segunda-feira, 30 de maio de 2011

Masanobu Fukuoka. Da "agricultura natural" ao "reverdecer"

por Toni Marin


Sessenta anos junto à natureza lhe deram o saber para entender quem somos, o que devemos ser e o que temos que fazer no futuro para ser. A alma deste homem humilde (vive com sua aposentadoria), honesto, comprometido até às entranhas, camponês, poeta, filósofo, intelectual, ilumina as mentes e os corações de milhares de pessoas pelo mundo. É um revolucionário, um grande sábio.

Com seus livros e suas palavras nos faz pensar sobre nossa maneira de viver e nos indica o caminho e como chegar nele. Seu método revolucionário de agricultura natural, seu invento das "nendo dango" (bolinhas de argila em japonês) para converter desertos em bosques, seus livros, tudo o que diz e sua filosofia de vida o convertem sem dúvida em um personagem excepcional.

Sua filosofia de vida, faz-lhe feliz?

Se não tivesse me conectado à minha filosofia, há anos que estaria morto. Só existe uma coisa: que todo é um. Também descobri que não há nada que exista neste mundo, esta é a idéia que tenho perseguido. Tenho tentado entrar cada vez mais nos detalhes do mais profundo do NADA. A única grande idéia que tive aos 25 anos é que tudo é o mesmo.

Em geral seu pensamento está conectado com o NADA, “MU”, FAZER NADA. De acordo com este pensamento, até a educação é inútil. O conhecimento em si mesmo é algo que separa as coisas. Fukuoca diz "se utilizas este pensamento para separar o vermelho do negro, aprendeste a separar o vermelho do negro, mas nada sobre o vermelho ou o negro".

Como se explica que uma pessoa de sua idade tenha tal vitalidade?
Todo o secreto é que não me preocupo em absoluto com minha saúde. Talvez seja o fato de que há 60 anos decidi fazer-me de louco e fazer loucuras.

Crê que sua filosofia é transcendente?
(Sorri) Demasiado simbólico. Não sinto que seja assim. Sou um homem muito simples, muito normal. Meu grande privilégio foi ter descoberto que sou louco. Por isso não me sinto ofendido quando alguém diz algo estranho sobre mim, como tampouco me sinto maravilhado quando me elogiam. Penso que não tenho talento para fazer uma ONG. Por outro lado nunca vi uma organização funcionando bem, necessitam dinheiro e infra-estrutura para funcionar. Para reverdecer só são necessárias sementes e argila.

O que lhe pareceu a paisagem do Mediterrâneo desde a Grécia, Itália e Espanha (com a ilha de Mallorca)?
Também comparando com as paisagens africanas estas aqui são desertos rochosos, que serão muito difíceis de reverdecer. Às verduras, parece-me que lhes falta o sabor delicado. Creio que este sabor delicado que lhes falta é como se a natureza fosse muito simples e os nutrientes também. Parece que isso se passa com toda a natureza. À natureza falta-lhe vitalidade e esta deficiência se transmite aos alimentos e através deles, às pessoas. Não vejo variedades nos campos.


Que lhe parece esta paisagem tomada de oliveiras?
Parece ser a árvore que mais agüenta este clima. Uma árvore ideal para o deserto. E aqui é um deserto. Podes pensar que isso (o que vemos aquí) é a natureza tal qual. Numa área de uns 10 mts. só há cinco tipos de frutíferas diferentes. Com 30 tipos de frutíferas e que cada uma delas tenha 5 a 6 variedades poderíamos ter 150 tipos de fruta. Fazem 2.000 anos que se cortaram as árvores da floresta para se construir barcos. Começou a erosão e o avanço do deserto. Venho o deserto da Espanha para esta ilha (Mallorca). A agricultura moderna e a erosão são as causas para que este processo continue. Desapareceram a cultura e o uso dos bosques. A fome do mundo, a violência social e étnica. Estas coisas ocorrem porque se acelerou a destruição da natureza, se se perder mais uns 3% mais dela, o mundo se destruirá. Abri este livro (tem nas mãos um livro sobre a Mallorca e o mediterrâneo), demonstrando que é assim que o mundo pode chegar a ser. Sacrificar la natureza para o desenvolvimento de uma civilização. A civilização e a cultura vão em declínio e terminaremos neste deserto de pedra e terra. Este local deveria ser um bosque com árvores de 100 mts. Agora só nos resta a água armazenada nas pedras e esta é nossa última oportunidade.

