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quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Adubação com Pó de Rocha - Universídade de Brasília




Pesquisas em desenvolvimento no país buscam aprimorar a técnica de rochagem, que utiliza o pó de rochas como substituto dos fertilizantes químicos nas plantações

Quando ouve falar em rocha, a maioria das pessoas imagina um obstáculo, um objeto de estudo geológico ou mesmo ornamental. O que poucos sabem, no entanto, é que essa "pedra no caminho" pode ser também um potente fertilizante para a agricultura, rico em nutrientes capazes de desenvolver plantas mais fortes e saudáveis para o consumo humano. E isso tudo a um custo bem mais baixo que o dos produtos usados atualmente.

O Brasil precisa importar 90% dos fertilizantes utilizados na agroindústria, todos químicos. Isso porque o solo tropical é muito antigo e, por conta do processo dinâmico e natural do tempo, acabou perdendo importantes nutrientes, como potássio, fósforo, cálcio e magnésio, considerados a "base alimentar" das plantas. Uma alternativa para essa escassez e ótimo substituto para os produtos importados é a rochagem, técnica que utiliza o pó de rochas - especialmente das vulcânicas - para fortalecer o solo (veja arte).

As vantagens do método são muitas. Além de dispensar o uso de produtos químicos, a rochagem exige uma recarga de nutrientes do solo a cada quatro anos apenas, enquanto na adubação tradicional ela é feita anualmente. "É a fertilização da terra pela terra", resume Suzi Maria Córdova, pesquisadora da Universidade de Brasília (UNB). Segundo ela, o Brasil tem uma geodiversidade imensa, que pode suprir a demanda de fertilizantes importados.

O grande desafio está em identificar as rochas que contenham os principais nutrientes necessários à agricultura, assim como apontar aquelas com metais que possam contaminar o meio ambiente e, por isso, precisam ser evitadas no processo. "As rochas utilizadas devem ser fontes naturais de fósforo, potássio, cálcio e magnésio, além de possuir uma série de micronutrientes indispensáveis à nutrição vegetal", explica Suzi.

As que apresentam maior potencial para virarem fertilizante são as ricas em minerais silicáticos de solubilidade moderada. De acordo com Éder Martins, pesquisador da Embrapa Cerrados, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, se o pó de rocha for muito solúvel seus nutrientes se espalham pelo solo e a planta não consegue absorvê-los. "Esse é um dos problemas dos fertilizantes químicos. Eles são tão solúveis que os nutrientes se perdem na terra." Entre as rochas mais utilizadas na rochagem estão a biotita, flogopita, feldspatoides e zeólitas, encontradas em abundância nos estados de Goiás, Minas Gerais, Bahia e Tocantins.

Investimento

Segundo Martins, os estudos sobre a rochagem são uma demanda do governo federal, preocupado em reduzir os gastos com a importação de fertilizantes. Em 2008, o país gastou US$ 10 milhões com esses produtos. A adoção da nova técnica pode representar uma economia de até US$ 7 milhões por ano para os agricultores brasileiros. "A intenção não é acabar com a importação, mas diminuí-la", informa o cientista.

A rochagem ainda consegue aliar dois setores que, tradicionalmente, não possuem interação e são considerados grandes vilões ambientais: mineração e agricultura. O problema do primeiro (excesso de resíduos) pode se transformar em solução para uma necessidade do segundo (fertilizantes). "Os subprodutos ou rejeitos gerados em muitas minerações já se encontram, em sua maioria, triturados ou moídos, o que facilita a incorporação desses materiais aos solos", explica Martins.

Suzi Córdova ressalta que a técnica incorpora vários princípios da agroecologia, uma vez que não tem um foco exclusivo na produção, mas, também, na sustentabilidade ecológica e socioeconômica do sistema de produção. "A rochagem é uma técnica de baixo custo e acessível ao pequeno agricultor, o que viabiliza sua inclusão no mercado."

O Sul do país é a região que mais utiliza o método, por conta da diversidade de rochas ricas em nutrientes na região. Para Martins, é importante analisar a viabilidade econômica de transporte dessas rochas. "A utilização dessa técnica só é vantajosa se as rochas estiverem a uma distância de, no máximo, 200km da fazenda." Isso porque, para cada hectare de plantação, são usadas 2t de pó de rocha. Os cientistas esperam ainda a normatização da tecnologia pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. "É preciso estabelecer uma regulamentação comercial e classificatória dessas rochas, além da criação de créditos para financiar o uso da rochagem", diz Suzi.

O número

US$ 7 milhões

Valor da economia que a disseminação da rochagem pode representar por ano ao país.

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Pó basáltico e a redução de custos com adubação

 

Pó basáltico Condicionamento do solo e redução de custos com adubação

AUTOR

Bruno da Silva Moretti
Engenheiro agrônomo, doutor em Ciência do Solo e coordenador do Laboratório de Análise de Solo – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
bsmoretti@hotmail.com

Os solos brasileiros são, na sua maioria, ácidos e de baixa fertilidade natural, o que exige a aplicação constante de fertilizantes para suprir as necessidades das culturas e as perdas inerentes de cada solo. Com a crescente demanda por alimentos e constante evolução da agricultura, os pesquisadores e melhoristas têm apresentado, a cada ano, espécies mais produtivas e, consequentemente, mais exigentes em nutrientes do que as espécies já consagradas.

Sabe-se que o custo da adubação de qualquer cultura é um dos fatores que mais onera a produção e com a pressão de ter que produzir mais alimento a baixo custo, sem aumentar a área já utilizada, os produtores, bem como os pesquisadores do setor, vêm buscando alternativas aos fertilizantes convencionais para suprir a demanda de nutrientes das plantas.

