quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Agrotóxico utilizado contra fungos também pode matar abelhas!

Sistema analisou 200 abelhas contaminadas com cerconil; em 10 dias, 65% dos insetos
 haviam morrido!


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Um estudo realizado por pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, em parceria com cientistas da Universidade Federal de Viçosa (UFV), revelou que o cerconil, agrotóxico utilizado no Brasil para matar fungos, também pode ser letal para abelhas. O trabalho mostrou ainda que, mesmo aquelas que resistem inicialmente aos efeitos do produto químico, passam a se comportar como se estivessem mais velhas, indicando que não viverão por muito tempo.
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Abelhas também podem ser vítimas de fungicida – Foto: Myriams-Fotos via Pixabay / CC0
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Os resultados foram obtidos a partir do programa de computador desenvolvido por Jordão Natal durante seu mestrado na USP. O sistema analisou, durante 10 dias, o comportamento de 200 abelhas contaminadas com o fungicida, que é muito comum no combate a pragas de meloeiro e melancia. Elas foram colocadas junto a outras 800 abelhas saudáveis dentro de uma caixa cercada por vidros transparentes, onde câmeras registravam seus movimentos. Para diferenciar as abelhas saudáveis das contaminadas, uma marca com tinta foi feita nas costas das que ingeriram o agrotóxico. “Até o décimo dia, 65% das abelhas contaminadas haviam morrido. Já as que resistiram, tiveram seu comportamento alterado, aparentando estarem idosas, já que faziam atividades incompatíveis com a idade, como tarefas de limpeza e a procura por alimentos”, relata Natal, que teve sua pesquisa financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Vale ressaltar que as abelhas vivem, em média, 44 dias, ou seja, a maioria delas estaria morrendo antes de completar um quarto de suas vidas.
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Carlos Maciel (à esquerda) e Jordão Natal desenvolveram um sistema inédito para monitorar o comportamento de animais que atuam de forma coletiva. Foto: Henrique Fontes / SEL
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Algo que ajudou o sistema a interpretar essa grande quantidade de dados ao final do período analisado foi a localização das abelhas contaminadas dentro da caixa. A posição das polinizadoras tende a revelar em que fase da vida elas estão, pois, conforme elas envelhecem, se aproximam das extremidades. “O software foi capaz de monitorar as ações de cada uma das abelhas, o que é uma tarefa muito difícil, por serem animais de tamanho semelhante, que estão quase sempre em movimento e se cruzando rapidamente”, explica Carlos Maciel, professor do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação (SEL) da EESC e orientador da pesquisa. Apesar do desafio, o programa, que levou cerca de 10 meses para ser desenvolvido e captura até 30 fotos por segundo, apresentou um índice de 99% de precisão.
Contaminadas com doses não letais de cerconil no apiário da UFV, as abelhas utilizadas no estudo são da espécie Apis mellífera, a mais comum do mundo. “O que mais nos chocou foi descobrir que um fungicida até então inofensivo para abelhas se mostrou mais tóxico que o imidaclopride, inseticida considerado o grande vilão dos cultivos agrícolas. Os dados são preocupantes”, afirma Eugênio de Oliveira, professor de entomologia da UFV. Apesar de ainda não haver um entendimento sobre o motivo de o fungicida ter levado as abelhas à morte, o docente suspeita que o produto pode estar anulando os efeitos de enzimas responsáveis pela desintoxicação desses insetos.
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Figura ilustra trajetória percorrida pelas abelhas dentro da caixa. 
Foto: Jordão Natal / Divulgação
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No trabalho, os pesquisadores também analisaram o comportamento de abelhas que ingeriram o imidaclopride. Derivado da nicotina, o produto normalmente é aplicado em pomares, plantações de arroz, algodão e batata e, embora seja proibido em diversos países, seu uso ainda é permitido no Brasil. O software da USP mostrou que aproximadamente 52% das abelhas contaminadas com o agroquímico estavam mortas no décimo dia.
“A extinção das abelhas é uma preocupação global, pois se trata de um problema que não afeta apenas o meio ambiente, mas também a economia. Elas participam de boa parte da polinização de nossos alimentos, alguns deles, inclusive, polinizados exclusivamente por elas”, alerta Maciel, que também é pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Sistemas Autônomos Cooperativos (InSAC), sediado no SEL. Segundo o estudo realizado pela Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES), em parceria com a Rede Brasileira de Interações Planta-Polinizador (Rebipp), o valor do trabalho prestado pelos animais polinizadores à agricultura brasileira gira em torno de R$ 43 bilhões por ano. O levantamento considerou 67 cultivos, sendo que a soja, primeira colocada, responde por 60% do valor estimado, seguida pelo café (12%), laranja (5%) e maçã (4%).
Com a nova tecnologia criada na EESC, que já está pronta para ser utilizada no mercado, a missão de compreender o comportamento de animais que atuam de forma coletiva se tornou mais simples, pois toda interação entre esses organismos e o meio ambiente poderá ser “ensinada” para o computador em forma de algoritmos. “O que o sistema fez em semanas, nós levaríamos alguns anos para mensurar”, comemora Eugênio. Combinando técnicas de inteligência artificial e big data, o software desenvolvido conseguiu analisar dezenas de horas de vídeo, totalizando 700 gigabytes de material. A partir de agora, os pesquisadores pretendem estudar o comportamento de abelhas contaminadas com outros tipos de agrotóxicos, a fim de ampliar o entendimento a respeito dos efeitos desses produtos químicos.

Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do SEL/USP









quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Chal-chal, a árvore preferida dos bichos!!

O popular chal-chal na língua indígena Guarani é chamado de erembiú e significa “comida de pomba”. Já seu nome científico, Allophylus edulis, vem do latim onde edulis significa comestível. Confirmando a propriedade gastronômica da árvore em questão, sabiás, sanhaçus, bem-te-vis e trinca-ferro-verdadeiros são aves comumente encontradas apreciando seus frutos. Além das aves, quem também faz do chal-chal uma parada obrigatória na hora das refeições são os bugios, veja no vídeo abaixo um flagrante para lá de especial. Apesar dos frutos terem pouca polpa, são produzidos em abundância e além de muito apreciados pela fauna silvestre, são igualmente comestíveis para os humanos.

Frutos de Chal-chal em amadurecimento. Foto: Carolina Schäffer.
O chal-chal (Allophylus edulis), também conhecido como fruta-do-pombo, baga-de-morcego, vacum, vacunzeiro, murta-branca, é uma espécie colonizadora de áreas abertas. No entanto, pode ser encontrada no interior de matas primárias mais preservadas, em capoeiras, capoeirões e em beiras de rio. Tem preferência por solos úmidos e tolera bem o calor e o frio. Ocorre na maioria das formações florestais brasileiras, desde a floresta Amazônica até a Mata Atlântica, bem como em outras formações da América do Sul.
Pode ser encontrado como árvore ou arbusto, geralmente tendo entre 6 e 10 metros de altura e até 45cm de diâmetro. É uma espécie de uso ornamental e paisagístico e sua madeira tem valor econômico secundário, sendo utilizada para lenha e também para confecção de cabos de ferramentas. Apresenta tronco ereto, descamante em placas, casca fina de coloração pardo-escura e ramos acinzentados com lenticelas. A copa fechada tem formato piramidal.
Suas folhas são compostas, trifoliadas, apresentando de 10 a 15 centímetros de comprimento, folíolos oblongo-lanceolados, glabros ou pubescentes próximo às nervuras principais, margem serreada, ápice acuminado, pecíolo com canal bem definido, de 3 a 5 centímetros de comprimento. A infusão das folhas é utilizada na medicina popular contra problemas hepáticos, febre, hipertensão, disenteria, icterícia, inflamações da garganta e afecções digestivas e intestinais. Externamente o decocto das folhas serve para limpeza de ferimentos.
Inflorescência composta, com ramos centrais mais longos, terminais ou na axila das folhas do ápice dos ramos vegetativos. As flores são branco-esverdeadas, de 2 a 5 milímetros de comprimento, unissexuais e hermafroditas, e fornecem néctar para as abelhas.
Seus frutos são drupáceos, vermelhos, lisos e glabros e tem até 8mm de comprimento. A frutificação é abundante e de fácil coleta. Como dito anteriormente, embora com pouca polpa, os frutos são comestíveis, doces e podem servir de base para o preparo de sucos, licores e também para a produção de uma bebida indígena fermentada de aspecto vinoso conhecida como “chicha”. Apesar da pequena dimensão dos frutos, a polpa pura também pode ser consumida da mesma forma que o açaí. Algumas tribos também consomen as sementes, após torradas e salgadas.
