terça-feira, 26 de maio de 2020

Neste Chão Tudo Dá

Versão reduzida do documentário realizado por Felipe Pasini, Ilana Nina e Monica Soffiatti. "Neste Chão Tudo Dá - semeando conhecimento e colhendo resultados" é um registro informal realizado durante uma viagem pela Bahia sobre o trabalho e o pensamento do agricultor e pesquisador Ernst Gotsch. Além disso, ainda conhecemos a vida de agricultores que conseguiram aumentar a qualidade de vida de suas familias através da prática agroflorestal

terça-feira, 19 de maio de 2020

Cerratinga: Agricultores familiares lançam loja virtual com produtos do Cerrado e da Caatinga!!!


Agricultores familiares lançam loja virtual com produtos do Cerrado e da Caatinga

Posted: 18 May 2020 01:40 PM PDT

Foto: Thomas Bauer

A loja virtual da Central do Cerrado reúne mais de 30 associações e cooperativas de diferentes pontos do país 

Baru, jatobá, pequi, umbu. Ingredientes regionais que simbolizam a biodiversidade encontrada nos sabores brasileiros. A safra do Cerrado e da Caatinga inspira agricultores que residem em alguns territórios desses biomas — Minas Gerais, Distrito Federal, Tocantins, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Maranhão, Piauí, Pará e Goiás — a beneficiarem produtos alimentícios e a produzirem artesanato com riqueza cultural que garante autonomia e renda.

Comunidades de agricultores familiares extrativistas protagonizam esse trabalho, que raramente ocupa as prateleiras dos supermercados. Juntas elas formam a Central do Cerrado: uma cooperativa formada por mais de 30 organizações comunitárias (entre cooperativas e associações) e funciona como uma ponte entre quem produz e quem consome. Em tempos de fortalecimento do serviço de entregas, a Central inaugura uma nova plataforma onde o internauta de qualquer lugar do país encontra mais de 200 itens e pode recebê-los sem sair de casa.

“Com a situação do COVID19 e isolamento social, muitas dessas comunidades tiveram o escoamento de sua produção comprometidos. A venda pela loja virtual é uma forma de escoar os produtos dessas comunidades e garantir renda para as famílias agroextrativistas. A comercialização ajuda a manter o Cerrado e Caatinga em pé, conservar a biodiversidade nativa, incentiva a permanência no campo, valoriza a cultura local e o modo de vida tradicional”, ressalta o secretário executivo da Central do Cerrado, Luis Roberto Carrazza.

As agroindústrias das comunidades de produtores da Central do Cerrado operam observando os cuidados básicos de distanciamento social, uso de máscaras, cuidados redobrados de higienização pessoal, esterilização das estruturas de equipamento e insumos: detalhes também observados pela equipe da Central do Cerrado no preparo e envio dos pedidos da loja virtual.

Produtos da sociobiodiversidade

Entre as opções de compra estão alimentos como farinhas especiais com destaque para o mesocarpo de babaçu (500g, R$ 15) da Cooperativa dos Pequenos Produtores Agroextrativistas de Esperantinópolis (Coopaesp) da comunidade tradicional das quebradeiras, de Esperantinópolis, no Maranhão; as farinha de buriti (1 kg, R$ 50) da cooperativa Grande Sertão de Montes Claros, Norte de Minas Gerais — além do flocão de milho não-transgênico (500g, R$ 7) (matéria-prima para o cuscuz nordestino) da Cooperativa Agropecuária Mista Regional de Irecê (Copirecê), de Irecê, na Bahia.

As castanhas brasileiras também ganham destaque no novo site, entre elas a castanha-de-baru da cooperativa Copabase (300g, R$35), super proteica e energética, um dos grandes ícones do Cerrado. Pouco utilizada pelos chefs de cozinha, a castanha-de-pequi (100g, R$15) também figura entre as oleaginosas oferecidas pela Central do Cerrado lado a lado da amêndoa de licuri torrada (100g, R$7), da Cooperativa de Produção da Região do Piemonte da Diamantina (Coopes), também chamado de coquinho na Bahia e rico em proteínas. Na categoria bebidas a página apresenta o licor de pequi da marca familiar Savana Brasil (700ml, R$70) e a cerveja de coquinho azedo fruit beer (600ml, R$ 25)  da cooperativa Grande Sertão, de Montes Claros, Minas Gerais.