Alternativa

Uma alternativa potencial ao uso do fertilizante convencional é a utilização de pó de rocha, a chamada rochagem. Esta técnica consiste na moagem e na aplicação da rocha diretamente no solo com ou sem tratamento prévio, de forma a aumentar a sua solubilidade.

Dentre as rochas utilizadas na agricultura, vem ganhando destaque o pó basáltico, que é a rocha basáltica moída em uma granulometria bem fina. O basalto é uma rocha básica, precursora de diversos solos no Brasil, e que possui diversos elementos que são essenciais para o desenvolvimento das culturas.

Características

Todos os elementos presentes na rocha, dentre eles os nutrientes, elementos úteis e até mesmo possíveis elementos tóxicos, são disponibilizados conforme a rocha sofre o processo de decomposição. Este processo está bastante relacionado com a granulometria do pó da rocha, e quanto menores forem as partículas, mais rápido será a decomposição da rocha e consequentemente mais rápida será a disponibilização dos elementos. Além da granulometria, outros fatores também influenciam no processo de decomposição das rochas, como microrganismos, temperatura, água e oxigênio.

Vantagens

Como vantagens do uso do pó basáltico, podemos destacar: liberação lenta dos nutrientes; baixa perda por lixiviação; são fontes multi-nutrientes; algumas rochas possuem teor de silício solúvel razoável, o que pode minimizar a adsorção de fósforo, já que ambos competem pelo mesmo sítio ativo do solo; as matérias-primas são amplamente encontradas no território nacional; baixo custo do produto na propriedade, por ter foco de aplicação regional, o custo com o frete costuma ser baixo; atende a diversos critérios da agricultura orgânica; geralmente não tem incompatibilidade com outros fertilizantes; apresentam efeito condicionante do solo, podendo aumentar a capacidade de retenção de nutrientes do solo; exige baixa tecnologia para produção, geralmente apenas a moagem, sendo que em alguns casos aplica-se algum tratamento prévio para aumentar a solubilidade.

BOX

Detalhes importantes

Quanto ao manejo, é comum aplicar em área total ou no sulco de plantio, utilizando-se os mesmos equipamentos utilizados rotineiramente pelos produtores rurais, da mesma forma que espalham o calcário, gesso ou o superfosfato simples, por exemplo.

Outra forma bastante comum e que pode potencializar o processo de decomposição da rocha é misturando-se a rocha com matéria orgânica, como estercos, por exemplo, fazendo-se assim uma compostagem dos materiais, o que, além de potencializar a decomposição da rocha, também agrega outros nutrientes, resultando em um organomineral que trará ainda mais benefícios para a cultura.

Destino

Como regra geral, este produto pode ser utilizado para qualquer cultura, seja ela perene ou anual. Todavia, por ser um produto de baixa solubilidade, os nutrientes do pó basáltico tendem a ser melhor aproveitados em culturas anuais.

Porém, utilizando o produto ano após ano, o produtor começa a fazer com que seu solo seja uma espécie de “poupança” de nutriente e assim o efeito residual das consecutivas aplicações também vai ser muito bem aproveitadas pelas culturas anuais.

Alguns pesquisadores afirmam que a aplicação constante de pó de rocha causa um efeito, apesar do termo não ser aceito por alguns pesquisadores, de rejuvenescimento do solo, por ter um potencial de aumentar a CTC (capacidade de troca de cátions) do solo com o passar dos anos, e aqui vale ressaltar que os solos do Brasil são, na sua maioria, considerados velhos, que já sofreram intenso processo de intemperismo, naturalmente ácidos e pobres em nutrientes.

Não confunda

Apesar de vários benefícios, como mencionado, do uso do pó de basalto na agricultura é uma técnica que não tem a capacidade e nem o intuito de substituir totalmente a adubação convencional, e sim visa complementar e substituir uma parcela da adubação padrão composta de adubos químicos convencionais, visando a diminuição de custos para o produtor e a melhor qualidade das culturas, já que, no geral, as rochas possuem diversos elementos em sua composição.

Os principais erros dos produtores que não obtiveram suas expectativas atendidas com o uso da rochagem está quase sempre na desinformação sobre a técnica. O produtor deve sempre ficar atento a algumas características intrínsecas de cada produto, como o teor de nutrientes solúvel e total; não optar por substituir totalmente sua adubação convencional; ficar atento ao valor do frete, que muitas vezes é mais caro que o produto.

Algumas pesquisas citam como uma distância razoável para se transportar este tipo de produto no máximo 600 km, sendo que que acima desta distância o transporte é inviável.

Além dos pontos supracitados, outros fatores ainda pouco conhecidos devem ser considerados, como o uso contínuo do pó de basalto causar um efeito cimentante no solo, podendo provocar o fechamento parcial dos poros do solo, diminuindo a permeabilidade do perfil. Também, deve-se sempre verificar o laudo de análise do material, já que, como mencionado, as rochas podem conter não só nutrientes como também elementos tóxicos às plantas.

Na literatura, os resultados ainda não são conclusivos, mas encontram-se diversos relatos em que não houve diferenças significativas ao se utilizar o pó de basalto como parte da adubação. Alguns relatos de utilização em viveiros também afirmam que não houve diferenças ao se utilizar o pó de basalto no crescimento inicial de mudas de espécies arbóreas.

Por outro lado, doses maiores de pó de basalto têm prejudicado o desenvolvimento das mudas e esse efeito tem sido atrelado à menor aeração dos substratos que receberam o pó de basalto.

Contudo, vemos que a utilização desta técnica tem se mostrado promissora, todavia, ainda são necessários mais estudos, principalmente no que se refere a aumentar a solubilidade da rocha e agregar nutrientes, como por exemplo o uso do pó de basalto como matéria-prima para organominerais.

