A
jabuticaba é uma fruta 100% brasileira que vem da nossa Mata Atlântica.
O seu nome vem do tupi e pode ter dois significados diferentes: o
primeiro quer dizer jabuti (famoso tipo de tartaruga) + caba (gordura),
ou seja, a gordura de jabuti; já o segundo significado vem de “iapoti
kaba”, ou frutas em botão.
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Existem vários tipos de jabuticaba, mas talvez a mais conhecida seja uma chamada Myrciaria cauliflora
ou jabuticaba-sabará. As frutas da jabuticaba crescem no tronco de sua
árvore e devem ser ingeridas logo que colhidas, para elas não oxidarem
tanto, mas também podem ser consumidas como suco, geleia, licor e, até
mesmo vinho. Seu sabor é doce com um final levemente azedo.
A
seguir, vamos descrever as propriedades e os benefícios da jabuticaba,
para quando chegar a sua época, você poder aproveitá-la sem culpa
nenhuma!
Propriedades da Jabuticaba
A
jabuticaba é uma fruta ideal; sua polpa possui poucas calorias e
carboidratos, e possui grandes quantidades de vitamina C e outras
vitaminas como a vitamina E, o ácido fólico, Niacina, Tiamina e
Riboflavina. Possui ainda minerais como potássio, cálcio, magnésio,
ferro, fósforo, cobre, manganês e zinco.
Um grande
diferencial são as propriedades da sua casca, pois ela é rica em
antocianidina, ou vitamina R, que dizem ser 50 vezes mais potente que a
vitamina E e 20 vezes mais potente que a vitamina C. As antocianidinas
são encontradas normalmente em frutas e flores com coloração que varia
do vermelho e azul e estudos dizem que ela possui propriedades
antioxidantes e ajuda a combater os radicais livres. Outra substância
importante, contida na casca da jabuticaba, é a pectina, que é uma fibra
solúvel.
Valor nutritivo aproximado de 100 g de Jabuticaba
Princípio
Valor Nutritivo
Energia
45 calorias
Proteína
1 g
Carboidrato
13 g
Gordua
0 g
Tiamina
0.01 mg
Fósforo
14 mg
Fibra
0.6 g
Vitamina C
12 mg
Cálcio
6 mg
Antocianidina
314 mg
Ferro
1,9 mg
Niacina (vitamina B3)
2,5 mg
Os 18 benefícios da Jabuticaba
As
propriedades da jabuticaba listadas acima propiciam vários benefícios
para a nossa saúde. Vamos elencá-las aqui, novamente, separando em dois
grandes grupos: a casca e a polpa, e vamos descrever com cuidado cada
propriedade e os benefícios da jabuticaba.
Para que serve a casca?
Antocianidina: Como
ela possui propriedade antioxidante e é capaz de reduzir e combater os
radicais livres, que são responsáveis por inflamações, intoxicações e o
envelhecimento da nossa pele, as antocianidinas podem trazer
vários benefícios da jabuticaba, como:
Ajuda
na recuperação da elasticidade e firmeza da pele, sendo uma boa
combatente de rugas, e até mesmo podem ajudar na queda de cabelo;
Auxilia
na redução da produção de histamina, desta maneira, ela pode ajudar a
aumentar a resistência do corpo, diminuir o colesterol ruim e combater
os radicais livres;
As jabuticabas também ajudam a fortalecer os vasos sanguíneos, prevenindo doenças relacionadas a eles, como varizes e derrames;
Podem
auxiliar na melhora da memória, pois protegem células do cérebro, sendo
muito recomendadas para pessoas com idade mais avançada;
Melhoram a resistência física, incluindo a disposição energética e elasticidade muscular, e até mesmo podendo melhorar a visão;
Possuem propriedades anti-cancerígenas;
Por ajudar na estabilização da taxa de açúcar no sangue, podem ser muito recomendadas para diabéticos;
Sua propriedade anti-inflamatória pode ajudar a aliviar as dores da artrite e outras doenças inflamatórias;
Pectina: Esta
fibra solúvel tem a capacidade de reduzir a velocidade de absorção das
propriedades dos alimentos conforme são ingeridos. Desta
maneira, os benefícios da jabuticaba advindos da pectina são:
Além
de também ser indicada para pessoas com hipoglicemia ou diabetes, por
equilibrar o nível de glicose no sangue, contribui também para a
desintoxicação do nosso corpo, pois auxilia na remoção de alguns metais
pesados e substâncias tóxicas. Desta forma, melhora a função da vesícula
biliar e diminui o risco de cálculos biliares;
A pectina também ajuda no combate de colesterol alto e da obesidade;
A
pectina também pode auxiliar no funcionamento saudável do trato
digestivo, proporcionando movimentos intestinais mais regulares e
prevenindo contra a constipação e diarreia;
Se feito um chá da
casca da jabuticaba e acrescentado mel (ou fazer um xarope),
os benefícios da jabuticaba estendem para auxiliar pessoas com anemia,
estresse, asma, bronquite, amigdalite, gripes e resfriados.
