Blog dedicado a AGROECOLOGIA, ARBORIZAÇÃO URBANA, ORGÂNICOS E AGRICULTURA SEM VENENOS. Composting, vermicomposting, biofiltration, and biofertilizer production... Alexandre Panerai Eng. Agrônomo UFRGS - RS - Brasil - agropanerai@gmail.com WHAST 51 3407-4813
quinta-feira, 17 de março de 2016
Guia para reconhecimento de inimigos naturais de pragas agrícolas EMBRAPA
Guia para reconhecimento de inimigos naturais de pragas agrícolas from João Siqueira da Mata
Uma grande dificuldade do agricultor que deseja utilizar a técnica de controle biológico é saber quem são e como agem os insetos que contribuem para a redução das pragas nas lavouras. Para auxiliar essa identificação no campo, a Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ) está lançando o Guia para reconhecimento de inimigos naturais de pragas agrícolas.
Trata-se de uma publicação de bolso com fotos e informações básicas sobre os agentes naturais mais comuns utilizados no controle de pragas. Características necessárias para o seu reconhecimento, como por exemplo, tamanho e coloração são descritas no guia, que informa ainda qual a função de determinado inimigo natural no controle de pragas. A pesquisadora Alessandra de Carvalho Silva, especialista no assunto e editora da publicação, acredita que pelo caráter didático e pela facilidade com que pode ser levado para o campo, o livreto será bastante útil para os agricultores que pretendem fazer uso do controle biológico de pragas.
O controle biológico é uma alternativa ao uso de inseticidas que tanto mal podem causar à saúde do trabalhador rural, de consumidores dos produtos e ao meio ambiente. A técnica caracteriza-se pelo uso de organismos vivos, presentes na natureza, como por exemplo, os insetos que se alimentam ou parasitam, e os patógenos que causam doenças em insetos. A utilização dos insetos chamados de inimigos naturais pode ocorrer de duas formas: liberando-os na área de produção ou fazendo com que os insetos já presentes na área aumentem em número e permaneçam próximos aos cultivos agrícolas.
Entretanto, em ambos os casos, o agricultor precisa saber distingui-los dos insetos que se alimentam de plantas, visando a sua conservação no local. "De nada adianta a presença de insetos benéficos nas lavouras se o agricultor confundi-los com os insetos que podem causar danos às plantas e não souber qual o papel deles na redução dos problemas fitossanitários", diz Alessandra Carvalho.
Segundo a pesquisadora da Embrapa, além de reconhecer os agentes naturais de controle, é preciso deixar claro que nem todos os insetos que se alimentam de plantas são pragas. "Muitos podem alimentar-se da lavoura sem colocar em risco a produção ou causar prejuízos econômicos ao agricultor, servindo apenas de alimento para os inimigos naturais.
O risco de um inseto, que alimenta-se de planta, tornar-se uma praga é proporcional ao grau de desequilíbrio que nós, homens, causamos na natureza ao escolhermos as práticas agrícolas", esclarece Alessandra. Com o guia em mãos, o agricultor vai poder identificar o papel de diferentes insetos tão comuns nas lavouras como as joaninhas, tesourinhas, moscas, besouros e vespas que não causam mal algum aos cultivos e só auxiliam no controle de pragas como cochonilhas, pulgões, ácaros, lagartas e outros.
O guia não será vendido. A publicação está disponível para download e também será distribuído gratuitamente para agricultores em ações de transferência de tecnologia como dias de campo, cursos e treinamentos.
O guia não será vendido. A publicação está disponível para download e também será distribuído gratuitamente para agricultores em ações de transferência de tecnologia como dias de campo, cursos e treinamentos.