A técnica de rochagem consiste na moagem e na aplicação da rocha diretamente no solo com ou sem tratamento prévio, de forma a aumentar a sua solubilidade. Dentre as rochas utilizadas na agricultura, vem ganhando destaque o pó basáltico.

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Pó de Rocha: ADUBO com Tecnologia de ponta; saiba mais

Extraído de :http://www.radiocoracao.org/noticias/po-de-rocha-tecnologia-de-ponta-saiba-mais

Os solos mais ricos e férteis do mundo tiveram sua origem numa rocha vulcânica e extremamente dura: o basalto!

Na natureza, para se formar um centímetro de solo a partir da decomposição da rocha, os geólogos e pedólogos afirmam serem necessários cerca de 500 a 1.200 anos, dependendo da intensidade das reações químicas e biológicas de decomposição.
É fantástica a quantidade de elementos minerais nutritivos encontrados no basalto. Aqui no Brasil são poucas ainda as referências de sua utilização em escala comercial na agricultura. Na Europa, sua utilização pode ser considerada uma prática convencional de muitos agricultores.

Mais impressionante ainda é a capacidade que o pó de basalto possui em recuperar solos que foram empobrecidos pelos processos de erosão, lixiviação, acidificação natural ou pela aplicação de fertilizantes químicos, e principalmente pela exportação contínua de nutrientes pelas colheitas.

Num processo convencional de produção de alimentos, são fornecidos às plantas apenas nitrogênio, fósforo e potássio, chamados de NPK, tornando o solo e sua produção desequilibrados e enfermos. Sabemos que, para uma planta desenvolver-se sadia e equilibrada necessita de 45 micro e macronutrientes, dos quais podemos encontrar no pó de basalto.
A importância do solo é muito grande, para toda cadeia alimentar, dentro desta cadeia está o homem, que depende totalmente dele para se alimentar. Do equilíbrio do solo depende toda a vida na Terra. Assim, as plantas crescerão sadias e sem doenças, biologicamente completas. Terão quantidades e proporções ideais de minerais para alimentar qualquer animal e mantê-lo sadio, sem doenças e com vitalidade.
Só para dar um exemplo da importância do solo na cadeia alimentar do homem, os solos carentes de magnésio vão produzir culturas deficientes deste mineral, e os animais que delas se alimentarem tornar-se-ão carentes. No homem, as carências de magnésio provocam doenças como: hipertensão, artrose, artrite e muitas outras, uma vez que efetua mais de 300 funções no organismo humano.
A presença de uma ampla diversidade de elementos químicos no pó de rocha, com destaques para os elevados teores de fósforo (cerca de 60 vezes mais que um solo de ótima fertilidade), cálcio (10 vezes mais), magnésio (20 a 40 vezes mais), enxofre, potássio, boro, ferro e principalmente o silício, numa proporção elevada de óxidos de silício (7,8%), além de titânio, lítio, cobalto, iodo e tantos outros elementos que a ciência agronômica ainda não estudou os efeitos sobre as plantas.

O resultado imediato da aplicação do pó de basalto é o desenvolvimento abundante de raízes das plantas, tornando-as capazes de aumentarem a absorção de nutrientes e conseqüentemente sua capacidade produtiva. 

Estudos recentes no Brasil o indicam como potencial recuperador de pastagens e de canaviais. A liberação dos nutrientes do pó de basalto é gradual e contínua. As pesquisas apontam que os melhores efeitos são obtidos com o pó de basalto de granulometrias variáveis, isto é, uma mistura de grãos finos e grãos mais grossos.
As partículas mais finas têm uma liberação mais rápida de nutrientes, enquanto que os grãos maiores vão liberando seus nutrientes lentamente, de forma homeopática.
Mas o maior benefício do basalto é mesmo a produção de alimentos muito mais sadios e riquíssimos em nutrientes, tornando as pessoas e os animais que deles se alimentam igualmente sadios e bem nutridos. Plantas mais sadias, resistentes ao ataque de doenças e pragas.
O pó de pedra ou de rocha, não deve ser e não é apresentado como uma receita pronta e completa para o desenvolvimento da agricultura, como foi implantada pelas grandes empresas a revolução verde, com o uso de adubos químicos e venenos. O maior ou menor resultado do uso de pó de rocha nas culturas, não depende exclusivamente do seu uso ou não, mas também da vida biológica do solo. Num solo muito pobre e desgastado, a reação será menor, ao contrário que num solo vivo, que contenha matéria orgânica, sem uso de químicos, venenos e adubação verde.
A idéia de que existe uma receita pronta, deve ser desmistificada, as dosagens de pó de rocha devem ser testadas em cada propriedade, começando com pequenas quantidades e ir aumentando até obter o resultado esperado.

Antonio Weber – Agroecologista com certificação orgânica (IBD
Cultivamos idéias, ideais & plantas...
O maior ou menor resultado do uso de pó de rocha nas culturas, não depende exclusivamente do seu uso ou não, mas também da vida biológica do solo.

quarta-feira, 15 de maio de 2019

SC: adubação com pó de rocha é barata e ecologicamente correta



No lugar do adubo convencional, ele começou a aplicar basalto moído e se surpreendeu com o resultado. Os custos de produção caíram e, hoje, ele planta milho, feijão, soja e cebola no sistema agroecológico usando basalto misturado com adubo orgânico.

Wilfrit associa essa técnica com adubação verde de inverno, plantio direto e rotação de culturas. O sistema tem aumentado a p rodutivide: no primeiro ano com pó de rocha, o agricultor colheu 180 sacas de milho por alqueire. No ano seguinte, colheu 220 sacas na mesma área.

