terça-feira, 29 de março de 2022

07 Frutas Da Mata Atlântica Que Todo Brasileiro Deveria Conhecer!

FONTE: SOMOSVERDES
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CAMBUCI
A Mata Atlântica, originalmente, cobria uma área superior a 1,3 milhão km², distribuída ao longo de 17 estados brasileiros que iam desde o Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul.
Desde o descobrimento do Brasil, no entanto, até os dias de hoje, a área de mata foi reduzida a aproximadamente 7% da sua área original. Inicialmente, em função dos ciclos econômicos da história do nosso país – o do Pau-Brasil, do ouro, da cana-de-açúcar e posteriormente do ciclo do café – e mais recentemente, em função da ocupação demográfica nas áreas urbanas, principalmente da cidade do Rio de Janeiro e São Paulo. Mais de 3.000 dos 5.507 municípios brasileiros ocupam hoje a área que originalmente foi a Mata Atlântica. Cerca de 108 milhões de habitantes vivem nas áreas de influência da Mata Atlântica.
O resultado atual é a perda quase total das florestas originais intactas e a contínua devastação e fragmentação dos remanescentes florestais existentes,  que colocam a Mata Atlântica em péssima posição de destaque, como um dos conjuntos de ecossistemas mais ameaçados de extinção do mundo.
Mesmo com toda esta devastação provocada pelo homem, a Mata Atlântica é um bioma muito peculiar e insiste em nos oferecer o que tem de melhor: as suas frutas. Mas será que você conhece alguma dessas frutas?  Provavelmente não, afinal de contas, os alimentos presentes nesse bioma raramente chegam às cidades.
capa 001
As florestas da Mata Atlântica foram as primeiras exploradas pelos colonizadores. As populações indígenas, que detinham o conhecimento empírico do uso de produtos nativos e naturais, foram dizimadas. Em seu lugar, os europeus introduziram alimentos trazidos de outras culturas, como a cana de açúcar e o café. Por isso nossas ligações com essa floresta maravilhosa se perdeu e tornou-se muito difícil a reconexão.
01- Araçá: 
aracaImagem via casaPRO
araçá 2Imagem via Flora Digital
O araçazeiro, cujo fruto é o araçá, é uma árvore ou arvoreta, de copa esparsa, muitas vezes com porte arbustivo, alcançando de 1 a 9 metros de altura. Ocorre naturalmente da Bahia ao Rio Grande do Sul, na Mata Altlântica. Seu tronco é tortuoso e apresenta casca lisa, escamosa, na cor cinza a marrom avermelhada, com ramos pubescentes quando jovens. As folhas são opostas, coriáceas, glabras, simples, inteiras, com forma elíptica a oblonga, e 5 a 10 cm de comprimento. As flores são solitárias, axilares e brancas, com longos estames. O período de florescimento é longo, estendendo-se de junho a dezembro.
A frutificação do araçazeiro também se estende por um longo tempo, ocorrendo durante a primavera e verão. Os frutos são do tipo baga, pequenos, globosos, de casca vermelha ou amarela, com polpa de cor creme a esbranquiçada, suculenta, doce e ácida, de sabor e aspecto semelhantes à goiaba, e com numerosas sementes. Os frutos, ricos em vitamina C, podem ser consumidos in natura ou na forma de sucos, sorvetes, doces, compotas, licores ou marmeladas. Eles também são muito apreciados pela fauna silvestre, que se encarrega de espalhar as sementes(info. via jardineiro.net)
02 – Cambuí-roxo:  
cambuí 1Imagem via Flickr (Anestor Mezzomo)
cambuí 2Imagem via wikipedia
Cambuí vem do tupi e significa “galho fino”.  É uma arvoreta ramificada de 2 a 4 metros de altura, com copa arredondada, cônica e densa com até 2 metros de diâmetro. O tronco é liso e avermelhado, lembra o tronco da goiabeira. Os frutos são bagas de 2 a 3 cm de diâmetro de cor roxo enegrecido quando madura. Frutifica nos meses de março a maio. Os frutos são consumidos in natura e muito apreciados. Os frutos sem sementes são ótimos para se fazer bolo e também servem para fabricar sucos, sorvetes e geleias. As flores são apícolas e a arvore é ornamental podendo ser cultivada com sucesso na arborização urbana.
03 – Cabeludinha: 
cabeludinha 1Imagem via RedeGlobo (Giselda Person)
cabeludinha 2Imagem via RedeGlobo (Giselda Person)
Arbusto perene de 2 a 4 m de altura com copa frondosa e compacta. Suas folhas são verdes, coriáceas, alongadas com 6 a 11 cm de comprimento, formadas dois a dois e opostas nos ramos, a nervura principal é saliente na face inferior e as margens do limbo recurvadas para baixo. O pecíolo é curto e as flores são brancas, pequenas, hermafroditas, autoférteis, formadas em grande quantidade, em gluméluras e axilares. Os frutos maduros são globosos, casca grossa, cor amarela-canário, a polpa é translúcida, suculenta, doce e levemente ácida (adstringente). Em cada fruto contem 1 a 2 sementes grandes.
