sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

FAÇA enxertia em abacateiro (Fenda Cheia) - ESALQ/USP


Com enxertia sua muda de abacateiro, começará a produzir em apenas dois anos. A muda sem enxertia levará pelo menos oito anos para começar o ciclo produtivo.
sucesso!!

Fazendo minhocários para venda



Minhocário com 3 baldes, minhocas californianas e folder com explicação por R$ 90,00, retirando em porto alegre. Aceitamos encomendas.  agropanerai@gmail.com
 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Como um agrotóxico usado na Guerra do Vietnã está destruindo videiras na Campanha Gaúcha

 

Evanildo da Silveira    fonte:  BBC News Brasil

  • De Vera Cruz (RS) para a BBC News Brasil
Homens fumigando plantação
Legenda da foto,

Maior parte dos pesticidas considerados prejudiciais à saúde e ao meio ambiente é vendidos a países pobres ou emergentes

Há cerca de 15 anos, a Campanha gaúcha — a metade sul do Rio Grande do Sul — começou a entrar na lista das regiões produtoras de uvas e vinhos finos do mundo. Entre 2000 e 2015 sua participação no mercado nacional cresceu de 12%, para 20%. Mas a produção de vinho na região está ameaçada. Usado nas plantações de soja, o agrotóxico 2,4-D tem contaminado as videiras vizinhas, causando grandes prejuízo aos vitivinicultores — e levando muitos deles a desistir da atividade.

É o caso de Jacenir Freitas Soares, que tem sete hectares de vinhedo das uvas Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc no munícipio de Lavras do Sul, a 322 km de Porto Alegre. "Antes da chegada da soja na região — e com ela, o 2,4-D — , eu colhia 24 toneladas da primeira e 40 da segunda", conta. "No ano passado, a queda da produção foi de cerca de 50%. Colhi 13,5 toneladas de Sauvignon e 20,3 de Franc. Assim não vai dar para continuar. Em 2022, vou cortar as parreiras e parar de produzir."

O agrotóxico, quando aplicado de forma incorreta ou em condições atmosféricas inadequadas, é levado pelo vento (fenômeno chamado de deriva) e pode chegar a 20 ou 30 km de distância do ponto de origem. Com a deriva, ele atinge os vinhedos vizinhos, causando a queda da produção de uvas e, consequentemente, de vinho. Tecnicamente chamado de ácido diclorofenoxiacético, ele é um herbicida hormonal (que mimetiza alguns hormônios das plantas) desenvolvido na década de 1940.

Esse químico se tornou mais conhecido, no entanto, durante a Guerra do Vietnã (1959-1975, com a participação dos Estados Unidos a partir de 1965), quando associado ao 2,4,5-T ou ácido 2,4,5-triclorofenoxiacético. Essa combinação era usada para produzir o famoso agente laranja, empregado pelo Exército americano para desfolhar as matas daquele país e facilitar a localização de soldados inimigos.

Hoje, o 2,4-D é utilizado nas lavouras de soja antes do plantio para eliminar as plantas consideradas pragas para a cultura.


Leia  mais do artigo em: BBC Brasil

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Colheita de tomate cereja no sítio!

 Na horta de dois metros quadrados colhemos uma porção de tomates. Semeados no canteiro com humus produzido no próprio sítio. Faça cpompostagem!!






sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Como fazer uma Horta Estilo Americano “Square Feet” (para pequenos espaços) site jardineiro net

Fonte site jardineiro net
Horta quadrada
Uma horta no melhor estilo “Square Feet”. Korye Logan
A horta no estilo “Square Feet” é bastante popular nos Estados Unidos, pois ensina a fazer uma horta organizada e produtiva em um pequeno espaço de 1,2 por 1,2 metros, divididos em quadrados com lados de 30 centímetros cada e profundidade de 15cm. Ela foi inventada por Mel Bartholomew como uma forma muito prática de construir uma horta, e a idéia passou a fazer grande sucesso em 1981, com o lançamento do livro Square Foot Gardening (tradução: Jardinagem em Um Pé Quadrado) nos Estados Unidos.
É possível até mesmo montar uma horta linear dependendo do espaço disponível. Foto de Cliotech
Nesse formato de horta, cada quadrado é reservado para o plantio de uma variedade de hortaliça. Outra premissa, é de que ao invés de solo de jardim enriquecido com adubo, se utiliza um composto de vermiculita, terra vegetal e fertilizantes. Aqui no Brasil, podemos utilizar o Substrato Carolina para fazer nossa horta. Esse substrato pode ser facilmente encontrado em casas agropecuárias. Ele geralmente é vendido como substrato para sementeiras.