Para o agrônomo Daniel Dalgallo, extensionista do Escritório Municipal da Epagri, o pó de basalto pode substituir com vantgens a adubação sintética. “Com o adubo químico, o produtor se limita a 6 ou 7 nutrientes. O basalto tem 108 elementos químicos. Desses, 42 são importantes para o metabolismo da planta. Com uma nutrição equilibrada, a planta fica mais resistente a doenças”, destaca. Em Porto União, também há testes de aplicação do pó com adubo orgânico em pastagens, no plantio de grãos e na fruticultura. Na região, mais de 400 agricultores já usam a técnica.

De acordo com o biólogo Bernardo Knapik, que há mais de 20 anos estuda o pó de basalto, análises foliares das plantas que receberam a técnica apontam que elas são mais ricas em nutrientes. “O pó de rocha não agride o meio ambiente porque não se dissolve rapidamente. Ele é trabalhado pelos microrganismos e pelas raízes e, assim, o solo se regenera. Já o adubo sintético é solúvel, a planta aproveita o que pode, e o que ela não absorve pode causar problemas ambientais”, compara.

Em Guaraciaba, no Extremo-Oeste, o basalto é usado misturado com adubo orgânico em pastagens perenes de verão. “Houve um desenvolvimento de rebrota em menor período de tempo e diminuiu a incidência de pragas”, conta o agrônomo Clístenes Guadagnin, extensionista do Escritório Municipal da Epagri. Os resultados estão associados a um melhor manejo do gado, da pastagem e do solo, com a divisão em piquetes. Em testes realizados com lavouras de arroz sequeiro e milho, houve menor incidência de doenças foliares, maior produção e rsisência das plantas a períodos de estresse hídrico.

Em Ituporanga, no Vale do Itajaí, o pó de ardósia é usado na produção de cebola. “Usamos esse material associado à adubação verde e percebemos que o teor de potássio subiu rapidamente. Além disso, a acidez do solo diminuiu”, conta o agrônomo Hernandes Werner, pesquisador da Estação Experimental de Ituporanga.

Para ser usada na agricultura, a rocha é moída até se transformar em um pó semelhante ao cimento.Mas antes de usar esse material na lavoura, o agricultor deve fazer uma análise do solo e buscar o acompanhamento de um engenheiro agrônomo ou técnico agrícola.

Fonte: Epagri

http://www.portaldecanoinhas.com.br/noticias/6711

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Pó de rochas fecunda os solos


Adubo natural, pó alimenta as plantas, potencializa a produtividade e torna-se mais acessível.


O agricultor brasileiro está tirando leite de pedras. Explica-se: produtores de grãos, hortaliças, frutas, flores, pastagens e na silvicultura estão usando pó de rochas em substituição aos adubos químicos convencionais, e com vantagens. É a chamada biomineralização. As rochas com potencial de uso para a agricultura estão expostas na superfície ou são subprodutos da atividade mineradora.

Antes de virarem adubo natural, as rochas passam por um processo chamado de rochagem, no qual são transformadas em pó. “O pó de rocha fornece nutrientes ao solo, como cálcio, fósforo, magnésio e, principalmente, potássio”, esclarece o pesquisador Éder Martins, da Embrapa Cerrados. Martins coordena a Rede AgriRocha, formada por cerca de 100 pesquisadores que avaliam o potencial das diferentes rochas brasileiras como fontes de nutrientes para a agricultura.

Outra função dessas rochas é de serem condicionadores do solo. Isto é, permitem que outros nutrientes e condições do solo sejam mais equilibrados e que os nutrientes sejam disponibilizados conforme a demanda da cultura. “Especialmente em culturas perenes, essas fontes são de disponibilização lenta. A vantagem disso, em comparação às fontes convencionais, é que o agricultor não precisa ficar repondo os fertilizantes”, ressalta Martins.

Os três Estados do Sul têm experiências de manejo alternativo em várias culturas. No RS, a biomineralização despertou o interesse de produtores da região de Ijuí. Testes feitos com a aplicação de pó de rochas, em lavouras e hortas, têm deixado satisfeitos os produtores. “O pó de rocha contém cerca de 70 minerais, como cálcio, ferro, magnésio, ou seja, praticamente todos os minerais de que a planta necessita”, disse o engenheiro agrônomo da Emater, Gilberto Pozzobon.

Uma dessas propriedades é a de Cristiano Didoné, produtor de leite do interior de Ijuí. As duas toneladas de pó de rocha que aplicou em uma área considerada improdutiva conseguiram aumentar a produtividade em 30%. “Os resultados começaram a aparecer a partir do segundo ano”, disse Didoné.

Quando depositados em solos enfraquecidos, os minerais que as rochas carregam vão alimentar e nutrir as plantas, que, segundo os técnicos, crescerão mais saudáveis e menos suscetíveis a doenças. “A biomineralização pode ser uma alternativa ao modelo de produção que não respeita a natureza e o ser humano”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ijuí, Carlos Karlinski.

Em SC - Santa Catarina está apostando na adubação com pó de basalto. Em Guaraciaba, no Extremo-Oeste, o basalto é usado misturado com adubo orgânico em pastagens perenes de verão. “Houve desenvolvimento de rebrota em menor período de tempo e diminuiu a incidência de pragas”, conta o agrônomo Clístenes Guadagnin, extensionista da Epagri local.

Os resultados estão associados a um melhor manejo do gado, da pastagem e do solo, com a divisão em piquetes. Em testes realizados com lavouras de arroz sequeiro e milho, houve menor incidência de doenças foliares, maior produção e resistência das plantas a períodos de estresse hídrico.

Em Ituporanga, no Vale do Itajaí, o pó de ardósia é usado na produção de cebola. “Usamos esse material associado à adubação verde e percebemos que o teor de potássio subiu rapidamente. Além disso, a acidez do solo diminuiu”, conta o agrônomo Hernandes Werner, pesquisador da Estação Experimental de Ituporanga.