Texto:
Ana Lucia Ferreira – Jornalista (MTB 16913/RJ)
Embrapa Agrobiologia
E-mail: analucia.ferreira@embrapa.br
Tel: (21) 3441-1596
Ana Lucia Ferreira – Jornalista (MTB 16913/RJ)
Embrapa Agrobiologia
E-mail: analucia.ferreira@embrapa.br
Tel: (21) 3441-1596
Embrapa Agrobiologia
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/
quarta-feira, 16 de março de 2016
Corrigindo a acidez da terra em Solos Arenosos
canteiros sítio Nena Baroni |
São solos de baixa fertilidade natural, o pH é baixo,
apresentam teores muito baixos de matéria orgânica, baixa Capacitação de Troca de Cátions,
pobreza de nutrientes, deficiência de cálcio e presença de alumínio
tóxico nas camadas mais profundas.
O sistema radicular da plantas tem
dificuldade para desenvolver em área e em profundidade. Com isto, na época de estiagem, as
raízes encontram dificuldades para buscar água e nutrientes nas camadas
mais profundas, o que causa estresse na planta e contribui para a queda
da produtividade das lavouras.
A calagem nos solos arenosos é primordial
e deve ser feita com maior frequência, à profundidades maiores e com
bastante antecedência do plantio.
canteiros sítio Nena Baroni |
Os solos arenosos precisam de calagem
mais frequente que os argilosos. Além da calagem, a adição de gesso
agrícola favorece a mobilização do cálcio para as camadas mais
profundas, bem como o ânion SO4-
do sulfato de cálcio (gesso) reagirá com o Al tóxico formando compostos
menos tóxico para as plantas. Isto criará um meio propício para o
desenvolvimento radicular nas camadas mais profundas do solo.
O
cálculo da necessidade de calagem (NC) em t/ha, para um solo arenoso,
com menos de 20% de argila, é feita através de duas fórmulas, das quais a
recomendação será aquela que apresentar a maior quantidade.
NC (t/ha) = Al x 2 x f (1)
NC (t/ha) = [2 - (Ca+Mg)] x f. (2)
Por
hipótese, seja um solo arenoso com 15% de argila, com teores de Ca =
0,8 cmolc/dm³, Mg = 0,28 cmolc/dm³ e Al = 0,9 cmolc/dm³, utilizando um
calcário com PRNT = 85%. Aplicando as duas fórmulas, encontramos:
NC (t/ha) = 2 x 0,9 x f (1)
Lembrando
que a recomendação oficial é para um calcário com PRNT de 100%, e como o
calcário a ser usado tem PRNT = 85%, devemos fazer a correção (f) da
quantidade:
f = 100 / 85 ou f = 1,17.
Assim sendo,
NC (t/ha) = 2 x 0,9 x 1,17
NC = 2,1 t/ha (1)
NC (t/ha) = [2 - (0,8+0,28)] x 1,17 (2)
NC (t/ha) = [2-1,08] x 1,17
NC (t/ha) = 0,92 x 1,17
NC = 1,08 t/ha (2)
A
escolha da quantidade deverá ser de acordo com o maior valor encontrado
no cálculo das duas fórmulas, que neste caso será a fórmula (1): 2,1 t/ha.
Cálculo da Calagem para Solos Arenosos
terça-feira, 15 de março de 2016
domingo, 13 de março de 2016
sexta-feira, 11 de março de 2016
Projeto PANCs - Plantas alimentícias não-convencionais - video completo
Valdely Kinupp - Plantas Alimentícias Não-Convencionais |
Para os que conhecem o Doce Limão de longa data, já sabem que em 2013 estamos empenhados em FACILITAR o consumo consciente de mais plantas não convencionais...
E olha a vida entrelaçando tudo: a nossa Assinante Rachel Zacharias nos enviou este material que está a partir de agora sendo compartilhado com todos os leitores do site. Mágico!!!
Leia abaixo esta entrevista do professor e biólogo Valdely Kinupp, que em sua tese de doutorado estudou cerca de 1.500 espécies de plantas e apontou cerca de 311 com potencial alimentício. E que pelo menos 100 delas podem (e devem) enriquecer nossa alimentação, gerar renda e ainda conservar a natureza.
O que de especial te motivou a trabalhar com as Plantas Alimentícias Não-Convencionais (PANCs)?