Que tal ganhar dinheiro fazendo o que mais ama?

Jardinagem e Paisagismo

Se você adora estar entre as plantas e sujar as mãos de terra como eu, pode transformar a sua vida agora mesmo através da profissionalização. Seja feliz hoje, não deixe para depois.
Uma horta prontinha para plantar. Foto de David Sturtz
Há muitas vantagens nesse formato de horta, entre essas podemos citar:
  1. Alto rendimento: o plantio intensivo significa que você colherá muito de um pequeno espaço, por isso é ideal para jardineiros com espaço limitado.
  2. Instalação Rápida: a plantio pelo método Square Foot é uma maneira rápida de iniciar uma nova horta, por isso é ótima para jardineiros iniciantes. Você pode colocar seu canteiro em qualquer lugar – até encima da grama ou em áreas pavimentadas, permitindo que você construa, preencha e comece a plantar em poucas horas. Mesmo que você trabalhe com um canteiro diretamente no jardim, você só precisa preparar as áreas de plantio, não os caminhos, por isso leva muito menos tempo e esforço.
  3. Baixa manutenção: Como a horta é pequena e você tem apenas algumas tarefas para fazer durante o dia, você só precisa investir alguns minutos plantando, cuidando e colhendo em qualquer momento.
  4. Controle de Ervas Daninhas: Se você instalar uma horta pelo método Square Foot, sem utilizar terra comum de jardim, é quase certo que haverá poucas sementes (dependendo da terra vegetal que você utilizar) e portanto, nenhuma erva daninha irá crescer no primeiro ciclo de plantio. O surgimento de ervas daninhas, no entanto, pode ser tornar mais frequente com o tempo, a medida que são trazidas pelo vento e contaminam o canteiro.
  5. Menos adubação: Outro benefício da horta Square Foot, é que basta fertilizar uma vez a cada ciclo. A nutrição adequada para o crescimento da maioria das hortaliças é feita na montagem inicial. Antes de começar o próximo ciclo, basta adicionar mais composto e adubo.
  6. Menor compactação do solo: É incrível o que acontece quando você não pisa sobre a terra. Ele permanece mais leve e solto ao longo do tempo.
As hortaliças de pequeno porte são ideais para este modelo de horta. Nele você pode cultivar legumes, vegetais, além de ervas aromáticas e medicinais, sejam anuais ou perenes. A técnica entretanto não é indicada para plantas que ocupam muito espaço como aspargos, abóboras, melancias ou milho.
Você pode montar várias hortas de madeira para muitas hortaliças. Dale Calder
Antes de iniciar a sua horta pelo técnica do Square Foot, escolha um bom local. Nele, deve incidir pelo menos 6 a 8 horas de sol direto por dia. Construa longe de árvores e arbustos, já que a sombra e as raízes podem interferir. O local deve ser bem drenado para que não fique encharcado quando chover.
Para a estrutura utilize madeira de qualidade que não seja tratada. Evite o pinus ou outras madeiras muito frágeis, pois sua horta ficará em constante contato com o solo e a umidade, ficando sujeita a apodrecer rapidamente. Não utilize madeiras tratadas que podem contaminar seu substrato. Você também pode fazer sua horta com blocos de cimento. Eles serão duráveis e ainda mais fáceis de montar.
Planeje fazer um canteiro com 15 a 30 cm de profundidade. Para cenouras e plantas perenes, prefira maior profundidade. Uma furadeira, chave de fenda e alguns parafusos irão servir para montar a estrutura da
caixa. Mas você pode usar cantoneiras para deixar a estrutura reforçada e no esquadro. Calcule que cada quadrado interno terá 30 x 30cm de lado, e geralmente o canteiro terá 1,20 x 1,20m ou mesmo 1,20 x 2,40m de tamanho total.
Se planejar montar a caixa sobre a grama, coloque por baixo uma camada de manta geotêxtil para evitar o crescimento de plantas daninhas. Em substituição você pode utilizar papelão ou uma boa camada de jornais.
A mistura básica para o subtrato é ½ de vermiculita, com ½ de terra vegetal e fertilizantes orgânicos proporcionais ao volume de solo. Use farinha de ossos, cinzas e tortas oleaginosas, como mamona ou algodão. Siga as orientações do fabricante. Esterco curtido também dará excelentes resultados. Você também pode utilizar substratos prontos e puros, como o substrato Carolina, que é rico em turfa e já vem fertilizado.
Você pode montar uma caixa inteiriça ou já subdividida. No caso de ela ser inteira, você vai precisar também de uma grade para por sobre a caixa, e assim separar as plantas e planejar a sua horta. As linhas devem dividir a caixa em quadrados. Use ripas de madeira, plástico ou cordas mais grossas presas nas pontas com preguinhos ou grampos. Obedeça o espaçamento de sementes recomendado pelo fornecedor e plante apenas um em cada quadrado se ele disser para plantar com 30cm de distância. Se for espaçamento de 15 cm, coloque 4 em um quadrado, espaçamento de 10 cm permite 9 sementes e espaçamento de 7 cm, 16 sementes.

