segunda-feira, 13 de abril de 2015

Jardinagem para o corpo, mente e espírito


by Martin Ewert
Fonte: Permaculture news -  Tradução livre por: M. E
Eu vou a natureza para me acalmar e curar, e ter meus sentidos colocados em sintonia novamente. - John Burroughs (1837-1921), naturalista e escritor norte-americano.
Visto por diferentes esferas, a jardinagem é um hobby muito saudável. Não é apenas sobre encher nossa barriga de comida, todavia, não há muito mais a se ter a partir de um jardim bem concebido do que uma refeição saborosa!
Colônia Witmarsum - Foto BioWit
Colônia Witmarsum - Foto BioWit
Se entendermos corretamente a nossa relação com as plantas e com a própria natureza, podemos então criar projetos de jardins mais amplos e que oferecem maneiras mais benéficas com o ambiente.
Este artigo explora os benefícios da jardinagem para a saúde das pessoas, por meio do respaldo de algumas recentes pesquisas científicas. Em seguida, o artigo pretende expandir o escopo dos projetos de permacultura para obter e compreender o máximo sobre os benefícios oferecidos pelos jardins comestíveis.
Como a jardinagem pode ser boa para você?
Estudos mostram que a jardinagem promove a saúde física e a saúde mental por meio do relaxamento e satisfação, melhorando ainda a nutrição. Na primeira parte deste artigo, aponta-se os muitos benefícios bem pesquisados ​​e documentados sobre a saúde relacionada a jardinagem - ou seja, as razões pelas quais todos deveríamos estar fazendo qualquer tipo de jardinagem!
Jardinagem para o Corpo
A principal razão pela qual as pessoas decidiram cultivar o próprio alimento há milhares de anos atrás, basicamente era para sustentar seus corpos. Esta ainda é uma razão muito válida, mas há muitas outras razões pelas quais a jardinagem é benéfica para a nossa saúde. Algumas delas são:
Alívio do estresse - Um estudo realizado na Holanda indicou que a jardinagem pode aliviar o stress de modo mais eficiente que outras atividades de lazer. Nesse estudo, dois grupos de pessoas foram obrigados a completar uma tarefa estressante. O primeiro grupo praticou a jardinagem durante 30 minutos, enquanto o segundo outro grupo fez uma leitura dentro de casa durante o mesmo tempo. O grupo de jardinagem relatou estar com um humor melhor do que o grupo de leitura, e eles também tinham níveis mais baixos de cortisol - o hormônio do estresse [1].
Exercício - A atividade de jardinagem também é boa para o corpo. É o exercício físico regular saudável que ajuda a prevenir doenças cardíacas, pressão alta, obesidade, diabetes e osteoporose. Pesquisadores da Universidade de Kansas State já provaram que a jardinagem pode oferecer atividade física moderada o suficiente para manter os adultos em forma [2]. Isto foi confirmado por um outro estudo em que os pesquisadores concluíram que a jardinagem é uma ótima maneira para idosos atenderem as recomendações de atividade física estabelecidos pelos Centros para o Controle e Prevenção de Doenças do American College of Sports Medicine [3].
A saúde do cérebro - Outro estudo acompanhou pessoas entre 16 até os 70 anos, e descobriu que aqueles que cultivam jardins regularmente tiveram um risco 36% menor de demência comparado aos que não tinham o habito de cultivar, mesmo quando uma série de outros fatores de saúde foram levados em consideração [ 4].
Nutrição - Estudos têm demonstrado que os jardineiros comem mais frutas e legumes do que outras pessoas. A comida mais fresca que você pode comer é a comida que você cultiva, e quando você tem acesso a um jardim repleto de frutas e legumes, você é capaz de comer alguns dos alimentos mais saudáveis ​​que você pode conseguir! Essa pesquisa investigou as ligações entre dieta e doenças, e descobriu que as pessoas que consomem mais frutas e vegetais têm um menor risco de morrer de doença cardíaca [5].
Cura - A interação com a natureza também ajuda o nosso corpo a curar enfermidades. Uma pesquisa realizada por Roger S. Ulrich, publicado em 27 de abril de 1984, na edição da revista Science, encontrou fortes evidências de que a natureza ajuda a curar. Ulrich, um pioneiro no campo dos ambientes terapêuticos na Texas A & M University, descobriu que pacientes em recuperação de uma cirurgia da vesícula biliar, que observavam a natureza tiveram tempo de internação significativamente mais curtos, menor número de queixas, e menor uso de medicação para a dor, do que aqueles que olhavam para uma parede de tijolo [6].
Imunidade - Em 2007, o neurocientista Christopher Lowry, então trabalhando na Universidade de Bristol, na Inglaterra, fez uma descoberta surpreendente. Ele constatou que certas inofensivas estirpes que se desenvolvem no solo - Mycobacterium vaccae - estimulam fortemente o sistema imunitário humano. É bastante provável que a exposição a bactérias do solo desempenha um papel importante no desenvolvimento de um sistema imunológico forte [7].
Jardinagem para a Mente
O mesmo Mycobacterium vaccae - bactérias inofensivas normalmente encontrados no solo - tem sido usado para estimular o sistema imunológico de ratos e também foi usado para aumentar a produção de serotonina, que é responsável pela regulação do humor. Os baixos níveis de serotonina estão associados com a depressão. Então, entrar em contato com o solo, por meio da jardinagem pode realmente elevar o nosso estado de espírito [7].
As propriedades antidepressivas de M. vaccae foram descobertos acidentalmente durante a sua utilização para o tratamento experimental de câncer no pulmão humano, pelo pesquisador de câncer Mary O'Brien, no Royal Marsden Hospital, em Londres, Inglaterra. Depois que os pacientes foram tratados com vacinas mortas pelo calor das bactérias, a equipe de O'Brien observou não só menos sintomas de câncer, mas também melhorias na vitalidade de seus pacientes, na melhoria da saúde emocional e habilidades mentais.
Pesquisadores encontram frequentemente em seus estudos que os indivíduos que participam de jardinagem têm uma atitude mental positiva [8] [9] [10]. Estudos relatados no Journal of Psicologia da Saúde em 2012 mostram que as pessoas que sentem uma conexão com a natureza são realmente mais felizes [11].
