Harmonizar produção e conservação. Resgatar a agricultura familiar. Colaborar com a conservação ambiental. Facilitar a adaptação e mitigação às mudanças climáticas. Esses são alguns dos benefícios dos sistemas agroflorestais, uma forma de produção mais sustentável, que conta com o apoio da Secretaria do Meio Ambiente (SMA), que disponibiliza, a partir deste mês de junho, mais uma ferramenta para ampliar a atividade no Estado de São Paulo: um curso de educação à distância, com conceitos e um passo a passo da implantação.
Destinado a agricultores, técnicos, estudantes e interessados em geral, o curso de educação à distância (EAD) de Sistemas Agroflorestais foi desenvolvido com recursos do Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável (PDRS/Microbacias II) pelo Mutirão Agroflorestal, ONG que trabalha com educação, pesquisa, consultoria e divulgação de agroflorestal desde 2004.
O curso, gratuito, tem foco nos SAFs biodiversos e sucessionais. São treze módulos com vídeos e textos com conceitos e princípios de agroflorestas inspirados na dinâmica dos ecossistemas agroflorestais. Aborda sucessão, estrutura, planejamento, desenho e escolha de espécies, detalha a implantação e manejo, os benefícios e desafios do SAF, além de sistemas agroflorestais implantados em diferentes regiões do estado de São Paulo. Clique aqui para mais informações.
SAFs são formas de uso e manejo da terra no qual árvores ou arbustos são utilizados em consórcio com culturas agrícolas, forragens e/ou integração com animais. E essa diversidade interage e beneficia-se mutuamente.
A produção agroflorestal contribui com a promoção da biodiversidade, melhoria da qualidade dos solos, controle de erosão, menor uso de água, redução de pragas, doenças e ervas daninhas, dispensando ou reduzindo o uso de agrotóxicos.
“Nessa forma de produção há uma maior variedade de produtos, com possibilidade de renda durante o ano todo e sem o risco de perder toda a produção, caso ocorra, por exemplo, um evento extremo, como uma estiagem ou a presença de uma praga ou doença”, explica Neide Araujo, da Unidade de Subprojetos Ambientais – PDRS, da SMA.
Os SAFs são uma alternativa de restauração produtiva para Reservas Legais e, no caso de agricultores familiares, para Áreas de Preservação Permanente.
Para se ter uma ideia, em 21 projetos coletivos de cooperativas e associações de agricultores familiares e organizações não governamentais da área ambiental foram beneficiados 607 agricultores e 600 ha nas diversas regiões do Estado.
Desde 2013, a SMA apoia a implantação de sistemas agroflorestais como uma alternativa ao modelo de produção agrícola tradicional. E, atualmente, desenvolve ações de monitoramento e capacitação nos SAFs implantados e busca parcerias e financiamento para dar continuidade a expansão dessa atividade no Estado.
Além do meio ambiente, os consumidores também se beneficiam. Já se encontram hortaliças, abóbora, feijão, mandioca, milho, banana e muitos outros alimentos que estão sendo cultivadas em meio à floresta em restauração, as agroflorestas. “Para os próximos anos, a previsão é ter produção de mangueiras, abacateiros, goiabeiras. E muitas árvores nativas plantadas são frutíferas, como cabeludinha, cambuci, cereja-do-rio-grande, grumixama, jaboticaba, juçara, pitanga, uvaia, entre outras”, contou Neide.
Ao comprar produtos de sistemas agroflorestais, o consumidor contribui para a geração de renda da agricultura familiar, incentivando a prática de uma agricultura mais sustentável e, consequentemente, promovendo a segurança e soberania alimentar, além de apoiar a recuperação e conservação do meio ambiente.
Texto: Luciana Reis / CBRN
Fotos: Divulgação
Revisão: Cris Leite
Um comentário:
Parabéns pelo trabalho, vou divulgar e em breve espero entrar nessa prática sustentável e biodiversa! 👏
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