Como solucionar a questão da fome?
O erro básico é quando o ser humano pensa que é ele que produz a comida. Por isso utiliza produtos químicos. As coisas que se faz para controlar a água, barragens, diques, é um erro. Parar o fluxo do rio, suja a água. A água ao fluir com as pedras é muito melhor, a água se purifica. O ser humano pensa que o problema se soluciona fazendo barragens, mas não faz nada para solucionar a falta de água. A água é produzida pela quantidade de folhas que há no solo. Este local está deserto não por falta d’água, mas sim pela falta de vegetação. Na Espanha, no Egito, na Líbia, tiram a água do fundo da terra, agravando o problema, ao tentarem puxá-la do fundo da terra. Destruindo liquens e folhas, pioramos a possibilidade de obter água. Tiramos a água do mar para produzir riqueza. Com este método cremos que estamos controlando a água. O trabalho que esse processo inclui realmente destrói a natureza. O homem queima madeira, carvão, urânio, crê que está criando mais e mais energia, mas está fazendo o contrário. A energia não serve para nada.



O que pensa das sementes híbridas?
Não. Não utilizo híbridos. Venho tentando explicar isso há uns 40 anos. Os japoneses não entendem porque só compreendem uma parte do problema, não sua totalidade. Quando falo do todo se converte em grande. Quando falo de algo concreto se torna pequeno. 60 anos buscando uma boa solução, um bom método, não encontrei. Tornei-me um pouco pessimista, agora tento explicar meus pensamentos com poemas. Si semeias sementes e lhe acrescentas fertilizante de um certo ponto de vista pode estar bem. Mas visto incluindo todas as partes pode o fertilizante ser um erro. Pode-se dizer que hoje em dia na raça humana para aqueles que crêem piamente na ciência que esta se converteu em uma religião. Faz 60 anos que cheguei ao conceito do “não fazer”. A única palavra em minha cabeça tem sido “UM”. Todas as coisas que tem valor realmente não existem. O conhecimento humano não tem nenhum valor, não tem valor a separação das cores, de algo que existe, que não existe.



Como imagina um livro para crianças?
A única esperança para esta situação são as crianças e talvez sejam os únicos sobreviventes. O problema está nos professores, pois eles podem criar mal-entendidos às crianças. Em uma palestra com estudantes na Univ. de Kioto, uma fala de duas horas, converteu-se em uma de 8 h. O tema principal da conversação foi que cremos que o professor de escola média é menos do que um de universidade. Este é um equívoco e me tomou 20 h. para explicá-lo e porque os seres humanos são muito mais estúpidos que os cães. O ser humano crê que tem a habilidade de saber conhecer, e isso não é certo. O ser humano tem dois olhos, os cães também, nós estamos pensando que vemos as mesmas coisas. Os cães e os gatos vêem uma coisa através dos olhos, e não fazem discriminação se é boa ou má, homem-mulher. Os gatos não vêem, é próprio dos humanos. O ser humano crê que conseguiu capturar a cor azul. O ser humano olha a montanha, o vale e vê cada um de uma maneira separada. Pensa que conhece a cada um separadamente. Os gatos e os cães vêem estes elementos, mas não separados. O ser humano dividiu a natureza em 4 partes, os cães as vêem como uma unidade. O ser humano crê que conhece a natureza, no entanto a única coisa que fez, foi dividi-la. O homem a fragmentou em 4 partes, pensando que realmente a conhece, mas não é verdade. Os cães e gatos conhecem-na verdadeira, os homens a dividem em partes. É como se tivéssemos um vaso e o rompemos em 4 pedaços. O ser humano observa um dos pedaços e pensa que é a totalidade, além do mais pensando que é mais inteligente que os cães e gatos que vêem a totalidade. Crê que conhece um ponto, uma linha, entretanto na realidade não conhece nem o ponto nem a linha. De acordo com as palavras de Sócrates: só sei que nada sei. Os seres humanos nem se quer conhecem-se a si mesmos. O único que sabemos é que o ser humano é diferente dos cães e dos gatos, e tendem a pensar que conhecem tudo.



Qual crê que é a razão de que só estudamos o pontual?
O problema se resolve admirando a totalidade. A razão do problema é que utilizamos o conhecimento científico e este é o verdadeiro problema.

Como podemos deixar de ver as coisas deste ponto de vista científico?
Quando o homem se afasta da natureza não pode sentir o coração da natureza. Quando pensamos em cobrar da natureza de forma científica isso é impossível. A razão porque a temos destruído é porque o que fazemos à ela, estaremos fazendo em nosso próprio benefício.

