sábado, 30 de junho de 2012

COMA TANGERINA. FAZ BEM PARA O CORAÇÃO E AINDA EVITA A OBESIDADE



Estudo descobriu que a substância nobiletina, presente nos gomos da tangerina, impede a elevação do colesterol e ainda permite que o peso seja controlado.

Para quem quer emagrecer, parece que um ótimo incentivo é uma fruta aparentemente comum, mas que possui propriedades extremamente saudáveis: a tangerina. Uma nova pesquisa desenvolvida pela Universidade do Oeste de Ontario, no Canadá, aponta que o fruto pode não apenas prevenir a obesidade, como oferece também proteção à diabetes do tipo 2 e à aterosclerose, uma doença venal responsável pela maioria dos ataques de coração e derrames.

O estudo descobriu que a substância nobiletina, presente nos gomos da tangerina, impede a elevação do colesterol e ainda permite que o peso seja controlado. A conclusão foi feita após testes serem realizados em ratos de laboratório submetidos a uma dieta altamente calórica, gordurosa e com muito açúcar.

Os pesquisadores dividiram os ratos em dois grupos: o primeiro foi alimentado com essa dieta de engorda, e todos os animais acabaram obesos. Eles apresentaram altos níveis de colesterol e triglicerídeos, além de terem mais insulina e glicose no sangue e possuírem um fígado gordo. Por causa de todos esses problemas, os ratos tinham maior propensão a sofrer um acidente cardiovascular (AVC) e de desenvolverem diabetes.

O segundo grupo recebeu a mesma dieta, mas, conjuntamente, também ingeriu a niboletina. Esses ratos não apresentaram níveis maiores de colesterol nem de triglicerídeos, nem de insulina ou glicose. Eles ganharam peso, mas nada acima do normal, e seus corpos ficaram bem mais sensíveis aos efeitos da insulina. Além disso, a susbtância preveniu o acúmulo de gordura no fígado e estimulou processos de queima de excesso de gordura ao inibir os genes responsáveis pela fabricação da gordura.

“Os ratos que receberam a niboletine estavam, basicamente, protegidos contra a obesidade”, afirmou Murray Huff, autor da pesquisa. Segundo ele, o estudo também comprovou, após um tempo maior de observação, que a substância da tangerina também protegia os animais contra a aterosclerose, que pode levar a derrames e a um AVC. “O estudo abre as portas para que sejam feitas pesquisas novas sobre tratamentos adequados a essas doenças”, disse Huff.

O doutor Murray Huff vem pesquisando essa área de substâncias que combatam a obesidade há anos. Em 2009 ele descobriu que outra fruta, a toranja (grapefruit), também possuía uma substância eficaz na prevenção do ganho excessivo de peso - a naringenina. “O que é interessante é que a nobiletina é pelo menos dez vezes mais potente que a naringenina, além de proteger contra outras coisas que não só a obesidade”, afirmou Huff.


Data Edição: 13/04/2011
Fonte: Revista Época

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Análise química de solos é fundamental para produção sustentável

Você já fez a análise do solo de sua propriedade??


A análise química é uma ferramenta que produtores, técnicos e pesquisadores dispõem para avaliar a fertilidade do solo e, a partir da necessidade nutricional das culturas, recomendar a correção com calcário ou adubação. O primeiro passo para a análise de solos é a amostragem. Dela depende o sucesso do resultado da análise, pois mais de 90% dos erros nos resultados das análises decorrem da coleta inadequada. “Erros neste procedimento podem causar prejuízos ao agricultor”, destaca o pesquisador da Embrapa Rondônia, Ângelo Mendes.



De acordo com Ângelo, a coleta pode ser feita em qualquer época do ano, mas o ideal é que as amostras sejam retiradas no mínimo 60 dias antes da adubação. A coleta também pode ser feita no início da estação seca, no caso de culturas anuais, e logo após a colheita, para culturas perenes.



Coleta da amostra



A coleta pode ser realizada com pá, boca-de-lobo, trado ou enxada. As amostras, coletadas em vários pontos da área a ser cultivada, devem ser colocadas em um balde plástico limpo e, em seguida, muito bem misturadas. Depois disso deve-se retirar, aproximadamente, 500 gramas de solo e armazenar em saco plástico limpo e etiquetado com identificação, e enviar ao laboratório que tenha certificação em programa de qualidade (os da Embrapa, por exemplo) para a realização da análise.



“Quanto maior o número de amostras simples de uma área para formar a composta, mais preciso será o resultado da análise do solo”, explica o pesquisador acrescentando que “as amostras compostas devem conter, no mínimo, dez amostras simples de cada área”.



A partir do resultado emitido pelo laboratório, o produtor fica sabendo como proceder a aplicação de calcário, para corrigir a acidez do solo, e de adubação, caso necessário. Vale lembrar, por exemplo, que 75% dos solos da região amazônica são ácidos e apresentam alumínio tóxico em sua composição, o que reduz a fertilidade do solo e o desenvolvimento do vegetal.



Data/Hora: 2012/05/01

Responsável: Kadijah Suleiman (MTb RJ 22729JP)

Email: kadijah@cpafro.embrapa.br

Telefone: (69) 3204-1191

Unidade: Embrapa Rondônia

Colaboradores:

Colaborador URL

Embrapa Informação Tecnológica



Rock Dust Primer -

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What type of rock dust is best?

Feeding poor soil with mixed rock dust may be compared to feeding an ill person a varied diet of unrefined, natural food. If no one single food is a panacea, it might follow that no single rock type is "ideal." Indeed, the virtue of glacial gravel is said to lie in its broad spectrum of rock types. The late John Hamaker advocated the use of glacial gravel dust, ideally followed by river and seashore gravels and mixtures of single rock types.
In the book The Survival of Civilization, John Hamaker suggests finely-ground glacial gravel because that is nature's way throughout millennia to create fertile soils. Glacial gravel, which is a natural mixture of rocks, will create a broad spectrum of minerals in the soil in a natural balance.
Much of value can also be gleaned from Europe and the research and experiences there where single rock types and combinations of single rock types such as basalt are used.
Hamaker asserts that "Micro-organisms select what they need to make the compounds of life, and reject to the subsoil what is not needed, [such as] aluminum, silicon, iron, etc., which are generally in excess [in gravel dust]," further pointing to "the Kervran research on biological transmutations", which suggests that biological organisms may play an active role not only in selecting specific elements, but also in modulating their elemental nature to create needed materials where they are in short supply. Hamaker says "As long as the soil is neutral [in pH] or close to it, microorganisms will control what goes into the plant roots. These controls are off when the soil is acid or acidic chemicals are added."

