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terça-feira, 31 de março de 2015

COBERTURAS VEGETAIS VIVAS DO SOLO PARA BANANEIRA

Ana Lúcia Borges1 & Luciano da Silva Souza2




As coberturas vegetais proporcionam melhorias nos atributos físicos, químicos e biológicos dos solos, em razão da quantidade significativa de matéria orgânica incorporada pela biomassa produzida, o que, consequentemente, influenciará no crescimento radicular e na produção da bananeira.



As leguminosas sintetizam compostos nitrogenados a partir do N atmosférico, disponibilizando-os para as culturas (principal e consorciadas), além de atuarem na melhoria e estabilização da estrutura do solo e na reciclagem de nutrientes, devido à presença de raízes ramificadas e profundas. As gramíneas, por apresentarem maior relação carbono/nitrogênio, decompõem-se mais lentamente, proporcionando cobertura do solo mais duradoura (Carlos et al., 2006). Além disso, as raízes das plantas de cobertura fazem o que pode ser denominada de subsolagem biológica, criando pequenos canais no solo por onde circulam a água e o ar (Russell et al., 1981).



As bananeiras apresentam sistema radicular superficial, concentrado nos primeiros 40 cm de profundidade. Borges et al. (2008), em Latossolo Amarelo distrófico argissólico de Tabuleiro Costeiro, sob fertirrigação, observaram concentração de 70 % das raízes da bananeira até 40 cm, com densidade de comprimento de raízes de 1.969,6 cm dm-3 e predominância de raízes de diâmetro entre 0,2 e > 1,5 mm.



Manejo das coberturas vivas



A bananeira é plantada em sistema de fileiras duplas, no espaçamento de 4,0 m x 2,0 m x 2,0 m ou 4,0 m x 2,0 m x 2,5 m e as leguminosas feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), guandu (Cajanus cajan), crotalária (Crotalaria spectabilis) e caupi (Vigna unguiculata) e a gramínea sorgo forrageiro (Sorghum bicolor), por exemplo, semeadas nas entrelinhas de 4,0 m. O solo, após análise química, deve ser corrigido antes do plantio com calcário para atingir saturação por bases de 70 %. No plantio e ao longo do ciclo as bananeiras devem ser adubadas segundo recomendação, com base na análise química do solo.



Quanto ao manejo das coberturas vegetais, após 110 dias as vagens do caupi foram colhidas, retornando para a área a biomassa das vagens sem as sementes. As demais plantas de cobertura foram ceifadas na mesma ocasião, aos 130 dias (1o corte), e também aos 220 dias (2o corte) e 300 dias (3o corte), deixando-se a biomassa no solo (Figura 1).







Figura 1.Cobertura com feijão-de-porco antes da ceifa (A) e biomassa da crotalária após a ceifa (B).



No primeiro ciclo da bananeira ‘Terra’ observou-se que o número médio de dias do plantio à colheita foi maior para a cobertura com sorgo forrageiro, feijão-de-porco e guandu (média de 664 dias). O caupi reduziu em 38,4 dias a colheita em relação à cobertura com sorgo forrageiro. A cobertura vegetal com sorgo forrageiro proporcionou maior biomassa vegetal (2,58 kg m-2) e maior teor de matéria orgânica no solo. Essa biomassa vegetal tende a favorecer o maior peso médio de pencas (22,6 kg) e, consequentemente, maior produtividade (30,2 t ha-1) (Tabela 1). As gramíneas, por terem maior quantidade de carbono, decompõem-se mais lentamente, proporcionando uma cobertura do solo mais duradoura. Contudo, não houve diferença estatística entre as coberturas para pesos de pencas, produtividade, peso, comprimento e diâmetro médio do fruto, com valores médios de 21,7 kg, 28,8 t ha-1, 178,5 g, 20,9 cm e 39,6 mm, respectivamente (Tabela 1).



Tabela 1.Atributos da bananeira ‘Terra’ na colheita, em função das plantas de cobertura, em Argissolo Amarelo Distrocoeso. Presidente Tancredo Neves, BA, 2009.







1PMP: peso médio de pencas; PRD: produtividade; PMF: peso médio do fruto; NFC: número de frutos por cacho; CMF: comprimento médio do fruto; DMF: diâmetro médio do fruto. ns: não significativo.







