Blog dedicado a AGROECOLOGIA, ARBORIZAÇÃO URBANA, ORGÂNICOS E AGRICULTURA SEM VENENOS. Composting, vermicomposting, biofiltration, and biofertilizer production... Alexandre Panerai Eng. Agrônomo UFRGS - RS - Brasil - agropanerai@gmail.com WHAST 51 3407-4813
sexta-feira, 29 de janeiro de 2021
FAÇA enxertia em abacateiro (Fenda Cheia) - ESALQ/USP
Com enxertia sua muda de abacateiro, começará a produzir em apenas dois anos. A muda sem enxertia levará pelo menos oito anos para começar o ciclo produtivo.
sucesso!!
Fazendo minhocários para venda
quinta-feira, 28 de janeiro de 2021
Como um agrotóxico usado na Guerra do Vietnã está destruindo videiras na Campanha Gaúcha
Evanildo da Silveira fonte: BBC News Brasil
- De Vera Cruz (RS) para a BBC News Brasil
Há cerca de 15 anos, a Campanha gaúcha — a metade sul do Rio Grande do Sul — começou a entrar na lista das regiões produtoras de uvas e vinhos finos do mundo. Entre 2000 e 2015 sua participação no mercado nacional cresceu de 12%, para 20%. Mas a produção de vinho na região está ameaçada. Usado nas plantações de soja, o agrotóxico 2,4-D tem contaminado as videiras vizinhas, causando grandes prejuízo aos vitivinicultores — e levando muitos deles a desistir da atividade.
É o caso de Jacenir Freitas Soares, que tem sete hectares de vinhedo das uvas Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc no munícipio de Lavras do Sul, a 322 km de Porto Alegre. "Antes da chegada da soja na região — e com ela, o 2,4-D — , eu colhia 24 toneladas da primeira e 40 da segunda", conta. "No ano passado, a queda da produção foi de cerca de 50%. Colhi 13,5 toneladas de Sauvignon e 20,3 de Franc. Assim não vai dar para continuar. Em 2022, vou cortar as parreiras e parar de produzir."
O agrotóxico, quando aplicado de forma incorreta ou em condições atmosféricas inadequadas, é levado pelo vento (fenômeno chamado de deriva) e pode chegar a 20 ou 30 km de distância do ponto de origem. Com a deriva, ele atinge os vinhedos vizinhos, causando a queda da produção de uvas e, consequentemente, de vinho. Tecnicamente chamado de ácido diclorofenoxiacético, ele é um herbicida hormonal (que mimetiza alguns hormônios das plantas) desenvolvido na década de 1940.
Esse químico se tornou mais conhecido, no entanto, durante a Guerra do Vietnã (1959-1975, com a participação dos Estados Unidos a partir de 1965), quando associado ao 2,4,5-T ou ácido 2,4,5-triclorofenoxiacético. Essa combinação era usada para produzir o famoso agente laranja, empregado pelo Exército americano para desfolhar as matas daquele país e facilitar a localização de soldados inimigos.
Hoje, o 2,4-D é utilizado nas lavouras de soja antes do plantio para eliminar as plantas consideradas pragas para a cultura.
Leia mais do artigo em: BBC Brasil
terça-feira, 26 de janeiro de 2021
Colheita de tomate cereja no sítio!
Na horta de dois metros quadrados colhemos uma porção de tomates. Semeados no canteiro com humus produzido no próprio sítio. Faça cpompostagem!!
sexta-feira, 22 de janeiro de 2021
Como fazer uma Horta Estilo Americano “Square Feet” (para pequenos espaços) site jardineiro net
Que tal ganhar dinheiro fazendo o que mais ama?
Jardinagem e Paisagismo
Se você adora estar entre as plantas e sujar as mãos de terra como eu, pode transformar a sua vida agora mesmo através da profissionalização. Seja feliz hoje, não deixe para depois.- Alto rendimento: o plantio intensivo significa que você colherá muito de um pequeno espaço, por isso é ideal para jardineiros com espaço limitado.
- Instalação Rápida: a plantio pelo método Square Foot é uma maneira rápida de iniciar uma nova horta, por isso é ótima para jardineiros iniciantes. Você pode colocar seu canteiro em qualquer lugar – até encima da grama ou em áreas pavimentadas, permitindo que você construa, preencha e comece a plantar em poucas horas. Mesmo que você trabalhe com um canteiro diretamente no jardim, você só precisa preparar as áreas de plantio, não os caminhos, por isso leva muito menos tempo e esforço.