A Apremavi utiliza esta espécie nos plantio de recuperação e restauração de áreas degradadas.
Além dos pássaros, os bugios também tem a árvore de chal-chal como restauante preferido. Filme: Arquivo Apremavi.
Chal-chal
Nome científico: Allophylus edulis (St.-Hill.) Radlk.
Família: Sapindaceae
Utilização: ornamental, paisagismo e plantios de recuperação de áreas degradadas
Coleta de sementes: diretamente da árvore
Época de coleta de sementes: novembro a dezembro
Fruto: globosos, indeiscentes, pequenos e de cor vermelha
Flor: branco-esverdeadas
Crescimento da muda: rápido
Germinação: normal
Plantio: mata ciliar e áreas abertas
Fontes consultadas
Chal-chal. Disponível em: Ecoloja. Data de acesso: 08jan2019.
Chal-chal. Disponível em: Flora SBS. Data de acesso: 08jan2019.
Chal-chal. Disponível em: WikiAves. Data de acesso: 08jan2019.
D.C.A. ABREU et al. Caracterização morfológica de frutos, sementes e germinação de Allophylus edulis (ST.-HIL.) Radlk. Revista Brasileira de Sementes, vol. 27, no 2, p.59-66, 2005.
Fruta-de-faraó. Disponível em: ESALQ-USP. Data de acesso: 08jan2019.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992. 368p.
PROCHNOW. M. No Jardim das Florestas. Rio do Sul: Apremavi, 2007, 188p.
Autora: Carolina Schäffer.

terça-feira, 29 de outubro de 2019

6ª EXPOTEC Compostagem Doméstica com minhocas



RESUMO Um dos grandes problemas das sociedades modernas é a grande produção de lixo. Várias soluções são apresentadas, sendo uma delas o tratamento dos resíduos na origem onde é produzido, ou seja, na própria residência por meio da compostagem, transformando o lixo orgânico residencial em adubo que pode ser utilizado na residência sem agredir o meio ambiente e diminuindo custos de tratamento pelo poder público. Em áreas urbanas, em que os espaços são reduzidos, a vermicompostagem tem se apresentado como solução simples, de baixo investimento, pouco trabalhosa e eficiente na transformação de resíduos orgânicos em húmus para reutilização em jardins e hortas domésticas. 

Com o incentivo da agricultura urbana e a necessidade de tratamento adequado ao lixo orgânico, a criação de minhocas em pequenos espaços vem ganhando, a cada dia, novos adeptos. O uso de caixas plásticas, como instalações, permite inclusive o reaproveitamento de embalagens. Desta forma, o presente estudo objetivou quantificar o volume de lixo orgânico que pode ser reciclado em domicílio e possíveis ganhos econômicos com produção de compostagem para consumo doméstico através de sistema de minhocário. Através de técnicas de criação e desenvolvimento de minhocas em ambiente controlado e utilizando lixo doméstico, pode-se produzir um significativo volume de compostagem que pode ser reaproveitado no próprio domicílio como adubo, bem como a reciclagem de lixo orgânico que serve de matéria-prima evitando, assim, que seja encaminhado ao complexo processo de recolhimento e destinação do lixo do sistema público de coleta residencial, o que pode gerar dupla economia em termos ambientais e monetários. OBJETIVO Quantificar o volume de lixo orgânico que pode ser reciclado em domicílio e ganhos am- bientais e econômicos com produção de compostagem para consumo doméstico atra- vés de sistema de minhocário.