Foi ainda apresentado que a jardinagem ajuda a prevenir demência em idosos [12]. Sua prática exige pensar, aprender e usar a sua criatividade. Ao manter a mente ativa, ela serve como uma medida de proteção contra essas doenças degenerativas.
Devemos lembrar também que nós, seres humanos somos criaturas sociais, e mantemos a saúde psicológica e emocional, interagindo uns com os outros em alguma forma de comunidade. Na jardinagem é possível conectar com as pessoas por meio das hortas comunitárias, que oferecem uma oportunidade ideal para a interação das pessoas, umas com as outras. A pesquisa indica que a jardinagem local traz um melhor senso de comunidade [8] [9] [10].
Bem estar e o desenho adequado do jardim
Voltando ao básico, a permacultura é tudo sobre as relações de todos elementos disponíveis no desenho da paisagem, que pode variar de um projeto para outro. Isto é o que a distingue da horticultura convencional e da agricultura em escala visto em um senso de design da paisagem (desenho). Muitas vezes, nós como designers esquecemos que somos um dos elementos a ser incluso no projeto de design, e que devemos projetar conexões de relacionamento também. Com elementos estáticos que são fixos no lugar, posicioná-los para criar as relações que desejamos. Portanto, é preciso pensar em criar conexões e relações com um elemento dinâmico não fixo, nós mesmos - para projetar relações que surgem com outros elementos em todo o nosso sistema à medida que se move através dele!
Centrar-se mais nas pessoas não é a solução real, muitas vezes é um problema maior em si mesmo, como é evidente no conceito gravemente falho dos modelos antropocêntricos que realmente são visíveis na permacultura. Projetos antropocêntricos são muitas vezes tão desviados para o foco nas pessoas que o elemento humano não está corretamente incorporada no 'teia da vida' biológica, mas artificialmente e equivocadamente "exaltado" acima dela. Em tais casos, o designer 'fica acima e para além de' e, basicamente, projeta um sistema de produção para simplesmente obter rendimentos, em vez de sistemas inclusivos aonde as pessoas podem fazer parte da natureza, criando um nicho ecológico harmonioso de existir e interagir. A concepção antropocêntrica parece mais com uma 'mini-fazenda' aonde as pessoas só interagem com a comida da colheita, dando pouca ênfase a ecologia. Isso simplesmente resulta em um sistema mais intensivo de energia e de trabalho que minimamente aproveita os processos ecológicos!
Um dos maiores problemas com os modelos da produção agrícola é a tendência de se concentrar apenas em um aspecto benéfico que as plantas podem oferecer para as pessoas, a nutrição. Infelizmente,  esquece-se os muitos outros benefícios obtidos a partir da conexões entre pessoas e plantas.
Nas sociedades modernas, a nossa mentalidade não questiona, mas aceita os modernos ambientes feitos pelo ser humano, que consequentemente o desconecta da natureza como um todo. Tal ponto de vista é tão distorcido da realidade que perdemos a perspectiva do fato de que, como os organismos em constante evolução, somos adaptados para funcionar melhor em nosso próprio nicho ecológico natural. E não em ambientes artificiais estéreis que só surgiram na último minuscula fração da existência da nossa espécie!
Se olharmos para todos os aspectos do nosso ser, percebendo a "hierarquia das necessidades", como descritos pelo psicólogo Abraham Maslow, vemos que uma vez satisfeitas as nossas necessidades fisiológicas básicas, não é o fim da história. Há muito mais para nós, e não há muito mais que os jardins e a natureza podem oferecer para nossa espécie.
Jardinagem para o Espírito
Um jardim pode também servir as nossas necessidades mais elevadas. Ele pode fornecer um espaço harmonioso para relaxar, descontrair, refletir e nos restaurar. Pode servir como um lugar para apreciar a beleza, as formas e cores da natureza. É um lugar para observação, aonde podemos observar os ecossistemas e os organismos vivos, aprendendo com eles.
A jardinagem reconecta o ser humano com os ciclos da natureza. Estes ciclos são o ritmo da própria vida. Quando passamos um tempo no jardim, podemos aprender a desacelerar, e nós perdemos a sensação do tempo e do espaço e esquecemos nossas preocupações diárias, e nos encontramos em um estado Zen aonde estamos totalmente imersos em nossas atividades nesse momento intemporal.
De acordo com a Clare Cooper Marcus - professora emérita da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e uma das fundadoras do campo da psicologia ambiental - uma das razões por que a natureza pode ser tão bem sucedida na redução do estresse é que ela dispõem a mente em um estado semelhante à meditação. Isso quer dizer que quando o indivíduo se envolve com a natureza, simplesmente para de pensar de modo obsessivo e preocupante. Logo, os sentidos são despertados, levando a pessoa para o momento presente, e isso tem se mostrado muito eficaz na redução do estresse, diz Marcus, com base em suas próprias observações [13].
Naturalista da Harvard e ganhador do Prêmio Pulitzer, Edward O. Wilson cunhou o termo biofilia (amor aos seres vivos) e acredita que a natureza tem a chave para a saúde. De acordo com Wilson, temos uma afinidade com a natureza, porque somos parte da natureza. Ele prefere olhar para flores e grama, em vez de concreto ou aço. Afinal, somos parte do mundo natural, interligados e restaurados por ele.
Os estudos apresentados no Simpósio Mundial da Inglaterra sobre Cultura e Saúde, também apresentaram efeitos benéficos para a saúde só de olhar para a natureza. Em um estudo, realizado em Uppsala, Suécia, 160 pacientes cardíacos pós-operatórios foram convidados a olhar para uma paisagem, uma obra de arte abstrata, ou nenhuma imagem. Aqueles que olharam para a paisagem tiveram menor ansiedade, menor uso de remédios contra a dor, e passaram um dia a menos no hospital do que os outros pacientes do grupo [13].
Para colher esses benefícios restauradores da natureza, tudo o que precisamos fazer é cultivar algumas flores ou ervas e desfrutar desse presente de Deus!
Um jardim para todos os sentidos