Quanto à densidade total de comprimento de raízes da bananeira, observou-se na cobertura com crotalária valor 35 % maior do que na cobertura com guandu (Figura 2). Além disso, na cobertura com crotalária o sistema radicular apresentou-se mais superficial, com 89,5 % nos 60 cm de profundidade (Figura 2). Sistema radicular da bananeira mais profundo favorecerá não só a sustentação à planta, podendo reduzir o tombamento por ventos, como também proporcionará à planta melhores condições para absorção de água e nutrientes. Por outro lado, na cobertura com guandu, apesar da menor densidade total, as raízes da bananeira estiveram mais distribuídas no perfil, com valor de 42 cm dm-3 na profundidade de 80 cm a 100 cm, correspondendo a 7 % das raízes (Figura 2). O sorgo forrageiro também proporcionou boa distribuição das raízes no perfil (84,9 % concentradas até a profundidade de 60 cm) e maior percentual de raízes (7,3 %) dentre as coberturas na camada mais profunda (Figura 2), possivelmente agindo como uma subsolagem biológica (Russell et al., 1981). Desta forma, o sorgo forrageiro, mesmo sendo uma gramínea, pode ser uma cobertura vegetal adequada para a bananeira, pois proporcionou densidade total de raízes de 648 cm dm-3 e bem distribuída ao longo do perfil do solo. O feijão-de-porco e o caupi ocuparam posição intermediária entre a crotalária e o guandu/sorgo forrageiro, com 86,4 % e 86,7 % das raízes até 60 cm de profundidade, respectivamente. É importante destacar o caupi como cultura que pode gerar alimento e renda, aspectos importantes no caso de produção familiar de banana.







Figura 2.Densidade de comprimento total de raízes da bananeira ‘Terra’ em cinco coberturas vivas (FP=feijão-de-porco; GU=guandu; CR=crotalária; CA=caupi; SG=sorgo forrageiro).







Considerações finais



No primeiro ciclo da bananeira ‘Terra’ não houve diferença estatística entre as coberturas vegetais para os atributos avaliados na colheita. A cobertura do solo com caupi proporcionou menor número de dias do plantio à colheita.



Quanto às raízes da bananeira ‘Terra’, a crotalária proporcionou maior densidade de comprimento, porém mais superficial. O guandu e o sorgo forrageiro propiciaram melhor distribuição de raízes da bananeira ao longo do perfil do solo. O feijão-de-porco e o caupi ocuparam posição intermediária entre a crotalária e o guandu/sorgo forrageiro, destacando-se o caupi como cultura que pode gerar alimento e renda, aspectos importantes no caso de produção familiar de banana.



Referências



BORGES, A.L.; SOUZA, L. da S.; PEIXOTO, C.A.B.; SANTOS JUNIOR, J.L.C. dos. Distribuição do sistema radicular da bananeira ‘Prata-Anã’ em duas freqüências de fertirrigação com uréia. Revista Brasileira de Fruticultura, v.30, n.1, p.259-262, 2008.



CARLOS, J.A.D.; COSTA, J.A. da; COSTA, M.B. da. Adubação verde: do conceito à prática. Piracicaba: ESALQ – Divisão de Biblioteca e Documentação, 2006. 36p. (Série Produtor Rural, 30).



RUSSELL, R.S.; IGUE, K.; MEHTA, Y.R. The soil-root system in relation to brazilian agriculture. Londrina: IAPAR, 1981. 372p.



SOBRAL, L.F.; IVO, W.M.P. de M.; RANGEL, J.H. de A.; CINTRA, F.L.D. Avaliação crítica da história do uso dos solos nos Tabuleiros Costeiros do Nordeste do Brasil. In: ARAÚJO, Q.R. de. 500 anos de uso do solo no Brasil. Ilhéus: Editus, 2002. p.447-461.



***



1Pesquisadora da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007, CEP 44380-000 – Cruz das Almas–BA. E-mail: analucia@cnpmf.embrapa.br.



2Professor Adjunto do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, CEP 44.380-000 Cruz das Almas–BA. E-mail: lsouza@ufrb.edu.br.



