sexta-feira, 26 de maio de 2023

Aguapé remove poluentes pesados da água e ainda tem múltiplas utilidades

 


 26 de janeiro de 2017  Liana John

fonte: conexão planeta

As folhas são suculentas, de um verde vivo, e as flores oscilam entre diversos tons de azul, anil e violeta, com uma pincelada de amarelo no meio. Totalmente flutuante, o aguapé (Eichhornia crassipes) alcança um metro de altura, do topo dos talos, acima d’água, às pontinhas das raízes que se estendem abaixo da superfície. Eventualmente é considerada uma espécie-praga, quando se alastra sem controle, tomando a superfície de reservatórios de hidrelétricas ou de abastecimento. Ou mesmo quando chega a impedir a navegação em corixos e lagos do Pantanal.


Apesar dessa fama, o fato é que o aguapé também ganhou notoriedade como faxineiro das águas, capaz de remover poluentes orgânicos. Em geral, a espécie prolifera de maneira exagerada em águas excessivamente ricas em matéria orgânica. Porém, quando instalada em sistemas controlados de tratamento natural de efluentes, sem químicos, essa planta aquática é um excelente agente de limpeza.


Ocorre que os prosaicos aguapés se provaram aliados das águas cristalinas também quando a fonte de poluição é pesada e os efluentes se encontram contaminados com detergentes, fenóis ou metais pesados (chumbo, cádmio, cromo). E ainda têm outras serventias depois de completar a faxina, transformados em adubo (após a compostagem), ração animal e matéria prima para a indústria de papel e celulose ou para a produção de artesanato.


Em seu mestrado de Engenharia Agrícola na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Juliana Bortoli Rodrigues Mees comprovou a eficácia do aguapé em remover poluentes orgânicos de efluentes de matadouros e frigoríficos. Além de reduzir a carga de matéria orgânica dissolvida na água e diminuir a turbidez, a planta aquática chegou a absorver 77% dos nutrientes associados à eutrofização, como nitrogênio, nitrogênio amoniacal e fósforo.


A eutrofização, vale lembrar, é um processo de “sufocamento” de um corpo d’água relacionado à poluição orgânica causada por esgotos domésticos, efluentes agroindustriais ou excesso de fertilizantes lavados pelas chuvas. Devido ao acúmulo de nutrientes na água, ocorre a multiplicação repentina de algas, que passam a impedir a penetração dos raios solares. Há, então, uma redução drástica da quantidade de oxigênio dissolvido (anóxia) com a consequente mortandade de microrganismos, invertebrados aquáticos e peixes.


No caso dos efluentes de matadouros e frigoríficos, os efluentes contém resíduos de sangue, carne, gordura e vísceras. A pesquisadora fez medições durante 11 meses em um tanque com aguapés de 870 metros quadrados e depois ainda avaliou quatro tipos de compostagem para saber qual o melhor tratamento para os aguapés retirados do sistema. Além de eficaz, o uso de aguapés também tem custo reduzido em relação aos tratamentos convencionais.


Outros estudos demonstraram o potencial do aguapé para limpar efluentes de laticínios e abatedouros de aves. Em seu mestrado em Ecologia Aquática na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Cátia Viviane Gonçalves ainda atestou a viabilidade de remover o metal pesado cromo dos efluentes da indústria de couro em um período mínimo de 5 dias num tanque com aguapés.


No experimento, a acidez da água foi monitorada diariamente pela pesquisadora. Segundo ela, o pH se manteve entre 6 e 7,2, caracterizando um ambiente ideal para o desenvolvimento da planta aquática, mas inviável para a redução do cromo hexavalente (industrial)  para o cromo trivalente (de ocorrência natural). Ou seja: o cromo industrial poluente foi mesmo absorvido e acumulado pelo aguapé e não houve redução por atividade microbiana. A conclusão é condizente com análises de amostras de tecido da planta, onde a concentração de cromo aumentou ao longo do tempo.