Para que serve a polpa da jabuticaba?
O ferro contido na sua polpa pode combater a anemia;
O
fósforo, juntamente com outros minerais, pode auxiliar no melhor
desempenho do metabolismo de energia no nosso corpo; ele também ajuda a
combater o estresse e a aumentar a imunidade do organismo;
A
vitamina C é conhecida como uma aliada do nosso corpo no combate à
gripe, também pode ajudar em infecções no geral, e ainda auxiliar em
casos de alergia, asma, glaucoma, varizes, hipertensão arterial, anemia,
fadiga crônica, etc;
A Niacina, ou também chamada de vitamina
B3, se não ingerida em quantidade suficiente, pode causar indigestão,
erupções na pele e fraqueza muscular;
Como a polpa desta fruta
possui altos níveis de minerais como o cálcio, potássio e magnésio, os
benefícios da jabuticaba podem se estender aos nossos ossos e dentes,
pois estes minerais ajudam a fortalecê-los, prevenindo de doenças mais
graves, como a osteoporose;
Por possuir ácido fólico e ferro,
esta fruta também pode ser muito recomendada à mulheres grávidas, pois
pode auxiliar no crescimento e desenvolvimento do feto;
Leia mais http://www.mundoboaforma.com.br/18-beneficios-da-jabuticaba-para-que-serve-e-propriedades
Valorizado, maracujá-doce alcança preço até quatro vezes maior que o azedo
A primeira cultivar da espécie Passiflora alata Curtis registrada e protegida no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), BRS Mel do Cerrado, abriu aos fruticultores brasileiros o seleto e valorizado nicho de frutas especiais. A qualidade e o sabor adocicado são os diferenciais dos frutos, que chegam a alcançar preço até quatro vezes superior ao do maracujá-azedo. Desenvolvida pela Embrapa, a cultivar de maracujazeiro-doce tem dado bom retorno financeiro aos produtores e seu fruto recebeu ótima aceitação dos consumidores.
No momento, a cultivar é indicada para a região de Cerrado, no Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Tocantins. Há trabalhos de validação em andamento em outras regiões brasileiras, incluindo o Sul, o Norte e o Nordeste.
O agricultor familiar Gilmar Santos plantou 250 mudas em sua propriedade em Pouso Alegre (MG) logo após a cultivar ter sido lançada, em dezembro de 2017, e não se arrepende. Ele está em plena colheita e estima que cada planta tenha produzido, em média, 150 maracujás, o que dá cerca de 37,5 quilos por planta.
“Temos muito mais frutos nesta próxima colheita, as plantas estão mais carregadas. Eu as vendo em caixas de papelão, cada uma com cinco ou seis maracujás, dependendo do tamanho deles, e embalo um por um com papel específico, igual à goiaba, para não machucar a casca. Cada caixa saiu de R$ 15,00 a R$ 19,00 – um ótimo preço”, comemora o produtor.
Os maracujás saem de Minas Gerais, da chácara São José, e vão para São Paulo, onde são comercializados na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), em um mercado que atua com frutas especiais exóticas, disputando espaço com o melão Andino, a granadilla do México e a graviola-baby da América Central, por exemplo. “Eu colho as frutas bem cedo, o pessoal do transporte busca a carga por volta das 15h e às 5h da manhã do outro dia, elas já estão em São Paulo para serem vendidas”, conta.
Quando dispostas no mercado, uma das frutas é cortada para que os clientes possam experimentá-la. “Essa é a tática de venda adotada para mercadorias diferentes e é muito importante no caso desse maracujá, também porque a fruta por si só não atrai pelo seu visual”, explica o vendedor Celso de Oliveira. Mas o retorno é certo. Apesar de não ser uma venda rápida, justamente por se tratar de um produto pouco conhecido pelos consumidores, o resultado é bom, já que a novidade tem agradado aos clientes. “A fruta é maravilhosa, uma delícia. Todos que provam gostam. Vou continuar trabalhando com ela aqui no mercado”, garante Celso.
