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terça-feira, 12 de maio de 2020

Curso, gratuito, tem foco em Agrofloresta!! Não perca.

A ideia é expandir a atividade de SAFs em todo o estado de São Paulo

Harmonizar produção e conservação. Resgatar a agricultura familiar. Colaborar com a conservação ambiental. Facilitar a adaptação e mitigação às mudanças climáticas. Esses são alguns dos benefícios dos sistemas agroflorestais, uma forma de produção mais sustentável, que conta com o apoio da Secretaria do Meio Ambiente (SMA), que disponibiliza, a partir deste mês de junho, mais uma ferramenta para ampliar a atividade no Estado de São Paulo: um curso de educação à distância, com conceitos e um passo a passo da implantação.

Destinado a agricultores, técnicos, estudantes e interessados em geral, o curso de educação à distância (EAD) de Sistemas Agroflorestais foi desenvolvido com recursos do Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável (PDRS/Microbacias II) pelo Mutirão Agroflorestal, ONG que trabalha com educação, pesquisa, consultoria e divulgação de agroflorestal desde 2004.

O curso, gratuito, tem foco nos SAFs biodiversos e sucessionais. São treze módulos com vídeos e textos com conceitos e princípios de agroflorestas inspirados na dinâmica dos ecossistemas agroflorestais. Aborda sucessão, estrutura, planejamento, desenho e escolha de espécies, detalha a implantação e manejo, os benefícios e desafios do SAF, além de sistemas agroflorestais implantados em diferentes regiões do estado de São Paulo. Clique aqui para mais informações.

SAFs são formas de uso e manejo da terra no qual árvores ou arbustos são utilizados em consórcio com culturas agrícolas, forragens e/ou integração com animais. E essa diversidade interage e beneficia-se mutuamente.

A produção agroflorestal contribui com a promoção da biodiversidade, melhoria da qualidade dos solos, controle de erosão, menor uso de água, redução de pragas, doenças e ervas daninhas, dispensando ou reduzindo o uso de agrotóxicos.

“Nessa forma de produção há uma maior variedade de produtos, com possibilidade de renda durante o ano todo e sem o risco de perder toda a produção, caso ocorra, por exemplo, um evento extremo, como uma estiagem ou a presença de uma praga ou doença”, explica Neide Araujo, da Unidade de Subprojetos Ambientais – PDRS, da SMA.

Os SAFs são uma alternativa de restauração produtiva para Reservas Legais e, no caso de agricultores familiares, para Áreas de Preservação Permanente.

Para se ter uma ideia, em 21 projetos coletivos de cooperativas e associações de agricultores familiares e organizações não governamentais da área ambiental foram beneficiados 607 agricultores e 600 ha nas diversas regiões do Estado.

Desde 2013, a SMA apoia a implantação de sistemas agroflorestais como uma alternativa ao modelo de produção agrícola tradicional. E, atualmente, desenvolve ações de monitoramento e capacitação nos SAFs implantados e busca parcerias e financiamento para dar continuidade a expansão dessa atividade no Estado.

Além do meio ambiente, os consumidores também se beneficiam. Já se encontram hortaliças, abóbora, feijão, mandioca, milho, banana e muitos outros alimentos que estão sendo cultivadas em meio à floresta em restauração, as agroflorestas. “Para os próximos anos, a previsão é ter produção de mangueiras, abacateiros, goiabeiras. E muitas árvores nativas plantadas são frutíferas, como cabeludinha, cambuci, cereja-do-rio-grande, grumixama, jaboticaba, juçara, pitanga, uvaia, entre outras”, contou Neide.

Ao comprar produtos de sistemas agroflorestais, o consumidor contribui para a geração de renda da agricultura familiar, incentivando a prática de uma agricultura mais sustentável e, consequentemente, promovendo a segurança e soberania alimentar, além de apoiar a recuperação e conservação do meio ambiente.

Texto: Luciana Reis / CBRN
Fotos: Divulgação
Revisão: Cris Leite

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Agroflorestas se espalham pelo país: cultivo sem desmatamento. Agricultura Sintrópica

O agricultor Adeílson Ataliba mostra um cafeeiro do seu terreno em Silva Jardim: “A terra era seca e o solo, rachado, quase pedra. Depois que comecei a agrofloresta, mudou tudo. Você cava com o pé, de tão macio”. Foto: Hermes de Paula


À primeira vista, pode parecer uma mata crescendo sem interferência humana, tal a quantidade de árvores. Mas, caminhando pela área, o visitante identifica a grande variedade de alimentos brotando de arbustos e das próprias árvores. Limão, açaí, manga, acerola, caju, banana, laranja e muito mais. Nada está ali por acaso. As espécies que geram esses frutos foram cuidadosamente plantadas neste terreno em Silva Jardim, no interior do estado. Trata-se de uma agrofloresta.