Resta dizer que o aguapé se alastra de forma vegetativa, lançando novos talos nos quais crescem raízes e folhas. Assim, uma planta de aguapé pode se duplicar em duas semanas. Em um corpo d’água rico em matéria orgânica, a produtividade média chega a uma tonelada de biomassa por hectare por dia! Essa tonelada de aguapés, se processada em biodigestores, gera 30 metros cúbicos de biogás, passíveis de serem transformados em 300 litros de metanol.


Haja utilidade para um modesto aguapezinho!


Foto: Liana John



Liana John

Jornalista ambiental há mais de 30 anos, escreve sobre clima, ecossistemas, fauna e flora, recursos naturais e sustentabilidade para os principais jornais e revistas do país. Já recebeu diversos prêmios, entre eles, o Embrapa de Reportagem 2015 e o Reportagem sobre a Mata Atlântica 2013, ambos por matérias publicadas na National Geographic

Girassol, cultura não só de aparência

 

fonte: jornal agrícola


Quem Planta Colhe

maio 25

Olá galera, hoje irei falar um pouquinho sobre esta cultura tão maravilhosa de se ver, mas que elas tem uma variedade de benefícios que vão muito além de sua aparência somente. Espero que gostem do post de hoje 💛

Seu nome cientifico é (Helianthus annuus L.), é uma dicotiledônea anual, seu metabolismo fotossintético é C3, sua reprodução é alógama (por meio de polinização cruzada), seu nome é derivado do grego “helios”, que significa “sol” e “anthus” que significa “flor”, que juntando significa “flor do sol”, em que gira seguindo o movimento do sol.

ORIGEM

O Centro de origem e domesticação desta cultura é o México, a partir daí – se espalhou para os países dos Estados Unidos, Espanha, Rússia e no Leste Europeu. Com seu sucesso como cultura oleaginosa no leste europeu, o girassol foi difundido ao resto do mundo inteiro.

No final do século XIX é que foi chegar ao Brasil, trazida pelas primeiras levas de colonos europeus. No próximo século (XX), inúmeras foram as tentativas de cultivo do girassol na maioria das regiões do país, mas só em 1998 foi que, através de iniciativas de cooperativas e indústrias voltadas ao setor de óleos vegetais e com o Programa Nacional de Biodiesel, que no ano de 2003, que a cultura começou a constar na pauta de oleaginosas remetidas à alimentação humana e energia veicular.

CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae
Gênero: Helianthus L.
Espécie: Heliantus annuus

DESCRIÇÃO BOTÂNICA

Seu sistema radicular é pivotante, formado por um eixo principal e raízes secundárias abundantes, tem capacidade de penetração que permite captar água e nutrientes em camadas mais profundas do solo, suas raízes crescem mais rápido que sua parte aérea no começo de seu desenvolvimento. Podem atingir uma profundidade entre 50 a 70 centímetros na fase de 4-5 pares de folhas e na floração atinge seu máximo potencial, podendo variar em uma profundidade de 2 a 5 metros.

O caule do girassol é ereto, vigoroso e cilíndrico, com seu interior maciço. Em que sua superfície é rugosa e estriada, possuindo poucos pelos ou nenhum. Tem coloração verde até o final do florescimento, depois fica com uma coloração e amarelada e por fim, pardacenta. Sua altura pode variar de 60 a 220 cm, em que seu diâmetro é de 2 a 5 cm, sendo que a porção que fica mais próxima ao solo mais espessa.

Suas folhas são grandes, alternas, trinervadas, largamente pecioladas, com números e formatos variados, acuminadas, dentadas e ásperas em ambas as faces da folha. A cor de suas folhas varia de um verde-escuro a verde-amarelado, podem resistir a ventos fortes em função de seu pecíolo ser elástico e grande. Seus cotilédones também são grandes e peciolados, com o limbo carnudo, ovalado, com um comprimento de 3 cm de comprimento e 2 cm de largura.