O paladar é apenas um dos nossos cinco sentidos, e em geral, em um jardim comestível só percebemos este sentido e esquecemos que temos mais quatro - visão, olfato, audição e tato! Para realmente agradar a todos os nossos sentidos, podemos construir um 'jardim sensorial'. Este é um jardim cheio de cores, aromas, texturas e formas, concebido com o propósito de se envolver com todos os nossos sentidos.
Temos muitas opções aqui - flores e folhagens podem fornecer um caleidoscópio de cores alegrando nossos olhos. Cores frias, como azul, roxo, e branco tendem a ser calmante, e promovem a tranquilidade, enquanto cores quentes, como vermelho, laranja e amarelo são estimulantes e promovem a atividade.
Ervas têm flores muito interessante, assim como a sua principal característica, perfume! A maioria ainda pode ser usada para fazer chás perfumados.
Ervas aromáticas têm ricos óleos aromáticos que proporcionam um cheiro maravilhoso no jardim e sabor fresco na cozinha.
Ervas medicinais crescem em forma, tamanho e cor diferente e podem ser usado para manter a nossa saúde, bem como proporcionar uma exibição impressionante no jardim.
Plantas táteis apelam para o nosso sentido do tato. Folhas macias, suaves como a seda instigam a tocá-los! Forrações e folhas suculentas adicionam interesse tátil em um jardim, como fazem algumas plantas pontiagudas. Escolha plantas que são resistentes o suficiente para serem manipulados frequentemente.
Plantas aromáticas como a hortelã imitam o perfume do mundo das plantas. Eles podem copiar uma gama tão vasta de aromas encontrados no reino vegetal.
O som é um elemento importante, e o ruído das folhas e ervas podem ser bastante suave, como pode ser o fluxo de água a partir de uma fonte de água.
Os seres vivos animam um jardim e trazem muita vida para alegrar o espaço. Use árvores e plantas que atraem pássaros e abelhas para o jardim.
Lembre-se de criar, um local tranquilo com sombra, onde você pode sentar, relaxar e desfrutar do jardim!
Um jardim sensorial e um jardim comestível não são conceitos exclusivos. A adição de plantas "sensoriais" para um sistema produtivo aumenta a biodiversidade, acrescenta mais plantas companheiras que criam relacionamentos benéficos às plantas existentes no sistema, além dos muitos benefícios ecológicos. Flores fornecem fontes de néctar para as abelhas e uma fonte alternativa de alimento para os insetos predadores.
Qualquer jardim, desde uma floresta de alimento até uma pequena horta, pode ser um maravilhoso jardim sensorial. Se ousarmos quebrar as barreiras dos nossos projetos de jardins, criamos oportunidade significativas para o nosso bem estar, que vão muito além de simplesmente produzir alimento.
Ao criar um ambiente aonde podemos reconectar o ser humano com a natureza, estabelecemos os meios para curar a nossa mente, corpo e espírito, e óbvio que também um modo de curar o planeta. Quando cultivamos jardins, alimentamos a vida, cuidando, nutrindo e participando da natureza.
Para citar o permacultor Geoff Lawton:
Todos os problemas do mundo podem ser resolvidos em um jardim.
Jardinagem pode realmente alimentar o corpo, mente e espírito de maneiras que muitas vezes pensamos ser impossível!
Referências:
  1.  J Health Psychol. 2011 Jan;16(1):3-11. doi: 10.1177/1359105310365577. Epub 2010 Jun 3. Gardening promotes neuroendocrine and affective restoration from stress.
    Van Den Berg AECusters MH.
    Wageningen University and Research Center, The Netherlands.
  2. Kansas State University (2009, February 17). Gardening Gives Older Adults Benefits Like Hand Strength And Self Esteem. ScienceDaily. Retrieved February 11, 2013, fromhttp://www.sciencedaily.com­ /releases/2009/02/090203142517.htm
  3. American Society for Horticultural Science (2008, December 30). Gardening Provides Recommended Physical Activity For Older Adults. ScienceDaily. Retrieved February 11, 2013, from http://www.sciencedaily.com­ /releases/2008/12/081229104702.htm
  4. Lifestyle factors and risk of dementia: Dubbo Study of the elderly
    Leon A Simons, Judith Simons, John McCallum and Yechiel Friedlander. Med J Aust 2006; 184 (2): 68-70.
  5. European Society of Cardiology (2011, January 19). Eating more fruit and vegetables is linked to a lower risk of dying from ischemic heart disease.ScienceDaily. Retrieved February 12, 2013, from http://www.sciencedaily.com­ /releases/2011/01/110118200815.htm
  6. Ulrich RS (1984) View through a window may influence recovery from surgery. Science 224(4647):420–421.
  7. Neuroscience. 2007 May 11;146(2):756-72. Epub 2007 Mar 23.
    Identification of an immune-responsive mesolimbocortical serotonergic system: potential role in regulation of emotional behavior.
    Lowry CA, Hollis JH, de Vries A, Pan B, Brunet LR, Hunt JR, Paton JF, van Kampen E, Knight DM, Evans AK, Rook GA, Lightman SL.
    Henry Wellcome Laboratories for Integrative Neuroscience and Endocrinology, University of Bristol, Dorothy Hodgkin Building, Bristol BS1 3NY, UK.
  8. Wakefield, S. (2007). Growing urban health: community gardening in South-East Toronto. Health Promot Int, 22(2): 92-101.
  9. Lombard, KA., Forster-Cox, S., Smeal, D., O’Neill, MK. (2006). Diabetes on the Najavo nation: what role can gardening and agriculture extension play to reduce it. Rural Remote Health, 6(4):640.
  10. Armstrong, D. (2000). A survey of community gardens in upstate New York: implications for health promotion and community development. Health Place, (4):319-27.
  11. Are nature lovers happy? On various indicators of well-being and connectedness with nature
    Renate Cervinka, Kathrin Röderer and Elisabeth Hefler
    J Health Psychol April 2012 17: 379-388, first published on August 22, 2011
    DOI: 10.1177/1359105311416873
  12. Fabrigoule, C. (1995). Social and leisure activities and risk of dementia: a prospective longitudinal study. J Am Geriatr Soc, 43(5):485-90
  13. WebMD Feature – Gardening for Health
    http://www.webmd.com/healthy-aging/features/gardening-health
Martin Ewert | 04/03/2015 at 10:14 | Categories: AgroecologiaJardim ComestívelPomar agroflorestaSaúde | URL: http://wp.me/p18jP5-Ci