Foi a questão econômica e de sustentabilidade, mas também o prazer de fazer um trabalho novo, praticamente inédito, da forma como foi feito.
Pensando numa alternativa, desde a sobrevivência na selva, na lida no campo, mas também numa perspectiva de geração de renda, empregos, conservação da natureza, porque hoje vivemos uma monotonia alimentar.
As PANCs, e nossa biodiversidade como um todo, seja ornamental, medicinal, madeireira são, muitas vezes, negligenciadas. Especialmente as alimentícias aqui no Brasil.
Se olharmos nossas refeições caseiras, o cardápio nos restaurantes, as ofertas dosself-services, nas gôndolas dos supermercados e nas feiras, praticamente tudo é exótico, pouco é local, com baixa importância regional, estadual e nacional.
O Rio Grande do Sul, mesmo sendo considerado um estado celeiro do Brasil, não está adaptado às futuras mudanças climáticas. Contudo, vários estudos internacionais vêm mostrando que as plantas regionais, as ditas plantas "daninhas", as plantas espontâneas, são muito mais adaptadas [até por rotas metabólicas e fisiológicas diferentes] ao aumento do gás carbônico e da temperatura no ar, em comparação com as commodities agrícolas.
Não estamos preparados para catástrofes e desastres ambientais,
porque as pessoas não sabem mais o que comer do seu quintal.
E isso é um ciclo vicioso. As crianças deveriam aprender desde cedo nas escolas e com os pais que existem milhares de plantas que podemos comer.
Muitas vezes, nas saídas de coletas que realizamos periodicamente, sempre aparecem curiosos. Já aproveito para fazer uma educação informal, mostrando o que é comestível, e mesmo assim, alguns ainda pensam que sou uma pessoa que está passando necessidade, porque estou catando um frutinho qualquer ali no mato.
Precisamos quebrar essa tabu.
Sabendo que determinada planta é comestível, você não mais a verá como mato.
É preciso aprender isso: tudo foi mato um dia, até nossos ancestrais descobrirem que certas plantas eram comestíveis, inaugurando um novo paradigma alimentar para o reino vegetal.
A preocupação da sociedade só ocorre quando secas drásticas (ou excesso de chuvas) reduz a oferta de uma planta folhosa local: precisamos trazer de outras regiões...
Se, por exemplo, estivéssemos plantando bertalha (e.g., Anredera cordifolia, A. krapovickasii – Basellaceae), como hortaliça aqui no RS e não o alface, os agricultores não estariam passando tantos problemas, porque são plantas que toleram o período de estiagem e co-evoluíram neste ambiente.
A bertalha foi um dos carros-chefe na minha pesquisa, ou espinafre-gaúcho, como preferi registrar popularmente, que você pode comer as folhas, muito rica em zinco, ótimo para memória, uma planta perene, mas que possui outra boa vantagem: além das folhas como verdura, tem as batatinhas áreas e também os tubérculos subterrâneos na pequena batata que ela produz que são legumes, com usos similares ao da batata-inglesa.
Destes órgãos amiláceos foi descoberta uma substância nova, em 2007, de proteção para cavidade gástrica, que inibe a ação de tripisina [“Ancordin”].
Alguns estrangeiros queriam comprar cerca de duas toneladas desta 'batata' da bertalha. Cadê o produtor? Não há cultivos racionais desta espécie no Brasil...
E continuamos falando da nossa biodiversidade, mas comendo a biodiversidade dos outros continentes/países. Plantamos trigo, arroz, café, laranja, eucalipto e soja, e nada disso é nativo do Brasil. Cadê o plantio de bertalha, ália, crem, jacaratiá...
A domesticação do pêssego-do-mato? E tantas outras hortaliças e frutíferas silvestres com grande potencial agrícola e nutricional?
Não existe. As pessoas valorizam tanto suas tradições em cada um dos nossos estados, falam bastante da biodiversidade, mas não a conhecem, e isso é riqueza abstrata.