Sua inflorescência, também chamada de capitulo, é composta por dois tipos de flores: as liguladas (inférteis) e as tubulosas (férteis). As liguladas possui um número de 30 a 70, dispostas radialmente, em uma ou duas filas, assexuadas, com um comprimento de 6 a 10 cm de comprimento e 2 a 3 cm de largura, com formato lanceolado. As flores tubulosas são hermafroditas, são as que contém os órgãos reprodutores.

O cálice possui duas sépalas muito pequenas, a corola é actinomorfa, gamopétala, que possui 5 pequenos dentes no formato de um tubo. A cor da corola é amarela por fora e amarelo-alaranjado ou cor mais escura, como preto no interior. Possui 5 estames e filamentos livres de cor esbranquiçada, as anteras largas, unidas entre si através de uma cutícula fina e elástica, com coloração escura.

Seu pólen é relativamente grande e tem formato esférico. O fruto tem 7,5 a 17mm de comprimento, 3,5 a 9mm de largura e 2 a 5,5mm de espessura, com pericarpo duro e fibroso. O peso de 1000 grãos pode variar de 40 a 200 gramas, com formato plano e globoso.

Leia mais em :

https://jornalagricola.wordpress.com/2023/05/25/girassol-cultura-nao-so-de-aparencia/

segunda-feira, 22 de maio de 2023

AGUAPÉ, Planta aquática é usada no tratamento do esgoto do Refúgio Biológico

 Um exemplo a ser seguido pelas prefeituras deste imenso Brasil!
bom dia!
Alexandre

No tratamento do esgoto no Refúgio Biológico Bela Vista (RBBV), uma planta aquática nativa do lago de Itaipu tem grande importância. O aguapé (Eichhornia crassipes) é uma espécie flutuante, ou seja, que não se prende por raízes ao fundo do lago. Por conta disso, depende da absorção da matéria orgânica suspensa na água para sobreviver. Tal característica torna a espécie um interessante filtro natural para tratar o esgoto doméstico.







Estação de tratamento no Refúgio Biológico utiliza a planta aquática aguapé como "filtro".

Segundo a bióloga Simone Benassi, gestora do programa Monitoramento Ambiental e da ação de Monitoramento das Plantas Aquáticas do Reservatório de Itaipu, o aguapé é capaz de retirar da água quantidades consideráveis de matéria orgânica e de nutrientes como fósforo e nitrogênio.

Segundo Simone, aguapé é uma das várias plantas aquáticas que podem ser utilizadas no tratamento de esgoto. Flutuante, a espécie utiliza os arênquimas, pequenos bulbos cheios de ar, para sustentar o seu peso fora da água.

“Essa planta é muito eficiente. A remoção de DBO é em média de 70%”, disse a bióloga, se referindo à Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), um parâmetro que analisa a quantidade de oxigênio exigida de um corpo d'água, medindo indiretamenmte a quantidade de matéria orgânica - quanto mais matéria orgânica, maior é a pressão sobre o oxigênio existente no lago e mais "poluída" está a água.

Toda semana, os técnicos do refúgio retiram grandes quantidades do aguapé da lagoa de tratamento.

O esgoto que chega à lagoa de tratamento do refúgio vem de algumas casas da Vila C e da parte administrativa do RBBV. Para medir a eficiência da retenção de matéria orgânica pelas plantas, é feita uma coleta na entrada e outra na saída da lagoa. As duas amostras são, então, comparadas sendo medida a DBO de cada uma. A água tratada pode, enfim, chegar ao lago, sem causar passivos ambientais.

A engenheira civil Lissa Maria Nock da Divisão de Serviços, da Coordenação, também participa dos estudos.