O que pensa dos cientistas?
Só pensam em fazer dinheiro. Utilizando o fundo de uma mina a 3.000 mts. Os cientistas do Instituto Fukuba estão pesquisando a antimatéria e estudos sobre supercondutores. Em uma piscina aceleram as partículas e observam como se comportam.
Aonde nos levarão estes experimentos? Porque buscamos coisas que já sabemos que existem? Porque buscamos coisas que já sabemos que não existem? Estes estudos podem ter algum valor?
Não se pode chamar progresso aquilo que não sabemos como pode acabar. Poderia chegar a resultados de uma força superior à bomba atômica. Se formos capazes de findar com estes experimentos, haveria dinheiro para salvar a África duas ou três vezes. A investigação da antimatéria pode se converter em a coisa mais perigosa que jamais existiu. É tão perigoso porque é somente algo antinatural. Hoje em dia podem ser geradas ratas maiores do que gatos. Imagina-se u ratão perseguindo um gato.

Isto é algo precioso ou monstruoso?
Esse momento está se aproximando. A montanha no rio e as ervas na árvore estão destroçadas. Aqui não existe Deus nem Buda. O humanos estão fragmentando a natureza em minúsculos pedaços.


Quando tempo ainda para a queda do ser humano se isso não se reverte?
No Japão a TV recorreu a cientistas de todo o mundo para discutir este tema e o que se disse é que nos restam 10 anos de vida. Eu avalio em uns 25-30 anos de vida. As coisas chegaram a um limiar. Em todas as questões que envolvem a natureza estamos em um ponto crítico. Penso que se perdermos mais uns 3% da vegetação a humanidade estará em perigo. Se perdermos estes 3%, perderemos a alegria da vida.




Por que perderemos a alegria da vida?
No Japão quando floresce a cerejeira a gente vai ao campo alegre, para ver sua flor, se senta embaixo das árvores e fazem festa. Estão felizes. Bebendo sakê admirando as flores. Quando as plantas florescem, produzem uma oxigenação isso produz ar puro. Se há muito ar puro estamos contentes e bebemos sakê. Se perdermos os 3% da natureza é igual a perder ar puro y perderemos o sentimento de bailar e beber sakê, e as pessoas se esfriarão. Creio que a melhor maneira de recuperar é atirar as bolinhas de argila. Estou dizendo para jogar fora os livros e deixar de pensar. Podes anotar o que quiseres desta entrevista, mas o último parágrafo deves colocar “esta entrevista não serve para nada”. Temos que semear as bolinhas de argila com rapidez porque não tem mais tempo. Depende de cada um de vocês para que isto seja um ponto de partida para o reflorestamento de todo o planeta ou nos restará somente reverdecer somente esta ilha. Não devemos deixar que esta ilha se converta no último paraíso. Aqui deve haver um paraíso para demonstrar para o resto do mundo com um reflorestamento de verdade.



O “nendo dango” é um experimento?
Não posso dizer que seja um invento, é uma imitação da natureza. Quando jogamos nendo dango , semeamos como Deus. Quando fazemos nendo dango temos que nos sentir que somos Deuses. Quando se faz os nendo dango estamos colocando alma na bolinha de argila. Que tipo de sementes devemos semear e quais não? Já não se trata de introduzir ou não espécies não autóctones, trata-se de “sobrevivência”. Tenho um plano de fazer uma olimpíada verde de repovoamento florestal para o Mediterrâneo. A Espanha, sobretudo, padece de um grave caso de desertificação.

Como podemos chegar à consciência das pessoas ante o problema de que a natureza está morrendo?
Vocês terão que inventar as palavras. Eu sou capaz de transmitir este pensamento em poucas palavras. Aqui nesta região da Europa há pouca água, portanto há que dançar e tocar o tambor para atrair a água.

Qual é o seu último projeto? O que está fazendo ultimamente?
Na Grécia com um grupo, estamos levando a cabo um projeto de reverdecer uma extensa área de 10 mil hectares desértica com a ajuda de 500 voluntários e espalhando por todo o espaço bolinhas de argila. Utilizaram 70 toneladas de argila e 12 toneladas de sementes, 5 toneladas de algodão e três toneladas de jornais. Todo mundo colaborou, daí não precisar de dinheiro nem organização. Eu dizia aos jovens: vocês têm que semear bolinhas com alma para que cresçam melhor. Quando semeias “nendo dango”, és como Deus.