Se fala que a Amazônia vale trilhões. Vale nada. As pessoas estão passando fome lá. Muita gente vivendo precariamente, como aqui, na famosa Porto Alegre, com sua periferia cheia de pessoas comendo mal, sentindo frio ao dormir.
Não adianta termos uma biodiversidade imensa na Região Metropolitana se não a comemos ou a utilizamos de forma sustentável para outros fins. Muito menos geramos divisas e empregos, porque ninguém planta.
Nós somos xenófilos, gostamos do que é de fora, quando aceitamos de pronto e não conhecemos o nosso, não mantemos as nossas tradições.
Meu intuito é fazer a extensão, a popularização, dessas plantas nativas e subsidiar outras áreas do conhecimento, não ficar uma ação isolada.
Que a Agronomia possa estudar isso no aspecto fitotécnico e horticultural;
Que a Nutrição pesquise a parte bromatológica;
Que a Química, a Bioquímica, a Farmácia pesquise a parte toxicológica e fitoquímica.
Trazer à tona, RESGATAR e propor novas plantas para serem incorporadas na dieta humana, o que conduz aos estudos transversais. E aí a importância, num trabalho básico desse como o nosso, de detalhar as plantas nativas.
Mas friso que não se pode entender isso como uma verdade absoluta. Trata-se de uma proposta em construção, que começa desde as experiências individuais dos pesquisadores envolvidos, dos relatos de pessoas que fazem uso tradicional, por dados de etnobotânica antigos.
E será apenas um segmento da pesquisa, que servirá como subsídio para outras áreas de conhecimento. E, o mais importante disso é ponderar o uso e ter diversificação. Por isso a ciência é dinâmica.
Todas as plantas têm seus prós e contras, seus modos de preparo adequados, períodos de consumo, com maior ou menor sensibilidade das pessoas. Mas nós não podemos blindar as plantas não-convencionais por acharem que são mais tóxicas que as comuns que você tem no dia-a-dia.
Há carência de pesquisa, pois o comum é pesquisar só aquilo que está badalado: o morango ou tomate. E não se pesquisa nosso juá nativo, que tem tanto ou mais licopeno que o tomate, porque nem se conhece.
Por isso a necessidade da transdisciplinaridade e de fazer essa passagem para o uso real e efetivo da nossa flora diversa. Nós não sabemos nem quantas espécies temos no Brasil: 50 mil?Pior ainda: restrito à Botânica?
Não há consenso, nem uma listagem garantida. Há hipóteses, mas nem isso sabemos.
Não só a biodiversidade vegetal, mas animal também, que é mais paradigmática e cheia de tabus, com legislação cada vez mais engessada, necessitando ser revista com urgência, para que a nossa fauna alimentícia possa e deva ser criada de forma ecologicamente correta.
Estamos em uma área muito boa de se trabalhar. Eu pude fazer uma pesquisa aplicada e transferir isso para as pessoas.
Esse é um tipo de trabalho que desperta bastante interesse, de compartilhar aquilo que você pode fazer no ponto de ônibus e dentro dele, na divulgação corpo-a-corpo, porque as pessoas entendem, sendo gratificante para o pesquisador poder conseguir explicar o que faz.
Falo que trabalho com as plantas que existem por aqui no chão, em todo o lugar, que não são aproveitadas, mas que dá para comer, seja verdura ou frutíferas, condimentos e por aí vai.
No entanto, uma área, infelizmente, carente de pesquisa e de editais de financiamento no Brasil.
Nós temos uma biodiversidade muito grande, mas não a CUIDAMOS, CONSERVAMOS, VALORIZAMOS E NOS BENEFICIAMOS...
Fonte: www.docelimao.com.br
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quinta-feira, 10 de março de 2016
Plantação de Pérolas Gastronômicas; vc conhece o Physalis?
Nos vamos para pequeno município de Gonçalves ao sul de Minas Gerais,
uma das regiões com agricultura orgânica de sucesso.
