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sábado, 9 de maio de 2020

Quebra-Ventos na Propriedade Agrícola, um ganho enorme!

Os solos agricultáveis possuem características químicas, físicas, morfológicas e biológicas que, relacionadas com o relevo, devem ser consideradas quando forem utilizadas, objetivando alcançar o maior nível de produtividade com conservação ambiental.
A adoção de práticas conservacionistas contribui para a utilização do solo de forma mais efi ciente e ecologicamente correta. As práticas vegetativas mais comuns, utilizadas no semiárido, são: refl orestamento, adubação verde, cobertura morta com plantio direto, rotação de culturas, manejo de pastagens, cordões de vegetação e quebra-ventos.

Os quebra-ventos, foco desta cartilha, são definidos como barreiras, constituídas de fileiras de árvores de médio e grande porte, dispostas em direção perpendicular aos ventos dominantes. (LEAL, 2009).

A necessidade dos quebra-ventos decorre do fato de o vento causar a quebra de ramos, de mudas, de frutas e sementes. Os ventos tornam os cultivos mais vulneráveis às doenças e o solo exposto à erosão eólica e ao ressecamento. Já os animais sentem o desconforto do vento excessivo.


CARACTERIZAÇÃO

1.1 Conceito

Segundo Volpe e Schoffel (2001, p. 196), o quebra-ventos é um sistema aerodinâmico, natural ou artificial, que serve como anteparo para atenuar o padrão de velocidade média e da turbulência do vento, proporcionando melhorias às condições ambientais através do controle do microclima da área protegida.
Do ponto de vista menos formal, os quebra-ventos são barreiras de árvores e arbustos para proteger solos e culturas dos efeitos danosos dos ventos.

1.2 Finalidades

A função principal do quebra-ventos é reduzir a velocidade e direcionar os ventos. No caso da agricultura, os produtores os utilizam na proteção dos seus cultivos, especialmente os plantios de fruteiras, hortaliças e grãos.
No Nordeste do Brasil, os quebra-ventos são bastante eficientes na proteção de cultivos de bananeiras, notadamente as de porte alto, como as bananeiras do tipo pacovã. Também se utiliza na proteção dos sistemas de irrigação por aspersão, evitando a maior perda de água decorrente da ação do vento melhorando a efi ciência da irrigação.

Outras funções, derivadas dos quebra-ventos arbóreos, são a proteção quanto à erosão eólica, a conservação da umidade do solo, a diminuição da evapotranspiração, a produção de madeira para lenha ou benfeitoria, a conservação da fl ora e da fauna, a produção de néctar e pólen para abelhas e, finalmente, a melhoria e embelezamento da paisagem.

Em locais onde é comum a ocorrência de ventos frios, os quebra-ventos podem ser benéfi cos, ainda, para atenuar as quedas de temperatura em casas de fazenda, estábulos, galinheiros, pocilgas, etc.

2. ESPÉCIES MAIS UTILIZADAS

Segundo Volpe e Schoffel (2001), existem muitos fatores que devem ser considerados na composição das espécies de árvores para plantio de quebra-ventos. Assim, devem ser consideradas as características do solo e do clima desse local, bem como as características da espécie quanto à altura atingida, extensão da copa, densidade, sua resistência mecânica à ação do vento, competição e compatibilidade com a cultura a ser protegida, além de problemas relacionados com pragas e doenças.


GANHOS ECONÔMICOS E AMBIENTAIS

Apesar da pouca disseminação e da falta de conhecimento sobre quebra-ventos, os ganhos econômicos, com a utilização dessa prática, são inquestionáveis. A partir dos dados apresentados , constata-se que os ganhos de produtividade giram em torno de 25%, em relação a cultivos sem esta prática vegetativa.


Quanto aos benefícios ambientais, destacam-se:

a) proteção do solo da erosão eólica e conservação da umidade;

b) conservação da fauna e uso no manejo integrado de pragas;

c) embelezamento da paisagem e conforto dos animais silvestres e pecuários; e

d) aumento na polinização das árvores silvestres e cultivadas, em função da maior incidência de insetos, sobretudo, de abelhas.