- Baixa manutenção: Como a horta é pequena e você tem apenas algumas tarefas para fazer durante o dia, você só precisa investir alguns minutos plantando, cuidando e colhendo em qualquer momento.
- Controle de Ervas Daninhas: Se você instalar uma horta pelo método Square Foot, sem utilizar terra comum de jardim, é quase certo que haverá poucas sementes (dependendo da terra vegetal que você utilizar) e portanto, nenhuma erva daninha irá crescer no primeiro ciclo de plantio. O surgimento de ervas daninhas, no entanto, pode ser tornar mais frequente com o tempo, a medida que são trazidas pelo vento e contaminam o canteiro.
- Menos adubação: Outro benefício da horta Square Foot, é que basta fertilizar uma vez a cada ciclo. A nutrição adequada para o crescimento da maioria das hortaliças é feita na montagem inicial. Antes de começar o próximo ciclo, basta adicionar mais composto e adubo.
- Menor compactação do solo: É incrível o que acontece quando você não pisa sobre a terra. Ele permanece mais leve e solto ao longo do tempo.
caixa. Mas você pode usar cantoneiras para deixar a estrutura reforçada e no esquadro. Calcule que cada quadrado interno terá 30 x 30cm de lado, e geralmente o canteiro terá 1,20 x 1,20m ou mesmo 1,20 x 2,40m de tamanho total.
A mistura básica para o subtrato é ½ de vermiculita, com ½ de terra vegetal e fertilizantes orgânicos proporcionais ao volume de solo. Use farinha de ossos, cinzas e tortas oleaginosas, como mamona ou algodão. Siga as orientações do fabricante. Esterco curtido também dará excelentes resultados. Você também pode utilizar substratos prontos e puros, como o substrato Carolina, que é rico em turfa e já vem fertilizado.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2021
COLHENDO HÚMUS DE MINHOCA LÁ EM CASA
Hoje colhi 60 litros de húmus de minhoca , da composteira feita com uma geladeira usada. E voce o que faz com seus resíduos??
APLICAÇÃO HÚMUS DE MINHOCA EMBRAPA
O húmus de minhoca é um adubo orgânico formado a partir da transformação biológica de resíduos orgânicos. Quando aduba-se o solo com húmus, a terra fica mais porosa e mantém-se a água à disposição das plantas por mais tempo. O húmus é rico em matéria orgânica. O húmus pode ser usado em culturas como hortaliças, frutas, pastagens, cereais, plantas ornamentais. O húmus pode ser usado também diluído em água (ver ficha 27- Húmus Líquido); Como pode ser aplicado o húmus?
O húmus pode ser aplicado da seguinte forma:
A lanço – Pode ser a aplicado com a mão ou com máquina espalhadora de calcário em toda a área.
Em faixas – Aplicado somente na faixa de plantio;
No berço (cova) – Aplicado na projeção da copa de arvores, cobertura para mudas e árvores (frutíferas, ornamentais, nativas).
Em vasos – Aplicado misturado a terra. Constituição de alguns nutrientes do húmus de minhoca:
Em cada tonelada de húmus tem-se então: Nitrogênio = 1,5% Nitrogênio = 15 kg Fósforo= 1,3% Fósforo= 13 kg Potássio = 1,7% Potássio = 17 kg Cálcio = 1,4% Cálcio = 14 kg Magnésio = 0,5% Magnésio = 5 kg Doses e formas de aplicação de vermicomposto para algumas cult
10 dicas fáceis para cultivar physalis
Devido a seu alto valor no mercado, a physalis pode se tornar uma excelente oportunidade de negócio para pequeno e médio produtores
Physalis - alto valor no mercado e boa rentabilidade
Com o sabor acético adocicado, a physalis (joá) é consumida in natura, mas também é utilizada tanto na culinária (compotas, geleias e licores) como na medicina natural (tratamento de diabetes, reumatismo e doenças de pele). Devido a seu alto valor no mercado, esse fruto pode se tornar uma excelente oportunidade de negócio para pequeno e médio produtores.