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Humus - ÓTIMO produto em Porto Alegre. Policultura Rosa.

Recomendo este produto, pois tenho utilizado em pomares e em minha residência.

ADUBO ORGÂNICO
 
A adubação orgânica serve para uso geral em gramas, árvores frutíferas, bananeiras, floreiras, floriculturas, ornamentais e recomposição de solos e estufas.
É Super concentrado, rico em fósforo e potássio e com Ph controlado. Embalagem de 25 Kg e a granel.
 
   
 
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quarta-feira, 8 de abril de 2015

Dicas de alimentação e de manejo dos apiários no inverno - Programa Rio ...

O inverno no sul do Brasil é rigoroso, e os animais sofrem muito com as baixas temperaturas e a alimentação mais escassa. Principalmente as abelhas. Por isso, é preciso adotar algumas práticas de manejo, para não prejudicar as colmeias.

Jornalista Raíza Medina
Cinegrafista Marco Medronha
Pedro Osário - RS

segunda-feira, 6 de abril de 2015

O esgoto doméstico não tratado ainda é considerado uma das maiores fontes de poluição dos corpos hídricos no Brasil.




O esgoto doméstico não tratado ainda é considerado uma das maiores fontes de poluição dos corpos hídricos no Brasil. Em nosso território, a coleta de esgoto por rede geral passou de 52,2% dos municípios em 2000 para 55,2% em 2008 (dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - 2008). Deve-se ressaltar que a importância do tratamento de esgoto não corresponde apenas à melhoria da qualidade dos corpos hídricos, mas que investimentos em saneamento básico reduzem significativamente os gastos públicos com saúde. A qualidade e o acesso aos serviços de saneamento estão diretamente relacionados à saúde pública. A água encanada e tratada é considerada um grande benefício para as comunidades, mas se esse serviço não vier acompanhado de um sistema de tratamento de esgoto adequado poderá, em certos casos, não acabar com os problemas de saúde relacionados à veiculação hídrica, tal como verminoses, hepatite e diarréia. 

Uma das opções baratas e eficazes no tratamento de esgoto é o sistema por zona de raízes que utiliza plantas macrófitas (plantas que vivem em brejos) para o tratamento de águas residuais. A Estação de Tratamento de Esgoto por meio de Zona de Raízes (ETE) é um sistema que utiliza um processo de filtragem física em brita e areia, constituindo um biofiltro que está associado a plantas, estas devem formar a zona de raízes. O sistema por zona de raízes, na sua concepção, busca aproveitar-se da capacidade que a própria natureza possui de autolimpar-se. Vale destacar que esse tipo de sistema não é novo, e já vem sendo utilizado a mais de um século, principalmente em países europeus. No Brasil os estudos foram iniciados na década de 1970, com algumas pesquisas voltadas para lagoas, sendo que apenas na década de 1990 o desenvolvimento científico para este tema começou a aparecer com mais frequência.

domingo, 5 de abril de 2015

Plantador de mandioca



(Foto Lula Helfer, Afubra, Divulgação)
Samuel Adolfo Zart criou uma máquina capaz de facilitar a mão de obra, reduzir o tempo de trabalho e melhorar a qualidade do plantio manual de mandioca. Pronto há um ano, o implemento estará em breve no mercado.
— Elimina-se o trabalho de picar o caule em pedaços antecipadamente e de ter de abrir buracos para enterrar a maniva (muda). E mais: uma pessoa só faz a operação de plantio — explica.
Zart frisa que a uniformidade e melhor posição ao plantar acelera a brotação. O resultado é uma produtividade até 30% maior:
— Só o implemento não resolve, mas ajuda. E o custo será acessível.Para saber mais detalhes sobre o plantador, basta enviar e-mail para

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Glifosato na mira

http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/terra-em-transe/glifosato-na-mira

