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sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Pó basáltico e a redução de custos com adubação

 

Pó basáltico Condicionamento do solo e redução de custos com adubação

AUTOR

Bruno da Silva Moretti
Engenheiro agrônomo, doutor em Ciência do Solo e coordenador do Laboratório de Análise de Solo – Universidade Federal de Lavras (UFLA)
bsmoretti@hotmail.com

Os solos brasileiros são, na sua maioria, ácidos e de baixa fertilidade natural, o que exige a aplicação constante de fertilizantes para suprir as necessidades das culturas e as perdas inerentes de cada solo. Com a crescente demanda por alimentos e constante evolução da agricultura, os pesquisadores e melhoristas têm apresentado, a cada ano, espécies mais produtivas e, consequentemente, mais exigentes em nutrientes do que as espécies já consagradas.

Sabe-se que o custo da adubação de qualquer cultura é um dos fatores que mais onera a produção e com a pressão de ter que produzir mais alimento a baixo custo, sem aumentar a área já utilizada, os produtores, bem como os pesquisadores do setor, vêm buscando alternativas aos fertilizantes convencionais para suprir a demanda de nutrientes das plantas.

Alternativa

Uma alternativa potencial ao uso do fertilizante convencional é a utilização de pó de rocha, a chamada rochagem. Esta técnica consiste na moagem e na aplicação da rocha diretamente no solo com ou sem tratamento prévio, de forma a aumentar a sua solubilidade.

Dentre as rochas utilizadas na agricultura, vem ganhando destaque o pó basáltico, que é a rocha basáltica moída em uma granulometria bem fina. O basalto é uma rocha básica, precursora de diversos solos no Brasil, e que possui diversos elementos que são essenciais para o desenvolvimento das culturas.

Características

Todos os elementos presentes na rocha, dentre eles os nutrientes, elementos úteis e até mesmo possíveis elementos tóxicos, são disponibilizados conforme a rocha sofre o processo de decomposição. Este processo está bastante relacionado com a granulometria do pó da rocha, e quanto menores forem as partículas, mais rápido será a decomposição da rocha e consequentemente mais rápida será a disponibilização dos elementos. Além da granulometria, outros fatores também influenciam no processo de decomposição das rochas, como microrganismos, temperatura, água e oxigênio.

Vantagens

Como vantagens do uso do pó basáltico, podemos destacar: liberação lenta dos nutrientes; baixa perda por lixiviação; são fontes multi-nutrientes; algumas rochas possuem teor de silício solúvel razoável, o que pode minimizar a adsorção de fósforo, já que ambos competem pelo mesmo sítio ativo do solo; as matérias-primas são amplamente encontradas no território nacional; baixo custo do produto na propriedade, por ter foco de aplicação regional, o custo com o frete costuma ser baixo; atende a diversos critérios da agricultura orgânica; geralmente não tem incompatibilidade com outros fertilizantes; apresentam efeito condicionante do solo, podendo aumentar a capacidade de retenção de nutrientes do solo; exige baixa tecnologia para produção, geralmente apenas a moagem, sendo que em alguns casos aplica-se algum tratamento prévio para aumentar a solubilidade.

BOX

Detalhes importantes

Quanto ao manejo, é comum aplicar em área total ou no sulco de plantio, utilizando-se os mesmos equipamentos utilizados rotineiramente pelos produtores rurais, da mesma forma que espalham o calcário, gesso ou o superfosfato simples, por exemplo.

Outra forma bastante comum e que pode potencializar o processo de decomposição da rocha é misturando-se a rocha com matéria orgânica, como estercos, por exemplo, fazendo-se assim uma compostagem dos materiais, o que, além de potencializar a decomposição da rocha, também agrega outros nutrientes, resultando em um organomineral que trará ainda mais benefícios para a cultura.