Ocorre naturalmente nos estados do Rio de Janeiro, sul de Minas Gerais e de São Paulo. As condições favoráveis ao bom desenvolvimento e frutificação são: clima ameno a quente, solos férteis ricos em matéria orgânica e boa disponibilidade de água durante o ano. A propagação é feita por sementes e por enxertia. O florescimento ocorre no período de maio a junho. É uma espécie frutífera e por isso atrai grande quantidade de animais, sendo muito útil na recuperação de áreas degradadas. Além disso, por ser uma planta de bela arquitetura, pode ser usada nos trabalhos de paisagismo de praças e jardins. (info. via ibflorestas.org)
04 – Cambuci:
cambuci 1Imagem via crfg.org
O nome cambuci é de origem indígena e deve-se à forma de seus frutos, parecidos com os potes de cerâmica que recebiam o mesmo nome. Parente da goiaba e da pitanga, o cambuci é caracterizado por ser muito azedo e conter grandes quantidades de vitamina C. Infelizmente correu perigo de extinção, pois sua madeira era largamente explorada para a fabricação de ferramentas e utensílios básicos, porém com a descoberta do seu potencial econômico já não corre mais o risco de se extinguir. Era tão abundante em São Paulo que até rendeu o nome de um dos bairros mais tradicionais da cidade.
Os frutos do cambucizeiro são lisos e tem cor verde mesmo quando estão maduros, têm cheiro doce e intenso, mas seu sabor é ácido como o deu um limão.
05 – Cereja-do-rio-grande:
cereja do rio grande 01Imagem via Pinterest, foto de Giancarlo Maffezzolli
cereja do rio grande 02Imagem via Flora Digital
A cerejeira-do-rio-grande é uma árvore frutífera e ornamental, bastante popular nos quintais e pomares do sul e sudeste do Brasil. Sua copa é colunar e seu porte é pequeno a médio, alcançando de 5 a 15 metros de altura. O tronco é reto, liso e descamante, com belas tonalidades de cinza, castanho, verde ou vermelho, dependendo da fase da casca. As folhas são simples, cartáceas, brilhantes, opostas, lanceoladas a elípticas e aromáticas.
As flores são axilares, longopedunculadas, solitárias, pentâmeras e brancas. O centro da flor é caracterizado por numerosos e longos estames, com anteras amarelas. Os frutos são bagas subglobosas a piriformes, de casca fina, cor vermelha a negra quando maduras, coroados pelo cálice persistente. Cada fruto pode conter de uma a três sementes de cor castanha, grandes e oblongas. Floresce e frutifica na primavera.
No jardim ou no pomar, a cerejeira-do-rio-grande se destaca pelo tronco elegante e copa decídua, que marca as estações e ainda fornece numerosos frutinhos. Além disso, é indispensável em áreas de reflorestamento, pois é muito atrativa para a vida silvestre. Os frutos são muito saborosos, doces e levemente ácidos, com polpa carnosa e suculenta. Eles podem ser consumidos in natura ou na forma de compotas, geleias, sorvetes, vinhos, licores, etc. Também pode ser plantada em vasos. A queda dos frutos produz um certo lixo e mancha calçadas e carros, por este motivo, deve se evitar seu uso em áreas de estacionamento. (Info. via jardineiro.net)
06 – Gabiroba-arbórea:
campomanesia laurifolia02Imagem via Árvores do Brasil
guabiroba arborea 01Imagem via Árvores do Brasil
Com a crescente busca por jardins mais sustentáveis e ecológicos, a gabiroba vem ganhando lugar de destaque no paisagismo brasileiro, pois além de ser frutífero, ele ainda atrai a fauna silvestre e apresenta uma floração espetacular. Não obstante, é ideal para jardins onde a economia de água é importante, pois é bastante resistente à estiagem. Utilize como arbusto isolado ou em grupos, formando renques ou conjuntos mistos e informais em canteiros bem adubados e drenados. O crescimento é moderado e apresenta baixa manutenção, que restringe-se a podas de formação, adubações anuais e remoção de ramos secos e mal formados. Também pode ser plantado em vasos. Seu uso deve ser ampliado para projetos de recuperação ambiental.
A gabiroba é um fruto muito saboroso, com polpa doce e casca amarga. Ele geralmente é consumido in natura, mas rende deliciosas geléias, assim como compotas, licores, sorvetes, picolés, etc. As folhas da gabiroba, utilizadas em infusão ou extratos, tem comprovado poder de reduzir o colesterol ruim(LDH) e aumentar o bom(HDL), ajudando no tratamento e prevenção de doenças circulatórias. (Info. via jardineiro.net)
07 – Grumixama:
grumixama 02Imagem via Meu Pomar
grumixama 01Imagem via wikipedia
Grumixama é uma árvore de porte médio, altamente resistente à variação climática, que ocorre do sul da Bahia até Santa Catarina. Suas flores são brancas com muito perfume, possui copa densa e estreita. Quando adulta, pode alcançar até 15 metros de altura.
Como toda frutífera nativa a grumixama serve como alimento para animais silvestres e, apesar do seu crescimento lento, é muito utilizada nos projetos de restauração florestal.
Esse é um verdadeiro presente de natal pois frutifica nos meses de outubro a dezembro. Os frutos são deliciosos para serem consumidos in-natura ou aproveitados para fazer sucos, doces, rechear bolos e sorvetes. A arvore é ornamental e ótima para arborização urbana e as flores são melíferas. Seu nome vem do Tupi, e significa ”Fruta que pega ou aperta na na língua ao comer”.
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sábado, 5 de março de 2022