Herbicida mais vendido no Brasil e no mundo é classificado como provavelmente cancerígeno para humanos pela Organização Mundial da Saúde. O tema é destaque da coluna de Jean Remy Guimarães, que critica a falta de divulgação da notícia na imprensa nacional.
Por: Jean Remy Davée Guimarães
Publicado em 27/03/2015 | Atualizado em 27/03/2015
Glifosato na mira
O glifosato, presente em cerca de 750 herbicidas, foi classificado como provavelmente cancerígeno, com base em estudos que mostram aumento da taxa de câncer entre agricultores e jardineiros expostos. (foto: Austin Valley/ Flickr – CC BY 2.0)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece recomendações e sugere normas para a exposição a milhares de substâncias diferentes. Esse é um processo contínuo, uma vez que novos compostos continuam chegando ao mercado, assim como são publicados novos dados ecotoxicológicos sobre compostos já em uso. O processo é longo, caro e complexo e, entre outros resultados, fornece classificações de risco.
Conforme a quantidade e contundência das evidências científicas, temperadas pela ‘insistência técnica’ de eventuais lobbies corporativos interessados em influir no resultado, um composto ou produto pode ser classificado como cancerígeno para humanos ou provavelmente cancerígeno para humanos. Há também a categoria ‘possivelmente’, e a ‘não sei’. É comum que um composto passe da segunda (provável) para a primeira categoria, mas não se tem conhecimento de exemplo na direção contrária.
O tempo entre o surgimento das evidências de um risco e a emissão de uma norma para domá-lo costuma ser dolorosamente longo, especialmente para os que têm o privilégio duvidoso de terem sido suas primeiras vítimas documentadas.
O tempo entre o surgimento das evidências de um risco e a emissão de uma norma para domá-lo costuma ser dolorosamente longo
As sugestões da OMS têm autoridade moral, mas não legal, e podem ser adotadas pelos seus países-membros, ou não.
Para facilitar a navegação pelo mar revolto de estudos in vitroin vivo, com bactérias, animais e plantas, somados aos poucos estudos epidemiológicos em humanos, a OMS adotou há cerca de 40 anos a saudável prática de convocar regularmente grupos de especialistas para avaliar e reavaliar a toxicidade e o potencial carcinogênico de determinados compostos. O critério para a escolha dos especialistas é rigoroso: devem aliar alta credibilidade científica com total ausência de conflito de interesse na matéria.
Os especialistas não chegam para as reuniões de jaleco e pipetador na mão, pois não vão fazer nenhum novo estudo. A missão é compilar, avaliar e discutir os estudos existentes na literatura até aquele momento e confirmar ou alterar as classificações de risco existentes. Observadores da indústria e/ou de outras agências de classificação de risco sanitário ou ambiental podem assistir aos debates. Só assistir.

Glifosato, OGMs e câncer

Um dos mais importantes grupos avaliadores da OMS é a Agência Internacional para a Pesquisa sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês). E, em 20 de março de 2015, a IARC publicou on-line na prestigiosa The Lancet Oncology os resultados de uma avaliação que seria rotineira se não se referisse, entre outros pesticidas, ao carro-chefe da linha de produtos da Monsanto (companhia multinacional de agricultura e biotecnologia): o glifosato, princípio ativo do herbicida Roundup e de muitas outras formulações de mesma finalidade.
Roundup
O glifosato é o princípio ativo do herbicida Roundup, carro-chefe da linha de produtos da multinacional Monsanto, e de muitas outras formulações com a mesma finalidade. (foto: London Permaculture/ Flickr – CC BY-NC-SA 2.0)
Campeão mundial de vendas, o glifosato está presente em cerca de 750 produtos diferentes usados como herbicidas na agricultura, silvicultura, jardinagem doméstica e urbana.
O pulo do gato da estratégia comercial da Monsanto é o desenvolvimento de cultivares geneticamente modificados para resistir ao Roundup, enquanto as demais plantas definham sob o mesmo. São os chamados OGMs ‘Roundup-ready’. Previsivelmente, o consumo de Roundup aumenta com a ampliação da superfície plantada com transgênicos. Também aumenta com a crescente resistência das ervas daninhas ao herbicida, mas isso é outra história.
No momento, a questão é que a IARC decidiu classificar o glifosato como provavelmente cancerígeno (categoria 2A). Fez o mesmo com outros pesticidas como diazinon e malathion, mas isso foi marola em comparação com o tsunami da inclusão do glifosato.
Os estudos envolviam casos-controle de exposição ocupacional de agricultores e jardineiros na Suécia, Estados Unidos e Canadá e mostram aumento da taxa de câncer em indivíduos expostos
Os estudos que convenceram os 17 membros da IARC a tomar a decisão tão corajosa não envolviam a população em geral, mas sim casos-controle de exposição ocupacional de agricultores e jardineiros na Suécia, Estados Unidos e Canadá. Os estudos mostram aumento da taxa de câncer – particularmente linfoma não-Hodges – em indivíduos expostos. Em animais, os estudos evidenciaram danos cromossômicos, maior risco de câncer de pele, de rim e de adenomas no pâncreas. Nada mau para um composto apresentado em folhetos coloridos como tão inócuo quanto o sal de cozinha.
No entanto, os dados dos estudos selecionados pela IARC (usando os mesmos critérios que a OMS utiliza para selecionar os próprios membros da IARC) não foram considerados suficientes para estabelecer de forma inequívoca o caráter carcinogênico do glifosato para humanos.
Ainda bem, pois um estudo de 2014 do Serviço Geológico Americano (USGS) publicado na Environmental Toxicology and Chemistry mostrou que, em muitas regiões dos Estados Unidos, o glifosato é detectável em cerca de 75% das amostras de ar e água de chuva analisadas. Ué, esquisito, pois a Wikipedia diz que ele é fortemente fixado nos solos e não deve migrar para os corpos d’agua. Que danadinho desobediente!
Pulverização de herbicida
Estudo realizado em 2014 mostrou que, em muitas regiões dos Estados Unidos, o glifosato é detectável em cerca de 75% das amostras de ar e água de chuva analisadas, embora diga-se que ele se fixa fortemente aos solos e não migra para corpos d’água. (foto: Will Fuller/ Flickr – CC BY-NC-ND 2.0)