Physalis – boa adaptabilidade, rusticidade e precocidade
Dentre suas principais vantagens estão adaptabilidade, rusticidade e precocidade, o que permite o cultivo em qualquer região do país. Entretanto, é de extrema necessidade adotar métodos de controle contra algumas pragas, como brocas, tripes e ácaros.
Siga algumas dicas fáceis para cultivar physalis:
1. Para iniciar o cultivo comercial de physalis, basta um hectare de terra, com solo rico em material orgânico (com pH entre 5,5 e 6,0).
2. A planta se desenvolve bem em temperaturas elevadas, mas se adapta bem a temperaturas baixas (não gosta de umidade).
3. O plantio é feito o ano todo, contanto que se faça a correção do solo por meio da análise em laboratório.
4. Antes de transplantá-la no solo, plante as sementes em bandejas de isopor (128 células), copos de plástico (300 mililitros) ou saquinhos de polietileno (13 x 13 centímetros).
5. A germinação ocorre de 10 a 20 dias (quando as mudas atingem entre 20 e 30 centímetros de altura, plante-as em local definitivo).
6. Assim que alcançarem 80 centímetros de altura, torna-se necessário o seu tutoramento (da mesma forma que o tomateiro).
7. O sistema de irrigação mais adequado ao cultivo de physalis é o de gotejamento.
8. Em apenas um hectare podem ser instaladas de 6 mil a 12 mil plantas, que produzem de um a três quilos de frutos cada uma.
9. Quando a umidade relativa do ar estiver muito alta, aplique calda bordalesa (a cada 15 dias) para evitar que a planta sofra o ataque de doenças fúngicas.
10. Para o controle de pragas (brocas, tripes e ácaros), pulverize a planta (a cada oito ou dez dias) com defensivos prescritos por engenheiro agrônomo.
Por Andréa Oliveira.
Fonte: Revista Globo Rural.
terça-feira, 19 de janeiro de 2021
Primeira semeadura de 2021. Tomate cereja amarelo, uma delícia!!
Minha sogra conseguiu as sementes dos tomates que comprou na feira agroecológica em Atlãntida Sul.
Também conhecido como Tomatinho amarelo, Cerejinha, Cherry-baby, Tomatinho trepador amarelo
Planta anual de fácil cultivo e múltiplas aplicações.
Desenvolve-se em todas as regiões do país, em todo tipo de solo. Vai bem no jardim ou em vasos, até mesmo em salas, cozinhas e varandas.
No jardim, seu amarelo vivo intenso e grande quantidade de frutos acaba até contribuindo para o aspecto decorativo. Em vasos pode ser facilmente cultivado dentro de casa, desde que pegue algumas horas de sol.
Produz o ano inteiro nas regiões quentes e da primavera ao outono nas regiões frias. Pode-se semear plantas a cada 3 meses, garantindo o suprimento mensal de centenas de frutos.
Os tomatinhos são utilizados na preparação dos mais variados pratos, além de ser uma saborosa iguaria para consumir in natura.
Presta-se muito para composições decorativas de pratos, principalmente as pizzas.
Aceita plantio em vasos também, até mesmo em conjunto com árvores ou arbustos ornamentais que já estejam nos vasos do local. Semeia-se os tomatinhos ao pé desta planta e vai-se conduzindo o tomateiro em volta da própria planta.
Dificilmente um tomateiro provoca danos a uma folhagem ornamental, salvo se esta for muito pequena (menos de 30 cm de altura)
segunda-feira, 18 de janeiro de 2021
Mudanças no uso da terra afetam a biodiversidade e o solo, afirma estudo
Fonte: Revista Ecológico
domingo, 17 de janeiro de 2021
Transagem É uma planta com atividades antisséptica e anti-inflamatória excelente!!
Transagem
É uma planta com atividades antisséptica e anti-inflamatória excelentes, e também atua nas vias urinárias e gastrointestinais, muito usada ainda como expectorante e depurativaEdição 120 - Publicado em: 19/11/2019
Nesse caminhar de descobertas pelo Gerais, no derradeiro destino acabei por dar com os costados num dos cantos mais belos e ricos que o Cerrado generosamente nos oferece: uma vereda lá pros lados do Rio São Francisco.
Ambiente dotado de encantos e riquezas inigualáveis, suas águas límpidas, que ‘trevessam’ toda uma região absolutamente seca e inóspita, são o elemento de ligação entre a sacralidade da manifestação divina através da natureza e a profanação humana da ocupação desordenada e agressiva.