O vendedor disse que já conhecia o maracujá-doce de uma produção que recebia de Janaúba, em Minas Gerais, há uns seis anos. Mas em relação ao Mel do Cerrado, Celso diz que a variedade melhorada pela Embrapa tem melhor sabor e mais tempo de prateleira do que a fruta nativa, apesar de ainda ser um período curto, cerca de uma semana depois de colhida. Depois desse prazo, a fruta começa a amolecer.
Colheita precoce em períodos quentes
O amolecimento da ponta das frutas é um dos principais problemas da espécie P. alata, fato que é agravado nos períodos mais quentes do ano. “A alternativa é colher o fruto no início do amadurecimento, assim que começar a mudança de cor,” recomenda o pesquisador da Embrapa Cerrados (DF) Fábio Faleiro, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da cultivar. Outra medida é realizar a pulverização foliar com cálcio para aumentar a consistência da casca dos frutos. O cientista ressalta que o amolecimento da ponta do fruto não está relacionado a pragas ou doenças e tem menor ocorrência nas épocas mais frias.
Gilmar Santos conheceu a cultivar BRS Mel do Cerrado em uma reportagem de TV e de imediato se interessou pela planta: “Fiquei um pouco receoso em plantar uma fruta diferente, mas resolvi arriscar. Não me arrependi. Estou conseguindo ganhar um bom dinheiro com ela. Pagam muito mais pelo maracujá-doce do que pelo azedo”, explica.
“Quem experimenta o maracujá-doce gosta e elogia seu sabor e se impressiona com o tamanho do fruto”, conta o produtor. A nova fruta tem conquistado os consumidores, tanto que a pequena plantação a céu aberto não consegue atender a demanda. O agricultor diz que já recebeu pedidos de mercados locais e de pessoas conhecidas, mas sua produção só é suficiente para atender o mercado paulista. “Estou com a ideia de aumentar a produção. Vou aproveitar uns mourões e uns arames de outra cultivar que não deu certo aqui e vou plantar mais maracujá-doce”, planeja Gilmar.
Adaptação a diferentes tipos de produtores
Os custos de produção do maracujá-doce variam conforme a capacidade de investimento do produtor, já que a cultivar pode ser plantada a céu aberto, em pequenas propriedades, em sistema orgânico e também em estufa, explica Faleiro. “Não existe um pacote tecnológico para essa cultivar, ou seja, o agricultor pode produzir o maracujá dentro da sua realidade de investimento”, esclarece.
Agricultores periurbanos confirmam isso. Valdete Frota cultivou 50 mudas em sistema orgânico. Na primeira carga, foram colhidos 146 quilos de frutos, já descontadas as perdas. O produtor entregou parte da primeira safra para uma banca de orgânicos de Sobradinho (DF). Em dois dias, foram vendidos 40 quilos. Também forneceu os frutos a supermercados da região. “Um deles, ao experimentá-lo, me pediu mais 30 quilos. Mesmo sendo um fruto desconhecido, vendeu muito bem. E nem usamos o apelo do orgânico”, afirma, satisfeito com os resultados iniciais.
Agora que se mudou de Brasília (DF) para uma propriedade em Formosa (GO), Frota planeja aumentar o investimento na BRS Mel do Cerrado. “A experiência foi boa. Eu consegui vender por volta de R$ 5,00 o quilo. É melhor que produzir vinte quilos do outro [maracujá-azedo] e vender a R$ 1,50 na safra. Agora em agosto ou setembro eu vou plantar 500 mudas”, planeja.
Mesmo sabendo que se trata de um mercado novo, Frota está confiante de que mais uma vez fará uma boa venda: “Apesar de não ter oferta, assim que eu começar o plantio, vou sair para procurar clientes. Vou atrair pela novidade, a fruta é bem saborosa e muito cheirosa. Vou às feiras de produtos orgânicos. O pessoal do orgânico é mais aberto a novas experiências. Isso pode ajudar a vender e a conquistar mercado”, acredita. Frota diz que a variedade da Embrapa sofre menos com virose do que as outras de maracujá-doce, não atrapalhando o desenvolvimento nem a produtividade da planta.
