coloque terra adubada
Aperte com os dedos, sem compactar a superfície
Regue e deixe em local iluminado
COMO CUIDAR
Espaço
A horta pode ser iniciada em vasos ou pequenas bacias, mas
preferencialmente deve ser montada em jardineiras. Para uma "horta
interna", é importante pensar no espaço que se tem à disposição: se for
restrito, o uso de temperinhos é o mais indicado. Se tiver uma boa área,
alface, rúcula, espinafre, cenoura, beterraba podem ser opções (até
tomateiro também).
Luminosidade
A instalação deve ser perto de uma janela ou na sacada, para permitir
boa luminosidade às plantas. O ideal é de três a quatro horas de sol por
dia. As hortaliças precisam de mais sol do que alguns temperos.
Água
Cada planta tem suas necessidades próprias, de acordo com espécie,
tamanho, habitat e estações do ano. No inverno, recomenda-se que as
regas sejam mais espaçadas. Para avaliar a necessidade de rega de modo
bastante simples, basta pressionar o solo com os dedos e sentir a
umidade da terra.
Podas
Em geral, as podas são feitas com finalidades estéticas, de
rejuvenescimento, para dar forma, controlar o crescimento da planta e
estimular a floração e a frutificação.
Adubação
Adubo orgânico é o mais completo alimento para as plantas. O adubo
químico geralmente tem somente NPK, isto é, nitrogênio, fósforo e
potássio, que são os três principais, mas muito pouco daquilo de que as
plantas precisam para crescer.
Controle de pragas
Se a sua horta atrair bichinhos em torno das plantas, pode ser um
indicativo de qualidade ambiental, pois eles só aparecem em ambiente
são. Se tiver praga atacando as suas plantas, é importante controlar
para que ela não destrua a produção.
Isto pode ser feito de forma manual ou com o uso de alguns fertilizantes. Há opções químicas e orgânicas.
Fontes: Gabriel Specht, engenheiro agrônomo, José Arimateas da Silva e
Lisandre Figueiredo de Oliveira, no livro O Prazer de Cultivar (2009,
editora Casa da Palavra)
Confira dicas de como montar uma horta em apartamento:
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/vida/noticia/2014/02/como-o-manuseio-com-a-terra-pode-melhorar-a-qualidade-de-vida-nas-cidades-4413473.html
http://videos.clicrbs.com.br/rs/zerohora/video/geral/2014/02/dicas-para-montar-uma-horta-apartamento/62147
segunda-feira, 22 de agosto de 2016
Hortas Urbanas Geram Renda para Famílias Carentes
Coletivo Verde - Hortas Urbanas Geram Renda para Famílias Carentes
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Posted: 28 Aug 2012 08:56 AM PDT
Você
conhece a cidade de Sete Lagoas? Quem mora em BH certamente já conhece
ou pelo menos ouviu falar. Mas pra quem não conhece, Sete Lagoas é uma
cidade que fica a 65 km de BH e que tem se destacado no cenário estadual
por estar recebendo muitas empresas.
Este fim de semana eu e a Carol estivemos na cidade e lá
tivemos uma bela surpresa, uma horta imensa no meio de uma avenida.
Acredite, no lugar do canteiro central existe uma grande horta comunitária.
Em uma área de servidão da Cemig, debaixo das linhas de transmissão de
energia, espaço urbano normalmente tomado por lixo e entulho, a prefeitura construiu uma gigantesca horta comunitária.
Como funciona?
As hortas existem há mais de vinte anos . A Prefeitura fornece o terreno já preparado, arado, com o PH controlado, tudo pronto para as hortas. Cada família carente, previamente cadastrada, recebe um pedaço de terra que varia de 360 a 400 m².
Na horta é produzida uma enorme variedade de verduras e legumes. A maior parte da produção é comprada pela própria Prefeitura e é destinada às escolas, hospitais e creches municipais,
servindo de complemento alimentar para milhares de pessoas. As famílias
também consomem e o excedente pode ser comercializado. Em média, cada família consegue por mês R$360,00.
Produtos orgânicos de qualidade e baixo custo
Outra coisa super legal é a qualidade dos produtos. As famílias recebem orientação para evitar o uso de fertilizantes químicos, e não utilizar agrotóxicos, produzindo de maneira ecológica. Na horta, em vez de os inseticidas e fungicidas tradicionais, são utilizados esterco animal curtido, calda sulfocálcica, calda de folhas de tomateiro, armadilhas luminosas, controle biológico e outras técnicas de produção orgânica. Resultado: produtos orgânicos de excelente qualidade e a baixo custo. Nós compramos duas cabeças de alface, um molho de couves, 4 beterrabas, cebolinha e salsinha, tudo por apenas R$3,00.
O pessoal de Sete Lagoas está de parabéns. Quem dera se em
todas as cidades, em cada bairro existisse uma horta comunitária! Aquilo
sim é sustentabilidade, consumo e produção local, resiliência. Com uma
ação simples, a cidade deu uma destinação nobre a um terreno
vazio, gerou renda para famílias carentes, melhorou a qualidade da
alimentação sem contar com a beleza paisagística da horta, um show!
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