Composting with rock dust

Combining gravel dust with organic materials in compost is a great way to solve application problems and speed up the process. Don't forget a handful of soil to inoculate with organisms. Gravel dust improves aeration and structure and therefore prevents rotting. Gravel dust is assimilated even more quickly in compost than in poor soils.
Compost and gravel dust are a symbiotic combination: the compost provides an excellent medium for the "microorganism population explosion" promoted by the dust, and the gravel dust will not only help create more organic matter, but will also help hold it in place, reduce odors and conserve it.
Add 2-20 lb. of rock dust per cubic yard of compost, if one is doing pile or windrow composting.

img_primer02.gifSoil acidity

Soil pH should be measured annually. If the soil is acidic, agricultural limestone may be added together with the rock dust to bring the soil pH to neutral. Gravel dust will also neutralize soils to a great degree, but limestone is a quick remedy for agricultural soils. Limestone is not recommended for forests as it will destroy the humus-building complex in the long term.

Keep insects in natural balance in your garden

For short-term rescue, very fine dust sprayed directly on plants and trees has been shown in research in Germany to deter insect infestations very effectively. Trails of rock dust around the garden help keep slugs out. And healthy remineralized plants will not be plagued by insect infestations in the future as they become healthier and more insect resistant.

http://remineralize.org/a-rock-dust-primer

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Apicultura - manejos do inverno

Chegada do inverno altera práticas de manejo na apicultura


Crédito: Carine Massierer
A chegada do inverno é uma época importante para quem trabalha com apicultura, tendo em vista que este período representa um momento de maior escassez de alimento para as abelhas. Nessas ocasiões, a família definha, os zangões são expulsos da colmeia, a postura de ovos da rainha fica reduzida e, consequentemente, diminui a produção de mel, pólen e cera. De acordo com o técnico agrícola da Emater/RS-Ascar, Ricardo Boesche, alguns procedimentos de manejo devem ser readequados para proteção das colônias e para que não haja perda muito significativa na produtividade.

Dicas técnicas
Vestimenta
A utilização de roupas e ferramentas adequadas é essencial. A vestimenta básica é composta por máscara, macacão, botas e luvas. As cores das roupas devem ser claras e o material, liso, fino e fresco para uma manipulação ágil por parte do apicultor. Outra ferramenta de uso importante é o fumegador, pois com a fumaça as abelhas desviam a atenção do produtor, que pode então trabalhar com tranquilidade. Para produzir a fumaça, devem-se usar apenas serragens, folhas e cascas secas de origem vegetal.

Alimentação
Principal causadora de mortes das abelhas neste período, a desnutrição deve ser combatida com algumas ações de prevenção. Deve-se procurar manter uma quantidade de reserva de mel dentro dos apiários, pois são essas reservas que vão auxiliar na manutenção da população em condições adversas. Nesse contexto, a prática mais comum é a da alimentação artificial, que permite a substituição total ou parcial das reservas de mel de inverno. Os tipos de alimentação variam de acordo com a característica do apiário.

Acesso
Os terrenos devem ser planos, secos e nivelados. Com amplos espaços livres ao redor das colmeias para facilitar o seu manejo. O apicultor deve se aproximar da colmeia pela parte de trás, fora da linha de voo.

Escolha do local
No inverno, o apiário deve se encontrar em um local ensolarado, tendo em vista que um lugar sombrio associado às estações mais frias pode acarretar na incidência de doenças. Além da presença de sol, deve-se dar preferência a uma área com cerca viva (eucaliptos, astrapeias e amor-agarradinho) para dificultar o acesso de animais e evitar a incidência de ventos fortes. Como alternativa para preservar a temperatura no interior da colmeia, o tamanho do alvado deve ser reduzido.



Informações:
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional Porto Alegre
Jornalista Carine Massierer
Estagiário João Morales
cmassierer@emater.tche.br
www.emater.tche.br

terça-feira, 26 de junho de 2012

A onda orgânica

atitude
Mario Rodrigues

consumo

A onda orgânica

Espaços especializados aumentam a oferta de produtos naturais. No ano passado, 1,1 bilhão de reais foram gastos com orgânicos nos supermercados do país, um aumento de 8% em relação a 2010

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Toda semana, a dona de casa Luisiane Laste recebe em sua residência, em Alphaville, por meio de um serviço de delivery, uma seleção de hortaliças e frutas orgânicas (sem adubos químicos, agrotóxicos nem hormônios) recém-colhidas do pé. Já a estudante de psicologia Charlene Keiko percorre lojas e frequenta restaurantes com produtos do mesmo tipo. "Nosso corpo sofre uma influência direta do que comemos", afirma. Antes restrito a quitandas pequenas e frequentadas por poucas pessoas, o mercado atrai agora um público bem maior, que busca alimentos mais saborosos e saudáveis em espaços com melhor serviço e infraestrutura. O crescimento da procura reflete-se no aumento das vendas e na diversidade. No ano passado, 1,1 bilhão de reais foram gastos com orgânicos nos supermercados do país, um aumento de 8% em relação a 2010. O estado de São Paulo representa 56% do total.

Impulsionada pelo momento, a oitava edição da Bio Brazil Fair será realizada entre quinta (24) e domingo no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera. Com 250 expositores, que vendem de verduras a cosméticos, a feira pretende atrair mais de 24.000 visitantes, entre revendedores e consumidores. "Em 2004, nosso primeiro ano, registramos menos da metade desse movimento", compara a diretora de negócios, Lucia Cristina de Buone. "Hoje é possível comer, beber, cuidar-se e limpar a casa com artigos naturais, e isso atrai mais gente para a causa."

Para ser considerado orgânico, o item deve ter o selo de órgãos licenciados, como o Instituto Biodinâmico (IBD). Nem sempre os produtos cultivados sem defensivos químicos preenchem todos os requisitos: esses são chamados de agroecológicos. O principal lançamento da Bio Brazil Fair, por exemplo, é a carne suína da marca Korin sem antibióticos nem hormônios. A novidade é mais natural que as convencionais, mas não tem a certificação, principalmente porque os animais são tratados com ração que não é orgânica.

O evento não é o único que oferece uma ampla variedade. Além da tradicional feirinha que ocorre desde 1991 no Parque da Água Branca e reúne 39 barracas que comercializam de alface a vinho, há pelo menos outras oito na capital. No último ano, a prefeitura lançou duas exclusivas para alimentos sem defensivos químicos: uma em São Mateus, na Zona Leste, e outra no Parque Burle Marx, na Zona Sul. Uma terceira, no Parque do Ibirapuera, deve começar a operar até julho.