sábado, 26 de outubro de 2019

11 frutas da Mata Atlântica que poucos conhecem!!

 (Extraído do site Nó de Oito – autora: Lara Vascouto)

Em 1521 ficaram prontas o que é considerado hoje o primeiro pedaço de legislação ambiental do Brasil: as Ordenações Manuelinas (de D. Manuel I). O código versava sobre todas as áreas do Direito, com as partes sobre meio ambiente espalhadas ao longo do texto, sem uma seção específica. Ainda assim, é de se admirar os pontos tratados no documento (para a época, claro) – como a proibição da caça de determinados animais com instrumentos capazes de lhes causar dor e sofrimento; a restrição da caça em determinadas áreas; e a proibição do corte de árvores frutíferas, com a atribuição de severas penalidades e multas para os infratores.
As coisas mudaram, obviamente. A Mata Atlântica, que abrange toda a costa nordeste, sul e sudeste do Brasil e é uma das áreas mais ricas em biodiversidade do planeta, já teve cerca de 93% de suas extensão desmatada. Infelizmente, com a devastação, foi-se também um conhecimento que deveria fazer parte da vida de mais de 70% da população brasileira que habita a faixa de Mata Atlântica.
Conheça a seguir algumas das frutas mais comuns da nossa incrível Mata Atlântica (e, se possível, empolgue-se o bastante para cultivá-las!).
Cabeludinha
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Também chamada de café cabeludo, fruta cabeluda, jabuticaba amarela, peludinha e vassourinha da praia. Doce, pode ser aproveitada in natura, ou em sucos, sorvetes e doces entre o final do inverno e o começo da primavera. Se você é de São Paulo e quiser ver uma árvore de cabeludinha ao vivo, fique de olho no Parque do Ibirapuera e no jardim do Instituto de Biociências da USP. A árvore é ornamental e ideal para arborização urbana. E, olha só, é fácil encontrar mudas para cultivar!
Cereja-do-rio-grande
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Também conhecida por cerejeira-da-terra, cerejeira-do-mato, guaibajaí, ibá-rapiroca, ibajaí, ibarapiroca, ivaí e ubajaí, a cereja-do-rio-grande dá numa árvore absolutamente linda (que ficaria mais linda ainda na sua calçada). O fruto é carnudo e docinho – muito parecido com a cereja cara e importada que a gente compra no supermercado em época de ano novo. Você a encontra no pé no começo da primavera (e dá para caçar umas sementes na esquina do Palácio Nove de Julho com a rua Abílio Soares, se você for de São Paulo).
Ameixa-da-mata
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Mais encontrada na faixa de Mata Atlântica litorânea entre o Rio de Janeiro e a Bahia, a ameixa-da-mata é pequenininha, mas carnuda e com sabor agridoce. A árvore é um espetáculo à parte, com tronco avermelhado e copa que alcança até 6 metros de altura. A ameixa-da-mata dá no verão, mas é bem rara. Você vai ter que se empenhar para encontrá-la.
Pitangatuba
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Típica da restinga do estado do Rio de Janeiro, a pitangatuba é daquelas frutas docinhas e azedinhas ao mesmo tempo, e dá em uma “árvore” tipo arbusto. O incrível da pitangatuba, além do gosto excepcional (que não carrega aquele amarguinho característico da pitanga), é o tamanho – algumas podem alcançar até 7 cm – e a sua suculência, dado que ela só tem uma semente bem pequenininha no meio de um monte de polpa.  Muito adaptável, pode ser plantada em pomares, vasos e jardineiras, sem problemas. Infelizmente, a pitangatuba é extremamente rara na natureza, mas se você encontrar uma mudinha para cultivar, prepare-se para colher os frutos na primavera.