Tudo sobre o abacate

 Fonte: blog profissão bióloga

 Considerações sobre as diferenças do abacate cultivado no Brasil e no México

(1) ZATTONI, I. C.,
Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas
Especialista em Tecnologias Ambientais – FATEC-SP
Advogada – OAB/SP: 185.774
Curriculum Lattes: http://lattes.cnpq.br/4283691898713098

O fato do abacate ser um fruto considerado “doce” no Brasil e no México ser usado abundantemente em pratos salgados geralmente causa estranheza aos turistas que visitam ambos os países. Mas o abacate consumido no Brasil seria outra espécie  daquele apreciado pelos mexicanos, ou estamos lidando sempre com o mesmo fruto, mas utilizado de forma distinta?



A “guacamole”, iguaria que tem como ingrediente base o “avocado”, talvez seja uma das comidas típicas mexicanas mais conhecidas pelos brasileiros. Creio eu que antes de experimentá-la todos nós sentimos um pouco de curiosidade pelo fato de ser um prato salgado e, aqui no Brasil, costumeiramente consumimos o fruto em forma de vitaminas, sorvete ou acrescentado de açúcar... ou seja, sempre de uma forma doce.


Mas afinal: o abacate brasileiro é a mesma fruta que o aguacate / avocado mexicano? A resposta seria sim... e não! 


Primeiramente, vamos abordar um pouquinho da história e origem do abacate, uma fruta apreciada e que faz parte da dieta da maioria dos países da América Latina.








História e origem do abacate

O nome abacate vem do espanhol aguacate, que por sua vez tem sua origem na palavra náhuati, do idioma náutatle ou asteca, que literalmente quer dizer testículo. Os incas do Peru o chamavam de palta ou palto e esta ainda é a denominação mais comum no Peru, Argentina, Equador e no Chile, embora em outros países de língua espanhola também seja chamado de aquaquate. O termo “avocado” é geralmente usado nos países de língua inglesa, independente de sua espécie.