Para maximizar ainda mais o espaço, considere tempos de plantio estratégicos. Dessa forma, algumas plantas estarão sempre se desenvolvendo, então a caixa ficará menos lotada. Um benefício interessante é que você poderá desfrutar de alface e outras plantas de amadurecimento rápido durante toda a temporada.
O solo em canteiros elevados tende a secar mais rapidamente. Então rega-se todos os dias no calor do verão para manter suas plantas crescendo bem. Você pode abrir mão das regas diárias se instalar um sistema de irrigação com mangueiras perfuradas ou gotejadores. Cubra a superfície do substrato com uma cobertura orgânica, como aparas de grama, serragem ou jornais rasgados, o que também ajuda a conservar a umidade e impede o crescimento de ervas daninhas.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

COLHENDO HÚMUS DE MINHOCA LÁ EM CASA

 


Hoje colhi 60 litros de húmus de minhoca , da composteira feita com uma geladeira usada. E voce o que faz com seus resíduos??


APLICAÇÃO HÚMUS DE MINHOCA  EMBRAPA

O húmus de minhoca é um adubo orgânico formado a partir da transformação biológica de resíduos orgânicos. Quando aduba-se o solo com húmus, a terra fica mais porosa e mantém-se a água à disposição das plantas por mais tempo. O húmus é rico em matéria orgânica. O húmus pode ser usado em culturas como hortaliças, frutas, pastagens, cereais, plantas ornamentais. O húmus pode ser usado também diluído em água (ver ficha 27- Húmus Líquido); Como pode ser aplicado o húmus?

 O húmus pode ser aplicado da seguinte forma: 

A lanço – Pode ser a aplicado com a mão ou com máquina espalhadora de calcário em toda a área. 

Em faixas – Aplicado somente na faixa de plantio; 

No berço (cova) – Aplicado na projeção da copa de arvores, cobertura para mudas e árvores (frutíferas, ornamentais, nativas). 

Em vasos – Aplicado misturado a terra. Constituição de alguns nutrientes do húmus de minhoca: 

Em cada tonelada de húmus tem-se então: Nitrogênio = 1,5% Nitrogênio = 15 kg Fósforo= 1,3% Fósforo= 13 kg Potássio = 1,7% Potássio = 17 kg Cálcio = 1,4% Cálcio = 14 kg Magnésio = 0,5% Magnésio = 5 kg Doses e formas de aplicação de vermicomposto para algumas cult

10 dicas fáceis para cultivar physalis



Devido a seu alto valor no mercado, a physalis pode se tornar uma excelente oportunidade de negócio para pequeno e médio produtores


Physalis
fruta physalis (Physalis angulata) é encontrada na região Amazônica (Colômbia e Brasil), também conhecida com os nomes populares camapumsaco-de-bodemulacajoá e joá-de-capote. Cresce em uma planta arbustiva da família das solanáceas, a mesma da berinjela e do tomate. Possui formato arredondado e suas cores podem variar (verde, amarela, laranja ou vermelha). Quando em desenvolvimento, a physalis permanece no interior de uma folha fina, em forma de cálice, formando uma espécie de casulo.

Physalis - alto valor no mercado e boa rentabilidade 

Com o sabor acético adocicado, a physalis (joá) é consumida in natura, mas também é utilizada tanto na culinária (compotas, geleias e licores) como na medicina natural (tratamento de diabetes, reumatismo e doenças de pele). Devido a seu alto valor no mercado, esse fruto pode se tornar uma excelente oportunidade de negócio para pequeno e médio produtores.

