De pequi à mangaba, o que não falta é novidade
fonte : por Curta Mais
O cerrado é uma das áreas mais ricas do Brasil, e cobre praticamente 20% do território nacional na região do Planalto Central.
Com
biodiversidade rica e (no mínimo) cinco ecossistemas diferentes, há uma
infinidade de plantas e animais que fazem dele um dos ambientes mais
diversificados do país.
De beleza única e incomparável, por aqui também existem frutos típicos que vale a pena conhecer e valorizar. Duvida? Confere aí:
Bacupari-do-Cerrado (Salacia elliptica)
Foto: Nó de Oito
Nativa do
Vale do São Francisco, Pantanal, Planalto Central e partes da Mata
Atlântica, o bacupari-do-cerrado possui polpa espessa e consistente, mas
com sabor adocicado e agradável. Sua árvore pode atingir até 8 metros
de altura e amadurece seus frutos nos meses de novembro e dezembro.
Costuma-se consumir o bacupari-do-cerrado in natura.
Pêra-do-campo (Eugenia klotzschiana)
Foto: Fruitpedia
Imortalizada
na obra de Guimarães Rosa, a pêra-do-campo, conhecida também como
cabacinha-do-campo, é uma fruta grande (variando entre 60g e 90g), com
casca fina e polpa suculenta de sabor doce azedinho, muito
característico. Sua árvore é, na verdade, um arbusto que varia entre
0,5m e 1,5m de altura, e frutifica no verão, a partir de outubro. É
normalmente consumida in natura, em geléias ou na célebre
“limonada de pêra-do-campo”. Pode ser plantada em vaso e é essencial em
projetos de recuperação do cerrado.
Murici (Byrsonima crassifólia)
Foto: Modo de Emagrecimento Rápido
Muito
comum em todo o cerrado e em solos arenosos na região Amazônica, o
muricizeiro é uma árvore típica do cerrado, de baixa estatura e tronco
todo retorcido. Seu fruto, o murici, tem polpa carnosa com uma semente
só. Possui sabor e aroma muito apreciados, sendo consumido de uma
infinidade de formas – in natura, em sucos, geléias, compotas, doces,
picolés e até como farinha. O murici amadurece principalmente entre
fevereiro e maio.
Cagaita (Eugenia dysenterica)
Foto: Coisas da Roça
A cagaita
é uma delícia, mas conforme o próprio nome sugere, não a coma muito
madura, aquecida pelo sol, ou em grande quantidade se não quiser passar
uma temporada no banheiro. Bastante carnuda e suculenta, a cagaita tem
sabor azedinho que lembra o araçá e dá em uma árvore de tronco curto de
copa frondosa, que chega a no máximo 8 metros de altura. É muito
consumida in natura, em sucos, picolés e sorvetes. Pode ser encontrada no pé entre outubro e novembro.
Mama-cadela (Brosimum gaudichaudii)
Foto: Wikipedia
Também
conhecida por mamica-de-cadela, algodão-do-campo, amoreira-do-campo,
mururerana, apé, conduru e inhoré, a mama-cadela é um arbusto pequeno
muito típico em todo o cerrado. O fruto é todo enrugadinho, com a polpa
fibrosa e suculenta, com sabor que lembra o de um coquinho de macaúba.
Consumido in natura, é também muito usada em chás e outros
tipos de preparação caseiras para o tratamento de vitiligo (o que pode
ser perigoso, dado que, dependendo da dose, seu uso pode levar à
intoxicação hepática e queimaduras). Uma pesquisa está sendo financiada
pelo governo federal e um medicamento já está em fase final de desenvolvimento, mas ainda não foi testado em humanos.
Pequi (Caryocar brasiliense)
Foto: Lorhans
O pequi é
conhecido como ouro do cerrado e é um dos frutos mais famosos da
região. O pequizeiro é uma árvore bonita e frondosa, que pode chegar até
12 metros de altura e produz seus frutos de novembro a janeiro.
Grandinho como uma maçã e de casca verde, o pequi possui caroços
revestidos por uma polpa macia riquíssima em vitamina C, que possui
pequenos espinhos por baixo. Embaixo dos espinhos encontra-se uma
amêndoa, também muito apreciada, que pode ser consumida torrada, in natura,
caramelizada, em licores, e até em óleos, como cosmético. O pequi é
muito utilizado na culinária regional, sendo comumente cozido no arroz e
no feijão. Se deu vontade e tem um pequizeiro perto de casa, confira
algumas receitas.
Baru (Dipteryx alata)
Foto: Oh!
Espécie
ameaçada pela extração predatória de sua madeira, o baruzeiro é uma
árvore alta e imponente, que pode chegar até 20m de altura. O seu fruto,
o baru, é uma castanha com sabor similar ao do amendoim, com alto teor
protéico. O problema é que a casca do baru é tão dura que é difícil
abrir o fruto sem quebrar a amêndoa dentro (pense: dá para usar os
restos de casca em calçamento, no lugar de brita, de tão resistente que
é). Por isso, a técnica utilizada para quebrar o fruto costuma ser de
corte transversal ou com pressão mecânica. Como é o caso de castanhas em
geral, a amêndoa do baru é muito versátil e pode ser consumida tanto in natura,
como torrado, em paçoca, rapadura, pé-de-moleque, farinhas e mais uma
infinidade de receitas. Sua polpa também pode ser consumida e costuma
ser usada em óleos, manteigas e tortas. Os frutos amadurecem de setembro
a outubro.
Araticum (Annona coriacea)
Foto: Mapa da Cachaça
Típica de
áreas secas e arenosas do cerrado, o araticum é coberto por uma grossa
casca marrom e possui no seu interior um monte de semente lisa e preta
com uma polpa delícia ao redor. É consumido principalmente in natura,
sucos e doces, e pode ser encontrado no pé de janeiro a março.
Buriti (Mauritia flexuosa)
Foto: Óleos para tudo
O buriti é
uma palmeira não cultivada, mas muito comum em boa parte do país. Alto,
chegando até 30m de altura, o buritizeiro dá por volta de cinco cachos
de buriti todo ano (cada um deles, com cerca de 400 a 500 frutos) entre
abril e agosto, que demoram quase um ano para amadurecer. Quando isso
acontece, por volta de fevereiro, a polpa saborosa é consumida in natura, em doces, picolé e até fermentada, como vinho. O óleo da polpa também pode ser usado para frituras.
Cereja-do-cerrado (Eugenia calycina)
Foto: Nó de Oito
Para quem
gosta de pitangas, a cereja-do-cerrado é considerada o santo graal do
gênero. Dando em um arbusto pequeno e muito ornamental, de cerca de 2m
de altura, é uma fruta de polpa espessa, muito suculenta, macia e de
sabor doce delicioso. Pode ser consumida in natura ou em doces, geléias, gelatinas e sorvetes, e costuma aparecer madura no pé entre os meses de outubro e janeiro.
Mangaba (Hancornia speciosa)
Foto: Viveiro Ipê
Com polpa
suculenta e ligeiramente leitosa e azedinha, a mangaba é o fruto da
mangabeira, árvore típica da caatinga, mas comum também em diversas
regiões do cerrado. Rica em vitamina C, é normalmente consumida tanto in natura,
como em geléias, compotas, sorvetes e licores. Sua árvore pode atingir
até 10 metros de altura e tem aspecto rústico e retorcido, com tronco e
folhas que fornecem um látex conhecido como “leite de mangaba”, com
propriedades medicinais. A mangaba pode ser encontrada o ano todo, mas
principalmente entre os meses de outubro e abril.
Via: Nó de Oito
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