Destino

Como regra geral, este produto pode ser utilizado para qualquer cultura, seja ela perene ou anual. Todavia, por ser um produto de baixa solubilidade, os nutrientes do pó basáltico tendem a ser melhor aproveitados em culturas anuais.

Porém, utilizando o produto ano após ano, o produtor começa a fazer com que seu solo seja uma espécie de “poupança” de nutriente e assim o efeito residual das consecutivas aplicações também vai ser muito bem aproveitadas pelas culturas anuais.

Alguns pesquisadores afirmam que a aplicação constante de pó de rocha causa um efeito, apesar do termo não ser aceito por alguns pesquisadores, de rejuvenescimento do solo, por ter um potencial de aumentar a CTC (capacidade de troca de cátions) do solo com o passar dos anos, e aqui vale ressaltar que os solos do Brasil são, na sua maioria, considerados velhos, que já sofreram intenso processo de intemperismo, naturalmente ácidos e pobres em nutrientes.

Não confunda

Apesar de vários benefícios, como mencionado, do uso do pó de basalto na agricultura é uma técnica que não tem a capacidade e nem o intuito de substituir totalmente a adubação convencional, e sim visa complementar e substituir uma parcela da adubação padrão composta de adubos químicos convencionais, visando a diminuição de custos para o produtor e a melhor qualidade das culturas, já que, no geral, as rochas possuem diversos elementos em sua composição.

Os principais erros dos produtores que não obtiveram suas expectativas atendidas com o uso da rochagem está quase sempre na desinformação sobre a técnica. O produtor deve sempre ficar atento a algumas características intrínsecas de cada produto, como o teor de nutrientes solúvel e total; não optar por substituir totalmente sua adubação convencional; ficar atento ao valor do frete, que muitas vezes é mais caro que o produto.

Algumas pesquisas citam como uma distância razoável para se transportar este tipo de produto no máximo 600 km, sendo que que acima desta distância o transporte é inviável.

Além dos pontos supracitados, outros fatores ainda pouco conhecidos devem ser considerados, como o uso contínuo do pó de basalto causar um efeito cimentante no solo, podendo provocar o fechamento parcial dos poros do solo, diminuindo a permeabilidade do perfil. Também, deve-se sempre verificar o laudo de análise do material, já que, como mencionado, as rochas podem conter não só nutrientes como também elementos tóxicos às plantas.

Na literatura, os resultados ainda não são conclusivos, mas encontram-se diversos relatos em que não houve diferenças significativas ao se utilizar o pó de basalto como parte da adubação. Alguns relatos de utilização em viveiros também afirmam que não houve diferenças ao se utilizar o pó de basalto no crescimento inicial de mudas de espécies arbóreas.

Por outro lado, doses maiores de pó de basalto têm prejudicado o desenvolvimento das mudas e esse efeito tem sido atrelado à menor aeração dos substratos que receberam o pó de basalto.

Contudo, vemos que a utilização desta técnica tem se mostrado promissora, todavia, ainda são necessários mais estudos, principalmente no que se refere a aumentar a solubilidade da rocha e agregar nutrientes, como por exemplo o uso do pó de basalto como matéria-prima para organominerais.

A técnica de rochagem consiste na moagem e na aplicação da rocha diretamente no solo com ou sem tratamento prévio, de forma a aumentar a sua solubilidade. Dentre as rochas utilizadas na agricultura, vem ganhando destaque o pó basáltico.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Princípios da Biomineralização ou a utilização de rochas moídas como adubo

Na história recente da agricultura ecológica do estado do Rio Grande do Sul, a partir dos anos 70, o uso das rochas era reconhecido, com destaque as rochas basálticas. Primeiro por serem abundantes no estado, segundo, porque era a mais citada na literatura técnica permitida na época. Somente ao final da década de 90 é que começaram os experimentos com composições de diversas rochas moídas de diferentes regiões de dentro como fora do estado. Destaque-se o trabalho pioneiro da Fundação Juquira Candiru e do Núcleo Técnico de Agricultura da Cooperativa Ecológica Coolmeia.