Além dos produtos, o internauta encontra informações sobre a origem social e territorial das comunidades produtoras. Entre os conteúdos da plataforma estão receitas, fichas técnicas e dicas de uso.

Saiba mais sobre a Central do Cerrado

A Central do Cerrado é uma cooperativa formada por diversas organizações comunitárias de agricultores familiares extrativistas do Cerrado e da Caatinga. Nossa missão é manter os modos de vida tradicionais e conservação dos territórios onde vivem esses povos a partir da comercialização de produtos desenvolvidos através do uso sustentável da biodiversidade nativa.

Entregas em todo o Brasil pelo site:
www.centraldocerrado.org.br

Conteúdo publicado no Cerratinga

domingo, 17 de maio de 2020

Agroflorestar, -Implementação manual e semimecanizada de canteiro agrofl...







Agroflorestar, -Implementação manual e semimecanizada de canteiro agroflorestal.



Nesse video aprendemos, passo a passo, como implementar um canteiro de agrofloresta.

Os agricultores do cooperafloresta nos guiam por cada etapa para podermos



nós mesmos implementar um canteiro.

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Cobertura do solo e acumulação de nutrientes pelo amendoim forrageiro

Adriano Perin(2), José Guilherme Marinho Guerra(3) e Marcelo Grandi Teixeira(3)



Resumo – O objetivo deste trabalho foi determinar as taxas de cobertura do solo, produção de biomassa
e acumulação total de N, P e K da parte aérea da leguminosa herbácea perene amendoim forrageiro
(Arachis pintoi Krapov. & W.C. Greg.), em diferentes densidades e espaçamentos de plantio.
O delineamento experimental adotado foi de blocos ao acaso, em arranjo fatorial 2x4, com quatro repetições. Os tratamentos constaram de espaçamentos entre sulcos de plantio (25 e 50 cm), e de densidades de plantas (2, 4, 8 e 16 plantas/m linear). A cobertura total do solo ocorreu aos 224 dias após o plantio. Foram constatadas diferenças de densidades de plantio na taxa de cobertura do solo, produção de biomassa e acúmulo de nutrientes na parte aérea do amendoim forrageiro. Todavia, não foram observadas diferenças quando se variou o espaçamento entre sulcos. Entre as alternativas testadas, a densidade de 8 plantas/m linear no espaçamento de 50 cm entre sulcos de plantio foi a combinação mais adequada para a plena formação da cobertura viva com amendoim forrageiro.

Soil coverage and nutrient accumulation by pinto peanut
Abstract – The objective of this work was to determine the rate of soil coverage, biomass yield and total accumulation of N, P and K in the aerial biomass of the legume Arachis pintoi Krapov. & W.C. Greg.
The experimental design was a randomized block with four replicates arranged in a 2x4 factorial with two levels of row spacing (25 and 50 cm between rows) and four different planting densities (2, 4, 8 and 16 plants/m). Complete soil coverage was achieved 224 days after planting. Planting density affected the rate of soil coverage and the rate of dry matter and nutrient accumulation by the shoot tissue
of the legume, but these parameters were not significantly affected by row spacing. The results suggest that the optimum planting density was 8 plants/m in rows spaced 50 cm apart.
Index terms: Arachis pintoi, plant population, spacing, aerial parts, dry matter contents.

(1)Aceito para publicação em 25 de março de 2003.
(2)Universidade Federal de Viçosa, Dep. de Fitotecnia, Avenida
P. H. Rolfs, s/n, CEP 36571-000 Viçosa, MG. E-mail: aperin@vicosa.ufv.br
(3)Embrapa-Centro Nacional de Pesquisa de Agrobiologia, Caixa Postal 74505, CEP 23890-000 Seropédica, RJ. E-mail: gmguerra@cnpab.embrapa.br, grandi@cnpab.embrapa.br

Introdução
Práticas de manejo e conservação, como o emprego de plantas de cobertura, são relevantes para a manutenção ou melhoria das características químicas, físicas e biológicas dos solos. A adubação verde utiliza espécies de diferentes famílias botânicas, nativas ou introduzidas, que cobrem o terreno em períodos de tempo ou durante todo ano.