As lojas segmentadas também proliferaram. Criada há 25 anos, a rede Mundo Verde cresceu 21% de 2010 para 2011 no estado, onde atualmente possui 51 endereços — desses, 36 na capital. Na esteira de empreendimentos charmosos como o Moinho de Pedra, da chef Tatiana Cardoso, que existe há dezessete anos na Chácara Santo Antônio e engloba loja, café e restaurante, surgiu o Quintal dos Orgânicos, na Vila Madalena. Aberto em 2010, virou parada obrigatória para os entusiastas. Lá é possível sentar-se em mesas rústicas, em meio a um pequeno pomar, e retirar frutas como jabuticaba e romã direto do pé. Além disso, dispõe de mais de 1.000 artigos 100% naturais, de roupas íntimas a saladas colhidas na véspera em várias regiões do Brasil. Também há empresas que entregam em domicílio. Aberta há quatro anos, a Organic Delivery oferece uma série de cestas pré-montadas, como as preparadas para solteiros e bebês.

Apesar do aquecimento, o mercado enfrenta problemas que o impedem de prosperar ainda mais. A principal barreira continua sendo o preço, de 30% a 60% maior que o dos produtos convencionais. "Os hortifrútis vêm de pequenos produtores, são cultivados em menor escala e em determinada época do ano, além de seguir certos critérios que os encarecem", explica Lucia. Proprietário do Quintal, Nardi Davidsohn acredita que o investimento é convertido em saúde. "Meus funcionários almoçam aqui e nunca ficam gripados", diz ele, embora isso não tenha comprovação científica.

sábado, 23 de junho de 2012

Rio+20: Fotógrafo Sebastião Salgado recebe prêmio por reflorestar Mata Atlântica

 
Sebastião Salgado e sua esposa, Lélia Wanick, irão receber o Prêmio-E, durante a Rio 20. l Foto: Divulgação
O fotógrafo Sebastião Salgado e sua esposa, Lélia Wanick, irão receber o Prêmio-E, durante a Rio+20. A congratulação é fruto do trabalho de ambos na liderança do Instituto Terra, que já plantou mais de 1,7 milhão de árvores nativas em áreas de Mata Atlântica.
O trabalho liderado pelo fotógrafo é feito desde 1999 e foi considerado pelas autoridades um dos bons exemplos iniciados no intervalo entre a Eco92 e a Rio+20. Os esforços do instituto estão localizados entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, com maior ênfase para a região do Vale do Rio Doce, que há anos vem sofrendo grande degradação ambiental.
O empenho em prol da preservação e recuperação da flora também se reflete na fauna. “A cobertura vegetal dá suporte para toda a fauna e, com isso, a quantidade de aves e mamíferos aumentou no local, porque eles têm mais alimentos depois que foi feito o plantio da área”, explicou o analista ambiental Jaeder Loper Vieira, em declaração ao Globo Natureza.
Ao todo o instituto já foi responsável por 710 hectares de área reflorestada, somente na Mata Atlântica. Como resultados deste trabalho, já foram catalogadas mais de 172 espécies de pássaros e 64 espécies de animais terrestres, algumas delas ameaçadas de extinção.
O instituto tem capacidade para produzir um milhão de mudas por ano. São cem espécies diferentes, todas nativas do bioma e da região em que são plantadas. Além do benefício ambiental, o Instituto Terra auxilia projetos de capacitação agrícola e de educação.

 Fazenda Bulcão em 2001 e em 2011, após o plantio de mais de 1 milhão de espécies nativas l Fotos: Divulgação / Instituto terra
O Prêmio-E será entregue ao casal neste sábado (16).
Com informações do Globo Natureza.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Geada destrói a safra de Bergamota em Montenegro


Em alguns pomares, a perda pode chegar a 100%
A intensa geada, que atingiu a região entre os dias 07 e 10 de junho, trouxe prejuízos para os produtores. Na manhã de hoje (20), o secretário municipal de Desenvolvimento Rural (SMDR), João Kuhn, entregou ao prefeito Percival de Oliveira dois laudos técnicos sobre os estragos causados pela geada. De posse dos laudos, realizados pela SMDR e pela EMATER, o município irá decretar situação de emergência.
A principal atividade afetada foi a citricultura, na produção de limão, tangerina, laranja e mudas. Segundo Kuhn, quando não houve perda total do fruto, ocorreu redução significativa da qualidade, intervindo no valor dos produtos. Esse prejuízos também serão sentidos nos próximos anos, destacou o secretário.
De acordo com o laudo técnico da EMATER, a estimativa é de que 60% da produção de citros seja perdido, em razão dos ventos frios e acúmulo de gelo em frutos e plantas. Além disso, há possibilidade da perda chegar a 90%, visto que ainda não foi possível precisar os prejuízos à Bergamota Montenegrina. Os frutos ainda estão verdes nos pés, podendo cair ou ficar secos (sem suco), perdendo o valor comercial. Em alguns pomares pode chegar a 100% de perda, afirmou Kuhn.
A estimativa é de que 22.500 toneladas de bergamota, 3.240T de laranja e 360T de limão sejam perdidas, num valor de R$ 11.250.000,00, R$ 1.296.000,00 e R$ 180.000,00, respectivamente, representando um total de R$ 12.726.000,00 de prejuízo. O parecer também apontou perdas em pastagens; na silvicultura, técnica de cultivo das matas; olericultura, responsável pelas hortaliças e raízes; floricultura e na criação de bovinos.
O prefeito Percival de Oliveira afirmou que, através do decreto de situação de emergência, será possível a busca de recursos. Vamos buscar auxílio junto ao Governo Federal para amenizar as perdas dos produtores, salientou o chefe do Executivo.
 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

plantio de alface sob amendoim forrageiro

Mais uma utilização do amendoim forrageiro! Certamente vou testá-la nas hortas onde executo consultorias.
Quem tiver mais novidades, envie um email para
panerai64@yahoo.com.br

Bom dia,
Então Alexandre, o cultivo dessa alface foi realizado na área experimental de horticultura, da Universidade do Estado de Mato Grosso, em Cáceres-MT. Desse experimento no caso, teve inicio no mês de novembro sendo colhida no mês de dezembro de 2011 (ciclo de 35 dias), foram avaliados nesse experimento somente quatro sistemas de cultivo. Hoje estou com um, ainda em fase de desenvolvimento com oito sistemas de cultivo diferentes (coberturas: amendoim forrageiro, plantio direto de milheto, palhada de milheto, palhada de grama, bagaço de cana, mulch preto e branco e plantio convenciona sem cobertura), esse teve inicio agora no mês de maio.
leandro batista da silva

Fonte: rede de agronomia
http://agronomos.ning.com/photo/plantio-de-alface-sob-amendoim-forrageiro?xg_source=activity

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Marcos Palmeira fornece alimentos orgânicos para a Rio+20


Ator amoçou no Riocentro no dia 15 de junho (sexta-feira).
O ator Marcos Palmeira é um dos principais fornecedores de alimentos orgânicos do Riocentro, maior centro de convenções da América Latina, durante a Rio+20. No dia 15 de junho (sexta-feira), ele esteve na praça de alimentação do Riocentro para almoçar no restaurante Villa Paulistana, ao qual fornece hortifruti orgânico de sua fazenda, Vale das Palmeiras. Inspirado pelo debate sustentável do evento, o restaurante buscou uma alimentação sem agrotóxico e com cultivo natural para oferecer ao público.
Na Rio+20, o restaurante oferece duas ilhas somente com buffet orgânico (tanto carne, legume, verduras, massas e cereais, como arroz e feijão). Há quatro tipos de alface, Rúcula, legumes, tomate, batata, uma diversidade de verduras orgânicas produzidas na fazenda em Teresópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro.

