sábado, 5 de janeiro de 2013

O ESTERCO CAPRINO E OVINO COMO FONTE DE RENDA





A criação de caprinos e ovinos deve ser estimulada, procurando como objetivos principais o planejamento do aumento dos rebanhos, obtenção de melhores níveis produtivos e melhor qualidade dos produtos.
Nesse ponto, o esterco caprino e ovino é um produto valioso e a sua utilização prevê tanto a possibilidade de recuperação de terrenos degradados, como é uma importante alternativa de fonte de renda dos produtores.
Alguns estudos examinaram o potencial de utilização do esterco de caprinos e ovinos e todos ressaltam o seu valor, tendo em vista as comparações feitas com o esterco de bovinos, entretanto, poucos dados existem na literatura quanto ao seu uso. Como exemplos, podemos citar: produção de húmus; fonte de energia através de biodigestores; alimentação de outras espécies animais; etc. O esterco caprino é valioso na adubação dos terrenos argilosos, duros e frios, nos areias do litoral, para lavouras de cana-de-açúcar e hortaliças, sendo também recomendado como excelente para as plantas oleaginosas, fumo e, especialmente o linho. É desaconselhável apenas para as plantas cerealíferas como o milho, porque faz desenvolver demasiadamente a parte foliácea da planta.
Os efeitos indiretos da ação do esterco se dão em vista do seu alto teor em matéria orgânica. O esterco leva húmus para o terreno e reintegra ao solo esse constituinte que, dado os processos oxidativos, vão se consumindo.
Um método para calcular a quantidade de esterco disponível, baseia-se na consideração do alimento consumido e no peso da cama. Devido à destruição parcial da matéria orgânica no tubo digestivo, o material seco (MS) do alimento nunca é inteiramente recuperado no esterco. Da ração balanceada média, mais ou menos 2/3 são digeridos e 1/3 vai então para o esterco. Têm-se por isso que dividir o peso da MS no alimento por três, para se obter o peso da MS nos excrementos. A esse número, deve-se adicionar o peso seco da cama. Finalmente, para calcular a quantidade de esterco produzido, temos que multiplicar o peso total da matéria seca por quatro, uma vez que 3/4 desse produto é constituído por água. A seguinte fórmula engloba todas as considerações citadas anteriormente.
Quantidade de esterco (kg) = kg de MS no alimento + kg de MS nas camas x 4
3
Conhecer a quantidade de esterco produzido, nos permite prever não só a receita oriunda da venda do produto, como a disponibilidade para utilização em lavouras próprias do estabelecimento. Atualmente (10/11/2002), o preço da venda de um saco de trinta quilos de esterco de caprinos e ovinos é de R$ 1,00 (Hum real).
A produção de esterco de reprodutores caprinos, com idades compreendidas entre 6 e 11 meses, de diferentes grupos genéticos, criados em sistema intensivo de confinamento sobre piso de terra batido, foi de 500,4 kg/m3.
O esterco de cabra conceitua-se como um dos adubos mais ativos e concentrados, demonstrando em suas experiências, que 250 kg de esterco de cabra, deixados em terrenos frios, produzem o mesmo efeito que 500 kg de esterco de vaca.
Uma cabra adulta produz por ano, em média, 600 kg de esterco. Este esterco contém um valor fertilizante equivalente a 36 kg de nitrato de sódio, 22 kg de superfosfato e 10 kg de cloreto de potássio, além do aporte de nitrogênio, fósforo e potássio (N-P-K) oriundos da urina. As ovelhas podem chegar a produzir até 1.500 kg de esterco/ano.
No quadro 1, está apresentada a quantidade percentual de N-P-K no esterco de várias espécies domésticas. Vale ressaltar que o esterco caprino e ovino apresenta concentrações de N-P-K superiores ao esterco de bovinos significando um percentual viável na estruturação e recuperação da fertilidade do solo e ativação da biologia do solo.
As necessidades de produção de esterco em larga escala e do aproveitamento de todos os benefícios deste, torna necessária a utilização de uma estrutura (esterqueira) para o aproveitamento racional do esterco e da urina, assim como das águas de limpeza. A retirada do esterco e a conservação em esterqueira contribuirá para minimizar as condições ambientais adversas, permitindo a saúde do animal e/ou rebanho, pela não ocorrência de doenças, bem como viabilizar a exploração.
Quadro 1: Composição em nitrogênio, fósforo e potássio, no esterco de diferentes espécies domésticas.
Espécie animal
% Nitrogênio
% Fósforo
% Potássio
Coelho
2.48
2.50
1.33
Cabra
0.97
0.48
0.65
Carneiro
1.00
0.25
0.60
Galinha
1.75
1.25
0.85
Porco
1.00
0.40
0.30
Cavalo
0.60
0.25
0.50
Vaca
0.50
0.30
0.45

Francisco Selmo Fernandes Alves
Raymundo Rizaldo Pinheiro
Fonte: Vieira, 1984.
Fonte: Emprapa

3 comentários:

Unknown disse...

para fazer o adubo de ovinos com palha de café. alguns técnicos, me orientaram cavar um quadrado no solo de 40cm de profundidade e a largura, depende da quantidade de esterco que tenho para cobrir ate a superfície com misturas de igual quantidade: esterco e palha de café, em seguida molhar e cobrir com uma lona plastica por 60 dias para fazer a compostagem. pergunto se esta correto ou se tem algo a mais para acrescentar? tenho muita palha de capim MOMBAÇA... pergunto se posso substituir pela palha do café?. email. dejalma-silva75@hotmail.com.

eng, panerai disse...

Pode substituir a palha de café pelo capim mombaça. Esta técnica de enterrar os resíduos funciona, mas recomendo para pequenas quantidades. Se o volume de resíduos for grande , não vale o esforço de abrir um buracão é melhor fazer uma pilha, alternando as camadas de esterco e palha. Neste endereço abaixo, encontrarás um material explicativo. Sucesso!!
http://www.sitioduascachoeiras.com.br/agricultura/vegetal/composto.html

Unknown disse...

Estou iniciando na criação de caprino no Piauí e gostaria de receber orientação. Se posso contar com vosso auxílio, fico muito grato. Meu e-mail é amorimalcobaca@hotmail.com

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