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terça-feira, 30 de julho de 2024

Aguapé e azola podem reduzir em até 50% gastos na piscicultura!



segunda-feira, 29 de julho de 2024

Azolla e a fixação biológica de nitrogênio em arroz!!!!

 


A fixação biológica de nitrogênio (FBN) é responsável por inúmeras discussões há anos. Ela consiste em uma simbiose mutualística entre as raízes de leguminosas e bactérias fixadoras de nitrogênio do gênero Rhizobium. A FBN é relacionada na maioria das vezes às leguminosas, porém algumas gramíneas como o milho e o arroz também podem realizar esse processo utilizando plantas, algas e cianobactérias. A planta aquática Azolla é responsável pela fixação biológica no arroz trazendo para essa cultura benefícios na fixação de N e fornecimento de outros nutrientes, quando esta é degradada.

A Azolla é encontrada em rios, riachos e lagos de águas calmas, ela possui um pequeno orifício em suas folhas no qual se aloja uma cianobactéria chamada Anabaena que é a grande responsável pela fixação de N. Uma grande vantagem da simbiose entre Azolla-Anabaena se dá pelo fato de que a cianobactéria se encontra em um esporo da planta, dessa forma não há necessidade de haver inoculação.

A Anabaena sp. possui a enzima nitrogenase que transforma o nitrogênio atmosférico em amônia, forma que a planta é capaz de assimilar. Porém, alguns fatores abióticos podem influenciar o seu desenvolvimento e merecem atenção em sistemas de manejo. Nesse sentido, pode-se citar a altura da lâmina de água, a qual é recomendada estar entre 3 a 5cm de profundidade para que a planta não se aproxime demais do solo, o que limita seu crescimento. O pH também é importante e deve estar entre 4,5 a 7,0, além disso, a salinidade não pode ser muito elevada, pois valores acima de 1g.L-1 são tóxicos.

A Azolla é sensível à concentração de fósforo no ambiente, tendo uma resposta positiva ao incremento deste nutriente, portanto, deve-se tomar cuidado com os níveis desse nutriente no meio. A temperatura ideal varia muito conforme a espécie utilizada, por esse motivo a faixa de adaptação é bem ampla (de -5°C — 35°C). O melhor desenvolvimento da planta ocorre com o fotoperíodo de aproximadamente 20 horas. A Azolla pode sofrer também por ataques de insetos, caramujos e fungos.

Em relação ao seu cultivo, a Azolla possui três sistemas: monocultura em pré-plantio de arroz, cultivo simultâneo ou consórcio e sistema combinado. Na monocultura em pré-plantio o cultivo de Azolla ocorre antes da semeadura ou transplante do arroz. No cultivo simultâneo ou combinado ambas são cultivadas conjuntamente, podendo haver competição por nutrientes nos primeiros dias, porém esse cultivo é favorável quando se trata de controle de plantas invasoras. Por último, o sistema combinado consiste na utilização de ambos os sistemas. O sistema que melhor se encaixa dependerá muito de como a cultura do arroz é implantada.

A Azolla é vista como um adubo verde, principalmente pelo fato de fornecer grandes volumes de biomassa, matéria orgânica e ciclar nutrientes. Estudos feitos na China, EUA e Brasil relatam incorporação de 30 a 60 kg.ha-1 ao sistema. Esta planta também pode ser utilizada como alimento fresco, seco ou fermentado para animais como porcos, marrecos, patos, coelhos, peixes e galinhas.

Tendo em vista todos os elementos e vantagens que a Azolla pode fornecer ao sistema orizícola e também como fonte de proteína para animais ou até mesmo para purificação de águas contaminadas com metais pesados, esta planta é vista como uma alternativa para consolidação de cultivos mais sustentáveis.

Referências:

RUSCHEL, A.P.A Azolla e a cultura arrozeira. Goiânia: EMBRAPA-CNPAF, 1990. 16p. (EMBRAPA-CNPAF. Circular Técnica, 25).

MELÉM Júnior, Nagib Jorge. Efeito da época de incorporação de Azolla para o cultivo de arroz irrigado em gleissolo, em várzea do Rio Guamá — Estuário Amazônico/Jorge Melém Júnior; Raimundo Evandro Barbosa Mascarenhas;

Moisés de Souza Modesto Júnior — Macapá: Embrapa Amapá, 2003. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 64.

Autora:

Julia Damiani, Técnica em Agropecuária — IFRS campus Bento Gonçalves — Acadêmica do 4º semestre de Agronomia e Bolsista do grupo PET Agronomia na Universidade Federal de Santa Maria.