Marcos Palmeira vai aproveitar a Rio+20 para lançar o mais novo produto de sua fazendo: o café 100% arábico, orgânico e biodinâmico (a colheita do café é feita manualmente com um sistema agroflorestal, poupando a fauna, flora e recursos hídricos e respeitando, assim, o ciclo da natureza e a sustentabilidade da fazenda). Para o lançamento na Conferência da ONU, serão 50kg deste café.
Para Francisco Toquetão, dono do restaurante Villa Paulistana - o primeiro fornecedor oficial da Top Gourmet, empresa oficial de Alimentos e Bebidas da Rio+20, com buffet orgânico - com maior divulgação, a população pode consumir mais alimentos orgânicos. “Ainda é um pouco mais caro porque há pouca produção. Quando começarem a consumir mais alimentos orgânicos, produzirão mais e o preço ficará mais acessível”, afirma.
Detalhes da praça de alimentação da Rio+20-Na praça de alimentação, 50% dos restaurantes e lanchonetes têm produtos naturais ou orgânicos e os outros são multimarcas nacionais. O objetivo é oferecer variedade e opções diferenciadas para atender a todos os gostos. É possível encontrar até chopp e vinho artesanais orgânicos, além de sucos e carnes. A Top Gourmet se responsabiliza também pela separação do lixo na praça de alimentação.
Além dos restaurantes, na praça de alimentação pode-se encontrar: . Stand de venda de artesanato feito com materiais reciclados |.Estação de reciclagem Pão de Açúcar |. Instituto-e , da Osklen, com um stand com informações sobre o trabalho de sustentabilidade feito pelo instituto e a venda de camisetas 50% algodão e 50% PET reciclada|.Stand da Fibras e Design Móveis e Decorações com o mostruário e venda de peças de madeira e material sustentável.
Top Gourmet, empresa oficial de Alimentos e Bebidas da Rio +20, consolida seu conceito Top Sustentável ao servir à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Empresa de serviços de catering do grupo GL events Brasil, que administra o Riocentro, a Top Gourmet é a responsável por fornecer às mais de 100 mil pessoas previstas durante toda a conferência soluções sustentáveis como copos biodegradáveis feitos à base de milho. Até o açúcar servido durante o evento será orgânico. Na praça de alimentação da Rio+20, a Top Gourmet se responsabiliza também pela separação do lixo.
Riocentro usa soluções sustentáveis durante a Rio+20 -O Riocentro encontrou soluções sustentáveis para a praça de alimentação e toda a comunicação visual, assim como antecipou o projeto de dragagem da lagoa e do rio Camorim no Riocentro – ao custo de R$ 1,5 milhão – para receber a Rio+20. O Riocentro conta ainda com uma Estação de Tratamento de Esgoto com capacidade de tratar 340m³ por dia. 
Copos biodegradáveis feitos de milho e tapetes de garrafas PET foram algumas das soluções encontradas pela GL events Brasil – fornecedora oficial da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável e administradora do Riocentro – para atender às necessidades da conferência.
Só de copos a expectativa é que as mais de 100 mil pessoas esperadas para os 11 dias de evento utilizem 1 milhão de unidades. Por serem feitos à base de milho, eles são biodegradáveis e não agridem o meio ambiente.  
Tapetes feitos de garrafas PET - Como faz em todas as feiras que realiza, a GL events Brasil optou por tapetes reciclados para acústica e revestimento do piso dos pavilhões 1,3, 4 e 5, assim como para a área externa e dentro das tendas montadas no Riocentro. Cada metro do carpete é produzido com nove garrafas PET. Na Rio+20, foram utilizados 89.347 mil metros do tecido, o que corresponde a 9.928 garrafas PET que deixaram de ir para lixões e foram reaproveitadas. Após a conferência, o material será novamente reciclado. 
Comunicação visual ecológica - Outra preocupação foi usar lonas e tintas ecológicas (lona Discovery-2 - 440 GSM impresso em tinta Eco Solvente marca Tech Ink e Látex marca HP) para a confecção de toda a comunicação visual da Rio+20, como painéis, módulos de parede, banners, sinalização interna de publicidade e merchandising. Após o evento, os 3.700m² de lonas serão doados para a ONG Onda Carioca que irá reciclá-lo para a confecção de bolsas, sacolas, nécessaires, entre outros produtos.
Reciclagem - Todo lixo produzido durante a Rio+20 será reciclado. Para isso, o Riocentro, maior centro de convenções da América Latina, firmou parceria com organizações não-governamentais para a gestão dos resíduos sólidos do evento. Outras irão transformar 100% do lixo orgânico da praça de alimentação em adubo, por meio da compostagem.   
fonte: http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=206732

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Sinfonia Inacabada: A vida de José Lutzenberger – Lilian Dreyer


A obra Sinfonia Inacabada, da jornalista e escritora Lilian Dreyer, descreve a trajetória do agrônomo gaúcho que aos 44 anos abandonou a carreira de executivo da indústria química e iniciou uma jornada que o transformou em um dos grandes nomes do ambientalismo internacional.
José Lutzenberger, falecido em 2002, chegou a ser nominado pela imprensa nacional e estrangeira como “pai do ambientalismo brasileiro” ao receber no Parlamento Sueco, em 1988, o Livelihood Award, o Prêmio Nobel Alternativo.


