FONTE SENAR SANTA CATARINA
O desenvolvimento vegetal está diretamente relacionado à interação entre uma série de fatores, dentre os quais está a disponibilidade de nutrientes. Os nutrientes atuam em diversos processos fisiológicos das plantas, tais como fotossíntese e respiração, influenciando o crescimento e produção das culturas. Muitos deles são essenciais e absorvidos pelas plantas em quantidades específicas, ou seja, sem a presença desses nutrientes a planta não completa seu ciclo. A classificação pode ser realizada de acordo com a proporção em que aparecem na matéria seca dos vegetais:
- Macronutrientes: Nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S) fazem parte de moléculas essenciais e são necessários em grandes quantidades tendo, principalmente, função estrutural.
- Micronutrientes: Cloro (Cl), ferro (Fe), boro (B), manganês (Mn), zinco (Zn), cobre (Cu) e molibdênio (Mo) fazem parte das enzimas e tem função reguladora, são necessários em menores quantidades.
É importante ressaltar que essa divisão não significa que um nutriente seja mais importante do que outro, apenas que são necessários em quantidades e concentrações diferentes. Essas variações nas necessidades das plantas, tanto na estrutura quanto nas características químicas dos elementos, devem ser consideradas na adubação, tornando-se possível atender a demanda nutricional das plantas com foco no incremento da produção da cultura. Contudo, muitas vezes, a aplicação de fertilizantes pode não estar satisfazendo essa demanda e, consequentemente, a produção agrícola pode ser limitada.
A cultura do milho (Zea mays L.) refere-se a uma gramínea tropical originária do México, que é o terceiro cereal mais cultivado no mundo. No que se concerne à absorção de nutrientes, os macronutrientes mais limitantes para a cultura são, principalmente, o nitrogênio e o potássio, seguidos do fósforo, cálcio e magnésio. As plantas apresentam sintomas indicadores das deficiências, dependendo da função do elemento carente na planta e da mobilidade deste no vegetal.
- Nitrogênio (N): A carência de nitrogênio reduz o crescimento da planta e as folhas mais velhas tornam-se verde-amareladas, uma clorose generalizada, seguida de necrose.
Figura 1: deficiência de N.
Se houver falta de N no período crítico da cultura, as espigas permanecem pequenas e com baixo conteúdo de proteína. Os grãos da extremidade da espiga não enchem.
Figura 2: espiga com deficiência de N:
- Potássio (K): ocorre redução acentuada no porte da planta. As folhas mais velhas apresentam necrose, que se inicia nas pontas e margens da folha e evolui em direção à nervura central.
Figura 3: deficiência de K.
A deficiência de K faz com que as em espigas possuam poucos grãos na extremidade e com sementes soltas, não aderidas ao sabugo.
Figura 4: espiga com deficiência de K:
- Fósforo (P): Inicialmente as folhas mais velhas adquirem coloração arroxeada, que progride para as folhas mais novas e, posteriormente, evolui para necrose.
Figura 5: deficiência de P.
A deficiência de P tem influência na polinização e no enchimento dos grãos. As espigas formadas são pequenas, frequentemente retorcidas e com grãos pouco desenvolvidos.
Figura 6: espiga com deficiência de P:
- Cálcio (Ca): O sintoma característico da deficiência de cálcio inicia com a flacidez dos tecidos novos, que evolui para uma necrose seca e negra com encurvamento dos ápices. Os sintomas são visíveis nas folhas mais novas, uma vez que o Ca é um elemento praticamente imóvel no floema.
Figura 7: deficiência de Ca.
- Magnésio (Mg): As folhas mais velhas apresentaram clorose do tipo interneval, espalhando-se das margens para o centro das folhas; encurtamento de entrenós; redução do crescimento vegetal; inibição da floração; morte prematura das folhas e degeneração dos frutos.
Figura 8: deficiência de Mg.
A acidez do solo afeta a absorção de muitos nutrientes pela planta e pode causar deficiências mesmo quando há suprimento adequado de nutrientes no solo. A análise de solo deve ser usada regularmente para identificar problemas de pH e monitorar os níveis de nutrientes no solo. Não existe uma solução nutritiva ideal para todas as culturas, visto que ela é influenciada por uma série de fatores, tais como: espécie de planta cultivada e cultivar utilizada; idade da planta e estágio de crescimento; época do ano, duração do período de luz (fotoperíodo); fatores ambientais, como: temperatura, umidade, luminosidade; a parte da planta colhida, tipo de solo, entre outros.
Os sintomas de deficiência dos macro e micronutrientes mostram relações diretas com os papéis que cada nutriente desempenha na bioquímica e no metabolismo vegetal. As deficiências nutricionais na cultura do milho resultam na diminuição da produtividade e do lucro do produtor.
Autor: Fernanda Maria Mieth – Acadêmica do 4º semestre de Agronomia e Bolsista do grupo PET Agronomia na Universidade Federal de Santa Maria – E-mail: fernandamieth@hotmail.com
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