Reação instantânea

Como de costume, a Monsanto reagiu rápido à decisão da IARC e, em comunicado de 23/03, desanca a agência, que, segundo a empresa, teria se baseado em “ciência-lixo”. No mesmo dia em que foi divulgado o estudo da The Lancet Oncology, a empresa intimou Margaret Chan, diretora da OMS, em carta que vazou para a imprensa, a retificar a opinião da IARC, aparentemente sem sucesso, até aqui.
Enquanto isso, o glifosato está sob reavaliação pela Comunidade Europeia. Inquirida sobre sua opinião a respeito das conclusões da IARC, a Agência Europeia de Segurança Alimentar (Aesa) esclareceu que a Alemanha é o país-relator dessa matéria e que seu homólogo alemão, o Bundesinstitut für Risikobewertung (BfR), algo como Instituto de Avaliação de Riscos, é o encarregado de fazer a avaliação do glifosato em nome da Europa. Seu veredicto, a ser ainda submetido à Aesa nas próximas semanas, talvez não apoie as conclusões da IARC, pela singela razão de que um terço dos membros do grupo de experts em pesticidas do BfR alemão é composto por assalariados diretos dos gigantes da indústria agroquímica e de biotecnologia.
O herbicida preferido por nove entre 10 estrelas do agronegócio pode causar sérios danos renais, inibir a reprodução normal (cruzes!), promover congestão pulmonar e aumentar a taxa respiratória, tudo isso em humanos
E nos Estados Unidos? Bem, foi em seu país-sede que a Monsanto treinou seu eficiente método de infiltração e cooptação de agências reguladoras, a começar pela Agência de Proteção Ambiental (EPA). O mesmo foi simplesmente replicado depois em escala global. A EPA mantém sua posição de que as evidências de potencial carcinogênico do glifosato em humanos são inadequadas (sic), mas tem planos de considerar (sic) os achados da IARC e talvez tomar alguma atitude no futuro. Enquanto isso, condescende em admitir que o herbicida preferido por nove entre 10 estrelas do agronegócio pode causar sérios danos renais, inibir a reprodução normal (cruzes!), promover congestão pulmonar e aumentar a taxa respiratória, tudo isso em humanos.
Mas, falando em globos e planetas, você viu alguma notinha sobre o palpitante tema na grande imprensa brasileira? Eu também não, e olha que procurei: está só na blogosfera, e em sites de notícias internacionais, como o do Le Monde, entre outros. Intrigado, visitei o site americano da Monsanto e achei o comunicado furibundo já comentado aqui, em inglês, claro. No site brasileiro da empresa, nadica de nada, nem em javanês. E olha que eu descasquei os 104 resultados da busca pelo termo glifosato no site. Já boladão, em desespero de causa, fui aos sites da Associação Nacional de Biossegurança(ANBio) e da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio): mesmo estrondoso silêncio.
Alô, câmbio? Não somos o maior consumidor de pesticidas do planeta desde 2008? O glifosato, em suas muitas formulações, não é o item principal dessa cesta química? Oops, esqueci de checar os sites da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Ministério da Agricultura. Mas não o farei. O texto já está longo. Deixo esse cuidado aos meus leitores.
Afinal, vocês também têm que fazer alguma coisa, não é?

Jean Remy Davée Guimarães
Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho
Universidade Federal do Rio de Janeiro

Manejo de pragas e doenças no cultivo orgânico: práticas culturais e inimigos naturais

Por que surgem as doenças e pragas nas plantas cultivadas? a maneira como trabalhamos na agricultura convencional ou “moderna” é uma das maiores criadoras de pragas e doenças para as plantas. A monocultura (cultivo de apenas uma espécie) é uma das principais causas de criação de doenças e pragas. Numa floresta nativa com muitos tipos de plantas, as doenças e as pragas existem, mas não causam maiores problemas.  Uma doença ou inseto-praga se espalha muito mais fácil com um único tipo de planta ofertada em grande quantidade. O excesso de oferta de comida “chama” as doenças e as pragas para as plantas. Os adubos químicos e agrotóxicos deixam as plantas mais suculentas para as doenças e pragas. E o que é pior, os agrotóxicos destroem os inimigos naturais (seres que se alimentam das doenças e insetos-pragas) e ainda prejudicam a vida do solo. Com o tempo, os agrotóxicos matam as doenças e insetos-pragas mais fracos e vão ficando só os mais fortes. Pior ainda, alguns insetos que não eram pragas passam a causar prejuízos aos cultivos (Ex.:a larva minadora das folhas). Lavrar a terra seguidamente, manter o solo sem plantas de cobertura e sem matéria orgânica diminui a vida do solo. Com o tempo, o solo fica duro, seco, compactado, pobre em vida e nutrientes. As plantas que crescem em solo desgastado se tornam mais fracas e mais fáceis de serem atacadas por doenças e pragas.
O manejo eficiente das doenças e pragas na agricultura orgânica é baseado no seguinte princípio básico: É impossível controlar totalmente as pragas e doenças, por isso o que se recomenda é manejar a cultura com medidas que incluem diversas práticas que reduzem ao mínimo os danos causados, suficientes para evitar danos econômicos às culturas e, principalmente que  beneficiam os inimigos naturais. Dentre as práticas, destacam-se:
. Controle mecânico: através de visita diária a lavoura, eliminar e destruir (enterrio ou uso em compostagem)  plantas  doentes (ramos, folhas e frutos doentes) e/ou atacadas por pragas, evitando-se a disseminação rápida de doenças e pragas; através da irrigação por aspersão,  pode-se reduzir a ocorrência de pulgões, ácaros, tripes e lagartas do cartucho do milho, pragas que aparecem mais em condições de estiagem; a colocação de sacos de aniagem, umedecidos com leite,  entre os caminhos  da horta, no final do dia, atrai lesmas e caracóis. Deve-se fazer o recolhimento  pela manhã, combatendo-os com cal virgem ou sal.
. Manejo cultural: é o manejo de pragas  através de espécies que as atraem ou repelem.Broca das cucurbitáceas (pepino) e vaquinha (patriota) – o cultivo de abobrinha caserta (abobrinha de moita) atrai estas pragas. O porongo verde cortado ao meio e a raiz de tajujá ou tayuyá, cortada em  fatias (10cm), espalhadas na horta também atraem a vaquinha. A seiva ou o líquido existente na raiz do tajujá atrai a vaquinha, fazendo com que não ataquem a planta cultivada. Tanto no caso do porongo como na raiz de tajujá deve-se renovar as iscas regularmente; Borboleta da couve -  a hortelã e o alecrim rep elem a borboleta da couve que põe os ovos dando origem às lagartas que comem as folhas; Insetos e nematóides – o cravo-de-defunto ou tagetes, devido às suas glândulas aromáticas, repele muitos insetos e mantém o solo livre de nematóides; Ratos e formigas – a hortelã, quando plantada na bordadura dos canteiros e em volta da casa e/ou paióis, repele essas pragas. Um bom método natural para espantar as formigas é espalhar sementes de gergelim em torno dos canteiros. Para as formigas cortadeiras recomenda-se cortar e distribuir folhas de gergelim em locais de passagem das mesmas, próximos aos olheiros do formigueiro;  as formigas carregam as folhas para o formigueiro e intoxicam os fungos que servem de alimento para elas; Insetos em geral – alho, manjerona, camomila e mal-me-quer plantados no meio da horta inibem a presença de insetos; Moscas brancas – o uso de plantas repelentes como  cravo-de-defunto, hortelã e arruda, quando o ataque é pequeno, tem boa eficiência;
. Manejo de pragas com auxílio dos inimigos naturais: os inimigos naturais são insetos, fungos, bactérias, vírus, nematóides, répteis, aves e mamíferos pequenos. Os animais que comem insetos na forma larval e adulta, não são poucos, daí a importância da não contaminação do meio ambiente com agroquímicos. Todas as pragas têm seus inimigos naturais que as devoram ou destroem. Daí a importância de diversificar os cultivos (rotação, sucessão e consorciação de culturas) e  preservar refúgios naturais como matas, cercas vivas e capoeiras para manter a diversidade natural da fauna (ácaros predadores, aranhas, insetos, anfíbios, répteis, aves e mamíferos). Todos fazem parte do grande conjunto natural e contribuem para  manutenção do equilíbrio na natureza. Entre as espécies de plantas que servem de refúgio dos inimigos naturais, destacam-se: o menstrato (Ageratum conyzoides),  a beldroega (Portulaca oleracea), o caruru (Amaranthus viridis), o nabo forrageiro (Raphanus raphanistrum) e o sorgo granífero (Sorghum bicolor). No caso do sorgo, suas panículas em flor favorecem o abrigo e a reprodução do percevejo Orius insidiosus que é predador de lagartas, ácaros e tripes da cebola. Há no entanto, plantas que são desfavoráveis à preservação e ao aumento de inimigos naturais das pragas, como: mamona, guanxuma, tiririca e picão branco.  
Entre os insetos, os inimigos naturais mais conhecidos são as joaninhas (Figura 1) e as vespinhas que parasitam especialmente pulgões, cochonilhas e lagartas. Outros exemplos de inimigos naturais e os principais depredados ou destruídos são:
percevejos -  destroem lagartas e seus ovos; moscas – lagartas, seus ovos e outras pragas; coleópteros – lagartas e percevejos; louva-a-Deus,  joaninha e vespinhas -   pulgões; peixes – larvas de pernilongos; fungos – larvas e nematóides; garças – moluscos e insetos; pica-pau – insetos; tamanduá –  come formigas e cupins; outros animais que se alimentam de insetos – galinha d’angola,  morcegos, lagartas, sapos, rãs, tatus e pássaros (andorinhas, bem-te-vis, corruíras e beija-flor).