Physalis – boa adaptabilidade, rusticidade e precocidade

Dentre suas principais vantagens estão adaptabilidade, rusticidade e precocidade, o que permite o cultivo em qualquer região do país. Entretanto, é de extrema necessidade adotar métodos de controle contra algumas pragas, como brocas, tripes e ácaros.

Siga algumas dicas fáceis para cultivar physalis:
 
1. Para iniciar o cultivo comercial de physalis, basta um hectare de terra, com solo rico em material orgânico (com pH entre 5,5 e 6,0).

2. A planta se desenvolve bem em temperaturas elevadas, mas se adapta bem a temperaturas baixas (não gosta de umidade).

3. O plantio é feito o ano todo, contanto que se faça a correção do solo por meio da análise em laboratório. 

4. Antes de transplantá-la no solo, plante as sementes em bandejas de isopor (128 células), copos de plástico (300 mililitros) ou saquinhos de polietileno (13 x 13 centímetros). 

5. A germinação ocorre de 10 a 20 dias (quando as mudas atingem entre 20 e 30 centímetros de altura, plante-as em local definitivo). 

6. Assim que alcançarem 80 centímetros de altura, torna-se necessário o seu tutoramento (da mesma forma que o tomateiro).

7. O sistema de irrigação mais adequado ao cultivo de physalis é o de gotejamento.

8. Em apenas um hectare podem ser instaladas de 6 mil a 12 mil plantas, que produzem de um a três quilos de frutos cada uma.

9. Quando a umidade relativa do ar estiver muito alta, aplique calda bordalesa (a cada 15 dias) para evitar que a planta sofra o ataque de doenças fúngicas. 

10. Para o controle de pragas (brocas, tripes e ácaros), pulverize a planta (a cada oito ou dez dias) com defensivos prescritos por engenheiro agrônomo.

Por Andréa Oliveira.

Fonte: Revista Globo Rural.

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Primeira semeadura de 2021. Tomate cereja amarelo, uma delícia!!

 


Minha sogra conseguiu as sementes dos tomates que comprou na feira agroecológica em Atlãntida Sul.



Também conhecido como Tomatinho amarelo, Cerejinha, Cherry-baby, Tomatinho trepador amarelo

 

Planta anual de fácil cultivo e múltiplas aplicações.

 

Desenvolve-se em todas as regiões do país, em todo tipo de solo. Vai bem no jardim ou em vasos, até mesmo em salas, cozinhas e varandas.

 

No jardim, seu amarelo vivo intenso e grande quantidade de frutos acaba até contribuindo para o aspecto decorativo.  Em vasos pode ser facilmente cultivado dentro de casa, desde que pegue algumas horas de sol.

 

Produz o ano inteiro nas regiões quentes e da primavera ao outono nas regiões frias. Pode-se semear plantas a cada 3 meses, garantindo o suprimento mensal de centenas de frutos.

 

Os tomatinhos são utilizados na preparação dos mais variados pratos, além de ser uma saborosa iguaria para consumir in natura.

 

Presta-se muito para composições decorativas de pratos, principalmente as pizzas.

 

Aceita plantio em vasos também, até mesmo em conjunto com árvores ou arbustos ornamentais que já estejam nos vasos do local. Semeia-se os tomatinhos ao pé desta planta e vai-se conduzindo o tomateiro em volta da própria planta.

 

Dificilmente um tomateiro provoca danos a uma folhagem ornamental, salvo se esta for muito pequena (menos de 30 cm de altura)


segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Mudanças no uso da terra afetam a biodiversidade e o solo, afirma estudo