Data Edição: 20/12/2010

Fonte: Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A importância da matéria orgânica nos solos tropicais, artigo de Raimundo Nonato Brabo Alves

 

artigo


[EcoDebate] Importante ressaltar que o solo é um perfeito laboratório natural. Inúmeros processos biológicos e incontáveis reações químicas nele ocorrem para promover a vida, em equilíbrio dinâmico de sistemas complexos de interação bioquímica. Minerais, água, gazes, animais, microrganismos e vegetais interagem neste sitio biodinâmico denominado solo vivo, ao compasso da variação de temperatura. A interferência do homem para cultivar plantas e criar animais é que promove seu desequilíbrio, dependendo do sistema de manejo.
A importância da matéria orgânica (MA) nos solos tropicais tem sido negligenciada tanto por técnicos quanto por produtores. Nas interpretações de análises de solo é dada maior atenção ao pH do solo para correção com aplicação de calcário e aos níveis de macro e micronutrientes para efeito de adubação química, que ao seu teor de matéria orgânica. Raramente há recomendação de incorporação de matéria orgânica para elevar o seu nível no solo.
Se menos de 1% do total de fertilizantes químicos consumidos no Brasil é aplicado nas culturas e pastagens da Amazônia, o manejo da matéria orgânica assume papel importantíssimo nos solos desse bioma, reconhecendo-se que a biomassa tem sido até então o aporte de nutrientes de importantes cadeias produtivas de diferentes culturas e criações por mais de 40 anos em nossa região.
Nos trópicos com a mesma velocidade que a natureza produz biomassa, com a mesma velocidade decompõe a MO em função da umidade e de temperaturas elevadas. Os solos tropicais apresentam em média de 1-2% de MO, o que corresponde a uma variação de 30 a 60 toneladas de matéria orgânica por hectare na camada de 20 cm de profundidade. Em regiões tropicais, nos primeiros anos de cultivo do solo, mais de 50% da MO pode ser perdida por diversos processos, como a decomposição microbiana e a erosão. Cada vez que o solo perde 1% de MO é liberado em média 17,4 toneladas de CO2 para a atmosfera, que vai contribuir para o aquecimento global, fato que já justificaria o seu manejo, considerando este impacto no meio ambiente. Como exercício, calcule o quanto de CO2 é liberado para a atmosfera, se 74 milhões de hectares já foram antropizados na Amazônia. Mas as vantagens imediatas para o sistema de cultivo reforçam ainda mais a necessidade de conservação da matéria orgânica nos solos tropicais.
Um solo rico em MO tem melhor estrutura e estabilidade em seus agregados, evitando a erosão, favorecendo a retenção de água, reduzindo a compactação do solo pela mobilização excessiva de máquinas e animais e facilitando a infiltração. Tem elevada a sua capacidade de troca de cátions (CTC) e capacidade de troca de ânions (CTA) e melhor disponibilidade de nutrientes para as plantas pela interação de bactérias fixadoras de nitrogênio e de micorrizas, especialmente as de solubilização do fosfato. A decomposição inicial da matéria orgânica pela ação de cupins, ácaros e anelídeos e posteriormente por fungos e actinomicetos imobiliza inicialmente a MO que posteriormente com a mineralização disponibiliza nutrientes para as plantas. Em solos com adequado teor de MO os microrganismos que causam doenças nas plantas são equilibrados por seus inimigos naturais. Nestes solos observa-se que a ocorrência de doenças como podridão radicular é menos frequente.
A tecnologia da roça sem fogo foi sistematizada exatamente para servir de opção a agricultura de derruba e queima, sistema até o momento mais utilizado pelos agricultores para o preparo de área para plantio na Amazônia. Roças sem fogo implantadas na região do Baixo Tocantins mantiveram nas áreas de produção em média 41,58 toneladas de MO por hectare, com produtividade média de 22 t/ha de raiz de mandioca, em municípios como Moju, Acará, Cametá e Abaetetuba no Pará.
AMENDOIM FORRAGEIRO