Catarinense descobre basalto moído

Agricultores de diferentes regiões de Santa Catarina estão usando pó de rocha para repor os nutrientes da terra. Um deles é Wilfrit Kunze, da localidade de Santa Maria, em Porto União. No lugar do adubo convencional, ele começou a aplicar basalto moído e se surpreendeu com o resultado. Os custos de produção caíram e, hoje, ele planta milho, feijão, soja e cebola no sistema agroecológico usando basalto misturado com adubo orgânico.

Wilfrit associa essa técnica com adubação verde de inverno, plantio direto e rotação de culturas. O sistema tem aumentado a produtividade: no primeiro ano com pó de rocha, o agricultor colheu 180 sacas de milho por alqueire. No ano seguinte, colheu 220 sacas na mesma área.

Para o agrônomo Daniel Dalgallo, extensionista da Epagri, o pó de basalto pode substituir com vantagens a adubação sintética. “Com o adubo químico, o produtor se limita a seis ou sete nutrientes. O basalto tem 108 elementos químicos. Desses, 42 são importantes para o metabolismo da planta. Com uma nutrição equilibrada, a planta fica mais resistente a doenças”, destaca.

Análises - De acordo com o biólogo Bernardo Knapik, que há mais de 20 anos estuda o pó de basalto, análises foliares das plantas que receberam a técnica apontam que elas são mais ricas em nutrientes. “O pó de rocha não agride o meio ambiente porque não se dissolve rapidamente. Ele é trabalhado pelos micro-organismos e pelas raízes e, assim, o solo se regenera. Já o adubo sintético é solúvel, a planta aproveita o que pode, e o que ela não absorve pode causar problemas ambientais”, compara.

Para ser usada na agricultura, a rocha é moída até se transformar em um pó semelhante ao cimento. Mas antes de usar esse material na lavoura, o agricultor deve fazer uma análise do solo e buscar o acompanhamento de um engenheiro agrônomo ou técnico agrícola.

Pesquisadores confirmam qualidades da rocha moída

O pó de basalto, por ser pouco solúvel, diminui os riscos de perdas por lixiviação; corrige gradativamente o pH do solo; em conjunto com a matéria orgânica, incentiva a vida; proporciona equilíbrio de macro e micronutrientes nas plantas, fortificando-

as; diminui a necessidade do uso de fertilizantes químicos, minimizando os riscos ao ambiente; proporciona ganho econômico a longo prazo. O custo é quase 20 vezes menor do que a aplicação de insumos convencionais.

É o que constaram o biólogo Fábio Junior Pereira da Silva e o engº agrº Edinei de Almeida. Eles apresentaram a experiência da utilização de pó de basalto nos sistemas de produção no PR e SC, no I Congresso Brasileiro de Rochagem, realizado em Brasília de 21 a 24 de setembro de 2009
No relato, as 560 famílias, organizadas em associações e grupos comunitários, buscavam alternativas ao sistema convencional. O trabalho é assessorado pela ONG ASPTA, Faculdade de Filosofia e Letras de União da Vitória e a Fundação Araucária.