Por estarem em uma área de nutrientes fartos, os aguapés se multiplicam muito rapidamente. “Toda semana são retiradas grandes quantidades da planta do lago”, disse Simone. A cobertura vegetal na estação de tratamento, além de dar um aspecto paisagístico mais agradável, reduz o odor do esgoto no local.





sexta-feira, 19 de maio de 2023

Como fazer adubo com o lixo orgânico que você produz em casa

Casca de fruta, casca de ovos, borra de café, erva mate,resto de verduras e legumes, iogurte… tudo isso pode virar adubo
O nome desse processo é compostagem. Quando você transforma seu lixo em adubo, pode oferecer ao solo um material rico em nutrientes (no caso de uma horta ou mesmo para as plantas do seu jardim) e, principalmente, ajuda a reduzir a quantidade de lixo que vai diariamente para os aterros e lixões do Brasil. Aprenda a fazer a compostagem doméstica e mãos à obra!
PASSO 1 – O recipienteVocê deve ter um recipiente para colocar o material orgânico. Pode ser um pote de sorvete, uma lata de tinta ou um balde. Vale usar a criatividade com o que estiver ao seu alcance. Se der para reaproveitar algum recipiente, melhor ainda. É importante furar o fundo. Você pode fazer isso manualmente, variando o tamanho dos buracos. É por eles que o chorume (líquido eliminado pelo material orgânico em decomposição) vai passar.
Um detalhe importante é que o chorume pode ser reaproveitado, pois, neste caso, é um fertilizante de alto potencial (já que é originado apenas de matéria orgânica). Você pode recolhê-lo e devolver à mistura da sua compostagem ou ainda jogar em plantas, diluído (anote a proporção: 1 copo de chorume para 9 copos de água).
PASSO 2 – A composteiraEmbaixo do recipiente no qual você vai colocar o material orgânico, deve haver outro que vai “recolher” o chorume. Pode ser uma bacia mais rasa, por exemplo. Ela não pode ficar em contato direto com a lata ou o pote, pois o chorume deve ter um espaço para escorrer. Use um calço – como pedaços de tijolo – para colocar em baixo da lata e deixá-la um pouco mais “alta” em relação à bacia. (A compostagem até pode ser feita em contato direto com o solo, mas neste caso o terreno deve ter boa drenagem e ser inclinado, para que o chorume não acumule em um local só).
PASSO 3 – Hora de colocar o lixoFazer compostagem em casa não é só jogar o lixo orgânico de qualquer jeito e deixar que a natureza faça “o resto sozinha”. Existe um método para viabilizar, facilitar e acelerar a decomposição do material orgânico. O segredo é sobrepor os tipos de resíduos orgânicos, ou seja, o processo é feito em camadas.
O que regula a ação dos microorganismos que vão decompor o material é a proporção de nitrogênio e carbono. Essa relação deve ser de três para um. Ou seja, uma camada de nitrogênio para três camadas de carbono. O que é nitrogênio? É o material úmido (o lixo, em si). O que é o carbono? É matéria seca, como papelão, cascalho de árvore, serragem, folhas secas, aparas de grama e palha de milho. (Se a relação for diferente desta, não significa que não ocorrerá o processo de compostagem, apenas que vai levar mais tempo).
E… pique, pique, pique! Quanto menor estiver o material que você colocar (tanto o seco quanto o úmido), melhor. Comece com uma camada de material seco, depois coloque o material úmido. Depois coloque outra camada de material seco, umedeça-o um pouco e continue o processo. É importante que a última camada (a que vai ficar exposta) seja sempre seca, para evitar mau cheiro. Uma opção é colocar cal virgem por cima. Outro detalhe essencial é: não tampe a composteira. O material orgânico não pode ficar abafado.  Ah, procure sempre manusear a sua composteira com luvas.
O que você pode usar:– Resto de leite;
– Filtro de café usado;
– Borra de café;
– Cascas de frutas;
– Sobras de verduras e legumes;
– Iogurte;
O que você não pode usar:– Restos de comida temperada com sal, óleo, azeite… qualquer tipo de tempero;
– Frutas cítricas em excesso, por causa da acidez;
– Esterco de animais domésticos, como gato e cachorro;
– Madeiras envernizadas, vidro, metal, óleo, tinta, plásticos, papel plastificado;
– Cinzas de cigarro e carvão;
– Gorduras animais (como restos de carnes);
– Papel de revista e impressos coloridos, por causa da tinta.
PASSO 4– Espere, mas cuideDepois que você montou toda a estrutura, é hora de dar tempo ao tempo. A primeira fase é de decomposição, quando a temperatura interna do material que está na composteira pode chegar a 70°C. Isso dura cerca de 15 dias, no caso da compostagem doméstica. Nesse período, o ideal é não mexer. Depois, revolver o material é super importante para fornecer oxigênio ao processo. Essas “mexidas” podem ser feitas de diversas formas: com um “garfo de jardim” ou trocando o material de lugar –  para uma outra lata, por exemplo.
Nesse ponto, você pode se perguntar: mas eu gero lixo orgânico todo dia. Posso jogá-lo na composteira diariamente? Melhor não. Você tem algumas alternativas. O ideal é acrescentar matéria orgânica cada vez que for “mexer” na sua composteira, ou seja, a cada 15 dias, mais ou menos. Nesse intervalo, guarde as suas cascas de frutas, verduras e o resto que for reaproveitável em um potinho na geladeira.
O tempo para ter o adubo final varia em função da quantidade de lixo usado e pela forma como a compostagem é feita. É possível chegar ao final do processo em 2 ou 3 meses. O indicativo de que o húmus (adubo) está pronto é quando a temperatura do composto se estabiliza com a temperatura ambiente. Para saber, use os sentidos: a cor é escura, o cheiro é de terra. E , quando o esfregamos nas mãos, elas não ficam sujas.
(Fonte: Escola de Jardinagem do Parque do Ibirapuera, em São Paulo/SP)