GUANDU
As leguminosas além de plantas fixadoras de nitrogênio no solo são excelentes produtoras de biomassa. Nos trópicos as leguminosas preferencias para uso como cobertura morta devem ter alta relação carbono/nitrogênio, já que o interesse é retardar a atividade microbiana e manter por mais tempo a cobertura do solo sob a palhada. Podem ser usadas o ingá-cipó (Ingá edulis), a acassia mangium (Cassia mangium) como leguminosas arbóreas e o feijão guandú (Cajanus cajan), a crotalária (Crotalaria juncea) como arbustivas, estas com menor relação carbono/nitrogênio e a mucuna (Mucuna pruriens) e a puerária (Pueraria phaseoloides) como leguminosas de cobertura. Os resíduos das culturas nunca devem ser queimados e sim espalhados em cobertura no solo.
A manutenção da MO nos solos tropicais é condição indispensável para a sustentabilidade da produção agropecuária e a conservação dos solos agrícolas. E a dinâmica de produção de biomassa é a fonte mais abundante de nutrientes para as culturas e criações nos trópicos úmidos.
Raimundo Nonato Brabo Alves é Pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental
Links para consulta:

Publicado no Portal EcoDebate, 20/10/2014

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Coquetel de adubação verde II - crotalária crescendo

12 de dezembro

Apesar de 10 dias sem chuva no sítio Nena Baroni, nosso coquetel de adubação verde continua desenvolvendo-se, após 10 dias, como podemos ver nas fotos ! Ontem apliquei mais uma dose de biofertilizante e uma pequena dose de calcário em todo o pomar.
02 de dezembro
Estamos aguardando a chuva.







A Crotalária (Crotalária juncea) é uma leguminosa anual com crescimento rápido e ciclo vegetativo curto, variando entre 120 a 150 dias.
É medianamente exigente em fertilidade do solo e vegeta melhor em solos bem drenados.
Tem como característica a eficiência no combate a nematóides e, por esta característica, é muito utilizada em consorciação com algumas culturas perenes.
É uma leguminosa com alto potencial de fixação de nitrogênio.

Especificações

  • Nome científico: Crotalaria juncea
  • Nome comum: Crotalária
  • Origem: Índia e Ásia Tropical
  • Exigência do solo: Média
  • Exigência de chuva: Acima de 800 mm anuais
  • Hábito de crescimento: Sub Arbustivo e ereto
  • Produção de massa: 8 a 10 ton.MS/ha/ano
  • Indicações: Adubo verde, controle de nematóide
  • Tolerâncias/resistências: Seca, cigarrinha
  • Altura: 2 a 3 m
  • Temperatura: 20 a 30º C
  • Consorciações: Rotação de cultura
  • Profundidade de plantio: 2 cm
  • Tempo de formação: 120 dias
  • Produção de Fibra: 2,5 T/ha
  • Fixação de nitrogênio: 150 a 165 Kg N/ha/ano



http://estagiositiodosherdeiros.blogspot.com.br/2011/08/plantas-recuperadoras-de-solo-2-embrapa.html

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Coquetel de adubação verde no pomar - Sítio Nena Baroni


Bom dia! No dia 22 de novembro já havíamos aplicado 500 gramas do composto orgânico da ECOCITRUS, em cada frutífera, como estratégia inicial de adubação no pomar.

Na semana passada começamos a implantação da adubação verde, semeamos um coquetel formado por feijão guandu, lab-lab, crotalária, feijão de porco e algumas mudas de amendoim forrageiro. Ontem 2 de dezembro para nossa surpresa  a crotalária já se apresentou com duas folhinhas.




A Crotalária (Crotalária juncea) é uma leguminosa anual com crescimento rápido e ciclo vegetativo curto, variando entre 120 a 150 dias.
É medianamente exigente em fertilidade do solo e vegeta melhor em solos bem drenados.
Tem como característica a eficiência no combate a nematóides e, por esta característica, é muito utilizada em consorciação com algumas culturas perenes.
É uma leguminosa com alto potencial de fixação de nitrogênio.

Especificações

  • Nome científico: Crotalaria juncea
  • Nome comum: Crotalária
  • Origem: Índia e Ásia Tropical
  • Exigência do solo: Média
  • Exigência de chuva: Acima de 800 mm anuais
  • Hábito de crescimento: Sub Arbustivo e ereto
  • Produção de massa: 8 a 10 ton.MS/ha/ano
  • Indicações: Adubo verde, controle de nematóide
  • Tolerâncias/resistências: Seca, cigarrinha
  • Altura: 2 a 3 m
  • Temperatura: 20 a 30º C
  • Consorciações: Rotação de cultura
  • Profundidade de plantio: 2 cm
  • Tempo de formação: 120 dias
  • Produção de Fibra: 2,5 T/ha
  • Fixação de nitrogênio: 150 a 165 Kg N/ha/ano