outubro de 2010



quarta-feira, 15 de março de 2017

Agricultura com a força das rochas

Fonte: jornal Zero Hora

Pesquisa indica culturas que se beneficiam com insumo abundante no Estado

Por: Cadu Caldas
06/01/2017 - 
Pesquisas desenvolvidas pela Embrapa e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) vem apontando vantagens na utilização de pó de rocha para a produção agrícola. Mais do que uma prática de nicho, voltada a produtores de orgânicos, a economia gerada com a diminuição do uso de fertilizantes convencionais também deve chamar atenção de proprietários de grandes lavouras. Além de diminuir a dependência brasileira de insumos vindos do Exterior, a adoção da matéria-prima ajuda a reduzir a presença de substâncias químicas nos alimentos.
Délcio Donemann nota que não há diferença visível entre o morango cultivado com pó de rocha e outro adubo Foto: Omar Freitas / Agencia RBS
Parte da pesquisa é desenvolvida no Rio Grande do Sul, na propriedade de 22 hectares de Délcio Donemann, no interior de Pelotas. Lado a lado com a produção de aproximadamente 8 mil plantas de morangos do produtor, técnicos da Embrapa Clima Temperado cultivam a fruta adotando o mesmo manejo, mas utilizando o pó de rocha para fertilização.
— No ano passado, produzimos, em média, 400 gramas por planta, resultado semelhante ao que o produtor alcançou no sistema convencional, ambos impactados pelo clima. Por isso, é fundamental o cultivo próximo — explica Vanessa Fernandes Araujo, que analisou os efeitos do uso do fertilizante natural na produção de morangos no mestrado e no doutorado.
— Fizemos levantamento de custo de produção de um hectare de morango. Nosso manejo de adubação custou R$ 5 mil. Seu Délcio gastou aproximadamente R$ 15 mil, três vezes o valor — completa Vanessa.
Desenvolvida há pelo menos seis anos, a pesquisa respeita a rotação de culturas na propriedade e também é aplicada no cultivo de melão e alface, com resultados de produtividade semelhantes.
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De acordo com os pesquisadores, a técnica logo poderá ser replicada para produção familiar no Estado que, em geral, cultiva o morango no solo. Para a produção industrial da fruta, porém, bastante comum em municípios como Feliz e Montenegro, ainda é cedo para falar em fertilização natural. A adubação em estufas costuma ser diferente.
Redução de custos é atrativa
Em um primeiro momento o uso do pó de rocha como adubo natural atrai agricultores que cultivam orgânicos, nicho de mercado cada vez mais lucrativo para trabalhadores do campo graças ao interesse crescente dos consumidores. Mas, ao mostrar a alternativa mais barata abre-se novas oportunidades, principalmente para os produtores de grãos do Centro-Oeste, que têm grandes custos de logística para transportar o fertilizante do porto até a fazenda.
Remineralização das lavouras é uma das vantagens, segundo os pesquisadores Adilson Bamberg, Vanessa Araujo e Carlos Posser (d) Foto: Omar Freitas / Agencia RBS
Ao adotar fontes naturais, a perda de produtividade, observada em um primeiro momento, seria compensada pela redução de despesas com insumos.
— Produzir pensando só na produtividade está com os dias contados. O consumidor quer saber como é cultivado o alimento que consome, o que abre espaço para outros tipos de insumos, com menos químicos. Isso tanto nas lavouras de grãos quanto nas de frutas — afirma o pesquisador da Embrapa, Carlos Augusto Posser, um dos orientadores de Vanessa.
Retorno às origens - Hoje totalmente disseminado no cultivo de grandes culturas, o uso de fertilizantes solúveis só começou a ser empregado na agricultura brasileira a partir de 1960. A "descoberta" de produtos que ajudavam a tornar o solo mais fértil só aconteceu na década de 1940 a partir da pesquisa do uso de nitrogênio e enxofre para armamento durante a 2ª Guerra Mundial. Até então, a única alternativa de produtores para fertilizar a lavoura era investir na adoção de insumos naturais, entre os quais o pó de rocha. A prática é adotada até hoje em larga escala em países africanos, muito populosos e sem grande volume de recursos para investir em produção.
Cuidado com falsificados
Produtores interessados em utilizar pó de rocha para fertilizar o solo encontram dificuldades para comprá-lo no país de maneira legal.
Até o momento, apenas uma empresa, de Minas Gerais, tem o produto liberado para comercialização pelo Ministério da Agricultura. Pelo menos outras oito indústrias, entre as quais, duas gaúchas, a Fida, de Caçapava do Sul, e a Caxiense, de Caxias do Sul, contam com insumos em fase final de testes junto a órgãos de fiscalização. No entanto, ainda não estão disponíveis no mercado.
É comum encontrar no interior do Estado pessoas vendendo pó extraído de pedreiras como insumo para agricultura. Mas sem um selo oficial é impossível garantir a qualidade do fertilizante comercializado.
No médio prazo, produtividade semelhante
Os resultados obtidos nas pesquisas desenvolvidas pela Embrapa até agora indicam que no médio prazo os solos onde o pó de rocha é aplicado alcançam índices de produtividade semelhantes a terrenos onde são adotados fertilizantes convencionais. No longo prazo, o efeito é mais positivo: propicia a remineralização das lavouras, estimulando a formação de novos minerais em solos antigos, que já tinham perdido boa parte dos seus nutrientes. Maior qualidade nutricional dos frutos também tem sido observado.
Outra vantagem apontada por pesquisadores é a redução do impacto ambiental. Ao privilegiar o uso de rochas encontradas na região, produtores evitariam o gasto energético empregado no deslocamento do insumo ao redor do mundo. Hoje, a maior parte dos fertilizantes usados no país vem do outro lado do oceano, de países como Marrocos e Alemanha.
O projeto seria usar pedreiras regionais para ajudar na agricultura local, assim o produtor não precisaria se deslocar mais de 100 quilômetros para adquirir o insumo.
— Não acho que o pó de rocha vá substituir totalmente o uso de fertilizantes solúveis algum dia. Mas é uma alternativa importante. Aliás, um não exclui o outro. Pelo contrário, o uso de diferentes fontes orgânicas aumenta o seu potencial — explica o pesquisador Carlos Augusto Posser.
Segundo Posser, o pó de rocha pode ser usado associado à compostagem, por exemplo, misturado com esterco de aves ou de suínos. Exemplo é a Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí (Ecocitrus), de Montenegro, que mistura resíduos orgânicos ao pó de rocha encontrado no município.
AS ETAPAS DA PESQUISA
Coleta das rochas — Junto com profissionais do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), pesquisadores da Embrapa saem a campo em busca de rochas com indícios de potencial nutritivo para a agricultura. Investigação prévia mostra alvos potenciais.
Análise do material — Após a coleta, é feita a caracterização do material, com levantamento das propriedades da pedra. São apontados os nutrientes presentes e descrito o tipo de solo que se forma sobre a rocha, por exemplo.
Pesquisa em estufas — Começam os estudos em estufas. Pesquisadores conferem se o potencial nutritivo se confirma na prática, ou seja, se a planta consegue, de fato, absorver os nutrientes presentes na pedra. Outro ponto importante observado é a velocidade de absorção das substâncias. É preciso que o tempo de sucção seja compatível com a produção agrícola. Quando muito lento, o efeito é bastante limitado.
Ensaios de granulometria — São realizados ensaios para descobrir a forma mais efetiva de colocar a planta em contato com os nutrientes presentes na rocha. Em alguns casos, o indicado é transformar a pedra em pó, em outros, em pequenas partículas (grânulos).
Teste de comparação — Depois de uma triagem de pelo menos quatro anos nas estufas, o pó de rocha começa a ser aplicado em uma propriedade. São levados a campo apenas os materiais que apresentaram alto desempenho. Em alguns canteiros são aplicados fertilizantes convencionais e em outros, próximos, o pó de rocha. Assim, fica mais fácil para o pesquisador analisar a qualidade do fruto e custos de manejo das duas práticas.
Pedido de registro — Se o resultado é satisfatório, é encaminhado um pedido de registro do fertilizante ao Ministério da Agricultura. Só depois disso, o produto começa ser fabricado em escala e chega ao mercado.
Rochas amigas da agricultura
Dacito

Comum na Serra gaúcha, é rica em potássio.
Xisto
Potencializa a disponibilidade de nutrientes de outras rochas.
Fonolito
É uma fonte alternativa ao cloreto de potássio.

terça-feira, 14 de junho de 2016

BIOMINERALIZAÇÃO, Pó de Rocha - Uma agricultura com base em princípios ecológicos

Você já utilizou pó de rocha em sua propriedade?? envie sua experiência.

boa tarde! Alexandre


O uso das rochas moídas é uma prática que acompanha a história do homem na agricultura. Mas no século XIX teve em Julius Hensel um marco. Primeiro por sistematizar e organizar em publicações a importância do uso dos compostos de rochas moídas para a agricultura e para alimentação humana. Segundo por ligar, sabiamente, a produção de alimentos com questões éticas e de justiça social.