Vantagens e diferenciais da cultivar
O produtor de Brazlândia (DF) Mauro César Santos, que participou do teste de validação da cultivar, destaca o fato de as flores se abrirem pela manhã, enquanto as do maracujazeiro-azedo se abrem à tarde. Isso permite melhor aproveitamento da mão de obra na propriedade. “É possível colocar um funcionário para polinizar o maracujazeiro-doce de manhã e o maracujazeiro-azedo, à tarde”. O produtor explica que otimizar a mão de obra é importante para a saúde financeira do negócio, considerando todos os tratos culturais como adubação, podas e irrigação.
Pesquisadora apresenta vantagens do maracujá doce BRS Mel do Cerrado
O custo de produção, segundo o produtor, foi exatamente o mesmo do maracujazeiro-azedo. Mas por se tratar de um produto diferenciado, o preço da fruta pode ser até quatro vezes maior do que o do maracujá-azedo comercial. “Por se tratar de um fruto especial, ele alcança um mercado consumidor de maior poder aquisitivo e isso agrega valor ao produto”, justifica.
Manejo de pragas e doenças
Apesar de a variedade da Embrapa apresentar maior tolerância a bacterioses e viroses, o maracujá-doce, em geral, é mais suscetível a determinadas pragas e doenças do que as variedades de maracujazeiro-azedo. As recomendações de manejo fitossanitário, que são as mesmas do maracujá-azedo, precisam ser seguidas rigorosamente. “É importante ter como princípio o manejo integrado, no qual são combinadas diferentes estratégias de controle genético, biológico, cultural e químico”, enfatiza o pesquisador.
Quanto às pragas, é importante o produtor ficar atento à abelha Irapuá, ao tripes, ao besouro-da-flor, aos percevejos, à mosca-da-fruta e à mosca-do-botão-floral, que danificam as flores e os frutos. “É importante não deixar frutos maduros na planta ou no chão para não atrair a mosca-das-frutas”, recomenda Faleiro.
Para que a cultivar possa conviver melhor com a virose, a Embrapa recomenda o uso da tecnologia do mudão, na qual as mudas são conduzidas em ambiente protegido até atingirem um metro de altura ou mais, quando então são levadas ao campo. Também é importante evitar, ao máximo, o plantio próximo a pomares de maracujazeiro-azedo com a ocorrência de virose.
Para conhecer mais sobre as pragas e doenças do maracujazeiro e as estratégias de manejo integrado, clique aqui.
Foto: Gilmar Santos
30 toneladas por hectare em estufa
Em testes com diferentes perfis de produtores e sistemas de produção, nas condições do Distrito Federal, a BRS Mel do Cerrado produziu de 15 a 25 toneladas por hectare, em polinização aberta, com potencial para alcançar mais de 30 toneladas em plantio em estufa.
Segundo o pesquisador Fábio Faleiro, a expectativa é de que as cultivares desenvolvidas a partir das diferentes espécies de maracujá possam diversificar os sistemas de produção, para oferecer novas opções de geração de emprego e renda, melhorar a qualidade de vida dos produtores e proporcionar aos consumidores produtos derivados de uma biodiversidade essencialmente brasileira.
Os frutos maduros têm a casca de cor amarela, pesam de 120 gramas a 300 gramas (média de 200 gramas) e têm formato oboval, o que lhes dá uma aparência externa semelhante ao de um mamão papaia. A polpa tem cor amarelo-alaranjada e sabor adocicado, acima de 17º Brix, enquanto o do maracujá-azedo é por volta de 12º a 13º Brix (indicador de doçura da fruta). A polpa, sementes e casca são comestíveis, e esta última pode ser usada em farinhas, saladas, compotas e outras receitas, além de servir de alimento para o gado.
O cultivo de qualquer tipo de maracujá exige planejamento desde a implantação do pomar até a comercialização do produto. “É importante que o agricultor busque as informações técnicas sobre o cultivo e siga todas as recomendações de manejo. Antes de plantar, o produtor deve saber quem vai comprar a produção”, recomenda Faleiro.
Potencial ornamental
A vertente ornamental da nova cultivar pode ser apreciada, inclusive, por quem pratica o cultivo de fundo de quintal. Foi o caso de Jacinta de Toledo, que mora em um condomínio em Formosa (GO). Ela plantou quatro mudas em um pergolado na garagem de casa. Com a adubação das plantas, a floração foi intensificada. “A flor é muito bonita. Depois da chuva, a mamangava apareceu e o maracujá produziu os frutos muito rápido”, lembra.
Faleiro explica que a cultivar tem um uso nobre na linha da fruticultura ornamental, na qual as plantas são utilizadas como ornamento devido à beleza das flores, da planta, e também dos frutos, os quais permitem o processamento de diferentes tipos de alimentos.