Os autores especializados divergem da origem da planta, mas é consenso comum ser nativa na América Latina; todavia, acredita-se que o México seja o país mais provável, visto que até hoje o fruto é encontrado em sua forma selvagem. As primeiras referências ao abacateiro foram feitas pelos exploradores espanhóis que desembarcaram na América, isto é, entre os anos de 1526 e 1554, através de relatos que descreviam plantas encontradas na antiga Cidade do México e na região onde hoje é a Colômbia. Alimento básico consumido há milhares de anos pelos habitantes da região, o fruto ganhou status de superstar e se espalhou pelo mundo: sua presença é citada na Jamaica em 1657, em 1750 foi introduzido na Indonésia, em 1833, na Flórida, na Austrália no final de 1800 e em 1908, em Israel. Há registros de que no Brasil o abacateiro foi introduzido em 1809, vindo da Guiana Francesa.


Acredita-se que o abacate tenha chegado à Califórnia por volta dos anos 1850, sendo que atualmente os pomares perto de San Diego, Los Angeles e Santa Barbara produzem quase 90% da produção total da América: a espécie Hass (popularmente conhecida como “avocado”) compõe a maioria da safra, apesar de pequenas propriedades ainda cultivarem outros tipos. Já a Flórida foca sua produção em espécies de frutos grandes, de pele lisa e carne doce, muito popular entre populações de imigrantes caribenhos.





Características botânicas do abacate

O abacate foi identificado como Persea americana (que atualmente engloba mais de 150 espécies), conforme a classificação completa à seguir:


Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Laurales
Família: Lauraceae
Gênero: Persea
Espécie: Persea americana



A classificação principal de variedade de abacate é feita em 3 grupos ou raças principais:

Antilhana (P. americana variedade americana): são os abacates conhecidos como “comuns” ou “manteiga”. São originários das regiões baixas e tropicais da América Central e da América do Sul. Adaptam-se ao clima tropical, suportando no máximo a temperatura de -2ºC e são tolerantes à salinidade. Os frutos são grandes, maiores do que os das outras raças; possuem formato piriforme, com baixo conteúdo de óleo (menor que 8%), apresentam pedúnculo curto, casca lisa e coriácea e tendem a ser verde amarelados quando maduros.

Guatemalense (P. americana variedade guatemalensis): originária das regiões altas da América Central. Os frutos possuem tamanho pequeno,formato redondo, pedúnculo longo e a casca espessa e rugosa. O caroço tende a ser preso à polpa. O conteúdo de óleo é intermediário entre as outras duas raças. Suporta temperaturas de até -4ºC.

Mexicana (P. americana variedade drymifolia): raça nativa das regiões elevadas do México e da Cordilheira dos Andes, bastante resistente o frio, suportando até -6ºC. Os frutos tendem a ser pequenos, com alto teor de óleo (maior que 20%), a casca é fina e lisa e o caroço é relativamente grande em relação à polpa. O fruto apresenta formato piriforme.



  




As subespécies são intercruzáveis e originaram as variedades modernas de abacateiro, utilizadas nos pomares comerciais, que são subdivididas nos grupos A e B, de acordo com a abertura das flores. Ambos grupos devem ser cultivados em conjunto, para que a polinização nos pomares seja otimizada, já que os órgãos sexuais masculinos e femininos amadurecem em períodos distintos nos dois grupos. A polinização é feita por abelhas.



Diante dessa breve explicação podemos concluir que o abacate é um fruto que possui espécies e subespécies diferentes, intercruzáveis e enxertáveis entre si, que originam frutos híbridos. Portanto, levando em consideração a classificação das raças e subespécies, aqueles que estamos acostumados a consumir de uma forma doce aqui no Brasil geralmente não se tratam dos mesmos utilizados na culinária mexicana.

 
Espécies cultivadas no Brasil e no México


- Brasil

Na cultura comercial do abacateiro, as espécies são classificadas em:
1) tipo exportação;
2) consumo interno. 