quinta-feira, 18 de maio de 2023

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO?

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO ORGÂNICO DOMÉSTICO?

 

Cuidar do lixo que produzimos para que seja o menos agressivo possível ao meio ambiente, dando-lhe o destino adequado é nossa responsabilidade, caso contrário, ficaremos literalmente submersos a ele.
Numa cidade como São Paulo, aproximadamente 60% do lixo coletado consiste em material orgânico, diariamente descartado de nossas cozinhas. Ter um minhocário urbano pode auxiliar a reciclar estes restos de comida, produzir o húmus, valioso para os vasos  e obter também um biofertilizante excepcional para a nutrição das plantas.
Saiba como funciona o minhocário:


http://www.dicasdoitaim.com.br/tag/minhocario/
Mariangela

quarta-feira, 17 de maio de 2023

Como tratar o esgoto de forma ecológica




fonte: ecoeficientes

Bacia de Evapotranspiração

O BET (Bacia de Evapotranspiração), também chamado de TEvap (Tanque de Evapotranspiração) e popularmente conhecido como Fossa de Bananeiras é uma técnica difundida por permacultores de diversas nacionalidades e que representa uma alternativa sustentável para o tratamento domiciliar de águas negras em zonas urbanas e periurbanas.

Consiste basicamente em um tanque impermeabilizado, preenchido com diferentes camadas de substrato e plantado com espécies vegetais de crescimento rápido e alta demanda por água, de preferência com folhas largas (bananeiras, taióba). O sistema recebe o efluente dos vasos sanitários, que passa por processos naturais de degradação microbiana da matéria orgânica, mineralização de nutrientes, e a consequente absorção e evapotranspiração da água pelas plantas. Portanto, trata-se de um sistema fechado que transforma os resíduos humanos em nutrientes e que trata, de forma limpa e ecológica, a água envolvida. Diferente de outros sistemas, a água presente neste processo retorna ao ambiente na forma de vapor através da transpiração das folhas, daí seu nome. Assim, o sistema de evapotranspiração evita a poluição do solo, dos lençóis freáticos, dos rios e mares.

A utilização de sistemas plantados para tratamento de esgotos já é comum em diversas partes do mundo (EPA, 2000); (Larsson, 2003).