Um trabalho de pesquisa abrangente permitiu a reconstrução da trajetória do ecologista. Personalidades do ambientalismo, políticos de variadas tendências, familiares, colaboradores e personagens de destaque público, do escritor Fritjof Capra ao ex-presdiente Fernando Collor, contribuiram com entrevistas e depoimentos. A biografia transformou-se assim não só em abordagem multifocal do ambientalismo como em contribuição ao esclarecimento da história recente do Brasil. Estão presentes todos os temas que se colocam hoje na berlinda do ambientalismo nacional e mundial, captados e elaborados por um homem intensamente preparado.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Amendoim Forrageiro e o FRIO HISTÓRICO de -2,9°C EM MONTENEGRO



A geada  é um fenômeno que ocorre quando a temperatura está muito baixa (abaixo de 0ºC). O vapor de água presente no ar sublima (passa do estado gasoso direto para o estado sólido, sem passar pelo líquido) devido ao frio intenso, formando cristais de gelo sobre qualquer superfície.
A principal causa da geada é um fenômeno chamado de “advecção de massa de ar polar”: “advecção de massas de ar” é quando uma massa de ar se desloca horizontalmente através das isotermas de uma região para outra substituindo outra massa de ar com diferentes características de temperatura, podendo causar uma queda ou aumento brusco de temperatura. (Isotermas= linhas traçadas sobre um mapa e que ligam dois pontos com mesma temperatura do ar).
Existem dois tipos de geadas com relação a agricultura: a geada negra, que costuma congelar a parte interna das culturas; e a geada branca, que é a geada comum que congela a parte externa das culturas formando uma camada de gelo branca.
Para que ocorra a geada é necessário que o céu esteja limpo, sem a presença de neblina. Não pode haver vento (o que favorece a formação de geada branca) e a temperatura de relva (medida a mais ou menos 1,5 metro do chão) não pode ser maior que 4ºC.

                             

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Tenente Portela – RS promove seminário sobre sementes crioulas

Tenente Portela – RS promove seminário sobre sementes crioulas

Agricultores familiares e lideranças políticas de 22 municípios gaúchos se reuniram em Tenente Portela, na Região Noroeste do Estado, para defender o resgate e plantio das sementes crioulas. Eles participaram do 3º Seminário Sementes Patrimônio Sociocultural e 1º Encontro Regional pelas Sementes Crioulas, eventos que reuniram aproximadamente 450 pessoas no distrito de São Pedro, no Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho. “A defesa das sementes crioulas é o ponto de partida de um trabalho que tem futuro”, disse o assessor técnico da Ong AS-PTA, com sede no Rio de Janeiro, Gabriel Fernandes.
leia mais  em : http://pratoslimpos.org.br/?p=4263

domingo, 10 de junho de 2012

Geleia de hibisco


É tempo de hibisco ... de novo


A flor cai depois de fecundada. O fruto cresce e seca com as sementes, enquanto o cálice (ou sépala) avermelhado se espessa - é isto que comemos.

Já falei de hibisco aqui e aqui. De novo é tempo dele. Caruru-azedo, quiabo-roxo, quiabo-róseo ou simplesmente Hibiscus sabdariffa L.. Os mexicanos o chamam de flor da Jamaica e os franceses, de roselle. Não tem nada a ver com as groselhas, frutinhos redondos, em cachos, vermelhos. Mas talvez a similitude com roselle levou a nomes como rosélia e, finalmente, a groselha - já vi escrito assim em hortifrutis. Também não tem nada que ver com ameixas, embora japoneses o chamem de umê, pois pode ser feito em conserva como umeboshis. Quando batido é gosmento como o quiabo. Aliás, são da mesma família, originários da África. Por isto, a melhor maneira de fazer suco com ele é cozinhando ou picando para liberar a cor, mas não a baba (a acidez mais o calor cortam qualquer intenção babenta). Para geléia com pedaços, pode ser triturado ligeiramente ou picado. Para geléias límpidas, o melhor é usar a infusão combinada com suco de maçã. As folhas azedinhas também podem ser usadas como verdura. No Maranhão, é chamada de vinagreira e entra no Cuxá, prato que combina as folhas com camarões secos, gergelim e farinha de mandioca e é servido com arroz.
 

sexta-feira, 8 de junho de 2012

A FOME NO MUNDO - Josué de Castro

O video "A FOME NO MUNDO" foi O resultado de um estudo sobre a situação de fome no mundo, analisando o Livro Geopolítica da Fome, obra de Josué de Castro. Esse video foi apresentado na Escola de Nutrição da UFBA, na disciplina Temas Conteporâneos em Nutrição.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Tecnologias ajudam agricultores durante a seca no Nordeste

A seca já atinge mais de 700 municípios na região. Estar preparado para o período de estiagem pode fazer toda a diferença.
Jornal Nacional
Beatriz Castro
26/05/2012


Clique em cima da imagem para assistir ao vídeo.
Cumaru, PE - A seca já atinge mais de 700 municípios do Nordeste. Nessa hora de sofrimento por falta de água, estar preparado para o período de estiagem pode fazer toda a diferença.

Em Ibimirim, no sertão de Pernambuco, o Rio Moxotó é só uma lembrança. Em um sítio, em Cumaru, no agreste de Pernambuco, é preciso comprar água e palma, uma espécie de cacto que é a última reserva para os tempos mais difíceis.
Nem tudo é desolação no território da seca. Escassez e fartura convivem lado a lado. Com conhecimento e tecnologias simples e baratas, é possível atravessar o período de estiagem sem tanta necessidade e sofrimento.

No sítio de seu Luiz, a novidade é a cisterna telhadão. Ela consegue armazenar 52 mil litros de água que caem da chuva e seguem das telhas para o reservatório. A cisterna menor é o tesouro da dona Josefa. Tem água para beber e cozinhar por mais quatro meses de estiagem.

Os "canteiros econômicos" consomem pouca água. O solo é forrado com plástico. Só é preciso molhar de quatro em quatro dias através de uma abertura que mantém a umidade por mais tempo.

“O canteiro convencional vai gastar cinco vezes mais que o econômico”, diz o agricultor Luiz Eleutério de Souza.

Em outro caso, o capim cobre uma barragem subterrânea. No período de estiagem, um buraco é cavado de uma margem à outra do riacho com até quatro metros de profundidade. O buraco é coberto com uma lona plástica, como se fosse um paredão. De uma estação para outra, o riacho enche e volta a secar. Mas a barragem mantém a umidade do subsolo, possibilitando a plantação.

“Essas tecnologias têm feito com que os agricultores convivam com essa situação de escassez de água”, diz Adeildo Fernandes, técnico agrícola do Centro Sabiá.

”Vivo no céu, graças a Deus. Vivo bem tranquilo. Depois dessas tecnologias, não existiu mais seca para mim", comemora seu Luiz.

FONTE:  http://www.asabrasil.org.br

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domingo, 3 de junho de 2012

"Fome crônica ou parcial, corrói silenciosamente inúmeras populações do mundo".