O uso regular de compostos de rochas moídas está consagrado. É reconhecido pelos órgãos federais, pelo mercado orgânico e por algumas academias. Hoje faz parte dos interesses estratégicos dos países do primeiro mundo em virtude da capacidade de seqüestro de carbono das rochas e de remineralizar sua população, vitimada pelos alimentos desmineralizados em virtude dos solos empobrecidos e ou pela forma como foram industrializados


A biomineralização parte de três princípios básicos.

O primeiro é a mineralização do solo através da composição de rochas moídas em diferentes granulometrias objetivando a presença de todos os elementos minerais existentes na natureza.

O segundo princípio é do uso dos biofertilizantes, enriquecidos com compostos de rochas moídas, que aceleram a comunicação das raízes das plantas com os novos minerais introduzidos no solo.

E, por último o manejo ecológico do solo, da água, da fauna e flora buscando o equilíbrio dinâmico do sistema onde o agricultor está inserido.

Com a biomineralização objetivamos copiar como se processa a vida no planeta.

Entendendo o solo como um organismo vivo onde vivem nematóides, algas, amebas, fungos e bilhões de bactérias. Sendo resultado da transformação das energias do sol e água, ação da gravidade e reação antigravitacional dos micróbios que agem na meteorização das rochas superficiais e de forma muito especial junto à rocha-mãe. Este processo geológico onde a integração dos fenômenos físicos, químicos, biológicos e seres vivos atuam sobre influência do clima e evolucionam constituindo uma flora e fauna específica e uma teia de vida que busca um equilíbrio dinâmico e que faz parte também deste solo e seu ecossistema.

Cada um deles evoluiu especializado em aproveitar a energia contida nas três esferas para seu metabolismo, deixando para as espécies ou redes sucessoras um substrato, onde outras espécies possam extrair sua energia e assim até a formação do solo. Através da biomineralização repomos o que é retirado pelas colheitas, mantendo a vida no solo, levando ao enriquecimento com macro-, micro-, traços- e subtraços minerais, conteúdo de vitaminas, pigmentos antioxidantes, aroma, cor, perfume, durabilidade, paladar, densidade das plantas e criações. Livres dos radicais livres, metais pesados, proteínas incompletas e excesso de água.


O uso dos Compostos de Rochas Moídas

- Bioprogramação de sementes – peletização;

- Recuperação dos solos ácidos, salinos e ou depauperados;

- Remineralização do sistema – solo, plantas e animais com elementos traços e sub-traços;

- Mineralização para as criações;

- Revitalização das fermentações no solo;

- Ampliação da biodiversidade – fauna e flora;

- Refrigeração e oxigenação do solo;

- Seqüestro de carbono.

Nelson Dias Diehl
Coordenador do Núcleo Ecologia e Agriculturas da Guayí.
Administrador de Empresas e Ecologista.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Pó de basalto adubando sua lavoura ou pomar, substituindo adubação industrial (NPK)



UTILIZAÇÃO DE PÓ BASALTO COMO SUBSTITUTO A ADUBAÇÃO QUÍMICA NO PLANTIO DE SOJA

 RESUMO Com a finalidade de testar o pó de basalto como alternativa a adubação NPK, foi instalado em junho de 2004 um experimento no município de Paulo Frontin - PR. A cultura testada foi a soja, sendo esta plantada posteriormente ao cultivo de adubação verde. Os tratamentos aplicados foram: testemunha; 0,5 kg/m² de pó de basalto; 2 kg/m² de pó de basalto e NPK (2-20-20). As avaliações realizadas incluíram análises de solo, nutrientes e peso seco das sementes de soja. Os resultados evidenciam a possibilidade da utilização do pó de basalto como matéria-prima alternativa à adubação NPK, principalmente porque possibilita a elevação do pH, e disponibiliza os nutrientes de forma gradativa.

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