FUNCIONAMENTO E PRINCÍPIOS

Um pré-requisito para o uso da BET é a separação da água servida na casa, em cinza e negra. Apenas a água negra, a que sai dos sanitários, deve ser direcionada para o sistema. A água cinza, aquela que sai da máquina de lavar, pias e chuveiros, deve ir para outro sistema de tratamento como por exemplo um filtro biológico.

  1. Fermentação
    A água negra é decomposta pelo processo de fermentação (digestão anaeróbica) realizado pelas bactérias na câmara bio-séptica de pneus e nos espaços criados entre as pedras e tijolos colocados ao lado da câmara.
  2. Segurança
    Os agentes patogênico são enclausurados no sistema pois não há como garantir sua eliminação completa e isso só é possível graças ao fato da bacia ser fechada, sem saídas para a água. A bacia precisa de espaços livres para o volume total de água e resíduos humanos recebidos durante um dia. A bacia deve ser construída de forma a evitar infiltrações e vazamentos.
  3. Percolação
    Como a água está presa na bacia ela percola de baixo para cima e com isso, depois de separada dos resíduos humanos, vai passando pelas camadas de brita, areia e solo, chegando até as raízes das plantas, 99% limpas.
  4. Evapotranspiração
    Sem sombras de dúvidas esse é um dos processos mais interessantes do sistema BET. Através da evapotranspiração realizada pelas plantas, principalmente as de folhas largas (bananeiras, mamoeiros, caetés, taioba, etc. ) , a água limpa é devolvida ao meio ambiente. Além disso, as plantas também consomem os nutrientes produzidos em seu processo de crescimento, permitindo que a bacia nunca encha.
  5. Manejo
    Primeiro (obrigatório), a cobertura vegetal morta deve ser sempre completada com as próprias folhas que caem das plantas e os caules das bananeiras depois de colhidos os frutos. E, quando necessário, essa camada deve ser complementada com as aparas de podas de gramas e de outras plantas do jardim, impedindo assim que as águas das chuvas penetrem demais o sistema.
    Segundo (opcional), de tempos em tempos deve-se observar os dutos de inspeção e coletar amostras de água para exames. Outro ponto importante é que se deve observar a caixa de extravase, para checar se dimensionamento foi correto. Essa caixa só deve existir se for exigida por órgão públicos para que se possa fazer a ligação do sistema com o canal pluvial ou de esgoto.

Quer aprender como construir seu próprio sistema BET? Então entre aqui!

 

Fonte: IPEC Setelombas

 

Pedro Monteiro 

Programa de Compostagem é iniciado em Pindamonhangaba


A prefeitura de Pindamonhangaba fez o lançamento do programa “Composta Pinda” que visa incentivar a prática de compostagem de resíduos orgânicos em domicílios, escolas, instituições públicas ou privadas e condomínios residenciais da cidade. A apresentação do projeto foi realizada no no Parque da Cidade e contou com a presença de representantes do Executivo, Legislativo, convidados e alunos da Rede Municipal da Educação. #compostagem #composteira #compostapinda

segunda-feira, 15 de maio de 2023

DETERGENTE: Acabe com PULGÕES E COCHONILHAS com esta receita caseira

Conheces a Ora Pro Nobis??


ORA PRO NOBIS

FORTALECE A IMUNIDADE

Contém diversos minerais, como ferro, cálcio, manganês e fósforo; além de grandes quantidades de vitamina A, C e complexo B. Por causa disso,  funciona para fortalecer o sistema imune de quem a consome rotineiramente.

DUAS RECEITAS:

1.Refogue rapidamente As folhas podem ser refogadas por poucos minutos como qualquer verdura, com cebola, alho e azeite. Acrescente sal e outros temperos.

2.Acrescente no feijão A ora-pro-nóbis vai muito bem no feijão – a mucilagem da folha ajuda a dar uma engrossadinha no caldo. É só adicionar as folhas mais no final do preparo. Acrescente também na sopa de legumes, num caldo verde e molhos.