— Quando me falaram, achei que era coisa de maluco. ‘Plantar sem desmatar a floresta? Vai semear como? Vai ter que fazer casa em árvore e morar que nem índio’ — conta a agricultora Marlene Assunção, de 52 anos, dona da propriedade. — Hoje eu entendo. As coisas vão estar aqui para nossos netos. É menos egoísta.

As agroflorestas, também chamadas de sistemas agroflorestais (SAF), vêm ganhando relevância no país como uma alternativa que alia a produção de alimentos, necessária num mundo de população crescente (seremos 8,5 bilhões de Homo sapiens em 2030, segundo estimativas da ONU), com a preservação de florestas, não menos importante num planeta que precisa manter seus recursos naturais e, assim, frear as mudanças climáticas. O conceito preconiza que a agricultura pode se beneficiar, e muito, de áreas intensamente arborizadas.

prática agroflorestal já existe há décadas, mas agora começa a receber a devida atenção, disseminando-se pelo país. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), órgão ligado ao Ministério da Agricultura, está dando início a um projeto para identificar, mapear e estimular agroflorestas nas regiões Sul e Sudeste. No Estado do Rio, há exemplos de SAFs concentrados, principalmente, em Paraty, no Maciço da Pedra Branca (Zona Oeste do Rio) e na região de Casimiro de Abreu, onde uma oficina do Projeto Agenda Gotsch está capacitando 60 agricultores para adotar essas práticas em suas terras.

Marlene Assunção corta palmito em sua fazenda em Silva Jardim, interior do Estado do Rio. Foto: Agência O Globo

Agricultura sintrópica

A oficina é ministrada pelo pesquisador suíço Ernst Götsch, um dos pioneiros desse método de cultivo no país. O agricultor veio para o Brasil na década de 1980, estabelecendo-se numa fazenda no Sul da Bahia. Desde então, desenvolve técnicas de recuperação de solo com métodos de plantio que mimetizam a regeneração natural de florestas.

— Queremos trabalhar para criar agroecossistemas, que promovem essa integração. Em vez de estabelecer áreas de proteção permanente, constituir sistemas de integração permanente, que permitam ao agricultor produzir melhorando o solo e criando um ecossistema mais próspero — afirma Götsch, que está gravando uma série de vídeos para divulgar suas técnicas na internet.

O europeu usa a expressão “agricultura sintrópica” para definir o conceito que busca divulgar. Trata-se do uso de dinâmicas naturais para enriquecer ou recuperar o solo, que se torna apto para a produção agrícola sem a necessidade de fertilizantes químicos, apenas usando os recursos naturais. E sem devastação da mata.

Mas, para aproveitar ao máximo o que a natureza oferece para o cultivo, o manejo da floresta é fundamental. Quem explica é o técnico ambiental Nelson Barbosa, coordenador do Programa de Extensão Ambiental da Associação Mico-Leão-Dourado, em Silva Jardim. Segundo ele, a cada cinco anos, é preciso podar árvores, até mesmo derrubar algumas delas, e deixar os resíduos no solo. São estes resíduos (galhos e folhagens, por exemplo) que espalham na superfície os nutrientes absorvidos, anteriormente, pelas raízes das árvores nas camadas profundas da terra.

— É importante ter áreas de luz direta e sombras na plantação. É aí que ajudamos, levando equipamentos adequados para o manejo e mostrando onde fazer — explica Barbosa.

Cortar árvores da tão degradada Mata Atlântica pode parecer negativo, mas órgãos e ONGs ambientais dão força à prática feita de forma consciente. O Ministério do Meio Ambiente apoia agroflorestas em diferentes regiões. Em setembro de 2015, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) publicou uma resolução que regulamenta o manejo sustentável da floresta, para apoiar os SAFs em território fluminense.

— A agrofloresta é uma alternativa de proteção ambiental, mas também uma reserva de segurança alimentar — diz o pesquisador Eduardo Campello, da Embrapa Agrobiologia, que trabalha no mapeamento das SAFs. — Já temos um questionário pronto e espero ter resultados desse projeto em breve.

Fonte: O Globo

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