"Mais grave ainda que a fome aguda e total, devido às suas repercussões sociais e econômicas, é o fenômeno da fome crônica ou parcial, que corrói silenciosamente inúmeras populações do mundo". JOSUÉ DE CASTRO






MAPA DAS PRINCIPAIS CARÊNCIAS EXISTENTES
NAS DIFERENTES ÁREAS ALIMENTARES DO BRASIL

= ORGANIZADO PELO AUTOR =


Mapa da Fome




A fome é, conforme tantas vezes tenho afirmado, a expressão biológica de males sociológicos. Está intimamente ligada com as distorsões econômicas, a que dei, antes de ninguém, a designação de <>.10 A fome é um fenômeno geograficamente universal, a cuja ação nefasta nenhum continente escapa. Toda a terra dos homens foi, até hoje, a terra da fome. As investigações científicas, realizadas em todas as partes do mundo, constataram o fato inconcebível de que dois terços da humanidade sofre, de maneira epidêmica ou endêmica, os efeitos destruidores da fome.5
A fome não é um produto da superpopulação: a fome já existia em massa antes do fenômeno da explosão demográfica do após-guerra. Apenas esta fome que dizimava as populações do Terceiro Mundo era escamoteada, era abafada era escondida. Não se falava do assunto que era vergonhoso: a fome era tabu.4
No mangue, tudo é, foi ou será caranguejo, inclusive o homem e a lama.1
Não foi na Sorbonne, nem em qualquer outra universidade sábia que travei conhecimento com o fenômeno da fome. A fome se revelou espontaneamente aos meus olhos nos mangues do Capiberibe, nos bairros miseráveis do Recife - Afogados, Pina, Santo Amaro, Ilha do Leite. Esta foi a minha Sorbonne. A lama dos mangues de Recife, fervilhando de caranguejos e povoada de seres humanos feitos de carne de caranguejo, pensando e sentindo como caranguejo.1
São seres anfibios - habitantes da terra e da água, meio homens e meio bichos. Alimentados na infância com caldo de caranguejo - este leite de lama -, se faziam irmãos de leite dos caranguejos.1
Cedo me dei conta desse estranho mimetismo: os homens se assemelhando em tudo aos caranguejos. Arrastando-se, acachapando-se como caranguejos para poderem sobreviver.1
A impressão que eu tinha, era de que os habitantes dos mangues - homens e caranguejos nascidos à beira do rio - à medida que iam crescendo, iam cada vez se atolando mais na lama.1
Foi assim que senti formigar dentro de mim a terrível descoberta da fome.1
Pensei a princípio que era um triste privilégio desta área onde eu vivo - a área dos mangues. Depois verifiquei que, no cenário de fome do Nordeste, os mangues eram uma verdadeira terra da promissão, que atraía homens vindos de outras áreas de mais fome ainda - das áreas da seca e da monocultura da cana-de-açúcar, onde a indústria açucareira esmagava, com a mesma indiferença, a cana e o homem, reduzindo tudo a bagaço.1
Vê-los agir, falar, lutar, viver e morrer, era ver a própria fome modelando com suas despóticas mãos de ferro, os heróis do maior drama da humanidade - o drama da fome.1
E foi assim que, pelas história dos homens e pelo roteiro do rio, fiquei sabendo que a fome não era um produto exclusivo dos mangues. Que os mangues apenas atraíram os homens famintos do Nordeste: os da zona da seca e os da zona da cana. Todos atraídos por esta terra de promissão, vindo se aninhar naquele ninho de lama, construído pelos dois e onde brota o maravilhoso ciclo do caranguejo. E quando cresci e saí pelo mundo afora, vendo outras paisagens, me apercebi com nova surpresa que o que eu pensava ser um fenômeno local, era um drama universal. Que a paisagem humana dos mangues se reproduzia no mundo inteiro. Que aqueles personagens da lama do Recife eram idênticos aos personagens de inúmeras outras áreas do mundo assolados pela fome. Que aquela lama humana do Recife, que eu conhecera na infância, continua sujando até hoje toda a paisagem de nosso planeta como negros borrões de miséria: as negras manchas demográficas da geografia da fome.1
O assunto deste livro é bastante delicado e perigoso. A tal ponto delicado e perigoso que se constituiu num dos tabus de nossa civilização. É realmente estranho, chocante o fato de que, num mundo como o nosso, caracterizado por tão excessiva capacidade de escrever-se e publicar-se, haja até hoje tão pouca coisa escrita acerca do fenômeno da fome, em suas diferentes manifestações.2
Quais são os fatores ocultos desta verdadeira conspiração de silêncio em torno da fome? Trata-se de um silêncio premeditado pela própria alma da cultura: foram os interesses e os preconceitos de ordem moral e de ordem política e econômica de nossa chamada civilização ocidental que tomaram a fome um tema proibido, ou pelo menos pouco aconselhável de ser abordado publicamente.2
Ao lado dos preconceitos morais, os interesses econômicos das minorias dominantes também trabalhavam para escamotear o fenômeno da fome do panorama espiritual moderno. É que ao imperialismo econômico e ao comércio internacional a serviço do mesmo interessava que a produção, a distribuição e o consumo dos produtos alimentares continuassem a se processar indefinidamente como fenômenos exclusivamente econômicos - dirigidos e estimulados dentro de seus interesses econômicos - e não como fatos intimamente ligados aos interesses da saúde pública.2
Um dos grandes obstáculos ao planejamento de soluções adequadas ao problema da alimentação dos povos reside exatamente no pouco conhecimento que se tem do problema em conjunto, como um complexo de manifestações simultaneamente biológicas, econômicas e sociais.2
Por outras palavras, procuraremos realizar uma sondagem de natureza ecológica, dentro deste conceito tão fecundo de Ecologia, ou seja, do estudo das ações e reações dos seres vivos diante das influências do meio.2
Neste ensaio de natureza ecológica tentaremos, pois, analisar os hábitos alimentares dos diferentes grupos humanos ligados a determinadas áreas geográficas, procurando de um lado, descobrir as causas naturais e as causas sociais que condicionaram o seu tipo de alimentação, com suas falhas e defeitos característicos, e de outro lado, procurando verificar até onde esses defeitos influenciam a estrutura econômico-social dos diferentes grupos estudados.2
O objetivo é analisar o fenômeno da fome coletiva - da fome atingindo endêmica ou epidemicamente as grandes massas humanas. Não só a fome total, a verdadeira inanição que os povos de língua inglesa chamam de starvation, fenômeno, em geral, limitado a áreas de extrema miséria e a contingências excepcionais, como o fenômeno muito mais freqüente e mais grave, em suas consequencias numéricas, da fome parcial, da chamada fome oculta, na qual pela falta permanente de determinados elementos nutritivos, em seus regimes habituais, grupos inteiros de populações se deixam morrer lentamente de fome, apesar de comerem todos os dias. É principalmente o estudo dessas coletivas fomes parciais, dessas fomes específicas, em sua infinita variedade, que constitui o objetivo nuclear do nosso trabalho. 2 É que existem duas maneiras de morrer de fome: não comer nada e definhar de maneira vertiginosa até o fim, ou comer de maneira inadequada e entrar em um regime de carências ou deficiências específicas, capaz de provocar um estado que pode também conduzir à morte. Mais grave ainda que a fome aguda e total, devido às suas repercussões sociais e econômicas, é o fenômeno da fome crônica ou parcial, que corrói silenciosamente inúmeras populações do mundo.5
A noção que se tem, correntemente, do que seja a fome é, assim, uma noção bem incompleta. E este deconhecimento, por parte das elites européias, da realidade social da fome no mundo e dos perigos que este fenômeno representa para a sua estabilidade social, constitui uma grave lacuna tanto para a análise dos acontecimentos políticos da atualidade, que se produzem em diversas regiões da terra, como no que se refere à atitude que os países da abundância deveriam ter face aos países subdesenvolvidos, permanentemente perseguidos pela penúria e pela miséria alimentar.4