As leguminosas se destacam por formarem associações simbióticas com bactérias fixadoras de N2, o que resulta no aporte de quantidades expressivas desse nutriente no sistema solo-planta.

Ações de pesquisa têm visado principalmente a geração de base técnico-científica para o emprego de leguminosas anuais. No entanto, há espécies herbáceas de ciclo perene, de uso forrageiro, com grande potencial de utilização como cobertura viva permanente de solo, notadamente em pomares.

A cobertura viva protege o solo dos agentes climáticos, mantém ou aumenta o teor de matéria orgânica do solo, mobiliza e recicla nutrientes e favorece a atividade biológica do solo (Guerra & Teixeira, 1997; Perin, 2001; Duda et al., 2003). Contudo, a identificação e adequação desse grupo de leguminosas nos
sistemas de produção é ainda um desafio. Além disso, as leguminosas perenes competem com espécies de ocorrência espontânea e interferem no ciclo reprodutivo das mesmas, o que reduz a Pesq. agropec. bras., Brasília, v. 38, n. 7, p. 791-796, jul. 2003 792 A. Perin et al. mão-de-obra empregada no controle da vegetação espontânea (Lanini et al., 1989; Wiles et al., 1989; Sarrantonio, 1992). No cultivo de hortaliças, Kleinhenz et al. (1997) constataram que o uso das espécies centrosema (Centrosema pubescens), siratro (Macroptilium atropurpureum) e desmódio (Desmodium intortum) promoveram o controle das
espécies espontâneas, não prejudicaram o desempenho das hortaliças e forneceram N para as culturas.

Um aspecto importante na implantação da cobertura viva são as taxas de crescimento das leguminosas perenes, inicialmente lentas, quando comparadas com leguminosas anuais (Perin et al., 2000). Desta forma, cuidados que assegurem a supressão da vegetação espontânea, até que as plantas se estabeleçam, são necessários (Perin, 2001).
Trabalhos relacionando arranjos populacionais e desempenho de leguminosas anuais evidenciaram a importância da densidade de plantio para a produção de grãos de soja (Glycine max) (Pires et al., 2000), feijão (Phaseolus vulgaris) (Horn et  l., 2000), e de matéria seca de parte aérea de diversos adubos verdes (Fernandes et al., 1999; Amabile et al., 2000). Observa-se, porém carência de informações relativas às leguminosas herbáceas perenes.

O objetivo deste trabalho foi determinar as taxas de cobertura do solo, produção de biomassa e acumulação total de N, P e K da parte aérea da leguminosa herbácea perene amendoim forrageiro, em diferentes densidades e espaçamentos de plantio.
Material e Métodos
O experimento foi realizado na Embrapa-Centro Nacional de Pesquisa de Agrobiologia, Seropédica, RJ, num Argissolo Vermelho-Amarelo. Os resultados da análise química (0-20 cm) de amostras de terra no início do experimento apresentaram os seguintes valores: pH em H2O (1:2,5), 4,1; Al3+ , 0,4 cmolc /dm3 ; Ca2+, 2,1 cmolc /dm3 Mg2+, 0,9 cmolc /dm3 ; K+ , 34 mg/kg e P, 6 mg/kg de solo.

Apesar dos baixos valores de pH e dos nutrientes avaliados, não se aplicou calcário e fertilizantes no solo porque o amendoim forrageiro é considerado uma espécie rústica.