Desta vez nos vamos conhecer o Physalis uma fruta azedinha e saborosa que vem ganhando espaço no mercado gastronômico como enfeite de sobremesas e pratos.
No Brasil ela tem vários apelidos, passando por bucho-de-rã, juá-de-capote, mata-fome, bate-testa, saco-de-bode, tomate-lagartixa, capucho... Um dos principais produtores é a colômbia onde é conhecida como Utchuva e no Japão como HOSUKI...
quarta-feira, 9 de março de 2016
Frutas Raras- Repórter ECO 31/07/2011
UM CIDADÃO , APAIXONADO PELA NATUREZA, TRANSFORMOU UM SÍTIO
ONDE VIVE EM UM BERÇÁRIO DE FRUTAS RARAS.
MUITAS DELAS SÃO ESPECIES NATIVAS DO BRASIL,
MAS SÃO POUCO CONHECIDAS PELA POPULAÇÃO.
terça-feira, 8 de março de 2016
FRAMBOESAS E AMORAS, Inusitada Fazenda de Frutas Vermelhas
www.baronesavonleithner.com.br
A Fazenda Baronesa Von Leithner fica localizada no bairro Alto da Boa Vista, uma área nobre de Campos do Jordão.Sendo a primeira e uma das maiores fazendas cultivadoras de frutas vermelhas de que se tem notícia no Brasil, a Baronesa Von Leithner possui as melhores geleias e compotas de todo o país. Venha conhecer o melhor e mais variado complexo gastronômico de região serrana de Campos do Jordão.Baroness Von Leithner Farm is located in Alto da Boa Vista district, an affluent area of Campos do Jordão.Sendo the first and one of the largest farms-growing berries that are no reports in Brazil, the Baroness Von Leithner has the best jellies and jams all over the country. Come experience the best and most varied gastronomic complex of the mountainous region of Campos do Jordao.
www.baronesavonleithner.com.br
A Fazenda Baronesa Von Leithner fica localizada no bairro Alto da Boa Vista, uma área nobre de Campos do Jordão.Sendo a primeira e uma das maiores fazendas cultivadoras de frutas vermelhas de que se tem notícia no Brasil, a Baronesa Von Leithner possui as melhores geleias e compotas de todo o país. Venha conhecer o melhor e mais variado complexo gastronômico de região serrana de Campos do Jordão.Baroness Von Leithner Farm is located in Alto da Boa Vista district, an affluent area of Campos do Jordão.Sendo the first and one of the largest farms-growing berries that are no reports in Brazil, the Baroness Von Leithner has the best jellies and jams all over the country. Come experience the best and most varied gastronomic complex of the mountainous region of Campos do Jordao.
www.baronesavonleithner.com.br
segunda-feira, 7 de março de 2016
Capim-limão desinfeta sementes de cebola
Produto natural pode ser alternativa a agricultores orgânicos
22/01/2016 às 00:00 (atualizado em 22/01/2016 às 10:27)
Extráido do correio riograndense HORTALIÇAS
A partir da demanda do setor orgânico por sementes de hortaliças livres de produtos químicos, pesquisadores da Embrapa avaliaram tratamentos alternativos baseados na aplicação de óleos essenciais de plantas aromáticas e descobriram que o capim-limão é a espécie mais indicada para desinfetar sementes de cebola contaminadas com uma determinada espécie de fungo.
O produto natural pode ser alterativa a agricultores orgânicos ou que tenham restrições para usar fungicidas. “Além de não comprometer o potencial germinativo da semente de cebola, o óleo de capim-limão inibiu em 100% a germinação dos esporos do fungo”, quantifica a agroindustrial Maria Isabel Lozada, da Universidade de Brasília (UnB) e bolsista da Embrapa Hortaliças, para quem o óleo pode ser considerado alternativa promissora para o controle desse microrganismo nocivo à qualidade das sementes de cebola.