Na maioria dos países toda a safra serve para os dois fins, mas no Brasil as variedades tipo exportação não são bem aceitas no mercado interno, que geralmente tem preferência por frutos grandes, que apresentam baixo teor de óleo e comumente são das raças antilhana ou guatemalense; dentre elas, destacam-se a Fortuna e Quintal. Em relação à exportação, as variedades mais cultivadas são a Fuerte e a Hass. 



  







O site Hortibrasil (link no final deste post) descreve as principais espécies comercializadas na CEAGESP (Centro de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo):



Breda: é uma espécie do tipo A, possível híbrido das raças Antilhana e Guatemalense. Possui alto valor comercial, formato piriforme e sem formação de “pescoço”.



Fortuna: pertence ao grupo floral A, sendo um híbrido entre as raças Antilhana e Guatemalense. Os frutos são muito grandes, com peso entre 600 e 1000 g, piriformes, de casca lisa e verde escuro, polpa amarela e caroço solto. O conteúdo de óleo é por volta de 8%.

Geada: também conhecido como ‘Barbieri’ ou ‘Limeirão’, pertence à raça Antilhana e ao grupo floral B. O fruto também é piriforme a ovalado, sem “pescoço” de um verde mais claro que o ‘Fortuna’, a polpa é amarela com a semente aderente. O conteúdo de óleo é bastante baixo, por volta de 3,5%.

Margarida: apresenta várias características da raça Guatemalense, como folhas novas com coloração arroxeada, frutos redondos e de casca rugosa, a polpa é verde clara e o caroço pequeno.



Quintal: é outro híbrido das raças Antilhana e Guatemalense, pertence ao grupo floral B. Os frutos são grandes, pesam entre 500 e 900 g, a casca verde clara, lisa, a polpa é amarela e o caroço aderente à polpa. O formato é piriforme, com “pescoço” bastante proeminente.

Nossa pesquisa também indicou outras espécies bem aceitas no mercado interno brasileiro:

Ouro Verde: o fruto tem base angular e pesa ao redor de 845 g. A casca possui superfície rugosa, o caroço é elíptico e solto, pesando aproximadamente 140g. A polpa é amarela e possui baixo teor de fibras (Teixeira et al, 1991).


Pollock: as árvores são de porte médio, e possuem fraca resistência a geadas, possuindo precocidade normal e produção constante. Os frutos pesam em torno de 775g, são piriformes, a casca é lisa, mas coriácea. A polpa é adocicada, com baixo teor de óleo e fibras. O caroço é pequeno, cônico e aderente.

Prince: tem pouca resistência à geadas e sua produção é constante. Os frutos pesam em torno de 670 g, são obovados, a casca é verrugosa, lenhosa e verde. A polpa é de sabor neutro e possui rendimento médio da ordem de 74%. O caroço é aderente.

Reis: o fruto pesa em torno de 790 g. Sua casca é levemente rugosa, textura lenhosa e aparência lustrosa. A semente é aderente à cavidade e pesa em torno de 105g. A polpa possui um sabor semelhante a nozes, com baixo teor de fibras. Seu rendimento é da ordem de 78%, sendo 1% de proteína e 13,8% de óleo.

Simmonds: é pouco resistente a geadas; os frutos são grandes, elípticos, a casca é lisa, coriácea. A polpa possui baixo teor de óleo. O caroço é grande e elíptico.

Solano: árvore de grande porte, alta produtividade e produção constante. O fruto pesa em torno de 800 g. A casca é levemente rugosa e espessa. A polpa é amarelo-ovo, não possui fibras e tem alto rendimento.
As espécies brasileiras podem ser encontradas principalmente entre os meses de janeiro a outubro, contudo algumas variedades como o Geada e o Breda também são encontradas em novembro e dezembro.

O abacate MANTEIGA, que possui formato de pêra, possui polpa macia e sem fibras. Destaca-se que especialmente as espécies FUCKS e GEADA têm muita polpa e baixo teor de gordura, por isso são bastante indicados para o preparo de cremes. Já o MARGARIDA, por ter médio teor de óleo, poderá ser utilizado no preparo de saladas. O FORTUNA, que possui a polpa adocicada e também médio teor de óleo, é uma boa opção para ser consumido in natura. Por fim, o BREDA, que possui médio teor de gordura, é o substituto mais adequado do HASS (popularmente conhecido como “avocado” ou “abacate mexicano”) para a preparação da guacamole. Por fim, o abacate QUINTAL é a espécie cultivada no Brasil que possui a polpa mais doce; com teor médio de óleo, é o mais apropriado para ser consumido in natura.