O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso, com arranjo fatorial 2x4, com quatro repetições. Os tratamentos constaram de dois espaçamentos entre sulcos de plantio (25 cm e 50 cm) e de quatro densidades de
plantas (2, 4, 8 e 16 plantas/m linear), perfazendo oito arranjos populacionais (40.000 a 640.000 plantas/ha ou 4 a 64 plantas/m2).
As parcelas constaram de uma área de 4 m2  (2x2 m). As mudas da leguminosa de ciclo perene e hábito de crescimento rasteiro do amendoim forrageiro (Arachis pintoi acesso BR-14951 seção estolonífera) foram preparadas vegetativamente tomando-se por base estacas em bandejas de poliestireno expandido com 200 células que permaneceram no viveiro por 70 dias. Em março/98 (final do período chuvoso), foram transferidas para a área experimental. Estirpes de bactérias do gênero Rhizobium, recomendadas pela Embrapa-Centro Nacional de Pesquisa de Agrobiologia, foram inoculadas nas estacas, usando-se a água como veículo. Capinas manuais foram realizadas aos 20 e 42 dias após o plantio (DAP).

As avaliações constaram da taxa de cobertura do solo (%), determinada com auxílio do software SIARCS 3.0 (Sistema Integrado para Análise de Raízes e Cobertura do Solo), desenvolvido pela Embrapa-Centro Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento de Instrumentação Agropecuária.

O acompanhamento do crescimento das plantas, até a cobertura total do solo, foi feito por meio de imagens fotográficas aos 8, 21, 34, 49, 64, 83, 104, 125, 149, 178 e 224 DAP. A câmara fotográfica era suspensa por um tripé, de modo que as fotografias fossem tomadas perpendicularmente ao solo, a uma altura de 1,60 m da superfície do terreno. Cada fotografia abrangia uma área de 1 m2 , e foi tomada entre 7h30 e 9h, a fim  e atenuar efeitos adversos de sombra.
Quantificou-se a produção de biomassa de parte aérea, tomando-se por base amostras secadas em estufa de ventilação forçada, a 65ºC. O conteúdo de N foi determinado após digestão sulfúrica e destilação em Kjeldahl (Bremner & Mulvaney, 1982); os conteúdos de P e K foram determinados na parte aérea das plantas, após digestão nítrico-perclórica (Bataglia et al., 1983). O P foi determinado em espectrofotômetro baseando-se na formação da cor azul do complexo fosfato-molibdato em meio sulfúrico, na presença de ácido ascórbico como redutor, e o K em espectrofotômetro de absorção atômica, por ocasião do primeiro, segundo, terceiro e quarto cortes rente ao solo, realizados, respectivamente, aos 8, 12 , 22 e 24 meses após o plantio (MAP).

As análises estatísticas foram realizadas com auxílio do Sistema para Análises Estatísticas e Genéticas (SAEG), versão 5.0 (Euclydes, 1983), e constou da análise de variância, seguida da escolha do modelo que melhor representasse o ajuste das curvas e aplicação do teste F nos coeficientes da equação para detectar significância a 5% e Pesq. agropec. bras., Brasília, v. 38, n. 7, p. 791-796, jul. 2003 Cobertura do solo e acumulação de nutrientes 793 a 1% de probabilidade. Quanto à taxa de cobertura do solo, as curvas foram ajustadas de acordo com a função logística TC = A/(1 + B-K ´ DAP), em que TC é a taxa de cobertura do solo (em %); A é o limite superior da taxa de cobertura do solo; B está relacionado com o tamanho inicial do sistema; K é a taxa de incremento inerente do sistema.

 Em relação à produção de matéria seca da parte aérea e acumulação total de N, P e K, os modelos testados foram lineares, quadráticos e cúbicos. A escolha do modelo que representasse a distribuição dos dados foi baseada no comportamento biológico, significância (p£0,05) e no coeficiente de determinação (R2).


Resultados e Discussão

A interpretação da análise de variância revelou efeito significativo (p£0,05) da densidade de plantio sobre a taxa de cobertura do solo, produção de matéria seca e acumulação de N, P e K na parte aérea do amendoim forrageiro. Entretanto, não foram detectados efeitos do espaçamento, nem interação entre espaçamento e densidade. Assim, as equações ajustadas aos dados foram baseadas no maior espaçamento testado (50 cm), porque neste espaçamento utiliza-se um número menor de mudas, amenizando os custos de implantação da cobertura com esta leguminosa.