Pesquisa realizada no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da Universidade de São Paulo, em Piracicaba, acaba de mensurar o impacto sobre a biodiversidade do solo da transformação de áreas de floresta em pastagens e de pastagens em canaviais. A conclusão é que esse impacto é devastador sobre a macrofauna original do solo: 90% dela – formada por cupins, formigas, minhocas, besouros, aranhas e escorpiões – desapareceu por completo.
A pesquisa foi realizada por André Luiz Custodio Franco, durante o seu doutorado e estágio de pesquisa no exterior realizados com bolsas da FAPESP, com orientação do professor Carlos Clemente Cerri.
Os resultados do trabalho foram publicados no periódico Science of the Total Environment .
“Nossa intenção foi verificar como a mudança no uso da terra interfere na emissão de gases e no armazenamento de carbono no solo e, em consequência, na composição da matéria orgânica, ” diz Franco.
Invertebrados, microrganismos e fungos desenvolvem um grande papel na reciclagem do solo, graças à sua ação na decomposição da matéria orgânica. Eles compõem a microfauna do solo. Formigas e cupins – que integram a macrofauna do solo – são os principais agentes estabilizadores, evitando a erosão graças à construção de seus ninhos.
Para verificar o que acontece com a biodiversidade com a mudança no uso da terra, os pesquisadores retiraram blocos de solo na forma de cubos com 30 centímetros de profundidade. Essas amostras foram coletadas em três canaviais localizados em Jataí, Goiás, Ipaussu e Valparaíso, São Paulo. Nessas áreas uma parte do pasto foi convertida em cana. A equipe também coletou blocos de áreas nativa, de mata, para demonstrar a biodiversidade do solo em um sistema estável, antes do desmatamento para pastagem.
“Quando a mata nativa é convertida em pasto, todos os predadores de topo do solo, como as aranhas e os escorpiões, desaparecem”, diz Franco. “Na ausência de predadores, as populações de cupins e minhocas explodem. A quantidade de cupins no solo aumenta nove vezes. Já a de minhocas cresce 14 vezes.”
Por outro lado, quando o pasto é convertido em canavial, as populações de cupim e minhocas também são eliminadasa, em decorrência da correção química do solo.
O solo nativo é ligeiramente ácido e os invertebrados e microrganismos estão adaptados para viver num ambiente de leve acidez. Como a cana precisa de um solo mais alcalino, a agroindústria introduz quantidades maciças de calcário – além de fertilizantes, herbicidas e pesticidas. “Isto torna o solo tóxico, especialmente para as minhocas”, diz Franco.
O resultado da correção química do solo e, posteriormente, da adubação química é a eliminação quase completa de toda a sua biodiversidade. Os poucos animais e microrganismos que poderiam se adaptar a um solo levemente alcalino são eliminados pelos agrotóxicos.
“Cerca de 90% da macrofauna do solo desapareceu. Em termos de grupos animais, perdeu-se 40%”, diz Franco. Ou seja, o solo dos canaviais é um solo extirpado de biodiversidade – e, em consequência, instável.
Cupins e formigas são os “engenheiros do solo”, observa Franco. Eles são importantes para manter sua estabilidade. Onde há mais animais a estabilidade do solo é maior. Decorre daí que menos animais significa menor estabilidade e, por conseguinte, maior risco de erosão.
Outra questão a ser contabilizada é a perda de carbono do solo. A ação de cupins e formigas faz com que partículas de carbono sejam encapsuladas em microagregados de argila ou areia e permaneçam protegidas da decomposição por microrganismos. Já as minhocas estabilizam as partículas de carbono que passam pelo seu trato digestivo e que ficam igualmente encapsuladas, fora do alcance dos microrganismos.
A perda da macrofauna coloca em risco a estabilidade do solo e a sua capacidade de armazenar carbono, além de contribuir para a liberação de carbono na atmosfera.
O artigo de André L.C. Franco, Marie L.C. Bartz, Maurício R. Cherubin, Dilmar Baretta, Carlos E.P. Cerri, Brigitte J. Feigl, Diana H. Wall, Christian A. Davies Carlos C. Cerri, Loss of soil (macro)fauna due to the expansion of Brazilian sugarcane acreage, publicado em  Science of the Total Environment , pode ser lido em http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0048969716308117.


Fonte: Revista Ecológico 

domingo, 17 de janeiro de 2021

Transagem É uma planta com atividades antisséptica e anti-inflamatória excelente!!



Transagem

É uma planta com atividades antisséptica e anti-inflamatória excelentes, e também atua nas vias urinárias e gastrointestinais, muito usada ainda como expectorante e depurativa
Marcos Guião – redacao@revistaecologico.com.br
Natureza Medicinal
Edição 120 - Publicado em: 19/11/2019

Nesse caminhar de descobertas pelo Gerais, no derradeiro destino acabei por dar com os costados num dos cantos mais belos e ricos que o Cerrado generosamente nos oferece: uma vereda lá pros lados do Rio São Francisco.

Ambiente dotado de encantos e riquezas inigualáveis, suas águas límpidas, que ‘trevessam’ toda uma região absolutamente seca e inóspita, são o elemento de ligação entre a sacralidade da manifestação divina através da natureza e a profanação humana da ocupação desordenada e agressiva.