Trata-se do fungo Colletotrichum gloeosporioides f. sp. cepae que, nas épocas quentes e chuvosas, causa uma doença bastante destrutiva chamada de antracnose ou mal-de-sete-voltas. Além de ocasionar lesões nas folhas da cebola, essa doença afeta os bulbos, que podem apresentar má-formação e, nos casos mais extremos, podridão. Mesmo quando a planta resiste ao microrganismo, os bulbos não atingem o padrão comercial do mercado.
“Esse fungo pode deteriorar a semente no armazenamento, inviabilizando sua germinação ou a emergência da planta que, caso se desenvolva, pode manifestar a doença e comprometer a produção”, explica o pesquisador Warley Nascimento, da área de Tecnologia de Produção de Sementes, que lidera o projeto de pesquisa.
Testes
Geralmente, para controlar esse microrganismo aplica-se nas sementes de cebola, antes de efetuar a semeadura direta no campo, um tratamento convencional à base de fungicidas de amplo espectro de ação. Contudo, na busca por métodos alternativos para o sistema orgânico, foram testados óleos essenciais de cinco espécies: manjericão, sálvia, tomilho, citronela e capim-limão.
Conforme nascimento, os tratamentos alternativos com os óleos essenciais dispensam a utilização de fungicidas e propiciam melhor qualidade de vida para os produtores rurais. “Esse método é indicado para a agricultura familiar, mas também pode ser utilizado no sistema convencional para minimizar a dependência de insumos químicos”, detalha.
Considerando que o padrão para a comercialização de sementes de cebola no país estabelece percentual mínimo de 80% de germinação, todos os óleos analisados ficaram acima desse valor. A semente embebida em óleo de capim-limão foi a única que apresentou taxa de germinação superior à obtida pela semente não tratada, alcançando 97% de germinação.
Efeito dos óleos essenciais
O tratamento de sementes tem dois objetivos principais: desinfestar a semente e protegê-la de microrganismos prejudiciais presentes no solo. O papel do óleo essencial atende o primeiro objetivo, uma vez que ele elimina o microrganismo que está aderido à superfície da semente. “Os óleos essenciais não apresentam efeito residual a ponto de blindar a semente no solo, mas eles têm muito mérito ao garantir uma semente sadia e livre de contaminantes”, analisa o pesquisador da Embrapa Ricardo Pereira.
Os óleos essenciais possuem compostos químicos que exercem efeito tóxico no fungo que prejudica as sementes de cebola. Os tipos e as quantidades desses compostos são variáveis em cada óleo, por isso eles apresentam resultados diferentes no tratamento das sementes. De acordo com Maria Isabel, não necessariamente a ação desinfetante do óleo de capim-limão se dá pela presença de uma substância majoritária, mas sim pela combinação dos compostos químicos.
O tratamento de sementes tem dois objetivos principais: desinfestar a semente e protegê-la de microrganismos prejudiciais presentes no solo. O papel do óleo essencial atende o primeiro objetivo, uma vez que ele elimina o microrganismo que está aderido à superfície da semente. “Os óleos essenciais não apresentam efeito residual a ponto de blindar a semente no solo, mas eles têm muito mérito ao garantir uma semente sadia e livre de contaminantes”, analisa o pesquisador da Embrapa Ricardo Pereira.
Os óleos essenciais possuem compostos químicos que exercem efeito tóxico no fungo que prejudica as sementes de cebola. Os tipos e as quantidades desses compostos são variáveis em cada óleo, por isso eles apresentam resultados diferentes no tratamento das sementes. De acordo com Maria Isabel, não necessariamente a ação desinfetante do óleo de capim-limão se dá pela presença de uma substância majoritária, mas sim pela combinação dos compostos químicos.