 O amendoim forrageiro cobriu plenamente o solo aos 224 DAP independentemente das densidades testadas (Figura 1). Vallejos (1993) observou que o estabelecimento do amendoim forrageiro em consórcio com café alcançou 80% de cobertura do solo aos 210 DAP. Perin (2001) constatou que esta leguminosa cultivada em condições edáficas semelhantes, porém, semeada no período das águas (dezembro), proporcionou plena cobertura do solo aos 110 DAP. As condições climáticas, em especial a precipitação pluvial durante o verão, foram determinantes na velocidade de cobertura do solo.

As maiores diferenças entre as densidades de plantio ocorreram na fase inicial de estabelecimento da cobertura viva. Densidades de 8 e 16 plantas/m linear proporcionaram 50% de cobertura de terreno, respectivamente, aos 84 e 68 DAP, enquanto nos tratamentos com 2 e 4 plantas/m linear, esse mesmo valor foi alcançado, respectivamente, aos 125 e 103 DAP (Figura 1). Alvarenga et al. (1995) destacam que uma cobertura uniforme de 20% do terreno é capaz de reduzir as perdas de terra em aproximadamente 50%, quando comparado com solo descoberto.

A cobertura mais rápida nas densidades de 8 e 16 plantas/m linear reduziu a população de ervas espontâneas e, em conseqüência, diminuiu a mão-de-obra para seu controle. Segundo Lanini et al.(1989) e Wiles et al. (1989), a menor ocorrência de plantas espontâneas deorrente do emprego da cobertura viva com leguminosas herbáceas perenes minimiza a competição das ervas no cultivo de hortaliças. Bradshaw & Siman (1992) e Vallejos (1993) relacionaram custo/ benefício e eficiência no controle da vegetação espontânea e constataram que o amendoim forrageiro apresentou excelente competitividade com as ervas, resultando em menores custos no controle de invasoras, quando comparado com capinas manuais e químicas.

Por outro lado, se o amendoim compete com as plantas espontâneas, poderá competir também com as culturas de interesse, especialmente quando empregado como cobertura viva em pomares. Perin et al. (2002a) mostraram que a cobertura com esta leguminosa, quando comparada com as coberturas de cudzu tropical e siratro, reduziu o crescimento e a produtividade no segundo ciclo de bananeiras.

Embora o amendoim forrageiro proporcione aporte expressivo de N no pomar de bananeiras (Espindola, 2001), Perin et al. (2002b) observaram que a cobertura viva com esta leguminosa acarretou redução dos níveis de umidade do solo maior do que o detectado com cudzu tropical e siratro. Desta forma, a cobertura com amendoim forrageiro, em condições de déficit hídrico prolongado, pode efetivamente provocar competição por água com a cultura principal.

À medida que aumenta a densidade de plantio, eleva-se linearmente a produção de matéria seca e acumulação de N, P e K na parte aérea das plantas em todos os cortes (Tabela 1). Os modelos lineares indicam que a competição entre plantas não limitou a expressão destes parâmetros, em especial por ocasião do primeiro corte, quando as plantas encontravam-se ainda na fase de estabelecimento. Entretanto, a partir do segundo corte verifica-se decréscimo dos valores do coeficiente dos modelos da regressão para a produção de matéria seca, denotando aumento da competição entre plantas (Tabela 1).

Ao longo do período experimental (dois anos), o amendoim forrageiro acumulou 20 t/ha de matéria seca e 572, 37 e 247 kg/ha, respectivamente, de N, P e potássio. Em condições experimentais semelhantes, Espindola (2001) verificou que 91% do N presente no tecido vegetal do amendoim forrageiro foi obtido pela fixação biológica de N2 (FBN) e quando esta leguminosa encontrava-se consorciada com bananeiras, a FBN alcançou 61%. Assim, pode-se estimar que o aporte de N, via FBN, varia aproximadamente de 350 a 520 kg/ha. Destaca-se, então, o alto potencial do amendoim forrageiro como cobertura viva, representando uma estratégia para a auto-suficiência em N na nutrição de fruteiras, por minimizar ou dispensar a utilização da adubação nitrogenada com fertilizantes sintéticos ou outras fontes.