Araçá
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Mais conhecido, o araçá dá também em um arbusto – ideal para jardins residenciais. O fruto tem um sabor parecido com o da goiaba (com a qual compartilha parentesco), mas um pouco mais azedinho. É ideal para a recuperação de áreas degradadas, pois tem crescimento rápido e atrai muitos passarinhos, que se encarregam de espalhar suas sementes. É bastante comum no litoral de São Paulo, por isso fique de olho durante as férias de fim de ano, pois ela frutifica no verão.
Cambuci
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Todo paulistano deveria conhecer o cambuci, tão abundante na cidade antigamente que emprestou o nome a um de seus bairros. Azedinha no nível do limão. é rica em vitamina C e pode ser consumida in natura (para os fortes), ou em sucos, compotas e doces. Sua árvore tem uma madeira de excelente qualidade – fato que quase a levou à extinção. Sua presença em uma floresta é sinal de que a mata está bem conservada. Aproveite no verão – que é a época dela – para andar no bairro do Cambuci, em São Paulo, que ainda tem alguns exemplares por lá espalhados.
Cambucá
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Como a jabuticaba, o cambucá dá direto no tronco da árvore e sua polpa também tem que ser sugada da casca. Há quem diga que é uma das frutas mais saborosas do Brasil, mas, apesar de ter sido muito comum em toda a faixa litorânea da Mata Atlântica até a primeira metade do século XX, hoje em dia é uma árvore rara, limitada à pequena faixa que restou de seu ambiente natural, jardins botânicos e pomares de frutas raras. Se algum dia passar no verão pela cidade de Santa Maria do Cambucá, em Pernambuco, dê uma paradinha para saboreá-la.
Uvaia
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Encontrada principalmente nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, a uvaia é uma fruta azedinha que pode ser consumida in natura (para quem gosta de coisas azedas) ou em sucos e compotas. Sua árvore é bastante utilizada em projetos de reflorestamento, pois a uvaia atrai muitos passarinhos, que espalham as suas sementes. Sua época vai de setembro a janeiro.
Guabiroba ou guariroba
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Natural da Mata Atlântica e do Cerrado, a guabiroba – ou gabiroba – é encontrada principalmente nos estados de Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. É uma fruta saborosa e azedinha, rica em vitamina C, que lota o pé entre os meses de dezembro e maio. Além de consumida in natura, é bastante utilizada em sucos, sorvetes e licores.
Grumixama
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Parecida com a cereja-do-rio-grande, a grumixama é uma frutinha arroxeada e suculenta que dá na primavera. Sua ocorrência vai do sul da Bahia até o estado de Santa Catarina e seu gosto é um misto de pitanga com jabuticaba. Quem mora em São Paulo, pode ver dois pés enormes na frente da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Cambuí
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Nome de bairro, em Campinas, SP, e de cidade, em Minas Gerais, o cambuí é uma fruta roxa, vermelha ou amarela saborosa e perfumada que lota os pés durante o mês de janeiro. Sua árvore é muito bonita e bastante delicada, levando bastante tempo para crescer – o que a coloca em risco.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Frutas brasileiras em extinção são recuperadas!!