O pilar que sustenta a vereda é o buriti, palmeira das mais graciosas que brota em profusão no frescor daquelas águas que beiram o roçado de seu Atílio, homem dotado de bom senso e consciência da necessidade de zelar pela preservação daquele templo natural.

Com uma carapina já branca, olhos azulados enfeitando o rosto fino e uma eterna barba por fazer, ele ensina em seu dizer próprio, que “pra nóis sabê das coisa do mundo, tem que pulá a cancela”. Encantado com aquele proseio, derrepentemente me vejo já berando as águas cristalinas, reverenciando qualidades ou beleza de uma planta aqui, outra acolá.

Com a intimidade de quem há décadas vive pareando as veredas, ele arrazoa as pilhas de plantas medicinais encontradas por ali, ladeado por seu cumpadre Dete, companheiro de roçado, caminhadas e lembranças. Foi quando de chofre topamos com umazinha atoa, coisica de nada que medra por tudo que é lado: a transagem (Plantago major). O cumpadre num se conteve e soltou que ficava “na buscação do serventuá dessa pranta, mas num tenho distinguido...”

Foto: Marcos Guião
Foto: Marcos Guião

Seu Atílio num esperou a prosa esfriar e foi logo emendando: “pois óia que essa é das mió que tá tendo pra essas doençada de inflamação, de ferimento no corpo e inté de dentro da boca”.

Realmente a transagem é uma planta com atividades antisséptica e anti-inflamatória excelentes, e também atua nas vias urinárias e gastrointestinais, muito usada ainda como expectorante e depurativa. Mas o que mais me chamou a atenção é que, às vezes, procuramos plantas complicadas e difíceis de serem encontradas e nem damos atenção a essas mais simples, que medram desde as calçadas das grandes cidades até naquele santuário cravado no coração do sertão.

E o serventuá da transagem não para por aí. Ainda de acordo com seu Atílio, que deu a receita de como preparar um laxante suave “pra esse povo que fica sem obrar por dias, tem que passar a mão no pendão da transagem e rapá aqueles grãozinhos todos. Dispois coloca tudo num copo com água fria de tardinha e deixa inté no outro dia de manhã, quando aquilo incha e a água fica gorda. Daí tem que coar e tomar em antes de tirar o jejum.” Simples assim.

Inté a próxima lua!

(*) Jornalista e consultor em plantas medicinais. Saiba mais em www.ervanariamarcosguiao.com


 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Dez conselhos do Papa Francisco para cuidar do meio ambiente

Em sua primeira grande encíclica – carta papal endereçada aos bispos – voltada para o meio ambiente, o Papa Francisco pede uma “ação decisiva, aqui e agora” para deter a degradação ambiental e o aquecimento global. No documento “Laudato Si [Seja Louvado] – Cuidados de Nosso Lar Comum”, o Papa também pede por uma mudança do estilo de vida dos países ricos e da cultura do consumo “descartável”. Confira alguns conselhos que o papa Francisco listou para que os cidadãos comuns possam ajudar na preservação do planeta.

1. Aquecimento
Mesmo que suas economias permitam, evite ligar o aquecedor. Prefira usar agasalhos
2. Papel e plástico
Evite o uso de materiais como papel e plástico
3. Água
O papa aconselha também que os cidadãos reduzam o consumo de água
5. Comida
Cozinhe somente os alimentos que irá consumir e evite o desperdício
6. Seres vivos
Para o papa, é muito importante tratar todos os seres vivos com cuidado e compaixão
7. Transporte
Papa Francisco recomenda usar o transporte público sempre que possível ou pegar caronas e compartilhar seu carro com outros amigos
8. Energia
Apagar as luzes quando não for necessário auxilia na economia de energia
9. Ar Condicionado
Tente moderar no uso do ar condicionado, aconselha o papa

Folha seca não é lixo

Resultado de imagem para folha seca


José Lutzenberger

A luxuriante Hiléia, a floresta tropical úmida da Amazônia, floresce há milhões de anos sobre os solos que estão entre os mais pobres do mundo. Este fato intrigava muitos cientistas. O grande cientista alemão, explorador da Amazônia, Alexander Von Humboldt, ainda pensava que a floresta tão viçosa, alta e densa, era indicação de solo muito fértil.