http://estagiositiodosherdeiros.blogspot.com.br/2011/08/plantas-recuperadoras-de-solo-2-embrapa.html

terça-feira, 16 de agosto de 2011

PLANTAS RECUPERADORAS DE SOLO 2 - EMBRAPA

3. Crotalária (Crotalaria juncea L)

É uma leguminosa arbustiva, de caule ereto, cujo porte varia de 2 a 3 m e ciclo anual, apresentando crescimento inicial rápido. Ventos fortes poderão causar tombamento das plantas. É uma planta de clima tropical e subtropical, que não resiste a geadas fortes. Adapta-se bem em solos argilosos e arenosos.
A crotalária é utilizada como cultura intercalar em fruteiras, apresentando efeito supressor e/ou alelopático sobre as plantas invasoras. Tem-se mostrado também eficiente na supressão de nematóides no solo. Como adubo verde, pode ser incorporada ao solo na época do florescimento, aproximadamente 100 dias após o plantio. Apresenta grande produção de massa verde (50 a 70 t/ha), um bom sistema radicular, que melhora a infiltração de água, e boa capacidade de fixação de nitrogênio, promovendo elevada reciclagem de vários nutrientes no perfil do solo.
Pode também ser roçada na época da colheita das sementes, deixando se os resíduos no solo, na forma de cobertura morta. A semeadura pode ser feita em linhas, no espaçamento de 0,50 m entre linhas, com 20 a 25 sementes por metro linear (cerca de 30 a 40 kg de sementes/ha). No plantio a lanço, utilizam-se 60 sementes/m2, e uma densidade aproximada de 35 a 40 kg/ha.

4. Caupi (Vigna unguiculata L)

É uma leguminosa herbácea, vigorosa e anual. Apresenta hábito de crescimento ereto ou trepador e raízes profundas. É suscetível a geadas e ao frio, mas resistente ao calor e razoavelmente tolerante à seca. Adapta-se tanto a solos argilosos quanto aos arenosos; contudo, não suporta solos encharcados.

Como adubo verde, pode ser utilizada em monocultura ou intercalada com as fruteiras. Além disso, é empregada na alimentação animal e humana, neste caso na forma de vagens tenras e de grãos verdes ou secos. A semeadura pode ser feita em linhas, no espaçamento de 0,40 m, com 20 sementes por metro linear (60 a 75 kg de sementes/ha). No caso do plantio em covas, recomendam-se duas a três sementes por cova, distanciadas em 0,40 m. Nas consorciações, normalmente é semeada a lanço, gastando-se 10% a mais de sementes.

5. Kudzu tropical [Pueraria phaseoloides (Roxb.) Benth]

É uma leguminosa rústica, perene, de clima tropical e subtropical, mas se desenvolve também em regiões temperadas. Apresenta melhor desenvolvimento em locais úmidos e quentes e em regiões montanhosas com altas precipitações pluviais, desenvolvendo-se bem em locais sombreados.

Normalmente, prefere os solos argilosos ou de textura média, tolerando solos ácidos. É recomendada para cobertura permanente do solo, apresentando talos rasteiros, crescimento rápido e sistema radicular profundo.Deve-se proceder o corte dos ramos ou o coroamento, próximos da cultura principal, caso necessário. Pode ser utilizada também como forrageira, pelo elevado valor protéico.
A semeadura pode ser feita em linhas, no espaçamento de 0,50 a 1,00 m ou a lanço, necessitando-se 2 a 5 kg de sementes/ha. Estas devem ser tratadas com água quente a 80oC, durante 15 a 30 minutos, para quebra de dormência. Essa leguminosa pode também ser propagada por meio das nodosidades que aparecem nas axilas das folhas, quando os ramos estão em contato com o solo; neste caso, recomenda-se o espaçamento de 3 m entre fileiras e 1 m entre covas.

Referências bibliográficas

CALEGARI, A. Leguminosas para adubação verde de verão no Paraná. Londrina: IAPAR, 1995. 118p. (IAPAR. Circular, 80).

MONEGAT, C. Plantas de cobertura do solo: características e manejo em pequenas propriedades. Chapecó: ACARESC, 1991. 337p.

PIRAÍ SEMENTES (Piracicaba, SP). Adubação verde. Piracicaba: Dezembro/2004

Ana Lúcia Borges

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