A utilização de 16 plantas/m linear, quando comparada com 8 plantas, resultou em acréscimo de apenas 0,20, 1,18, 0,85 e 0,30 t/ha de matéria seca, respectivamente, no primeiro, segundo, terceiro e quarto cortes, no espaçamento de 50 cm entre sulcos de plantio (Tabela 1). Destaca-se o potencial de rebrota do amendoim forrageiro após os cortes, apresentando elevada produção de matéria seca, mesmo em curtos intervalos de tempo, como observado entre o terceiro e quarto cortes. Este aspecto é também relevante no manejo da cobertura viva, em face da possibilidade de produzir continuamente matéria orgânica de qualidade in situ.

Conclusões
1. As taxas de cobertura do solo, produção de matéria seca e acumulação de N, P e K na parte aérea de amendoim forrageiro não são afetadas pelos espaçamentos entre sulcos de plantio.
2. As densidades de plantio afetam as taxas de cobertura do solo, produção de matéria seca e acumulação de N, P e K na parte aérea de amendoim forrageiro.
3. A densidade de 8 plantas/m linear no espaçamento de 50 cm entre sulcos de plantio é a Tabela 1. 

Tabelas e bibliografia ; Fonte: https://www.scielo.br/pdf/pab/v38n7/18200.pdf

terça-feira, 12 de maio de 2020

Curso, gratuito, tem foco em Agrofloresta!! Não perca.

A ideia é expandir a atividade de SAFs em todo o estado de São Paulo

Harmonizar produção e conservação. Resgatar a agricultura familiar. Colaborar com a conservação ambiental. Facilitar a adaptação e mitigação às mudanças climáticas. Esses são alguns dos benefícios dos sistemas agroflorestais, uma forma de produção mais sustentável, que conta com o apoio da Secretaria do Meio Ambiente (SMA), que disponibiliza, a partir deste mês de junho, mais uma ferramenta para ampliar a atividade no Estado de São Paulo: um curso de educação à distância, com conceitos e um passo a passo da implantação.

Destinado a agricultores, técnicos, estudantes e interessados em geral, o curso de educação à distância (EAD) de Sistemas Agroflorestais foi desenvolvido com recursos do Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável (PDRS/Microbacias II) pelo Mutirão Agroflorestal, ONG que trabalha com educação, pesquisa, consultoria e divulgação de agroflorestal desde 2004.

O curso, gratuito, tem foco nos SAFs biodiversos e sucessionais. São treze módulos com vídeos e textos com conceitos e princípios de agroflorestas inspirados na dinâmica dos ecossistemas agroflorestais. Aborda sucessão, estrutura, planejamento, desenho e escolha de espécies, detalha a implantação e manejo, os benefícios e desafios do SAF, além de sistemas agroflorestais implantados em diferentes regiões do estado de São Paulo. Clique aqui para mais informações.

SAFs são formas de uso e manejo da terra no qual árvores ou arbustos são utilizados em consórcio com culturas agrícolas, forragens e/ou integração com animais. E essa diversidade interage e beneficia-se mutuamente.

A produção agroflorestal contribui com a promoção da biodiversidade, melhoria da qualidade dos solos, controle de erosão, menor uso de água, redução de pragas, doenças e ervas daninhas, dispensando ou reduzindo o uso de agrotóxicos.

“Nessa forma de produção há uma maior variedade de produtos, com possibilidade de renda durante o ano todo e sem o risco de perder toda a produção, caso ocorra, por exemplo, um evento extremo, como uma estiagem ou a presença de uma praga ou doença”, explica Neide Araujo, da Unidade de Subprojetos Ambientais – PDRS, da SMA.

Os SAFs são uma alternativa de restauração produtiva para Reservas Legais e, no caso de agricultores familiares, para Áreas de Preservação Permanente.