 

Como escolher


Os melhores frutos são os mais pesados e firmes. Se estiver duro, ainda não está bom para o consumo, mas o abacate amadurece bem fora do pé.




Os abacates de casca verde-claro e sem manchas são os melhores. Porém, a fruta pode apresentar algumas manchas de cor marrom-clara na casca, sem que isso indique má qualidade do produto — o defeito é apenas superficial.




Para saber se o abacate está maduro, a casca deve ceder com uma leve pressão dos dedos.




- México

Foram encontradas evidências em Coxcatlán, Puebla, que o cultivo do abacate vem desde 10.000 a.C. Destacamos que entre as décadas de 50, 60 e 70 do século XX as raças mais cultivadas no México foram Fuerte, Bacon, Rincon, Zutano e Mexican, porém a partir dos anos 1980 iniciou-se o cultivo de outras subespécies.



Desde o ano de 1963 o estado de Michoacan estabeleceu-se como um forte produtor do fruto, com uma grande produção e inserindo no mercado nacional as variedades Fuerte e Creole. Para se ter uma ideia, em 1997 esse único estado alcançou a produção de 891,873 toneladas, o que correspondeu a 77% da safra nacional do citado ano.



Todavia outros estados são produtores do fruto, porém em cada um deles a produção é de uma espécie que se adapta à condição climática e geográfica da região. Internamente, os mercados mais importantes de abacate no México são os estados de Puebla, Sinaloa, Coahuila, Nuevo León, Chiapas, México, Distrito Federal, Jalisco, Quintana Roo y Guerrero, com um consumo percapita de cerca de 10 Kg.






Fonte: http://www.tlahui.com/medic/medic28/aguacate.htm 

Anualmente o México exporta apenas 5% de sua safra em razão do consumo interno ser bastante grande e demandar frutos frescos, e, na Europa, há a competição de mercado entre Espanha, África do Sul e Israel. Porém, nos últimos anos o abacate mexicano ganhou o mercado norte americano, onde possui bastante aceitação.

As principais espécies de abacate cultivadas atualmente no México são: Bacon, Criollo, Fuerte, Hass, Pinkerton e Reed.


Abacate Bacon
Fonte: http://www.frutaselporton.es/apps/wa1/Frutas.html 


Abacate Criollo 
Fonte: http://www.frutaselporton.es/apps/wa1/Frutas.html


  Abacate Fuerte


 Abacate Hass


Abacate Pinkerton
Fonte: http://www.frutaselporton.es/apps/wa1/Frutas.html


    Abacate Reed


Bacon: possui forma ovalada, semente de tamanho mediano a grande, é fácil de descascar. A polpa tem coloração amarelo-esverdeada, textura e sabor suaves. Quando maduro, a casca fica escurecida. Sua safra vai do outono à primavera mexicana (setembro à junho).



Criollo: é uma espécie mais resistente ao frio, por isso é cultivado nos estados onde a temperatura anual geralmente é mais baixa. Possui casca escura, e ao amadurecer a polpa adquire a cor amarelo limão.



Fuerte: com formato periforme, possui casca grossa, na coloração verde com pontinhos amarelos (que não escurece no amadurecimento) e levemente áspera ao toque. Tem polpa cremosa e sabor acentuado.



Hass: o popular “avocado” é uma subespécie de abacate oriunda de um enxerto desenvolvido por Rudolph Hass, sendo o tipo mais popular no mercado internacional. Devido a sua importância, mais adiante nos aprofundaremos nas características e detalhes dessa espécie.



Pinkerton: de tamanho médio, possui formato redondo, pescoço em forma de pera e a casca mais grossa que as outras espécies de abacate. A polpa é cremosa e muito saborosa. A safra ocorre entre o inverno até a primavera mexicanos (dezembro à junho).



Reed: quando maduro sua casca permanece grossa e verde, porém é fácil de descasca-lo. Contém uma semente de tamanho mediano e sua polpa é saborosa. É disponível entre o verão e início de outono mexicanos (junho à setembro).