Jacinta distribuiu os cerca de cem frutos colhidos para amigos e vizinhos, que também se interessaram em produzir a BRS Mel do Cerrado no fundo do quintal. Ela aprendeu uma receita para utilizar, além da polpa e sementes, a parte branca da casca do maracujá-doce, na forma de salada.
Para saber como utilizar a polpa, sementes e cascas do maracujá-doce no processamento de alimentos, clique aqui.
Duas décadas de pesquisa
A BRS Mel do Cerrado é resultado de um trabalho de quase 20 anos, iniciado com a seleção e recombinação de acessos de diferentes origens, principalmente da região do Cerrado do Planalto Central. O melhoramento genético convencional, em cinco ciclos de seleção, resultou em uma cultivar com maior produtividade, maior tolerância à bacteriose e à virose e frutos com maior qualidade física e química, além de formato adequado ao mercado.
Os interessados em adquirir as mudas da BRS Mel do Cerrado devem entrar em contato com os viveiristas licenciados pela Embrapa. A relação desses fornecedores, além de outras informações sobre a cultivar, podem ser encontradas aqui.
Foto: Breno Lobato
Breno Lobato (MTb 9417/MG) Embrapa Cerrados
Contatos para a imprensa cerrados.imprensa@embrapa.br Telefone:(61) 3388-9945
Sabia que não só os animais que estão em risco de extinção? Plantas, frutas e diversos alimentos também: são cerca de 3,5 mil ingredientes em risco no mundo e, só no Brasil, 100 tipos de alimentos, dos quais 16 são frutas, como Cambuci, Butiá ou Maracujá-da-Catinga.
Este cenário foi apresentado ao público durante a segunda edição do Festival Arca do Gosto, realizada pelo movimento Slow Food no final de outubro. O encontro apresentou os alimentos brasileiros ameaçados de extinção e as causas de seu desaparecimento, entre elas o desmatamento e a falta de demanda por esses produtos.
Além desta iniciativa incrível, tem muita gente colocando a mão na massa para ajudar a recuperar e a reverter o risco de desaparecimento de ingredientes em diversas regiões do país, como na Mata Atlântica Sudeste, por exemplo. Com um detalhe: entre esses produtos, estão alguns dos mais valorizados em diversas partes do mundo.
Nessa região, existe um movimento forte de cerca de 60 produtores familiares que estão resgatando o cultivo de frutas nativas desse bioma. Organizados sob o nome de Arranjo Produtivo Sustentável, tal movimento acontece dentro da Rota do Cambuci, que é gerida pela ONG Instituto Auá em pequenas propriedades do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo. Nessa área (formada por 39 municípios da região metropolitana, e coordenado pelo Instituto Florestal da Secretaria do Meio Ambiente do Estado), às bordas da floresta remanescente, são produzidas espécies como Cambuci, Uvaia, Araçá e Grumixama.
O instituto compra, de produtores locais, produtos como Cambuci congelado e outros derivados de plantas nativas – como cachaças, geleias e licores – e os comercializa para o consumidor final, gerando um novo tipo de mercado que, além de implementar a conservação das espécies da Mata Atlântica, gera renda para os pequenos agricultores. Com um detalhe: os cultivos são agroecológicos, ou seja, sem agrotóxicos e com base no sistema agroflorestal, o que promove a recuperação do meio ambiente e da biodiversidade em geral.
Até agora, o balanço dessa iniciativa é muito inspirador, veja:
– cerca de 60 estabelecimentos gastronômicos e 35 lojas de varejo estão usando e comercializando o Cambuci e derivados de frutas nativas em São Paulo,
– três indústrias estão desenvolvendo produtos com esses ingredientes e
– duas prefeituras introduziram o Cambuci na alimentação escolar;
– há inúmeros espaços interessantes que comercializam e divulgam essas frutas tão saborosas e brasileiras junto ao público. Entre eles, destacam-se o Box Mata Atlântica e Amazônia no Mercado de Pinheiros – parceria do Instituto Auá com o Instituto ATÁ –, no famoso bairro paulistano de Pinheiros, e os Festivais do Cambuci que acontecem ao longo do ano em 13 municípios que compõem o Cinturão Verde, o que tem garantido renda média de 1 mil reais por produtor, a cada evento.
Além das quase 40 toneladas de Cambuci produzidas este ano, a diversidade de produtos artesanais à base de frutas nativas é enorme: são cerca de 400 itens, entre eles bebidas, doces, biscoitos, granolas e farinhas.
