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frutas nativas brasileiras e, especialmente as de ocorrência na região
Centro-Oeste, já eram usadas pelos povos indígenas desde épocas remotas.
Essas espécies desempenharam um papel fundamental na alimentação dos
desbravadores e colonizadores da região, principalmente, no que se
refere ao fornecimento de vitaminas e de alguns minerais essenciais à
saúde.
A região Centro-Oeste do Brasil abrange 3 biomas: o Cerrado, o
Pantanal e parte de Floresta Amazônica . Da área total dos biomas
cerrado e pantanal, predominantes na região Centro-Oeste, apenas 16,8%
foram consideradas áreas de cerrado não antropizado, através do uso de
imagens de satélite.
O Cerrado ocorre, predominantemente, no Planalto
Central do Brasil e ocupa cerca de 23% do território nacional (206
milhões de hectares), constituindo o segundo maior bioma do País.
Apresenta uma flora, que é considerada a mais rica dentre as savanas do
mundo, estimando-se um número entre 4 mil e 10 mil espécies de plantas
vasculares A acelerada exploração agropecuária desenvolvida no cerrado,
durante as últimas décadas, teve como conseqüência, além do
desenvolvimento sócio-econômico da região, a remoção da vegetação nativa
através dos desmatamentos realizados, em sua maioria, sem planejamento e
fiscalização, prejudicando a biodiversidade.
Sobre o cerrado você pode ver
Cerrado, biodiversidade ameaçada
As
frutas nativas desta região, além do seu potencial nutricional, são de
rara beleza, podendo e devendo ser usadas em projetos paisagísticos e de
urbanização. Podem ser também uma fonte de renda para as populações.É
uma grande riqueza de espécies que podem ser consideradas "Plantas do
Futuro", ainda não exploradas pelas comunidades locais e por aqueles que
se dedicam ao Paisagismo.
Podem ser
utilizadas com sucesso na recuperação de áreas desmatadas ou degradadas;
no plantio intercalado com reflorestas; no enriquecimento da flora; no
plantio em parques e jardins; em áreas acidentadas, para controle de
erosão além de áreas de proteção ambiental.
Além
destas características, muitas espécies fazem parte da flora apícola e
algumas têm propriedades medicinais ainda não pesquisadas
cientificamente.
São também responsáveis pela sobrevivência de
inúmeras espécies animais que se alimentam delas. Animais como o lobo
guará, a raposa do campo, miquinhos, quati, anta, macaco prego, cachorro
do mato e um sem número de aves.
Algumas Frutas Nativas da Região Centro-Oeste do Brasil
Cagaita Eugenia dysenterica Myrtaceae
O
aproveitamento alimentar da espécie é popularmente consagrado na região
e seu valor econômico/comercial já não é mais potencial. Sorveterias de
Goiânia e Brasília fabricam sorvetes com os frutos da espécie, catados
no chão. Os frutos utilizados por uma das sorveterias de Brasília são
catados de árvores que compõe a arborização da própria cidade. Bom
exemplo de benefícios com a utilização de espécies fruteiras no
paisagismo público. Tais benefícios são especialmente aumentados quando a
espécie em questão é nativa, uma vez que são atraídos polinizadores e
dispersores, promovendo uma integração efetiva e positiva da cidade com o
cerrado do entorno.
Murici Murici do campo Byrsonima basiloba Malpighiaceae
Apresenta
um potencial ornamental muito grande pela sua belíssima floração. Os
frutos podem se ingeridos ao natural ou em sucos e sorvetes. Na medicina
popular é usado como anti diarréico e no tratamento de úlceras.
Pequi Caryocar brasiliense Caryocaceae
Dentre as frutas conhecidas e estudadas, vale destacar o
pequi,
um fruto muito consumido e famoso na região como o ouro do cerrado.
Além do sabor peculiar, tal fruto contém uma excelente quantidade de
antioxidantes, as célebres substâncias que combatem os radicais livres.
Sua polpa é amplamente utilizada na culinária regional, o óleo extraído é
usado na fabricação de sabão e temperos. Do pequi, nada se perde! A
casca é transformada em farinha e a castanha é comestível, depois de
torrada. As folhas fazem parte da medicina popular, usada contra
bronquites.