Texto publicado em: https://maissoja.com.br/azolla-e-a-fixacao-biologica-de-nitrogenio-em-arroz/

i)Banana cultivation in high density.ii)Azolla in dairy farming.

segunda-feira, 25 de março de 2024

Azolla: planta aquática prodígio pode melhorar a segurança alimentar após desastres, diz estudo

 Fonte: meteored

O estudo sugere que a planta aquática silvestre Azolla caroliniana pode ser uma nova fonte de proteína para a humanidade, melhorando a segurança alimentar da população após catástrofes.

Azolla
As Azollas, da família das samambaias, são plantas aquáticas nativas de climas temperados. Crédito: Divulgação.

Pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia sugerem, em um estudo publicado recentemente na revista Food Science & Nutrition, que a espécie Azolla caroliniana Willd., uma planta aquática selvagem pequena e rica em proteínas, pode ser uma solução alimentar para o ser humano em caso de uma catástrofe ou desastre.

As vantagens da Azolla caroliniana

A planta, que é da família das samambaias, é vista como prodígio para os pesquisadores, já que além de opção de alimento para os humanos, também pode auxiliar no combate às mudanças climáticas e ser um potencial fertilizante natural.

A espécie Azolla caroliniana Willd. é uma planta comestível selvagem nativa do leste dos Estados Unidos. Outras espécies de Azolla têm sido utilizadas há milhares de anos como fonte de alimento para o gado e como “adubo verde”.

Ela se desenvolve na superfície da água fixando nitrogênio e usando fósforo e a luz solar para se reproduzir. Apenas com esses nutrientes ela consegue crescer rapidamente, dobrando sua biomassa em pouco tempo – praticamente a cada dois dias. Também possui grandes quantidades dos nutrientes zinco, manganês, ferro, cálcio e potássio.

Outro ponto positivo é que, por conseguir fixar seu próprio nitrogênio, a planta não precisa de fertilizantes sintéticos para proliferar. Inclusive, em alguns países da Ásia, ela é usada em algumas plantações fornecendo nitrogênio e impulsionando o crescimento de outras culturas. “Ela só precisa de 5 centímetros de água para crescer. Então você poderia ter um monte de bandejas de 5 centímetros empilhadas umas sobre as outras com luzes de crescimento. E você poderia obter uma quantidade enorme de biomassa saindo desse espaço pequeno”, disse Daniel Winstead, autor principal do estudo.

“Seja para uma ‘solução rápida’ em cenários de catástrofe ou para um plano de resiliência de longo prazo, a Azolla caroliniana tem potencial para fornecer grandes quantidades de proteínas e calorias para pessoas e gado” - disse Michael Jacobson, professor e coautor do estudo.

Além disso, ela absorve uma quantidade significativa de dióxido de carbono (CO2) durante o processo de fotossíntese, tanto que um evento global, chamado “Evento Azolla” (“The Arctic Azolla event”) foi nomeado em sua homenagem. O evento aconteceu há cerca de 49 milhões de anos, quando a planta floresceu em quantidades tão grandes no Ártico que ajudou a reduzir drasticamente os níveis globais de CO2 atmosférico, causando um resfriamento no planeta.

Algumas questões a serem consideradas

Contudo, as pessoas não devem sair comendo diretamente as plantas do gênero Azolla. Isso porque seu uso para consumo humano deve ser limitado devido ao seu alto teor de polifenóis totais (TPC), que são compostos orgânicos encontrados em frutas, verduras, legumes e plantas.

Apesar dos TPCs atuarem como fortes antioxidantes e trazer alguns benefícios para o corpo, quando eles estão em grande quantidade, podem interferir na capacidade do corpo de absorver nutrientes e na digestibilidade.

polifenóis, frutas, legumes
Os polifenóis são compostos bioativos encontrados em frutas, legumes, sementes oleaginosas e vegetais, e possuem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. Crédito: Divulgação.

Contudo, o teor contido na cepa caroliniana é muito menor, e cozinhar a planta o diminui ainda mais, segundo os pesquisadores. Eles fizeram experimentos fervendo, cozinhando sob pressão e fermentando naturalmente a Azolla caroliniana Wild. para reduzir o seu teor de TPC, e mediram esse teor e outros nutrientes antes e depois dos processos. Eles observaram que os métodos reduziram em até 92% o TPC após o cozimento.

Por fim, segundo o estudo, a Azolla caroliniana Wild. é uma planta de alto rendimento e com grande potencial para cultivo e domesticação, o que facilita o seu consumo diante de situações de falta de alimento.

Referência da notícia:

Winstead, D. et alNutritional properties of raw and cooked Azolla caroliniana Willd., an aquatic wild edible plantFood Science & Nutrition, v. 12, n. 3, 2024.

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