Como pode haver tanta vegetação, crescendo tão intensivamente, sobre solo praticamente desprovido de nutrientes? O segredo é a reciclagem perfeita. Nada se perde, tudo é reaproveitado. A folha morta cai ao chão, é desmanchada por toda sorte de pequenos organismos, principalmente insetos, colêmbolos, centopéias, ácaros, moluscos e depois mineralizada por fungos e bactérias. As raízes capilares das grandes árvores chegam a sair do solo e penetrar na camada de folhas mortas para reabsorver os nutrientes minerais liberados.

Poucas semanas depois de caídos, os nutrientes estão de volta no topo, ajudando a fazer novas folhas, flores, frutos e sementes. A floresta natural não necessita de adubação. Assim a floresta consegue manter-se através de séculos, milênios e milhões de anos. A situação não é diferente em nossos bosques subtropicais, nos campos, pastos ou banhados. A vida se mantém pela reciclagem. Assim deveríamos manter a situação em nossos jardins.

Um dos maiores desastres da atualidade, um desastre que está na base de muitos outros desastres, é o fato de estar a maioria das pessoas, mesmo as que se dizem cultas e instruídas, totalmente desvinculadas espiritualmente da Natureza, alienadas do Mundo Vivo.


As pessoas nascem, se criam entre massas de concreto, caminham ou rodam sobre asfalto, as aventuras que experimentam lhe são proporcionadas pela TV ou vídeo. Já não sabem o que é sentir orvalho no pé descalço, admirar de perto a maravilhosa estrutura de uma espiga de capim, observar intensamente o trabalho incrível de uma aranha tecendo sua teia. Capim, aliás, só bem tosadinho no gramado, de preferência quimicamente adubado! Se não estiver tosado, é feio! Na casa, a desinsetizadora mata até as simpáticas pequenas lagartixas, os gekos.

A situação não é melhor nas universidades. No Departamento de Biologia de uma importante universidade de Porto Alegre, encontra-se um pátio com meia dúzia de árvores raquíticas. Ali o solo é mantido sempre bem varrido, nu, completamente nu! As folhas secas são varridas e levadas ao lixo. Não distinguem sequer entre carteira de cigarro, plástico e folha seca, para eles tudo é lixo. Já protestei várias vezes. Os professores e biólogos nem tomam conhecimento. Pudera! Hoje a maioria dos que se dizem biólogos, mais merecem o nome de necrólogos, gostam mais é de lidar com vida por eles matada do que dialogar com seres e sistemas vivos. Preferem animais em vidros com álcool ou formol, plantas comprimidas em herbários. São raros, muito raros, hoje, os verdadeiros naturalistas, gente com reverência e amor pela Natureza, que com ela mantém contato e interação intensiva, gente que sabe extasiar-se diante da grandiosidade da maravilhosa sinfonia da Evolução Orgânica.

Por que digo estas coisas em "A Garça"? Atrás do prédio onde estava a Florestal da Riocell, onde estou agora instalado com meus escritórios da Tecnologia Convivial e da Vida Produtos Biológicos, existe um barranco onde estão se desenvolvendo lindas "seringueiras". Na realidade, não são seringueiras, são plantas da mesma família que nossas figueiras, mas são oriundas da Índia. Além de crescerem pelo menos dez vezes mais rápido que nossas figueiras, fazem lindas raízes aéreas e lindas tramas superficiais no solo. A alienação, que predomina entre nós, em geral, faz com que sejam demolidas tão logo atinjam tamanho interessante e aspecto realmente belo.
  Resultado de imagem para folha seca composto

As Ficus elásticas a que me refiro, fizeram um lindo tapete de folhas secas. Este tapete segura a umidade do solo, mantém o solo poroso e aberto para a penetração da água da chuva e evita a erosão, especialmente na parte mais íngreme do barranco, já bastante erodida, porque no passado, ali, as folhas eram sempre removidas. Este tapete promove também o desenvolvimento da vegetação arbustiva e rasteira que dará ainda mais vida ao solo e abrigo à fauna, como corruíras e tico-ticos, lagartixas, insetos, etc. Da janela do meu escritório alegro-me cada vez que posso observar esta beleza.

Houve quem insistisse em que varrêssemos para deixar o solo nu. Faço um apelo a todos que ainda não o fizeram, observem este aspecto importante e construtivo da Natureza, aprendam a ver a beleza na grande integração do Mundo Vivo. Não vamos varrer!

Publicado em "A Garça" - Jornal da Riocell, em 13 de Fevereiro de 1990



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