Para se ter uma ideia, em 21 projetos coletivos de cooperativas e associações de agricultores familiares e organizações não governamentais da área ambiental foram beneficiados 607 agricultores e 600 ha nas diversas regiões do Estado.

Desde 2013, a SMA apoia a implantação de sistemas agroflorestais como uma alternativa ao modelo de produção agrícola tradicional. E, atualmente, desenvolve ações de monitoramento e capacitação nos SAFs implantados e busca parcerias e financiamento para dar continuidade a expansão dessa atividade no Estado.

Além do meio ambiente, os consumidores também se beneficiam. Já se encontram hortaliças, abóbora, feijão, mandioca, milho, banana e muitos outros alimentos que estão sendo cultivadas em meio à floresta em restauração, as agroflorestas. “Para os próximos anos, a previsão é ter produção de mangueiras, abacateiros, goiabeiras. E muitas árvores nativas plantadas são frutíferas, como cabeludinha, cambuci, cereja-do-rio-grande, grumixama, jaboticaba, juçara, pitanga, uvaia, entre outras”, contou Neide.

Ao comprar produtos de sistemas agroflorestais, o consumidor contribui para a geração de renda da agricultura familiar, incentivando a prática de uma agricultura mais sustentável e, consequentemente, promovendo a segurança e soberania alimentar, além de apoiar a recuperação e conservação do meio ambiente.

Texto: Luciana Reis / CBRN
Fotos: Divulgação
Revisão: Cris Leite

Como plantar batata doce em vasos, processo completo! Vamos tentar??





Neste vídeo mostramos como produzir batatas doces em vasos, basta ter uma batata doce dessas compradas em supermercados e um vaso de 30 centímetros de diâmetro e profundidade para começar sua plantação, não deixem de conferir como fazer.






Minha tentativa

sábado, 9 de maio de 2020

FRUTO: Ernst Götsch - A INTELIGÊNCIA DA FLORESTA

Quebra-Ventos na Propriedade Agrícola, um ganho enorme!

Os solos agricultáveis possuem características químicas, físicas, morfológicas e biológicas que, relacionadas com o relevo, devem ser consideradas quando forem utilizadas, objetivando alcançar o maior nível de produtividade com conservação ambiental.
A adoção de práticas conservacionistas contribui para a utilização do solo de forma mais efi ciente e ecologicamente correta. As práticas vegetativas mais comuns, utilizadas no semiárido, são: refl orestamento, adubação verde, cobertura morta com plantio direto, rotação de culturas, manejo de pastagens, cordões de vegetação e quebra-ventos.

Os quebra-ventos, foco desta cartilha, são definidos como barreiras, constituídas de fileiras de árvores de médio e grande porte, dispostas em direção perpendicular aos ventos dominantes. (LEAL, 2009).

A necessidade dos quebra-ventos decorre do fato de o vento causar a quebra de ramos, de mudas, de frutas e sementes. Os ventos tornam os cultivos mais vulneráveis às doenças e o solo exposto à erosão eólica e ao ressecamento. Já os animais sentem o desconforto do vento excessivo.


CARACTERIZAÇÃO

1.1 Conceito

Segundo Volpe e Schoffel (2001, p. 196), o quebra-ventos é um sistema aerodinâmico, natural ou artificial, que serve como anteparo para atenuar o padrão de velocidade média e da turbulência do vento, proporcionando melhorias às condições ambientais através do controle do microclima da área protegida.
Do ponto de vista menos formal, os quebra-ventos são barreiras de árvores e arbustos para proteger solos e culturas dos efeitos danosos dos ventos.

1.2 Finalidades

A função principal do quebra-ventos é reduzir a velocidade e direcionar os ventos. No caso da agricultura, os produtores os utilizam na proteção dos seus cultivos, especialmente os plantios de fruteiras, hortaliças e grãos.
No Nordeste do Brasil, os quebra-ventos são bastante eficientes na proteção de cultivos de bananeiras, notadamente as de porte alto, como as bananeiras do tipo pacovã. Também se utiliza na proteção dos sistemas de irrigação por aspersão, evitando a maior perda de água decorrente da ação do vento melhorando a efi ciência da irrigação.