Nas próximas matérias abordaremos sobre os principais produtos alternativos que podem serem utilizados no manejo de pragas e doenças na agricultura orgânica.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Receita: Biomassa de banana verde - Programa Rio Grande Rural





As oficinas de alimentação que a Emater-Ascar leva até os grandes eventos, como a Expoagro-Afubra, são sempre sucesso junto ao público. Na edição deste ano, o pessoal se ligou na biomassa de banana verde, que ajuda a incrementar várias receitas. É o que você vai ver agora.

terça-feira, 31 de março de 2015

COBERTURAS VEGETAIS VIVAS DO SOLO PARA BANANEIRA

Ana Lúcia Borges1 & Luciano da Silva Souza2




As coberturas vegetais proporcionam melhorias nos atributos físicos, químicos e biológicos dos solos, em razão da quantidade significativa de matéria orgânica incorporada pela biomassa produzida, o que, consequentemente, influenciará no crescimento radicular e na produção da bananeira.



As leguminosas sintetizam compostos nitrogenados a partir do N atmosférico, disponibilizando-os para as culturas (principal e consorciadas), além de atuarem na melhoria e estabilização da estrutura do solo e na reciclagem de nutrientes, devido à presença de raízes ramificadas e profundas. As gramíneas, por apresentarem maior relação carbono/nitrogênio, decompõem-se mais lentamente, proporcionando cobertura do solo mais duradoura (Carlos et al., 2006). Além disso, as raízes das plantas de cobertura fazem o que pode ser denominada de subsolagem biológica, criando pequenos canais no solo por onde circulam a água e o ar (Russell et al., 1981).



As bananeiras apresentam sistema radicular superficial, concentrado nos primeiros 40 cm de profundidade. Borges et al. (2008), em Latossolo Amarelo distrófico argissólico de Tabuleiro Costeiro, sob fertirrigação, observaram concentração de 70 % das raízes da bananeira até 40 cm, com densidade de comprimento de raízes de 1.969,6 cm dm-3 e predominância de raízes de diâmetro entre 0,2 e > 1,5 mm.



Manejo das coberturas vivas



A bananeira é plantada em sistema de fileiras duplas, no espaçamento de 4,0 m x 2,0 m x 2,0 m ou 4,0 m x 2,0 m x 2,5 m e as leguminosas feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), guandu (Cajanus cajan), crotalária (Crotalaria spectabilis) e caupi (Vigna unguiculata) e a gramínea sorgo forrageiro (Sorghum bicolor), por exemplo, semeadas nas entrelinhas de 4,0 m. O solo, após análise química, deve ser corrigido antes do plantio com calcário para atingir saturação por bases de 70 %. No plantio e ao longo do ciclo as bananeiras devem ser adubadas segundo recomendação, com base na análise química do solo.



Quanto ao manejo das coberturas vegetais, após 110 dias as vagens do caupi foram colhidas, retornando para a área a biomassa das vagens sem as sementes. As demais plantas de cobertura foram ceifadas na mesma ocasião, aos 130 dias (1o corte), e também aos 220 dias (2o corte) e 300 dias (3o corte), deixando-se a biomassa no solo (Figura 1).