O pilar que sustenta a vereda é o buriti, palmeira das mais graciosas que brota em profusão no frescor daquelas águas que beiram o roçado de seu Atílio, homem dotado de bom senso e consciência da necessidade de zelar pela preservação daquele templo natural.
Com uma carapina já branca, olhos azulados enfeitando o rosto fino e uma eterna barba por fazer, ele ensina em seu dizer próprio, que “pra nóis sabê das coisa do mundo, tem que pulá a cancela”. Encantado com aquele proseio, derrepentemente me vejo já berando as águas cristalinas, reverenciando qualidades ou beleza de uma planta aqui, outra acolá.
Com a intimidade de quem há décadas vive pareando as veredas, ele arrazoa as pilhas de plantas medicinais encontradas por ali, ladeado por seu cumpadre Dete, companheiro de roçado, caminhadas e lembranças. Foi quando de chofre topamos com umazinha atoa, coisica de nada que medra por tudo que é lado: a transagem (Plantago major). O cumpadre num se conteve e soltou que ficava “na buscação do serventuá dessa pranta, mas num tenho distinguido...”
Seu Atílio num esperou a prosa esfriar e foi logo emendando: “pois óia que essa é das mió que tá tendo pra essas doençada de inflamação, de ferimento no corpo e inté de dentro da boca”.
Realmente a transagem é uma planta com atividades antisséptica e anti-inflamatória excelentes, e também atua nas vias urinárias e gastrointestinais, muito usada ainda como expectorante e depurativa. Mas o que mais me chamou a atenção é que, às vezes, procuramos plantas complicadas e difíceis de serem encontradas e nem damos atenção a essas mais simples, que medram desde as calçadas das grandes cidades até naquele santuário cravado no coração do sertão.
E o serventuá da transagem não para por aí. Ainda de acordo com seu Atílio, que deu a receita de como preparar um laxante suave “pra esse povo que fica sem obrar por dias, tem que passar a mão no pendão da transagem e rapá aqueles grãozinhos todos. Dispois coloca tudo num copo com água fria de tardinha e deixa inté no outro dia de manhã, quando aquilo incha e a água fica gorda. Daí tem que coar e tomar em antes de tirar o jejum.” Simples assim.
Inté a próxima lua!
(*) Jornalista e consultor em plantas medicinais. Saiba mais em www.ervanariamarcosguiao.com
quinta-feira, 14 de janeiro de 2021
Dez conselhos do Papa Francisco para cuidar do meio ambiente
Em sua primeira grande encíclica – carta papal endereçada aos bispos – voltada para o meio ambiente, o Papa Francisco pede uma “ação decisiva, aqui e agora” para deter a degradação ambiental e o aquecimento global. No documento “Laudato Si [Seja Louvado] – Cuidados de Nosso Lar Comum”, o Papa também pede por uma mudança do estilo de vida dos países ricos e da cultura do consumo “descartável”. Confira alguns conselhos que o papa Francisco listou para que os cidadãos comuns possam ajudar na preservação do planeta.
Mesmo que suas economias permitam, evite ligar o aquecedor. Prefira usar agasalhos
Evite o uso de materiais como papel e plástico
O papa aconselha também que os cidadãos reduzam o consumo de água
Cozinhe somente os alimentos que irá consumir e evite o desperdício
Para o papa, é muito importante tratar todos os seres vivos com cuidado e compaixão
Papa Francisco recomenda usar o transporte público sempre que possível ou pegar caronas e compartilhar seu carro com outros amigos
Apagar as luzes quando não for necessário auxilia na economia de energia
Tente moderar no uso do ar condicionado, aconselha o papa
Folha seca não é lixo
A luxuriante Hiléia, a floresta tropical úmida da Amazônia, floresce há milhões de anos sobre os solos que estão entre os mais pobres do mundo. Este fato intrigava muitos cientistas. O grande cientista alemão, explorador da Amazônia, Alexander Von Humboldt, ainda pensava que a floresta tão viçosa, alta e densa, era indicação de solo muito fértil.
