quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Butiazeiro a Palmeira do Pampa, ameaçado de extinção, recebe atenção da Embrapa


Ameaçado de extinção, butiazeiro recebe atenção da Embrapa

09/09/2015 às 11:52 (atualizado em 10/09/2015 às 09:46)
AGRICULTURA ECOLÓGICA

Agroindústria: produtos derivados de frutas, como o butiá
Foto: Paulo Lanzetta Divulgação
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Ameaçado de extinção, o butiazeiro, palmeira nativa que faz parte da história e da cultura gaúcha, é foco de estudos que vão garantir sua preservação e o cultivo em escala comercial. Acostumados ao uso do butiá exclusivamente para curtir em cachaça, muitos não imaginam que existam outros usos para a fruta. E é essa falta de aplicação comercial que levou à redução do número de exemplares.
Além disso, os butiazais têm sofrido com a expansão das áreas urbanas e com atividades agrícolas. Para reverter esse quadro, a Embrapa está mapeamento as plantas remanescentes. A atividade visa à preservação e ao aumento do conhecimento sobre o butiá, de modo a conservar a palmeira, promover seu uso e desenvolver técnicas que permitam o cultivo em escala comercial.
Os cientistas também coletaram amostras de plantas para compor o Banco Ativo de Germoplasma de Frutas Nativas e promoveram resgate de conhecimento dos agricultores associados ao butiá.

No lugar - A pesquisadora Rosa Lia Barbieri, da Embrapa Clima Temperado, coordenadora da equipe de pesquisa, diz que o objetivo é promover a conservação in situ (localmente) e o uso sustentável de butiazais, em colaboração com o setor privado, fornecendo subsídios para políticas públicas e planos de desenvolvimento local e regional relacionados ao uso sustentável da biodiversidade.
O avanço da agricultura e a falta de interesse pelas frutas nativas, até há pouco tempo, foram os principais motivos da diminuição do número dessas palmeiras em seu habitat. Essa ameaça à biodiversidade pelo avanço das monoculturas foi denunciada pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.

Plantas adultas 
A Embrapa, ao longo de dez anos, coordena um conjunto de ações para gerar informações e valorizar a biodiversidade associada aos ecossistemas de butiazais. Entre elas está o mapeamento da densidade populacional de palmares de Butia odorata, que teve início em 2010, na Fazenda São Miguel (leia abaixo).
“O resultado do mapeamento de densidade populacional dos butiazais permitiu identificar 70 mil indivíduos de butiá adulto, com áreas de alta densidade, 270 indivíduos/ha, e áreas de baixa densidade, com 12 a 20 indivíduos/ha, em uma área de 649,38 ha, fornecendo subsídios para o manejo conservativo”, sugere a analista da Embrapa Fábia Amorim.


Integração
A Embrapa integra o butiazal com a pecuária de corte. “Essa é uma maneira racional de associar a conservação da biodiversidade com a produção pecuária em larga escala”, observa o pesquisador da Embrapa Enio Sosinski. Houve aumento de quase uma planta por m2, o que equivale a dizer que, em um hectare, ocorreu crescimento de 7.000 plantas.
Rosa Barbieri explica que os butiazeiros demoram para produzir os primeiros cachos, porém vale o investimento. “Se você plantar um butiazeiro hoje, seus filhos, netos, bisnetos e até tataranetos poderão usufruir dos frutos dessa palmeira”, comenta. 
Redação Jornal Correio Riograndense

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