O ITERRA, juntamente com o MST e a CONCRAB, tem a honra de convidar Vossa Senhoria para a inauguração da ESCOLA JOSUÉ DE CASTRO, no dia 24 de outubro de 1997, com início às 10 horas, no Instiuto de Veranópolis - RS.
Contamos com vossa presença!
REFORMA AGRÁRIA:
UMA LUTA DE TODOS!


Nenhum fator é mais negativo para a situação de abastecimento alimentar do país do que a sua estrutura agrária feudal, com um regime inadequado de propriedade, com relações de trabalho socialmente superadas e com a não utilização da riqueza potencial dos solos.2
Apresenta-se deste modo a Reforma Agrária como uma necessidade histórica nesta hora de transformação social que atravessamos como um imperativo nacional.2
É que cerca de 60% das propriedades agrícolas no Brasil são constituídas por glebas de áreas superiores a 50 hectares de terra, das quais 20% possuem mais de 10.000 hectares. No recenseamento de 1950 ficou evidenciada a existência no Brasil de algumas dezenas de propriedades que são verdadeiras capitanias feudais:proriedades com mais de 100.000 hectares de extensão.2
Do latifúndio decorre também a existência das grandes massas dos sem-terra, dos que trabalham na terra alheia, como assalariados ou como servos explorados por esta engrenagem econômica de tipo feudal. Por sua vez, o minifúndio significa a exploração antieconômica da terra, a miséria crônica das culturas de subsistência que não dão para matar a fome da família.2
O tipo de reforma que julgamos imperativo da hora presente não é um simples expediente de desapropriação e redistribuição da terra para atender às aspirações dos sem-terra. Processo simplista que não traz solução real aos problemas da economia agrária. Concebemos a reforma agrária como um processo de revisão das relações jurídicas e econômicas, entre os que detêm a propriedade agrícola e os que trabalham nas atividades rurais.
Precisamos enfrentar o tabu da reforma agrária - assunto proibido, escabroso, perigoso - com a mesma coragem com que enfrentamos o tabu da fome. Falaremos abertamente do assunto, esvaziando desta forma o seu conteúdo tabu, mostrando através de uma larga campanha esclarecedora que a reforma agrária não é nenhum bicho-papão ou dragão maléfico que vá engolir toda a riqueza dos proprietários de terra, como pensam os mal-avisados, mas que, ao contrário, será extremamente benéfica para todos os que participam socialmente da exploração agrícola...2
É evidente que não bastaria dispor de alimentos em quantidade suficiente e suficientemente diversificados para cobrir as necessidades alimentares da população mundial. O problema da fome não é apenas um problema de produção insuficiente de alimentos. É preciso que a massa desta população disponha de poder de compra para adquirir estes alimentos.4
A fome age não apenas sobre os corpos das vítimas da seca, consumindo sua carne, corroendo seus órgãos e abrindo feridas em sua pele, mas também age sobre seu espírito, sobre sua estrutura mental, sobre sua conduta moral. Nenhuma calamidade pode desagregar a personalidade humana tão profundamente e num sentido tão nocivo quanto a fome, quando atinge os limites da verdadeira inanição. Excitados pela imperiosa necessidade de se alimentar, os instintos primários são despertados e o homem, como qualquer outro animal faminto, demonstra uma conduta mental que pode parecer das mais desconcertantes.5
Querer justificar a fome do mundo como um fenômeno natural e inevitável não passa de uma técnica de mistificação para ocultar as suas verdadeiras causas que foram, no passado, o tipo de exploração colonial imposto à maioria dos povos do mundo, e , no presente, o neocolonialismo econômico a que estão submetidos os países de economia primária, dependentes, subdesenvolvidos, que são também países de fome.4
As massas humanas se deram conta de que a fome e a miséria não são indispensáveis ao equilíbrio do mundo, e que hoje, graças aos progressos da ciência e da técnica, surgiu pela primeira vez na história um tipo de sociedade na qual a miséria pode ser suprimida e com ela a fome.12


A Agenda 21 é o principal documento resultante da Conferência das Nações Unidades para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - UNCED / Rio-92. (1992) - Capítulo 3
A erradiação da pobreza e da fome, maior equidade na distribuição de renda e desenvolvimento de recursos humanos: esses desafios continuam sendo consideráveis em toda parte. O combate à pobreza é uma responsabilidade conjunta de todos os países.



http://www.josuedecastro.com.br/port/fome.html 

sexta-feira, 1 de junho de 2012

O futuro será diversificado ou não haverá futuro, profetiza Vandana Shiva


Valores como cuidado e proteção embasam uma 
democracia viva, que traz a sustentabilidade e atende
 as necessidades de conexão universal entre todas as 
espécies, defende a ecofeminista indiana em palestra
 realizada na capital gaúcha





Por Eliege Fante, para EcoAgência de Notícias Ambientais
A intensificação da biodiversidade é o antídoto para superarmos as crises existenciais, econômicas, sociais,
 sob as quais a humanidade se encontra. A afirmação é da ecofeminista indiana Vandana Shiva, que realizou
 palestra na noite de segunda-feira (28) no Fronteiras do Pensamento, no Salão de Atos da Reitoria da UFRGS,
 em Porto Alegre. Para ela,“O futuro será diversificado ou não haverá futuro,” profetizou.