O Estado do Rio Grande do Sul possui rochas de ótima qualidade para uso na agropecuária. Hoje podemos formular composições de rochas moídas atendendo as necessidades específicas para criação animal e para a agricultura de cada região.

Os resultados agronômicos positivos, a redução dos custos de produção, a ampliação da margem de segurança das colheitas, a melhoria das condições do solo e a ampliação das qualidades nutricionais do produto estão viabilizando agricultores familiares de forma sustentável ecológica, econômica e social.

Um pouco de história Julius Hensel foi um cientista visionário contemporâneo de Justos Von Liebig, o inventor dos adubos químicos solúveis sintéticos, NPK. Dois grandes cientistas que travaram radical debate, onde Julius Hensel terminou banido da academia e tendo sua obra censurada e Liebig consagrado, devido aos interesses do estado militarista, do capitalismo monopolista e da academia reducionista.

Julius Hensel de forma profética pergunta e afirma:
O que se conseguirá ao fertilizar com as farinhas de rochas?
Converter pedras em “alimento”, e transformar regiões áridas em frutíferas.
Alimentar ao faminto.
Conseguir que sejam colhidos cereais e forragens sãs, e desta maneira, prevenir epidemias e enfermidades entre homens e animais.
Tornar a agricultura novamente um ofício rentável e economizar grandes somas de dinheiro, que hoje em dia são investidas em fertilizantes que em parte são prejudiciais e em parte inúteis.
Fazer que o desempregado regresse à vida do campo, ao instruí-lo sobre as inesgotáveis forças nutritivas que, até agora desconhecidas, encontram-se conservadas nas rochas, no ar e na água.
Isto é o que se conseguirá.

Tradução de Sebastião Pinheiro do Livro Pães de Pedra.
 

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Pó de rocha como fertilizante é saída para agricultura, dizem especialistas


A utilização de pó de rocha como fertilizante e corretivo do solo é uma alternativa para o país reduzir custos de produção da agricultura e romper com a atual dependência de insumos importados, sem comprometer a produtividade das lavouras. A adoção da prática, conhecida como rochagem, foi defendida por todos os especialistas reunidos nesta terça-feira (7 de fevereiro de 2012) em debate na Comissão de Meio Ambiente (CMA).





Conforme explicaram os pesquisadores, rochagem é a incorporação de rochas moídas ao solo, como forma de tornar a terra menos ácida e mais fértil. Quando aplicados no solo, os diferentes minerais existentes nas rochas também ajudam a recuperar solos pobres e a renovar a fertilização das áreas de exploração agrícola.

Antes do plantio das lavouras em 2011, os agricultores brasileiros jogaram na terra cerca de 28,3 milhões de toneladas de fertilizantes químicos, sendo que mais de 70% foram importados. Essa dependência – em especial de nitrogênio, fósforo e potássio (NPK), base da adubação no modelo agrícola predominante no país – está no centro das preocupações dos especialistas e senadores que participaram do debate.

Conforme alerta da pesquisadora Suzi Theodoro, do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (CDS/UNB), qualquer interrupção nesse mercado de fertilizantes convencionais, seja por disputas comerciais ou por eventual envolvimento do Brasil em conflito geopolítico com países fornecedores, a produção agrícola brasileira estará comprometida.



A preocupação foi compartilhada pelos senadores Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Jorge Viana (PT-AC), Sérgio Souza (PMDB-PR) e Ana Rita (PT-ES). Para Rollemberg, que preside a CMA, desenvolver a produção nacional de fertilizantes é uma estratégia de proteção da economia brasileira.



- Para um país que tem grande parte da sua balança comercial sustentada na agricultura, essa dependência afeta a soberania nacional.



Investir em alternativa como a rochagem, para substituir parte da fórmula de nitrogênio, fósforo e potássio, é condição para a segurança alimentar – disse Rollemberg.



Sustentabilidade

A favor da rochagem, Cláudio Scliar, Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), destacou a grande diversidade geológica do país, com a presença em todas as regiões de rochas que se prestam à utilização como fonte de nutrientes para a produção agrícola.

No mesmo sentido, Carlos Silveira e Éder Martins, ambos pesquisadores da Embrapa, apontaram vantagens da utilização regional das reservas minerais para reduzir custos de transporte e dinamizar a agricultura local.

Martins disse considerar a rochagem uma alternativa não apenas frente à elevação do preço dos fertilizantes químicos, mas também por ser uma prática que aumenta a disponibilidade de um conjunto de nutrientes, e não apenas de NPK.

- A proposta da rochagem é repor minerais a partir das rochas que deram origem a esses solos, é recompor com minerais primários – disse.

Para os pesquisadores, o tempo maior de liberação de nutrientes a partir do pó de rocha, em comparação com adubos químicos, é uma vantagem da rochagem, e não um problema, como dizem os críticos.

Suzi Teodoro comparou as fórmulas de NPK com anabolizantes: geram o resultado imediato de tornar a terra produtiva para a safra, mas não sustentam a fertilidade nos anos seguintes. Já na rochagem, os nutrientes são retidos por mais tempo, sendo mais bem aproveitados pelas plantas e mantendo bons níveis de fertilidade.