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, dezembro de 2005.
fonte: http://www.nossofuturoroubado.com.br/old/12te%20fuku.htm

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Um terço dos alimentos é desperdiçado




O congresso internacional “Save Food” (Economize Comida), realizado nesta semana em Düsserdorf, Alemanha, começou com uma péssima notícia: pelo menos um terço de todos os alimentos produzidos no mundo para consumo humano é desperdiçado. Ou seja: joga-se no lixo ou se perde pelo caminho quantidade de comida que poderia erradicar completamente a fome no planeta, drama que atinge atualmente mais de 900 milhões de pessoas.



O dado impressionante consta no relatório divulgado parcialmente na semana passada e apresentado integralmente no congresso pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O desperdício ocorre de forma diferenciada nos países ricos e nos pobres. Nos ricos, parte dos alimentos vai para o lixo antes do vencimento da data de validade, enquanto nos pobres o desperdício ocorre nas fases de produção, colheita e processamento.


Na América Latina, o maior índice de desperdício se dá na produção de frutas e vegetais. Segundo a FAO, mais de 40% das frutas e vegetais produzidos são desperdiçados durante o processo de produção, pós-colheita e embalagem.

De acordo com o estudo, denominado “Global Food Losses and Food Waste” (Perdas e Desperdício de Alimentos no Mundo) e elaborado entre agosto de 2010 e janeiro deste ano pelo

instituto sueco de alimentos e biotecnologia (SIK), 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçados por ano. A quantidade equivale a mais da metade de toda a colheita de grãos no mundo. Representa, para uma comparação local, oito vezes toda a produção brasileira de grãos em um ano, lembrando que o país deve colher em 2011 safra recorde de 160 milhões de toneladas. Imaginem oito “brasis” produzindo alimentos para descarte total.

O estudo afirma ainda que o mundo emergente e os países desenvolvidos desperdiçam aproximadamente a mesma quantidade de alimentos: 670 milhões de toneladas por ano nos países ricos e 630 milhões nas nações em desenvolvimento.



Diferenças - O relatório da FAO revela ainda que nos países ricos muitos alimentos vão para o lixo antes mesmo de expirar a data de validade. Seriam, portanto, ainda aproveitáveis As médias de desperdício per capita também são muito maiores em países industrializados. Na Europa e América do Norte, cada pessoa desperdiça entre 95 a 115 quilos de alimentos por ano. Na África Subsaariana, a média per capita é de 6 a 11 quilos. No Brasil, segundo a Embrapa, uma família de classe média joga fora o equivalente a 182,5 quilos de alimentos por ano.

As frutas e hortaliças, assim como as raízes e tubérculos, são os alimentos com a maior taxa de esbanjamento, e a quantidade de mantimentos que se perde ou desperdiça a cada ano equivale a mais da metade da colheita mundial de cereais (2,3 bilhões de toneladas em 2009-2010). “A produção total de alimentos ‘’per capita’’ para o consumo humano se situa em cerca de 900 quilos anuais nos países ricos, praticamente o dobro dos 460 quilos produzidos nas regiões mais pobres”, afirma relatório da FAO.

O estudo das Nações Unidas destaca o impacto negativo do desperdício no meio ambiente. “Isso invariavelmente significa que grande parte dos recursos empregados na produção de alimentos é usada em vão, e que os gases que provocam o efeito estufa causados pela produção de alimentos que são perdidos ou desperdiçados também são emissões em vão”, afirma o documento apresentado no congresso da Alemanha.

O levantamento da FAO informa ainda que no mundo emergente o problema maior é a falta de estrutura produtiva. Já nos países ricos, o principal fator é o comportamento dos consumidores. A quantidade total de alimentos desperdiçados nos países industrializados apenas pelos consumidores (222 milhões de toneladas) é quase equivalente ao volume de alimentos produzidos em toda a África Subsaariana (230 milhões de toneladas).



Reduzir perdas - “Reduzir as perdas pode significar um impacto imediato e significativo nos meios de subsistência e na segurança alimentar”, indica o documento da FAO. Especialistas oferecem diversas propostas para reduzir perdas e desperdício. Segundo o estudo, são desperdiçadas grandes quantidades de alimentos devido às normas de qualidade que dão excessiva importância à aparência. “As pesquisas indicam que os consumidores estão dispostos a comprar produtos que não cumpram as exigências de aparência caso não sejam nocivos e tenham um bom sabor”, indica a agência das Nações Unidas. O relatório também recomenda aos países a adoção de projetos de educação das crianças nas escolas e apoia iniciativas políticas para mudar a atitude dos consumidores.