Todo esse trabalho com base em sistemas agroflorestais tem trazido resultados incríveis para a Mata Atlântica, como a conservação da paisagem, que inclui a recuperação de nascentes e mananciais. Atualmente, são cerca de 50 hectares de terras produzindo frutas nativas em 12 municípios do Cinturão Verde paulista.
Além disso, a parceria entre o Instituto Auá e a The Nature Conservancy (TNC) tornou possível o mapeamento de 80 hectares de APPs Hídricas (Áreas de Preservação Permanente) e de áreas agrícolas que têm grande potencial para a implantação de agroflorestas com espécies nativas, em Salesópolis. Também é importante salientar o trabalho de georreferenciamento dessas espécies realizado por pesquisadores da Esalq-USP, parceiros da Rede de Pesquisa da Rota do Cambuci.
Só boas notícias! São todas provas de que é possível fazer uso da terra de forma mais consciente, valorizando o que a natureza dá e incrementando a alimentação de paulistas e brasileiros. tomara que mais e mais iniciativas como esta se propaguem pelo país.
O cultivo do Blackberry ou Amora Americana é recente no Brasil,
mas a fruta já era utilizada pelos gregos no Séc. IV a.C., por seu sabor e seus
efeitos medicinais. A planta crescia espontaneamente e era colhida em florestas
nativas.
Só no Séc. XVII na Europa, começou o cultivo comercial, com a
espécie Evergreen, selecionada e melhorada a partir de material nativo.
A maior parte das outras cultivares (espécies) foi criada no
Século XIX.
Nos Estados Unidos, a exploração comercial da amora americana ou
amora-preta se iniciou entre os anos de 1850 e 1860, com as cultivares
Evergreen e Himalaya, trazidas da Europa.
A amora-preta é uma planta arbustiva, de porte ereto ou rasteiro.
Ela pertence à família Rosaceae, gênero Rubus, da qual existem mais de
trezentas espécies. Entre tantas variedades é sempre possível encontrar plantas
adaptáveis às condições climáticas de cada região.
Dependendo da espécie, as exigências de frio podem variar de 1000
horas com temperatura abaixo de 7,2 graus centígrados, até cerca de apenas 100
horas de frio no inverno.
Com isso, a cultura da Amora-preta torna-se viável em inúmeras
regiões do Brasil, com clima variado, sendo que é importante também para a
planta, um grande número de horas de calor para estimular a brotação, a
floração e a produção.
A cultura do Blackberry é permanente, e as plantas duraram mais de
15 anos em produção plena. Suas raízes são perenes e a parte visível da planta
se renova anualmente. Os novos ramos crescem na primavera/verão, perdem as
folhas durante o inverno e voltam a emitir novas brotações a partir de agosto.
São essas brotações que produzem os frutos durante o período de primavera/verão
do ano seguinte.
Após a colheita, todo o material aéreo da planta (galhos e folhas)
é eliminado. Novas brotações surgem para formar as plantas da safra seguinte.
O fruto
O fruto é uma folidrupa formada por drupéolas, de
coloração inicial verde, passando a vermelho-claro no início da maturação e
atingindo a cor preta-brilhante na maturação plena. O fruto deve ser colhido
quando atingir a coloração preta-brilhante e logo após sua colheita deve ser
armazenado em geladeira ou câmara fria.
A Amora-preta pode ser consumida in natura ou em
forma de geléias, sucos, doces em pasta e fermentados. Pode ainda ser congelada
e utilizada como polpa para a produção de sorvetes, sucos, iogurtes, tortas e
molhos para diversos pratos, inclusive para decoração dos pratos.
Principais variedades
Na fazenda
St.Clair, cultivamos as variedades CHEROKEE, TUPI, GUARANI e CAIGANGUE.
CHEROKEE: é exigente em horas de frio (temperaturas abaixo de
7,2°C no inverno). De porte ereto, pode ser conduzida com dois fios de arame
para evitar que os frutos tenham contato com o solo. Seus frutos são médios (4
a 5g), que se desprendem facilmente quando maduros.
TUPI: resultado de cruzamento entre as variedades Uruguai e
Comanche, é menos exigente em horas de frio. Porte ereto, com espinhos, tem
produção de até 3,8kg por planta/ano. Frutos de 7 a 9g, de sabor equilibrado em
acidez e açúcar, consistência firme, sementes pequenas e aroma ativo.