Avocado / Hass

Acima: abacate brasileiro, de espécie desconhecida, colhido em via pública; no centro, abacate tipo Hass (a caneta serviu como comparativo de tamanho entre as espécies).

Fonte: arquivo pessoal.


Nome científico: Persea gratíssima Gaert.


Origem: Califórnia.


Como dissemos anteriormente, se trata de uma subespécie híbrida, proveniente de um enxerto. Tem formato ovalado e, quando maduro e bom para consumo, a casca do fruto, que possui textura rugosa, tem coloração marrom escura. A polpa é bastante densa, sua cor varia do verde claro ao amarelo claro, com sabor mais concentrado, devido conter menos água em sua composição, assemelhando-se a cremes amanteigados. O peso médio aproximado é de 85g.


Apesar de se tratar de uma subespécie, existem mais de 30 variedades desse fruto espalhados pelo mundo e a produção geralmente inicia após 2 anos do plantio.


É considerada a fruta mais nutritiva da natureza. É rico em gordura monoinsaturada, a mesma presente no azeite de oliva, que ajuda a reduzir os níveis de colesterol no sangue. Curiosidades: O avocado possui 634 mg de potássio a cada 100 gr, o dobro do abacate convencional, além de conter vitamina A e E.
 
No Brasil o cultivo iniciou há 40 anos atrás, quando o engenheiro agrônomo Paulo Roberto Leite de Carvalho trouxe as primeiras mudas. A fazenda pioneira no cultivo desse fruto está localizada no interior de São Paulo, na cidade de Bauru, e produz atualmente 6 mil toneladas anuais de frutos em seus 500 hectares, para o consumo interno e externo (90% da produção tem como destino o exterior, tendo como os europeus seus maiores compradores).




Curiosidades:



- para saber se o fruto está no ponto para a colheita é feita uma análise onde é obtida a quantidade de óleo presente no avocado;



- por ser um fruto sensível, até hoje a colheita é feita de forma manual: um por vez e com muito cuidado para não “machucá-lo”;



- o trabalho de empacotamento é geralmente feito por mulheres, por serem mais delicadas e preocupadas com a estética das caixas;















- possui menor quantidade calórica em relação às outras espécies de abacate (cerca de 10% a menos) e é considerado atualmente como a fruta mais nutritiva;



- o avocado possui alta concentração de vitaminas, minerais, proteínas e fibras, e ainda proporciona versatilidade na culinária.

- é um excelente aliado para a saúde, sendo hoje um “queridinho” para aqueles que praticam a alimentação saudável, visto que é benéfico para o coração, envelhecimento, cãibras, impotência, equilibra o colesterol e combate os radicais livres.

 


A fruta oferece 14 minerais e 11 vitaminas e quando comparado com outras, o avocado apresenta-se como uma ótima fonte de vitaminas como a B6, E, C além de conter fósforo, potássio e magnésio. E essa combinação faz do fruto um poderoso antioxidante, importante no combate aos radicais livres, tornando-o um poderoso aliado na prevenção de doenças cardiovasculares, câncer e do envelhecimento precoce.


Merecem destaque na composição do avocado: o potássio, que é o mineral mais abundante na polpa, previne as cãibras e o fósforo e é fundamental para a formação dos ossos e dentes.


É rico em ácidos graxos (gordura) monoinsaturados do tipo ômega-9, o que auxilia na redução do "mau" colesterol (LDL). E ao contrário do que se pensa, a gordura presente no avocado é umas das mais importantes auxiliadoras no emagrecimento, diminuindo o estado inflamatório do organismo (já está cientificamente comprovado que a obesidade é uma doença inflamatória assim como diabetes, hipertensão, depressão, artrite, celulite, etc).


Além disso, é excelente fonte de fibras, principalmente pectina, um tipo de fibra solúvel, apresentando quatro vezes mais fibras quando comparado com outras frutas, como a maçã. As fibras, além de prevenir doenças como o câncer de cólon e auxiliar o funcionamento do intestino, dão sensação de saciedade.