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uvaia


Sabia que não só os animais que estão em risco de extinção? Plantas, frutas e diversos alimentos também: são cerca de 3,5 mil ingredientes em risco no mundo e, só no Brasil, 100 tipos de alimentos, dos quais 16 são frutas, como Cambuci, Butiá ou Maracujá-da-Catinga.
Este cenário foi apresentado ao público durante a segunda edição do Festival Arca do Gosto, realizada pelo movimento Slow Food no final de outubro. O encontro apresentou os alimentos brasileiros ameaçados de extinção e as causas de seu desaparecimento, entre elas o desmatamento e a falta de demanda por esses produtos.
Além desta iniciativa incrível, tem muita gente colocando a mão na massa para ajudar a recuperar e a reverter o risco de desaparecimento de ingredientes em diversas regiões do país, como na Mata Atlântica Sudeste, por exemplo. Com um detalhe: entre esses produtos, estão alguns dos mais valorizados em diversas partes do mundo.
Nessa região, existe um movimento forte de cerca de 60 produtores familiares que estão resgatando o cultivo de frutas nativas desse bioma. Organizados sob o nome de Arranjo Produtivo Sustentável, tal movimento acontece dentro da Rota do Cambuci, que é gerida pela ONG Instituto Auá em pequenas propriedades do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo. Nessa área (formada por 39 municípios da região metropolitana, e coordenado pelo Instituto Florestal da Secretaria do Meio Ambiente do Estado), às bordas da floresta remanescente, são produzidas espécies como Cambuci, UvaiaAraçá Grumixama.
O instituto compra, de produtores locais, produtos como Cambuci congelado e outros derivados de plantas nativas – como cachaças, geleias e licores – e os comercializa para o consumidor final, gerando um novo tipo de mercado que, além de implementar a conservação das espécies da Mata Atlântica, gera renda para os pequenos agricultores. Com um detalhe: os cultivos são agroecológicos, ou seja, sem agrotóxicos e com base no sistema agroflorestal, o que promove a recuperação do meio ambiente e da biodiversidade em geral.
Até agora, o balanço dessa iniciativa é muito inspirador, veja:
– cerca de 60 estabelecimentos gastronômicos e 35 lojas de varejo estão usando e comercializando o Cambuci e derivados de frutas nativas em São Paulo,
– três indústrias estão desenvolvendo produtos com esses ingredientes e
– duas prefeituras introduziram o Cambuci na alimentação escolar;
– há inúmeros espaços interessantes que comercializam e divulgam essas frutas tão saborosas e brasileiras junto ao público. Entre eles, destacam-se o Box Mata Atlântica e Amazônia no Mercado de Pinheiros – parceria do Instituto Auá com o Instituto ATÁ –, no famoso bairro paulistano de Pinheiros, e os Festivais do Cambuci que acontecem ao longo do ano em 13 municípios que compõem o Cinturão Verde, o que tem garantido renda média de 1 mil reais por produtor, a cada evento.
Além das quase 40 toneladas de Cambuci produzidas este ano, a diversidade de produtos artesanais à base de frutas nativas é enorme: são cerca de 400 itens, entre eles bebidas, doces, biscoitos, granolas e farinhas.
Todo esse trabalho com base em sistemas agroflorestais tem trazido resultados incríveis para a Mata Atlântica, como a conservação da paisagem, que inclui a recuperação de nascentes e mananciais. Atualmente, são cerca de 50 hectares de terras produzindo frutas nativas em 12 municípios do Cinturão Verde paulista.
Além disso, a parceria entre o Instituto Auá e a The Nature Conservancy (TNC) tornou possível o mapeamento de 80 hectares de APPs Hídricas (Áreas de Preservação Permanente) e de áreas agrícolas que têm grande potencial para a implantação de agroflorestas com espécies nativas, em Salesópolis. Também é importante salientar o trabalho de georreferenciamento dessas espécies realizado por pesquisadores da Esalq-USP, parceiros da Rede de Pesquisa da Rota do Cambuci.
Só boas notícias! São todas provas de que é possível fazer uso da terra de forma mais consciente, valorizando o que a natureza dá e incrementando a alimentação de paulistas e brasileiros. tomara que mais e mais iniciativas como esta se propaguem pelo país.
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Fonte: Conexão Planeta

Frutas pouco conhecidas caem no gosto dos brasileiros e ganham espaço na...