GUARANI: resultado do cruzamento de várias espécies. Produz até
3,6kg por planta/ano, em frutos de 5 a 6g. Planta ereta, com espinhos. Brotação
na terceira dezena de agosto, floração durante o mês de setembro e primeira
dezena de outubro e colheita a partir de dezembro. Sabor pouco ácido,
consistência firme, sementes pequenas, película resistente e aroma ativo.
CAIGANGUE: variedade nova, desenvolvida por técnicos da Embrapa,
vem mostrando grande potencial. A Fazenda St. Clair vem avaliando e estudando a
sua adaptação na região de Campos do Jordão em SP. Plantas vigorosas, eretas,
com espinhos e boa capacidade de multiplicação. Brotação na primeira dezena de
agosto, floração na primeira dezena de outubro e produção da segunda dezena de
novembro a meados de dezembro. Pode ser cultivada em regiões com menos de 200
horas de frio no inverno. Produção média por planta acima 3,45kg e frutos de
5,6g.
SAÚDE
A amora-preta é uma ótima fonte de Vitamina A, Vitamina C,
Tiamina, Riboflavina, Niacina.
Tem ainda em sua composição minerais importantes para a saúde,
como Ferro, Cálcio, Fósforo, Potássio. E mais: proteínas, carboidratos e menos
de 1% de gordura. Com tudo isso, uma porção de 144g da fruta contém apenas 85
calorias.
CULTIVO
Faça você mesmo a sua plantação de
Blackberry
A Fazenda St.Clair, localizada nas proximidades do Pico do Itapeva
em Campos do Jordão, estado de São Paulo, reúne ótimas condições climáticas e
de solo para produzir as melhores mudas de Blackberry do Brasil
Com apenas algumas mudas você pode iniciar a sua pequena plantação
e, em pouco tempo, colher deliciosos frutos produzidos organicamente, sem
adubos químicos e sem agrotóxicos.
A Fazenda St.Clair fornece as mudas e dá a orientação para o
plantio e cultivo, além de manter um completo site na Internet
(www.fazendastclair.com.br), com informações detalhadas sobre o plantio desta e
de outras frutas de clima temperado.
Dicas para o plantio
. Obtenha mudas de boa procedência.
. Não há necessidade de adubação prévia da
cova, apenas após a muda pegar.
. Após plantar, colocar cobertura morta
cobrindo a cova para proteger e manter a umidade.
. Para mudas enraizadas, a distância entre
mudas deve ser de 70 cm.
. O espaçamento entre linhas pode ser de
2,5 a 3 metros.
. O solo deve ser bem drenado e com ph na
faixa de 5,5 a 6,5.
. A melhor época para o plantio é o
inverno, mas, a amora pode ser plantada em qualquer época do ano, quando se
dispõe de irrigação ou condições de fornecer água semanalmente.
. Escolha a variedade mais adequada para o
seu caso. As de porte ereto dispensam fios de arame para suporte na época da
colheita. Cultivares de porte rasteiro exigem mais de um fio de arame.
. As plantas de Blackberry necessitam de
frio no inverno (temperaturas abaixo de 7,2ºC), e de sol pleno no verão para
frutificarem bem.
MUDAS
Com as mudas organicas da Fazenda
St.Clair você colhe os melhores resultados.
A região da Serra da Mantiqueira e em particular as cidades de
Campos do Jordão, São Bento do Sapucaí, Santo Antonio do Pinhal e outras
cidades localizadas na região da Serra e Sul de Minas, oferecem ótimas
condições para a cultura de frutas de clima temperado.
Seu clima garante as horas de frio necessárias para o bom
desenvolvimento das plantas.
A umidade relativa do ar e a luminosidade também são adequadas. Em
áreas de ventos fortes, pode ser necessária a instalação de barreiras físicas,
como quebra-vento, para evitar dano às plantas.
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mudas de Blackberry ou Amora Preta nas lojas do Ponto Garden, uma localizada na
estrada para Campos do Jordão (Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro), ao lado do
Leite na Pista, Fone(12) 3686-4040 e outra localizada em Guarulhos, na Rua
Prof. Gabriel José Antonio, 205-B, que é a Marginal da Via Dutra, fone (11)
6425-2974 ou 6425-4556. Ou entre em contato
conosco.