Outras funções, derivadas dos quebra-ventos arbóreos, são a proteção quanto à erosão eólica, a conservação da umidade do solo, a diminuição da evapotranspiração, a produção de madeira para lenha ou benfeitoria, a conservação da fl ora e da fauna, a produção de néctar e pólen para abelhas e, finalmente, a melhoria e embelezamento da paisagem.

Em locais onde é comum a ocorrência de ventos frios, os quebra-ventos podem ser benéfi cos, ainda, para atenuar as quedas de temperatura em casas de fazenda, estábulos, galinheiros, pocilgas, etc.

2. ESPÉCIES MAIS UTILIZADAS

Segundo Volpe e Schoffel (2001), existem muitos fatores que devem ser considerados na composição das espécies de árvores para plantio de quebra-ventos. Assim, devem ser consideradas as características do solo e do clima desse local, bem como as características da espécie quanto à altura atingida, extensão da copa, densidade, sua resistência mecânica à ação do vento, competição e compatibilidade com a cultura a ser protegida, além de problemas relacionados com pragas e doenças.


GANHOS ECONÔMICOS E AMBIENTAIS

Apesar da pouca disseminação e da falta de conhecimento sobre quebra-ventos, os ganhos econômicos, com a utilização dessa prática, são inquestionáveis. A partir dos dados apresentados , constata-se que os ganhos de produtividade giram em torno de 25%, em relação a cultivos sem esta prática vegetativa.


Quanto aos benefícios ambientais, destacam-se:

a) proteção do solo da erosão eólica e conservação da umidade;

b) conservação da fauna e uso no manejo integrado de pragas;

c) embelezamento da paisagem e conforto dos animais silvestres e pecuários; e

d) aumento na polinização das árvores silvestres e cultivadas, em função da maior incidência de insetos, sobretudo, de abelhas.



FONTE: cartilha sobre quebra ventos
Secretaria dos Recursos Hídricos - SRH - CEARÁ

domingo, 3 de maio de 2020

Curso Uso e Conservação da Agrobiodiversidade por meio de metodologias participativas !! UEMG

Folder_Pesquisadores NEPEEA.jpegO Curso Uso e Conservação da Agrobiodiversidade por meio de metodologias participativas será oferecido pelo Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Ecologia e Agrobiodiversidade (NEPEEA) da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) - Unidade Ituiutaba em parceria com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. 

O NEPEEA desenvolve ações inter e multidisciplinares em diferentes linhas de pesquisas e áreas do conhecimento no âmbito da Ecologia e Agrobiodiversidade. Tem como objetivo capacitar os participantes em Metodologias Participativas Aplicadas à Conservação e Uso da Agrobiodiversidade.

INSCRIÇÕES ATÉ 10 de MAIO de 2020
Link para inscrição: https://forms.gle/uW2W78RLg8Q9kM8s5
NÚMERO DE VAGAS: 90 
*Para maiores informações consultar o formulário de inscrição.

Este Núcleo desenvolve seus projetos numa perspectiva pluriepistemológica e vem atuando nas seguintes linhas de pesquisa

1) Ecologia funcional e filogenética; 
2) Estrutura, dinâmica, restauração e conservação em comunidades arbóreas; 3) Etnobotânica de plantas medicinais e alimentícias; 
4) Manejo Ecológico de Artrópodes-praga e Biodiversidade Funcional de Agroecossistemas; 
5) Agroecologia, Agricultura Familiar e Modos de Vida; 
6) Agricultura Urbana e Periurbana e Sistemas Agroalimentares Biodiversos; 
7) Sociedade, ruralidade e desenvolvimento; 
8) Geotecnologias aplicadas à gestão ambiental; 
9) Cartografia social; 
10) Análise de Risco socioambiental.



Como fazer o controle ecológico de lesmas - Programa Rio Grande Rural

lógico

Postagem em destaque

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO?

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO ORGÂNICO DOMÉSTICO?   ...