A biodiversidade retratada se evidencia através do respeito ao próximo, às espécies, ao diferente, aos indígenas e

 as demais comunidades autóctones. Conforme explicou, são essas comunidades que possuem a sabedoria de 
como viver com uma pegada ecológica leve, ou seja, impactando menos os ecossistemas. “Com cada língua que
 desaparece vai também uma possibilidade de resistência contra a extinção das espécies.”

“Vamos celebrar as culturas, reinserir o bem-estar para a segurança ecológica das identidades, dos cidadãos da 

Terra, reaver o controle do alimento e da água,” disse Vandana. A pesquisadora entende que à globalização
 corporativa, que exclui o cidadão e também o parlamento e os políticos em geral, deve suceder-se uma 
democracia viva. “Temos que passar para economias vivas que proporcionem a sustentabilidade, satisfaçam a 
necessidade de consciência, de conexão universal, de compaixão e solidariedade.”

Felicidade Interna Bruta (FIP) - Como um exemplo desta possível prática, a pesquisadora contou a sua 

 experiência enquanto assessora na transição na economia do Butão para uma produção de alimentos totalmente
 orgânica. “Lá medem o FIB, a Felicidade Interna Bruta. É um ministério da felicidade e não da economia como os 
outros, que busca o equilíbrio e harmonia com a natureza. São responsáveis por criar novas fronteiras do
 pensamento, além do ecoapartheid – a separação do homem e da natureza, por criar uma democracia da 

comunidade da Terra, pois somos uma família na Terra.”

Sobre esta mudança de paradigma, é que Vandana Shiva falará na Rio+20. Adiantou que estará no painel 

“Segurança alimentar e nutricional” e que defenderá a agroecologia como modelo para produção de alimentos em
 contraposição ao agronegócio. “Para a economia verde tudo é mercadoria. Mas, como o slogan do Fórum 
Social Mundial é ‘Um outro mundo é possível’, eu digo 
que, um outro mundo é ‘necessário’ para a humanidade
 ter lugar no planeta,” disse.

Abordar a origem dessa visão da natureza enquanto

 mercadoria, levou a palestrante a citar o início do 
pensamento moderno com Francis Bacon, filósofo autor
 de Novum Organum (ou Novo Instrumento, 1620). 
Bacon pretendia substituir o Organum de Aristóteles, 
ao criar um processo de busca pelo conhecimento dito 
com bases sólidas. 
Contudo, este progresso pretendido, destacou Vandana, 
implantou a visão de que o conhecimento e o saber 
levariam ao poder sobre a natureza. Dando-se a partir 
daí, a separação entre esta e o homem. “Para esta
 ciência masculina, é preciso haver uma refeminização 
da humanidade, no sentido de um resgate dos valores femininos, 
como o cuidado e a proteção,” apontou.

A ciência masculina, aquela que impõe o subjugo da natureza, é a mesma que propõe o patenteamento da vida, 

por considerem-na vazia até que o homem a desenvolva. “O problema das corporações era que os agricultores 
guardavam as sementes, então a Organização Mundial do Comércio elaborou (1996) o Acordo sobre os Aspectos
 dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio. Na Índia, tínhamos 200 mil variedades de 
arroz, hoje estão reduzidas a um punhado,” denunciou o monopólio das sementes, principalmente pela Monsanto.
 No caso do algodão, cujo mercado a empresa detém 95%, o fracasso na colheita, a dependência financeira e o 
 endividamento dos agricultores devido ao alto custo das sementes e dos insumos, levou 150 mil pessoas ao 
suicídio na década de 90.

Patenteamento da Vida - A ecofeminista explica que o patenteamento da vida nega a criatividade da natureza.

 “A indústria faz de conta que cria muitas características nas sementes, mas só pode colocar uma toxina,” 
lembrou, referindo-se ao Bacillus thuringiensis. Ela criticou também a engenharia genética e o “cassino genético”
 que promove ao desenvolver organismos geneticamente modificados. “Inventaram que impedem que ervas 
daninhas roubem o sol, colocaram as abelhas como ladras de pólen. O resultado foi o uso 13 vezes maior de 
pesticidas e o desaparecimento de 75% das abelhas na Índia.”

Segundo Vandana, a agricultura industrial manipula a produtividade ao medir a produção por unidade de insumo.

 Ela defende o cálculo a partir dos produtos: alimento, excedente a ser vendido e biomassa. Especialmente sobre 
esta última, desmentiu o índice de 75% de não aproveitamento da biomassa. Segundo explicou, somente nas 
grandes cidades o petróleo e os subprodutos facilitam a subsistência, já que no restante delas, as comunidades
 são dependentes da biomassa. Por isso, considera o uso desta para fabricação de combustíveis uma violação 
dos direitos humanos e da economia da biodiversidade.

Ao comparar uma monocultura de milho, explicou que uma propriedade biodiversa, vai produzir além do milho, 

outras culturas também, e o principal, vai produzir nutrição. Em resposta ao público, afirmou que existem centenas
 de alternativas para substituir o capitalismo, sempre se levando em conta que as liberdades fundamentais são 
base para uma democracia viva. Intensificar a biodiversidade e não investir em insumos, que geram resíduos e 
impactos, mas plantar para ter alimento e não para ter mercadoria, são ingredientes da receita da indiana. “Assim
 como cada região tem bacia hidrográfica, deveria ter uma bacia alimentícia. É preciso ocupar os espaços das 
cidades, ter o sistema local, trabalhar com amor e confiança, pois existem mais tipos de alimentos do que o milho
, a soja, e as demais commodities,” disse.

A mudança do capitalismo para um paradigma ecológico vai ocorrer, ela acredita, porque está havendo maior

 conscientização das populações, principalmente a partir da crise econômica mundial de 2008 que provocou o
surgimento dos movimentos “Os indignados” e Occupy Wall Street. Em paralelo, a ativista sugere a ação individual
 por meio do reconhecimento de que somos sujeitos nesta luta, de que podemos fazer opções para criar uma
 revolução alimentícia, comer orgânicos e não químicos e ter a garantia de que a nossa forma de alimentação 
ajuda o avanço dos mercados locais. “Podemos nos tornar coprodutores da propriedade agrícola e da biodiversida_
de. O sistema capitalista não vai durar muito devido suas estruturas artificiais, suas mentiras e falsidades e,
 também, à medida que decidirmos criar um outro mundo,” concluiu.

Vandana Shiva é fundadora do Navdanya, um movimento pela conservação da biodiversidade e direitos dos 

agricultores. Ela também dirige a Fundação de Pesquisa para a Ciência, Tecnologia e Política de Recursos 
Naturais. Durante a palestra, abordou o curso de agricultura orgânica que promovem na Índia, onde falam sobre 
uma economia da resiliência e do qual já participaram 500 mil agricultores.
Ecoagência Solidária de Notícias Ambientais

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