O avocado deve ser incluído até mesmo em uma dieta de emagrecimento, pois a gordura presente diminui o estado inflamatório, estado esse que está muito presente no sobrepeso e obesidade. O que deve-se ficar atento é a quantidade consumida que pode ficar em torno de três colheres de sopa por dia e lembrar de não colocar açúcar por cima, porque nesse caso a pessoa está adicionando calorias que não trarão benefícios nenhum a saúde. Dê preferência a gotas de limão.


Após aberto o avocado deve ser colocado na geladeira. Na temperatura ambiente ele estraga devido à quantidade de gordura em sua composição.



Características do Avocado

Os dois tipos de avocado mais conhecidos no mercado são: FUERTE (já descrito anteriormente) e o HASS, que é o mais conhecido e utilizado. Eles possuem algumas diferenças entre si:


 



HASS: tem formato arredondado e sua casca possui textura áspera. Quando está maduro, externamente apresenta uma coloração mais escura (próximo ao preto) e é mais macio ao toque.


FUERTE: possui formato pêra (alongado, e sua casca tem coloração verde brilhante e lisa.

Fonte: http://www.jaguacy.com.br/site/avocado.php?item=2


Por fim, deixamos aqui um link com dezenas de receitas para serem feitas com o avocado, indo além da tradicional guacamole e de seu consumo in natura, acompanhando sanduíches e sopas: 
 
Produção e consumo do abacate
O México é atualmente o maior produtor do fruto (com 33% do volume), seguido pela Indonésia, República Dominicana, Estados Unidos, Colômbia, Peru, Quênia, Chile, Brasil e Ruanda, concentrando esses países 81% da produção mundial

O comércio internacional cresceu muito - de 2.088 toneladas em 1.961 para 903.016 toneladas em 2010, quando representou 23% da produção mundial. Nos últimos anos o crescimento continua grande: mais do que dobrou entre 2000 e 2010.

Dos 14 países que exportam abacate 10 são responsáveis por 90% do volume de exportação em 2010: México (39%), Chile (13%), Holanda (9%), Peru (7%), Espanha e África do Sul (6% cada), Israel (4%) e Estados Unidos (3%).
 
126 países importam abacate, sendo que 10 respondem por 80% do volume e 02 (Estados Unidos com 21% e México com 19%), por 40% do total.

Os Estados Unidos é o maior importador – o seu volume de importação cresceu 3 vezes entre 2000 e 2010 e a sua participação no volume mundial de importação foi de 13 pra 21%.

O México é o maior produtor (33%), o maior exportador (39%) e o segundo maior importador (19%) de abacate do mundo.

A importação de abacate pelo Brasil é muito pequena – 0,14% do total em 2010.
 

Considerações finais

Existem diversas espécies de abacate, mas não podemos afirmar que uma é melhor que a outra: cada fruta é simplesmente diferente.


No Brasil consumimos preferencialmente as variedades híbridas oriundas das espécies Antilhana e Guatemalense, que resultam em frutos grandes, polpas macias, adocicadas e quantidade mediana de óleo. Já no México os híbridos são o resultado do cruzamento entre a espécie Mexicana com as outras duas, dependendo, principalmente, do clima da região onde será o cultivo.


O Brasil é o único país que consome o abacate preferencialmente de forma doce: seja só com açúcar, na forma de creme para a sobremesa ou batido com frutas e servido na tradicional vitamina. No restante do mundo a guacamole (de origem mexicana) é o prato mais conhecido: trata-se do avocado amassado juntamente com pedacinhos de tomate, cebola cortada em pequenos pedaços, alho, limão, coentro, sal e pimenta à gosto.


Para saber mais:

O Ceasa de Campinas disponibiliza uma cartilha didática e bastante interessante sobre o abacate, abordando a morfologia do fruto, seu cultivo e outras informações. Para acessar,  clique aqui!

Referências bibliográficas:



Avocado Source




Axialind




Fruticultura




Hortibrasil


http://www.hortibrasil.org.br/jnw/index.php/novidades/79-geral/1209-numeros-do-abacate- 



Jaguacy Avocado Brasil




Mudas Frutíferas 



Portal G1






Sangarpa  



Tudo natural para o bem




UOL
http://www2.uol.com.br/vyaestelar/nutricaofuncional_avocado.htm

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