 

Hortas urbanas: uma revolução gentil e orgânica


Camila Fróis - 25/07/13

O shopping Eldorado plantou uma horta no seu telhado. Foto: Divulgação
Em meio à megalópole de São Paulo, organizados em coletivos nascidos na web, os paulistanos estão ocupando os espaços públicos e semeando ideias para deixar a cidade menos cinzenta através das hortas urbanas. Elas são uma forma de se conhecer melhor a vizinhança, revitalizar o uso do espaço urbano e mudar a maneira de produzir comida. A ideia é facilitar o acesso a alimentos frescos e saudáveis, aumentar as áreas verdes nas metrópoles e diminuir o impacto do transporte de hortaliças, que hoje se baseia em um complexo mecanismo orquestrado de produção, transporte e distribuição. O conceito também já pegou em outros locais do mundo, como Havana, em Cuba, ou São Francisco, nos EUA.

A jornalista Cláudia Visoni é uma das principais representantes do coletivo de “Hortelões Urbanos” da cidade de São Paulo. Segundo ela, o grupo reúne na internet atualmente mais de 4.000 pessoas interessadas em trocar experiências de plantio doméstico de alimentos. A grande maioria já cultiva ervas, frutas e hortaliças no quintal, em jardins verticais, sistemas hidropônicos ou até mesmo em varandas de apartamentos. Além disso, eles pretendem inspirar os vizinhos a se envolverem no plantio voluntário de alimentos em áreas públicas. É o caso das hortas que têm se erguido informalmente e dado vida a terrenos baldios, beira de rios e praças da cidade, como na Vila Beatriz, na Vila Industrial, em Taboão da Serra, na Pompéia e até na Praça do Ciclista, em plena Avenida Paulista. Qualquer um pode por a mão na terra, plantar, colher e levar para casa o que cultivou gratuitamente. Para que essa realidade se espalhe, o Coletivo de Hortelões Urbanos da cidade de São Paulo entregou à Prefeitura de São Paulo uma carta com a reivindicação de que uma horta comunitária seja implementada em cada bairro, em cada escola, parque e nos postos de saúde.

Horta no telhado

Canteiros da horta do shopping Eldorado. Foto: Divulgação
Porém, a densa urbanização de São Paulo torna um desafio pensar na destinação de terrenos vagos para o plantio. O shopping Eldorado encontrou uma forma de criar sua horta urbana usando o telhado do prédio. Construir uma horta de 1.000 metros quadrados , que se aproveita de 600 kg diários de resíduos da praça de alimentação e da poda dos jardins do shopping, preparados para o plantio em uma composteira no subsolo do prédio. Desta forma, produz-se o substrato natural responsável por adubar alfaces, quiabos, camomilas, tomates, cidreiras, entre outras plantas que, quando colhidas, são distribuídas aos funcionários das lojas. Duas enzimas desenvolvidas pelo Bio Ideias possibilitaram a aceleração da compostagem (que em condições naturais pode levar até 180 dias) e a eliminação de odores. No início, o composto foi doado para hortas comunitárias e, em 2012, começou a implantação da horta no próprio telhado.

Uma crítica a concepção ao potencial da agricultura urbana é o fato dela ser considerada de pequena escala e pouco produtiva. Cláudia Visoni reconhece que esse tipo de prática tem cunho mais educativo e ambiental do que potencial de abastecimento, mas explica que para se ganhar escala de produção, o estímulo da gestão pública é imprescindível. “As residências e empresas deveriam ter abatimento do IPTU no caso de compostarem seus resíduos orgânicos”, afirma. Outra ideia seria a distribuição de mudas orgânicas em estufas municipais (atualmente desativadas) para os agricultores periurbanos e a inclusão da horticultura no currículo das escolas.