Frutas que até pouco tempo eram desconhecidas, como a lichia, o kiwi amarelo e a 
pitaya, caíram no gosto dos brasileiros. Se antes era difícil encontra-las, 
agora elas têm espaço em destaque nas feiras e supermercados. 
E além de chamar atenção pela beleza, as novidades 
são gostosas e cheias de nutrientes.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Em Porto Alegre, algumas ornamentais podem ser podadas ou suprimidas sem autorização da prefeitura. Sabias?

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agave (Agave americana)






LEI  757 Art. 25. Os procedimentos de poda ou supressão, em espécimes ornamentais,estão isentos de laudo, autorização e comunicação à Smam, se forem constituídos de quaisquer das seguintes espécies:

I – agave (Agave americana);
II – amarelinho (Tecoma stans);
III – areca-bambu (Dypsis lutescens);
IV – cheflera (Scheff lera arboricola);
V – espirradeira (Nerium oleander);
VI – dracena (Dracaena spp.);
VII – iuca (Yucca filamentosa e Yucca elephantipes);
VIII – jasmim-do-cabo (Gardenia jasminoides);
IX – malvavisco (Malvaviscus arboreus);
X – mimo-de-vênus (Hibiscus rosa-sinensis); e
XI – pingo-de-ouro (Duranta repens).

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cheflera (Scheff lera arboricola)


quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Conhece a mini pitanga?? Eugenia mattosi




Planta decorativa rara na forma de arbusto muito vistoso de folhas miudas que produz floração de cor branca na primavera/verão ao mesmo tempo que apresenta grande quantidade de frutos de coloração vermelha, comestível e apreciado pela fauna pelo seu doce sabor. Inclusive por abelhas em busca do saboroso néctar.

É também conhecida por cerejeira anã além de pitanguinha.
Pode atingir facilmente 50 cm de altura formando touceiras. Não perde as folhas em nenhum mês do ano.

Aceita sol pleno e clima quente a temperado, e destinada também a compor cercas vivas de porte baixo e de poda desnecessária já que não costuma alastrar-se pelo terreno.

É resistente ao frio e também a períodos sem chuva. Aceita plantio também em vasos e produz flores e frutos a partir dos dois anos de idade sempre nos meses quentes do ano.

Aceita também condução artificial para formar “bonsai” oriental.
Multiplica-se por sementes que deverão ser semeadas imediatamente após a colheita e mantidas em solo umido até notar a germinação que ocorrerá entre dois a tres meses.

A muda que fornecemos é contida em torrão que deverá ser plantado sob sol logo após a aquisição. Regar. Por ser de caracteristica rústica não necessita de maiores cuidados além de manter o solo livre de ervas daninhas.

Planta destinada unicamente para cultivo doméstico ornamental.
 

Algumas das Principais Características da Mini Pitanga

Planta cujo nome científico é Eugenia mattosi, a mini pitanga tem forma de arbusto, sendo muito vistosa e com folhas bem miúdas. Sua floração é essencialmente da cor branca, ocorrendo entre a primavera e o verão. Durante essa floração, por sinal, ocorre também uma intensa frutificação, cujos frutos possuem uma coloração avermelhada característica, sendo comestível tanto para nós humanos, quanto para a fauna das regiões onde habitam, especialmente, para pássaros. As abelhas também são animais que apreciam muito a planta, em especial, por conta de seu delicioso néctar.