Redação Jornal Correio Riograndense
quinta-feira, 3 de março de 2016
Sucateamento da SMAM agravou danos causados pela tempestade em Porto Alegre, dizem técnicos
jornal sul21
Uma parcela considerável dos danos e prejuízos causados à população poderia ser evitada, caso a Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre (SMAM) dispusesse das condições mínimas necessárias para desenvolver ações programadas de manutenção preventiva da arborização da cidade. A afirmação é de técnicos do quadro da SMAM, que divulgaram um manifesto alertando para o sucateamento da pasta e o reflexo que isso teve nos prejuízos causados pela tempestade que atingiu a capital gaúcha no dia 29 de janeiro. Segundo técnicos da secretaria, os nove veículos para trabalhos em altura na arborização estão parados e cerca de 10 mil árvores já avaliadas por técnicos e programadas para remoção ou poda estão na fila aguardando execução. Os técnicos avaliam ainda que centenas de árvores não teriam caído na cidade, caso tivessem sido podadas ou removidas conforme previsão feita anteriormente por laudos técnicos.
O manifesto denuncia também a falta de reposição de funcionários para a área operacional, o que estaria prejudicando a execução de trabalhos preventivos no manejo da arborização urbana pública de Porto Alegre. O último concurso para a área, assinalam os técnicos, ocorreu em 1993. Situações emergenciais como a experimentada no dia 29 de janeiro se repetirão a cada novo evento climático extremo, sem que a Prefeitura consiga dar uma resposta ágil e tecnicamente eficiente à população porto-alegrense, diz ainda o documento. Segue a íntegra do manifesto:
Manifesto dos técnicos do quadro da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre:
“Os Técnicos do quadro da Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SMAM, ligados ao Núcleo da Associação dos Técnicos de Nível Superior do Município de Porto Alegre – Astec, e ao Núcleo associado ao Senge – Sindicato dos Engenheiros do RS, vêm a público manifestar o que segue:
Em função das catástrofes causadas pelo temporal no dia 29 de janeiro último e diante da falta de ações preventivas por parte da prefeitura nos últimos anos, os núcleos Astec/Smam e Senge/Smam novamente vêm a público denunciar o total sucateamento a que está exposta a Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
– A falta de reposição de funcionários para a área operacional vem, progressivamente, prejudicando o desenvolvimento de trabalhos preventivos e planejados no que tange ao manejo da arborização urbana pública de Porto Alegre. O último concurso para a área operacional ocorreu em 1993 e as tentativas de soluções através de terceirização desses serviços apresentadas pela Administração Municipal têm se mostrado subdimensionadas, ineficientes e incapazes de responder à altura as demandas atuais. Da mesma forma, o estado de precariedade atual e a sistemática falta de manutenção dos veículos, equipamentos e infraestrutura disponíveis para o trabalho das equipes próprias de servidores reforçam o quadro geral de sucateamento em que se encontra a Secretaria atualmente.
– Nessas circunstâncias, a SMAM vem enfrentando sérias dificuldades quanto ao atendimento das demandas de manejo da arborização, sejam aquelas identificadas pelos técnicos que atuam nas diferentes regiões de serviço da cidade, sejam aquelas apresentadas pela população através dos canais de atendimento da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Tais dificuldades de atendimento vão desde situações mais simples, envolvendo pequenos conflitos da arborização com a infraestrutura urbana até aquelas mais complexas que, frequentemente, envolvem risco à população.
– Uma parcela considerável dos danos e prejuízos causados à população poderia ser evitada, caso a SMAM dispusesse das condições mínimas necessárias para desenvolver ações programadas de manutenção preventiva da arborização da cidade. Os fatos observados nos últimos dias também evidenciam o quanto o processo de sucateamento do órgão ambiental do Município de Porto Alegre pode se refletir negativamente na capacidade de resposta da cidade frente a situações de eventos climáticos adversos, os quais, sabidamente, deverão se intensificar com o avanço do fenômeno do aquecimento global.
Enquanto os serviços ambientais prestados pelo Município à população continuarem a ser relegados a planos inferiores de prioridade pela Administração Municipal, os títulos pretendidos de Cidade melhor arborizada e Cidade Resiliente ficam gravemente comprometidos. Situações emergenciais como a experimentada na última sexta-feira se repetirão a cada novo evento climático, sem que a Prefeitura consiga dar uma resposta ágil e tecnicamente eficiente à população porto-alegrense”.
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