Mama cadela, chicletinho do cerrado Brosimum gaudichaudii Moraceae
Frutos
comestíveis ao natural ou na forma de sorvetes. Folhas, cascas e raízes
são usadas para o tratamento de vitiligo e gripes.
Araticum Annona crassifloraAnnonaceae
Árvore
de tamanho variável, podendo atingir até 7 m de altura de acordo com a
espécie. Possui grande valor ornamental por sua forma rústica.
Os
frutos possuem sabor característico, são usados para doces, licores e
sorvetes. As folhas e sementes são usadas pela medicina popular como
remédio anti diarréico e como inseticida também.
Buriti Mauritia flexuosa L Palmae
Ocorre
naturalmente isolada ou em grupos, de preferência nos terrenos
pantanosos, sendo por isso denominada Palmeira-do-brejo, Buritis Altos,
Vereda do Buriti Pardo, Buriti Mirim, Vereda Funda, Bom Buriti,
Vereda-Meã, Buriti Comprido, Vereda-da-Vaca-Preta, Vereda-Grande,
Buriti-do-Á, Vereda do Ouriço-Cuim, Buriti-Pintado, Veredas-Mortas,
Córrego do Buriti-Comprido...
Nas regiões onde ocorre, o
buriti
é a planta mais importante entre todas as outras, de onde o homem
local, herdeiro da sabedoria dos indígenas nativos, aprendeu a retirar
parte essencial de seu sustento.
Os cachos carregados de frutos e as
folhas de que necessita, são apanhados lá no alto, cortados no talo com
facão bem afiado para não machucar a palmeira.
Depois disso, o
experiente sertanejo pula, usando as largas folhas do buriti como se
fossem pára-quedas, pousando suavemente na água.
Dos
frutos do buriti - um coquinho amarronzado que, quando jovem, possui
duras escamas que vão escurecendo conforme amadurecem - aproveita-se a
polpa amarelo-ouro. Para extraí-la é preciso, antes, amolecer aquelas
escamas por imersão em água morna ou abafamento em folhas ou em sacos
plásticos.
E é com ela que são preparados os doces e outros sub-produtos tradicionais
O
buriti é ainda muito mais do que puro alimento para homens e animais.
De sua polpa, por exemplo, a população regional extrai um óleo de cor
vermelho-sangüínea utilizado contra queimaduras, de efeito aliviador e
cicatrizante. Esse mesmo óleo é comestível, apresentando altos teores de
vitamina A. Também comestível e, dizem, saboroso, é o palmito extraído
do broto terminal da planta.
Mais informações sobre o Buriti você pode ver em:
Buriti, a palmeira das veredas.
Mangaba Hancornia speciosa Apocynaceae
A
mangabeira é abundante em todos os tabuleiros e nas baixadas litorâneas
da região Nordeste, onde se obtém - de forma extrativista - a quase
totalidade dos frutos colhidos. Acha-se as frutas também nos cerrados do
Centro-oeste, no norte de Minas e em parte da Amazônia.
O potencial
para o aproveitamento da mangabeira inteira é muito bom, apesar de que
apenas os frutos apresentam um valor comercial significativo. Do tronco,
podemos extrair o látex, substituto do látex da seringueira, mas com
qualidade um pouco inferior . A mangaba é uma fruta rica em diversos
elementos e em sua composição encontramos as vitaminas A, B1, B2 e C,
além de ferro, fósforo, cálcio e proteínas. A mangaba é uma fruta rica
em diversos elementos e em sua composição encontramos as vitaminas A,
B1, B2 e C, além de ferro, fósforo, cálcio e proteínas.
Esta é
apenas uma amostra mínima de nossas árvores frutíferas que devem ser
preservadas, valorizadas não só pelo seu uso alimentar mas também pela
capacidade de enfeitar nossos jardins!
Você encontra aqui fornecedores de algumas destas plantas:
Pequi
buriti
Araticum
Esta matéria atende ao pedido de um nosso leitor assinante: Darci Peretto
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Fontes: http://www.biotecnologia.com.br/revista/bio15/frutos.pdf
http://www.portalsaofrancisco.com.br
Fontes das fotos
http://arvoresdesaopaulo.files.wordpress.com/2012/04/frutas-nativas.jpg
http://motoprazer.blogspot.com.br/2011/11/frutas-do-cerrado-brasileiro.html
Autor: Regina Motta - Data: 14/12/2012