Como pode haver tanta vegetação, crescendo tão intensivamente, sobre solo praticamente desprovido de nutrientes? O segredo é a reciclagem perfeita. Nada se perde, tudo é reaproveitado. A folha morta cai ao chão, é desmanchada por toda sorte de pequenos organismos, principalmente insetos, colêmbolos, centopéias, ácaros, moluscos e depois mineralizada por fungos e bactérias. As raízes capilares das grandes árvores chegam a sair do solo e penetrar na camada de folhas mortas para reabsorver os nutrientes minerais liberados.
Poucas semanas depois de caídos, os nutrientes estão de volta no topo, ajudando a fazer novas folhas, flores, frutos e sementes. A floresta natural não necessita de adubação. Assim a floresta consegue manter-se através de séculos, milênios e milhões de anos. A situação não é diferente em nossos bosques subtropicais, nos campos, pastos ou banhados. A vida se mantém pela reciclagem. Assim deveríamos manter a situação em nossos jardins.
Um dos maiores desastres da atualidade, um desastre que está na base de muitos outros desastres, é o fato de estar a maioria das pessoas, mesmo as que se dizem cultas e instruídas, totalmente desvinculadas espiritualmente da Natureza, alienadas do Mundo Vivo.
As pessoas nascem, se criam entre massas de concreto, caminham ou rodam sobre asfalto, as aventuras que experimentam lhe são proporcionadas pela TV ou vídeo. Já não sabem o que é sentir orvalho no pé descalço, admirar de perto a maravilhosa estrutura de uma espiga de capim, observar intensamente o trabalho incrível de uma aranha tecendo sua teia. Capim, aliás, só bem tosadinho no gramado, de preferência quimicamente adubado! Se não estiver tosado, é feio! Na casa, a desinsetizadora mata até as simpáticas pequenas lagartixas, os gekos.
A situação não é melhor nas universidades. No Departamento de Biologia de uma importante universidade de Porto Alegre, encontra-se um pátio com meia dúzia de árvores raquíticas. Ali o solo é mantido sempre bem varrido, nu, completamente nu! As folhas secas são varridas e levadas ao lixo. Não distinguem sequer entre carteira de cigarro, plástico e folha seca, para eles tudo é lixo. Já protestei várias vezes. Os professores e biólogos nem tomam conhecimento. Pudera! Hoje a maioria dos que se dizem biólogos, mais merecem o nome de necrólogos, gostam mais é de lidar com vida por eles matada do que dialogar com seres e sistemas vivos. Preferem animais em vidros com álcool ou formol, plantas comprimidas em herbários. São raros, muito raros, hoje, os verdadeiros naturalistas, gente com reverência e amor pela Natureza, que com ela mantém contato e interação intensiva, gente que sabe extasiar-se diante da grandiosidade da maravilhosa sinfonia da Evolução Orgânica.
Por que digo estas coisas em "A Garça"? Atrás do prédio onde estava a Florestal da Riocell, onde estou agora instalado com meus escritórios da Tecnologia Convivial e da Vida Produtos Biológicos, existe um barranco onde estão se desenvolvendo lindas "seringueiras". Na realidade, não são seringueiras, são plantas da mesma família que nossas figueiras, mas são oriundas da Índia. Além de crescerem pelo menos dez vezes mais rápido que nossas figueiras, fazem lindas raízes aéreas e lindas tramas superficiais no solo. A alienação, que predomina entre nós, em geral, faz com que sejam demolidas tão logo atinjam tamanho interessante e aspecto realmente belo.
As Ficus elásticas a que me refiro, fizeram um lindo tapete de folhas secas. Este tapete segura a umidade do solo, mantém o solo poroso e aberto para a penetração da água da chuva e evita a erosão, especialmente na parte mais íngreme do barranco, já bastante erodida, porque no passado, ali, as folhas eram sempre removidas. Este tapete promove também o desenvolvimento da vegetação arbustiva e rasteira que dará ainda mais vida ao solo e abrigo à fauna, como corruíras e tico-ticos, lagartixas, insetos, etc. Da janela do meu escritório alegro-me cada vez que posso observar esta beleza.
Houve quem insistisse em que varrêssemos para deixar o solo nu. Faço um apelo a todos que ainda não o fizeram, observem este aspecto importante e construtivo da Natureza, aprendam a ver a beleza na grande integração do Mundo Vivo. Não vamos varrer!
Publicado em "A Garça" - Jornal da Riocell, em 13 de Fevereiro de 1990
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