Inspiração internacional

Cultivos orgânicos em bairro e San Francisco (EUA). Mudanças na legislação municipal permitiram o surgimento de pequenas fazendas produtivas em vários bairros da cidade. Foto: Fernando Angeoletto
Um exemplo onde as iniciativas espontâneas da população ganharam a adesão e o estímulo do governo é Cuba. Na década de 90, a cidade de Havana enfrentou uma forte crise de abastecimento com o colapso da União Soviética, responsável até então pelo fornecimento de boa parte dos alimentos consumidos no país, além dos insumos para a monocultura, como fertilizantes e pesticidas. Na época, os moradores da capital tomaram terraços, pátios e terrenos baldios e começaram a plantar feijões, tomates, bananas e diversos outros tipos de alimentos nos próprios bairros, pois o já precário sistema de transporte da ilha entrava em decadência. Em vez de coibir essas ações, o governo criou o Departamento de Agricultura Urbana e liberou o cultivo em terrenos sem uso produtivo, treinou agentes públicos para a implementação e manutenção de hortas nos bairros, construiu locais de distribuição de sementes e consolidou pontos de venda direta dos alimentos.

De acordo com Maria Caridad Cruz, engenheira agrônoma da FANJ (Fundacion Antonio Núñez Jiménez de la Naturaleza y el Hombre), hoje, 80% dos alimentos frescos de Cuba vêm das agricultura urbana - que abrange desde lotes de manejo individual até grandes propriedades de gestão estatal – cujos produtos são orgânicos (o controle biológico de pragas substituiu os pesticidas).

O deputado estadual Simão Pedro (PT), que é também secretário de serviços da cidade de São Paulo, atua há 11 anos com políticas públicas na área de agroecologia e reconhece que Havana é um ótimo exemplo, mas tem buscado inspiração também em outras cidades. Nos Estados Unidos, por exemplo, várias estão criando planos de agricultura urbana, conselhos de política alimentar e mapas de locais potenciais para o plantio. Empresas de paisagismo também têm incluído no seu portfolio os chamados projetos apelidados de “foodscape” (algo como “alternativa para a comida”), que inserem o cultivo agrícola em jardins, parques municipais, condomínios e até no telhado de estacionamentos gigantes. Em São Francisco, na Califórnia, a prefeitura mudou os regulamentos de zoneamento, a fim de permitir o cultivo local de alimentos, e criou o sistema de compostagem municipal, transformando resíduos orgânicos em insumo para as hortas públicas.

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Simão Pedro diz que um projeto similar com relação aos resíduos foi incluído no Plano de Metas da capital paulista. Segundo o secretário, hoje 52% de todo lixo encaminhado para os aterros da cidade são de natureza orgânica, ou seja, são resíduos que produzem chorume, contaminam o solo e proliferam doenças, mas que poderiam ser transformados em adubo. Além disso, o deputado quer instalar em bairros periféricos de São Paulo o projeto “Revolução dos Baldinhos”, de Florianópolis, O projeto catarinense surgiu em 2008 como resposta a uma epidemia de ratos no bairro Monte Cristo, na periferia da cidade, que culminou na morte de duas crianças. Para solucionar a crise, lideranças comunitárias em parceria com o agrônomo Marcos de Abreu, do Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro), começaram a estimular a população a separar os resíduos orgânicos em baldes (por isso o nome do projeto). Depois de recolhidos, 15 toneladas de materiais orgânicos se transformam todo mês em composto utilizado em hortas comunitárias e domésticas que se espalharam pelo bairro e resolveram o problema dos ratos. Atualmente, o excedente do composto está sendo beneficiado e embalado por jovens da periferia, que querem criar uma cooperativa para gerir o negócio.

Participante da Horta dos Ciclistas e Horta das Corujas (Vila Beatriz), Cláudia Visoni enumera as vantagens das hortas urbanas: “a horticultura precisa ganhar mais espaços pois é uma solução simples diminuir os custos alimentares e melhorar o clima da cidade atenuando ilhas de calor. Também é uma alternativa gratuita de lazer, aumenta a permeabilidade do solo, reduz as emissões de gases do efeito estufa (pois evita o transporte motorizado de alimentos) e inaugura espaços práticos de educação ambiental.

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JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO?

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