Em resposta a questionamento de Rollemberg sobre impactos ambientais da rochagem, Suzi Teodoro ponderou que a prática pode ser um destino para rejeitos hoje produzidos pela exploração mineral realizada no país.

- Enquanto o problema da mineração é armazenar esses subprodutos, a agricultura tem carência de fertilizantes. Com a rochagem, o problema da mineração se torna a solução da agricultura – observou a pesquisadora.

Legislação

A expansão do uso do pó de rocha no Brasil esbarra na falta de normas para registro dos produtos. Rubim Gonczarovska e Mariana Coelho de Sena, fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura, explicaram que o produto não se encaixa nos parâmetros existentes, sendo enquadrado com produto novo, que precisa passar pelos trâmites legais para ser passível de registro.

Para simplificar as normas de comercialização do pó de rocha, o governo estuda flexibilizar o Decreto 4.954/2004, que trata da fiscalização e do comércio de fertilizantes e corretivos de solo. Ao final do debate, Rollemberg informou que a comissão buscará contribuir no processo de atualização da norma.

domingo, 13 de setembro de 2015

Seminário apresenta possibilidades de uso do Pó de Rocha na agricultura




O uso de pós de rocha na agricultura ainda é recente no Brasil. Mas já chama a atenção de muitos produtores pelos benefícios que pode trazer. Para tratar das possibilidades de uso deste material na produção de alimentos, a Embrapa realizou um seminário estadual em parceria com o Instituto Padre Josimo, com o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e com cooperativas aqui da região de Pelotas/RS.


Reportagem: Elise Souza
Imagens: Bruno Corrêa, Paulo Lanzetta, Sérgio Tuninho
Edição: Elise Souza

Exibido em: 05/09/2015.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

NA SALA COM GISMONTI : O Que é Rochagem ?

NA SALA COM GISMONTI Assuntos sobre Agronomia: O Que é Rochagem ?: Rochagem vem a ser uma prática de recuperar a fertilidade em solos pobres e lixiviados pela utilização de misturas de rochas, o pó de ro...



O pó de rocha apresenta uma série de vantagens como a liberação lenta e contínua de nutrientes durante todo o ciclo da cultura. Isto tem a vantagem da planta encontrar durante todo o seu ciclo os nutrientes liberados pelo pó de rocha. Além de reduzir os custos de adubação, pois se aduba menos frequentemente, e o pó  de  rocha  tem  um efeito residual maior, o que beneficia as culturas seguintes.

sábado, 19 de outubro de 2013

Rochagem é o tema do Programa EcoSenado da TV Senado

Pesquisadores da Universidade de Brasília avaliam o uso do pó de rocha, um subproduto da extração mineral, para melhorar a fertilidade dos solos agrícolas. A rochagem é um caminho para diminuir o uso de fertilizantes importados nas lavouras brasileiras. Fonte: TvSenado

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O Pó de granito é usado para adubar a terra


Produtores de orgânicos querem aumentar oferta e diminuir preços


O consumo de alimentos orgânicos está crescendo a cada ano. Agora, o desafio dos agricultores é melhorar a produtividade e diminuir o preço para o consumidor. O trabalho na produção orgânica é dobrado. “Porque tudo tem que trabalhar manualmente, catar mato”, disse a trabalhadora rural Cristina Batista.Um sítio de Itobi (SP) produz alimentos orgânicos há 30 anos e, segundo os produtores, a venda tem aumentado em médica 15% ao ano.A cesta feito no local vai direto para o consumidor. “Saber que vai chegar direto na mão dele. É um cuidado especial que a gente tem porque você sabe para onde a sua mercadoria está indo”, disse a supervisora de marketing Adriana Barbieri.Além de se preocupar com os manejos da terra e da produção, os agricultores também procuram as melhores formas de reaproveitar materiais que muitos jogam fora.O pó de granito, por exemplo, é usado para adubar a terra. 
O produtor Joop Stoltenborg explicou que o granito, o mármore e o basalto possuem compostos que aumentam a quantidade de vida no solo. Apesar disso, a técnica só dá resultado em plantações sem agrotóxicos. “Pode ter por metro quadrado um quilo de vida, como minhocas, bactérias e fungos, que conseguem transformar esse pó de granito, mármore e basalto em alimento para as plantas”, disse.Um das dificuldades da produção orgânica é a produtividade, que ainda é pelo menos 30% menor do que a da agricultura convencional. “Até hoje os resultados se devem ao esforço do produtor. Somente é recente é que órgãos de pesquisa começaram a ter como linha de pesquisa a agricultura orgânica”, disse o professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Luiz Antonio Correia Margarido.
Outro desafio é criar mercados próximos aos locais de produção. Com isso, os impactos ambientais relacionados ao transporte seriam minimizados e a produção se tornaria mais sustentável. “Em algumas cidades você estimular essas feiras locais, onde o produtor fornece diretamente o seu produto para o consumidor”, explicou o professor.Hoje, a fazenda em Itobi vende 80% da produção para São Paulo, que fica a 250 quilômetros. Em cinco anos, o objetivo é dobrar a venda de orgânicos na região.Para estimular o consumo, o produtor Stoltenborg dá palestras nas cidades próximas a Itobi, além de cursos sobre produção orgânica voltadas para a agricultura familiar.Enquanto isso, ele faz o que está ao alcance para neutralizar os impactos. “A leguminosas conseguem tirar nitrogênio do ar, melhorando muito a terra com essa adubação verde”, disse. 

Fonte: http://g1.globo.com

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Harina de Roca ou farinha de rocha

Muy interesante, es un estimulo para los campesimos que estamos buscando alternativas sanas de produccion, gracias por su aporte a la agricultura

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