sábado, 19 de outubro de 2019

Dá para viver bem de agricultura familiar na Amazônia

Fonte:jornal da USP

Além de gerar seis vezes mais renda que o gado por hectare, produção de cacau tende a ocupar menores áreas e conservar mais florestas
Moradia de agricultores familiares rodeada por sistema agroflorestal com cacau conectando-se com a floresta conservada na Reserva Legal – Foto: cedida pelo pesquisador
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Qual é o padrão de vida que pequenos agricultores familiares, produtores de cacau e/ou gado, podem alcançar em termos de bem-estar econômico? Essa é a pergunta que Daniel Braga procurou responder em sua tese, realizada no Programa de Pós-Graduação em Recursos Florestais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP.
O trabalho concluiu que produtores de cacau em sistemas agroflorestais (SAFs) podem ser tão bem-sucedidos quanto produtores de gado, considerando que o cacau gerou, no mínimo, seis vezes mais renda que o gado (por hectare). Mais que isso: os produtores de cacau também tendem a ocupar menores áreas e conservar mais florestas. “Quando as famílias adotaram cacau e gado na mesma propriedade a chance de sucesso aumentou, consequentemente ao custo de maior desmatamento pela pecuária extensiva. Entendendo a complementaridade econômica entre ambos os sistemas produtivos, a intensificação da pecuária em áreas menores é fundamental”, disse Braga.
A tese foi orientada pelo professor Edson Vidal (Esalq), com supervisão do professor Flávio Gandara (Esalq) e parceria com o professor Benno Pokorny, da Universidade de Freiburg, na Alemanha. A partir da abordagem conhecida como Meios de Vida Sustentáveis, aperfeiçoada pelo Laboratório de Silvicultura Tropical (Lastrop/Esalq), foram aplicadas 95 entrevistas ao longo de sete municípios do Pará (Uruará, Medicilândia, Brasil Novo, Anapu, Pacajá, Novo Repartimento e São Félix do Xingu). Com os dados, o pesquisador desenvolveu um indicador de sucesso baseado na renda e moradia familiar.
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Encontro de agricultores para troca de experiências a fim de melhorar a qualidade da produção de cacau no sudeste do Pará – Foto: cedida pelo pesquisador
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Segundo o pesquisador, após quase meio século de ocupação da Transamazônica, ainda há problemas graves de infraestrutura, educação, saneamento básico, criminalidade, disputa pela terra, entre outros. “A preocupação com os problemas decorrentes da pobreza e desmatamento ilegal, diante do mercado do cacau em ascensão mundial, cada vez mais tem chamado atenção para os sistemas agroflorestais com cacau como potencial ferramenta de reabilitação de áreas degradadas/alteradas, capaz de conciliar a produção com a conservação florestal”, comentou.
Daniel sugere que o sistema agroflorestal com cacau, em condições favoráveis de solo, pode ser uma alternativa à pecuária extensiva. Segundo ele, além do cacau, os SAFs diversificam a renda familiar e, no melhor dos casos, podem incluir o uso de plantas nativas, adaptadas à menor fertilidade. “No entanto, para difundir tais sistemas produtivos mais complexos, é necessário reforçar políticas direcionadas às condições e populações locais, com suporte à agricultura familiar. Além disto, é fundamental consolidar mercados atrativos para uma diversa gama de produtos nativos, como castanha-do-brasil, açaí, babaçu, cajá, cupuaçu, bacaba, buriti e muitos outros. Portanto, é urgente estabelecer novas estratégias de desenvolvimento sustentável para a Amazônia”, finalizou o pesquisador.
O estudo recebeu bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e apoio de campo da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), Solidaridad, Casa Familiar Rural de Anapu (CFR), Cooperativa de Produtos Orgânicos do Xingu (Coopoxin), Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Medicilândia, bem como a colaboração da Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e da Universidade Federal do Pará/campus de Altamira (UFPA).
Letícia Santin / Assessoria de Comunicação da Esalq
Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

APRENDA A ADUBAR A JABUTICABEIRA





Neste vídeo, Aline Cury do www.jabuticabeira.com.br,

nos ensina a fazer a adubação correta da jabuticabeira.

A produtora mostra como escolher o melhor tipo de

adubo para árvores frutíferas e dá dicas muito úteis

de como aplicá-lo.

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