Figura 1.Cobertura com feijão-de-porco antes da ceifa (A) e biomassa da crotalária após a ceifa (B).



No primeiro ciclo da bananeira ‘Terra’ observou-se que o número médio de dias do plantio à colheita foi maior para a cobertura com sorgo forrageiro, feijão-de-porco e guandu (média de 664 dias). O caupi reduziu em 38,4 dias a colheita em relação à cobertura com sorgo forrageiro. A cobertura vegetal com sorgo forrageiro proporcionou maior biomassa vegetal (2,58 kg m-2) e maior teor de matéria orgânica no solo. Essa biomassa vegetal tende a favorecer o maior peso médio de pencas (22,6 kg) e, consequentemente, maior produtividade (30,2 t ha-1) (Tabela 1). As gramíneas, por terem maior quantidade de carbono, decompõem-se mais lentamente, proporcionando uma cobertura do solo mais duradoura. Contudo, não houve diferença estatística entre as coberturas para pesos de pencas, produtividade, peso, comprimento e diâmetro médio do fruto, com valores médios de 21,7 kg, 28,8 t ha-1, 178,5 g, 20,9 cm e 39,6 mm, respectivamente (Tabela 1).



Tabela 1.Atributos da bananeira ‘Terra’ na colheita, em função das plantas de cobertura, em Argissolo Amarelo Distrocoeso. Presidente Tancredo Neves, BA, 2009.







1PMP: peso médio de pencas; PRD: produtividade; PMF: peso médio do fruto; NFC: número de frutos por cacho; CMF: comprimento médio do fruto; DMF: diâmetro médio do fruto. ns: não significativo.







Quanto à densidade total de comprimento de raízes da bananeira, observou-se na cobertura com crotalária valor 35 % maior do que na cobertura com guandu (Figura 2). Além disso, na cobertura com crotalária o sistema radicular apresentou-se mais superficial, com 89,5 % nos 60 cm de profundidade (Figura 2). Sistema radicular da bananeira mais profundo favorecerá não só a sustentação à planta, podendo reduzir o tombamento por ventos, como também proporcionará à planta melhores condições para absorção de água e nutrientes. Por outro lado, na cobertura com guandu, apesar da menor densidade total, as raízes da bananeira estiveram mais distribuídas no perfil, com valor de 42 cm dm-3 na profundidade de 80 cm a 100 cm, correspondendo a 7 % das raízes (Figura 2). O sorgo forrageiro também proporcionou boa distribuição das raízes no perfil (84,9 % concentradas até a profundidade de 60 cm) e maior percentual de raízes (7,3 %) dentre as coberturas na camada mais profunda (Figura 2), possivelmente agindo como uma subsolagem biológica (Russell et al., 1981). Desta forma, o sorgo forrageiro, mesmo sendo uma gramínea, pode ser uma cobertura vegetal adequada para a bananeira, pois proporcionou densidade total de raízes de 648 cm dm-3 e bem distribuída ao longo do perfil do solo. O feijão-de-porco e o caupi ocuparam posição intermediária entre a crotalária e o guandu/sorgo forrageiro, com 86,4 % e 86,7 % das raízes até 60 cm de profundidade, respectivamente. É importante destacar o caupi como cultura que pode gerar alimento e renda, aspectos importantes no caso de produção familiar de banana.







Figura 2.Densidade de comprimento total de raízes da bananeira ‘Terra’ em cinco coberturas vivas (FP=feijão-de-porco; GU=guandu; CR=crotalária; CA=caupi; SG=sorgo forrageiro).







Considerações finais



No primeiro ciclo da bananeira ‘Terra’ não houve diferença estatística entre as coberturas vegetais para os atributos avaliados na colheita. A cobertura do solo com caupi proporcionou menor número de dias do plantio à colheita.



Quanto às raízes da bananeira ‘Terra’, a crotalária proporcionou maior densidade de comprimento, porém mais superficial. O guandu e o sorgo forrageiro propiciaram melhor distribuição de raízes da bananeira ao longo do perfil do solo. O feijão-de-porco e o caupi ocuparam posição intermediária entre a crotalária e o guandu/sorgo forrageiro, destacando-se o caupi como cultura que pode gerar alimento e renda, aspectos importantes no caso de produção familiar de banana.



Referências



BORGES, A.L.; SOUZA, L. da S.; PEIXOTO, C.A.B.; SANTOS JUNIOR, J.L.C. dos. Distribuição do sistema radicular da bananeira ‘Prata-Anã’ em duas freqüências de fertirrigação com uréia. Revista Brasileira de Fruticultura, v.30, n.1, p.259-262, 2008.



CARLOS, J.A.D.; COSTA, J.A. da; COSTA, M.B. da. Adubação verde: do conceito à prática. Piracicaba: ESALQ – Divisão de Biblioteca e Documentação, 2006. 36p. (Série Produtor Rural, 30).



RUSSELL, R.S.; IGUE, K.; MEHTA, Y.R. The soil-root system in relation to brazilian agriculture. Londrina: IAPAR, 1981. 372p.



SOBRAL, L.F.; IVO, W.M.P. de M.; RANGEL, J.H. de A.; CINTRA, F.L.D. Avaliação crítica da história do uso dos solos nos Tabuleiros Costeiros do Nordeste do Brasil. In: ARAÚJO, Q.R. de. 500 anos de uso do solo no Brasil. Ilhéus: Editus, 2002. p.447-461.



***



1Pesquisadora da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007, CEP 44380-000 – Cruz das Almas–BA. E-mail: analucia@cnpmf.embrapa.br.



2Professor Adjunto do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, CEP 44.380-000 Cruz das Almas–BA. E-mail: lsouza@ufrb.edu.br.



Data Edição: 20/12/2010

Fonte: Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical

Guia Prático da Enxertia

domingo, 29 de março de 2015

Uvaia e Araçá





Reportagem nos campos experimentais da Embrapa Clima Temperado de Pelotas sobre a pesquisa com "Uvaia" e "Araçá", duas frutas nativas da região sul do R.Grande do Sul

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