Brasil joga fora toneladas de comida

O volume de alimentos desperdiçados no Brasil pode variar de acordo com a fonte, mas em nenhum dos casos ele deixa de ser gigantesco. A Associação Prato Cheio calcula que cerca de 30% dos alimentos produzidos no Brasil vão parar no lixo - sem qualquer chance de aproveitamento. Pesquisa de ONG que combate a fome e o desperdício de comida apontou as principais causas desse desperdício: problemas no manuseio de frutas, verduras e legumes durante a colheita e o transporte. No centro da discussão está a falta de treinamento da mão-de-obra.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), o Brasil desperdiça, por ano, comida que poderia alimentar 62 milhões de pessoas. Mais de 60% do que é plantado se perdem entre colheita, transporte, processamento e hábitos alimentares. Mas esses números referem-se a 2008. Presume-se que tenham crescido. O que não mudou muito é a divisão por fases: do total de desperdício no país, 10% ocorrem durante a colheita; 50% no manuseio e transporte dos alimentos; 30% nas centrais de abastecimento; e 10% diluídos entre supermercados e consumidores.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) informa que só no transporte rodoviário de grãos o prejuízo anual é de pelo menos R$ 2,7 bilhões. Os produtores e distribuidores não são os únicos culpados. Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) indicam que família de classe média joga no lixo, por ano, 182,5 quilos de alimentos próprios para o consumo.

Conforme Embrapa, são desperdiçados por ano no Brasil só nas centrais de abastecimento nacionais 26 milhões de toneladas de alimentos, volume suficiente para abastecer 35 milhões de brasileiros, mais do que o dobro dos 14 milhões que, segundo o IBGE, estão em situação de fome crônica no país.

Um outro importante palco de desperdício é formado por restaurantes, lancherias e outros estabelecimentos do gênero. Não há estudos conclusivos que determinem o volume, mas estima-se que a perda no setor de refeições coletivas atinja 15%. Já nas casas, o índice sobe para 20%. No caso dos restaurantes há um atenuante para os donos: por lei, eles não podem doar sobras.

FONTE; CORREIO RIOGRANDENSE
Edição 5.244 – Ano 103 – Caxias do Sul - RS, 18 de maio de 2011.  

quarta-feira, 18 de maio de 2011

BIOFERTILIZANTE ANAERÓBIO - Adapta Sertão

Manual de Capacitação

BIOFERTILIZANTE ANAERÓBIO


É um produto agrícola de baixo custo e rápido preparo (20 a 40 dias), saudável para o produtor e consumidor e não agressivo ao meio ambiente. É produzido a partir da mistura de estercos, enriquecido ou não com uso de cinzas e fosfatos, em meio aquoso sem a presença de oxigênio. O próprio nome diz, bio-(vida) fertilizante, ou seja, é um adubo vivo, pois é constituído de microorganismos vivos.

Como é feito o biofertilizante?
Ele é feito a partir do processo de fermentação sem a presença de ar.


Para que serve o biofertilizante?

O biofertilizante serve para nutrir e proteger as plantas que estão sendo cultivadas além de melhorar a terra pois faz com que aumente a retenção de água e a facilidade de infiltração. O biofertilizante se aplica nas folhas da planta e vem absorvido pela mesma, enriquecendo-a com elementos que são necessários para garantir o bom funcionamento do seu metabolismo.


Por que fazer o biofertilizante?

1. Porque muitos nutrientes são liberados e transformados para que a planta absorva mais facilmente;

2. Porque ele aumenta a quantidade de microorganismos benéficos presentes no solo, reduzindo a possibilidade do aparecimento de doenças;

3. Porque no processo de produção, ele produz gás que pode ser aproveitado em processos de combustão na fazenda.

O que é preciso para fazer biofertilizante? (receita para fazer 180 litros)

1 tambor plástico de 200 litros com tampa de boca larga hermeticamente fechada

(O processo é anaeróbico e não pode entrar ar no tambor)

1 mangueira plástica ½” de 3 metros

1 vasilha 2 litros

50 kg de esterco bovino fresco

15 kg de farinha de ossos

5 kg de cinza de madeira

4 kg melaço de cana ou de rapadura ou açúcar mascavo

100-120 litros de água (sem ser clorada)

100 ml de EM1 puro a ser ativado com o melaço ou rapadura
 

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