FONTE: cartilha sobre quebra ventos
Secretaria dos Recursos Hídricos - SRH - CEARÁ

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Como as áreas verdes nas cidades geram benefícios para a saúde!!!


Há evidências de que a proximidade às áreas verdes traz inúmeros benefícios físicos, psicológicos e mentais à saúde

MARCIA HIROTA E EVANGELINA VORMITTAG*

home- Horto Florestal com oito mil hectares de área verde em Campos do Jordão (Foto: Márcia Tavares/Editora Globo)
Em artigo anterior publicado aqui no Blog do Planeta, abordamos o desafio de reconectar natureza e sociedade e como dependemos, mesmo vivendo em regiões altamente urbanizadas, dos serviços ambientais prestados pelas áreas verdes próximas ou inseridas nas nossas cidades. Neste segundo artigo, abordaremos os benefícios dessas áreas para a nossa saúde.
A contribuição das árvores ou áreas verdes para a proteção da saúde nas cidades deve-se a dois fatores principais, o equilíbrio do microclima e a purificação do ar.
O equilíbrio do microclima: a presença de áreas verdes traz uma considerável melhoria e estabilidade microclimática devido a diversos aspectos, como a redução do calor e da insolação direta, a diminuição da velocidade dos ventos e a ampliação da umidade do ar. A diferença de temperatura entre regiões arborizadas e áridas numa mesma cidade pode chegar a mais de 4ºC.
Na cidade de São Paulo, vive-se atualmente um clima de deserto: quente e seco durante o dia; frio e seco durante a noite. O excesso de calor gerado pela ausência arbórea afeta significativamente o metabolismo humano, que, ao buscar a compensação térmica, causa diversos transtornos, como desidratação, falta de apetite, perda de energia e aumento da fadiga. Em crianças e idosos, esse desequilíbrio pode ser fatal.
As árvores refrescam o ambiente na medida em que modificam o grau de umidade local oriunda da liberação do vapor d’água para a atmosfera por meio do processo de evapotranspiração, diminuindo assim o calor superficial. Para completar, as copas das árvores, repletas de folhas, refletem uma parte da radiação solar que seria transformada em calor caso incidissem diretamente no solo asfaltado.
A purificação do ar: a literatura mundial relaciona a poluição do ar à redução da expectativa de vida e maior risco de infarto, pneumonia, bronquite crônica, asma e câncer do pulmão, entre outras doenças. O ar poluído já é a primeira causa ambiental de mortes no mundo, ultrapassando a água contaminada e doenças infecciosas.
Um dos benefícios mais importantes da presença de áreas verdes nas cidades é que as árvores produzem oxigênio por meio do processo de fotossíntese, reduzindo gases de efeitos estufa ou ainda captando parte das partículas finas em suspensão no ar.
A cobertura vegetal pode absorver e filtrar grade parte dos materiais particulados e elementos tóxicos, como enxofre e manganês, que ficam retidos nos troncos das árvores. Portanto, quanto mais densa a área verde, maior a proteção à nossa saúde.
Pessoas que residem próximas às áreas verdes nas cidades estão mais protegidas, em distância, das doenças cardiovasculares fatais. À medida que a moradia se distancia da área verde, aumenta-se o risco dos moradores terem infartos do coração.
Há evidências de que a proximidade às áreas verdes traz outros inúmeros benefícios físicos, psicológicos e mentais à saúde, como o próprio convívio social dessas pessoas nessas áreas, como praças, e a prática de exercícios físicos. Estudos relatam ainda ganhos como a melhora das funções cognitivas, diminuição da depressão, demência e doença Alzheimer, alívio de estresse, melhora do sono, redução da pressão arterial, diabetes, doença cardiovascular e derrame cerebral, além da melhoria da função do sistema imunológico e suscetibilidade a doenças.
Plantar árvores, manter as existentes e cuidar delas deve ser, portanto, considerado um investimento para qualquer cidade. E uma forma de os governos economizarem com saúde pública. Uma política bem feita na área ambiental combate a poluição e ajuda a promover estilos de vida mais saudáveis nos nossos centros urbanos.

*Marcia Hirota é diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica; Evangelina Vormittag é diretora presidente do Instituto Saúde & Sustentabilidade.

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