Até o momento, poucos estudos científicos têm testado os benefícios e os reais potenciais da Acerola. Embora não haja evidências de ensaios clínicos para mostrar que Acerola pode melhorar a saúde, alguns resultados preliminares de investigação laboratorial e estudos baseados em animais indicam que a acerola pode ter alguns efeitos benéficos. Confira, as principais conclusões dos estudos:
Acerola Reduz o Açúcar no Sangue:A Acerola pode ajudar a reduzir os níveis de açúcar no sangue, de acordo com um estudo de 2006 de Biociências, Biotecnologia e Bioquímica. Em testes com ratos, os cientistas demonstraram que os antioxidantes extraídos de acerola pode ajudar a suprimir o transporte de açúcar no sangue ao longo dos intestinos.
Estresse Oxidativo: Em um estudo de laboratório publicado em 2011, os pesquisadores descobriram que o extrato da acerola pode lutar contra o estresse oxidativo (um processo relacionado com o envelhecimento associado a uma série de doenças graves).
Benefícios da Acerola na Prevenção do Câncer de Pulmão:A Acerola aumenta a proteção contra o câncer de pulmão, segundo um estudo de 2002. Além disso, Testes em camundongos revelaram que o extrato de acerola ajudou a regular o crescimento de células anormais para retardar a propagação do câncer de pulmão.
Acerola é uma excelente Fonte de Vitamina C: A acerola é uma fonte de Vitamina C, sob a forma natural de ácido ascórbico, A Vitamina C é um nutriente essencial, desempenhando um papel importante na saúde do sistema imunológico. Além disso, ela também é importante para a síntese do colagênio, um componente estrutural de vasos da pele, ossos e sangue, assim como a síntese dos produtos químicos do cérebro envolvidas na regulação do humor.
Acerola é uma excelente Fonte de Vitamina A:A vitamina A é um nutriente importante encontrada na acerola. A vitamina A desempenha um papel importante na saúde dos olhos, o crescimento normal e desenvolvimento em curso, a produção de células vermelhas do sangue e no fortalecimento do sistema imunológico.Acerola é Rica em Vitaminas do Complexo B: A acerola possuir micronutrientes, tais como vitaminas do complexo B, cálcio, ferro, potássio e magnésio.
Usos da Acerola: Acerola é apontado como um remédio natural para uma série de condições de saúde, incluindo:
Já pensou colher jaboticaba na sacada do apartamento? Sim, isto é possível! Dá para cultivar uma árvore jaboticabeira em vaso, o importante é que a planta receba sol direto pelo menos 6 horas por dia para frutificar. A jaboticabeira, Myrciaria trunciflora*, possui uma peculiaridade: floresce e frutifica nos troncos e galhos. Os frutos deliciosos são consumidos pela avifauna e pelas pessoas. A árvore é muito ornamental e é usada no paisagismo.
Jaboticabeira cheia de frutos – Foto: Pixabay
Os frutos podem ser consumidos in natura e na forma de sucos, geléias e também na produção de cosméticos. A jaboticabeira é uma árvore enorme, atinge de 10 a 15 metros de altura, é perene ( não perde as folhas) e é nativa do Brasil. Ocorre do Rio Grande do Sul até Minas Gerais, em especial na mata pluvial Atlântica. Apesar de crescer na mata a até altura de 15 metros, quando plantada em vaso, ela atinge 2 a 3 metros, conforme o tamanho do vaso. Ela é de crescimento lento. Dica: Quando for comprar a muda da jaboticabeira, prefira uma que já esteja frutificando, porque demora em média 8 anos para começar a frutificar.
Frutos amadurecendo da jaboticabeira – Foto: Helena Schanzer
Para plantar uma jaboticabeira em um vaso, é necessário um vaso grande, pelo menos com diametro de 0,60 mt de boca e altura de 0,50 mt. Faça a camada de drenagem com brita ou sinasita, bidim como filtro e substrato rico em composto orgânico e bem drenado (acrescente areia ou sinasita pequena). Considere o peso final ( mais o peso da água quando regamos) para posicionar o vaso na sacada, verifique se a estrutura suporta a carga. Se você tem espaço no jardim ou no sítio, plante uma árvore de jaboticaba e tenha sempre passarinhos no jardim comendo os frutinhos. A jaboticabeira chega a florescer 2 vezes por ano: em agosto/setembro e janeiro/fevereiro.
Frutos no tronco da Jaboticabeira – Foto: Helena Schanzer
Para ter inspiração para plantar frutíferas em vasos na sacada do apartamento, dá uma olhada aqui. Para ver todas opções de frutíferas que dá para plantar veja aqui.
*Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil/Harry Lorenzi. Nova Odessa, SP. Editora Plantarum, 1992. Brasil.