Fruta exótica é toda a fruta que não é nativa de um país, por exemplo, a banana é uma fruta exótica no Brasil, pois é originária do Sudeste Asiático. No entanto, ocorrem certos enganos em relação a esta nomenclatura, sendo designadas de frutas exóticas, algumas frutas nativas que não são muito cultivadas e não são encontradas com facilidade nos mercados das grandes cidades.
Dessa forma, algumas das frutas de maior expressão econômica na agricultura nacional, são exóticas, como o caso da laranja, manga, maçã, uva e banana. Contudo, pelo ponto de vista de frutas “incomuns”, esse é um ramo da fruticultura que vem crescendo a cada ano.
Frutas como a pitaya e o kino, por exemplo, atualmente são comercializadas a altos preços. “As exportações aumentam devido à procura da população por frutas diferentes das encontradas no dia-a-dia de mercados, varejões, feiras, etc”, diz a engenheira agrônoma Patrícia Maria Pinto, da Faculdade Cantareira.
Atualmente, é possível encontrar uma série de frutas nativas e exóticas que não são comumente consumidas e encontradas nos centros de varejo. Entre elas estão bacuri, cupuaçu, mangaba, abiu, camu-camu, umbu, pitaya, canistel, rambutã, kino, physalis, sapoti e mirtilo (blueberry). Muitas frutas de caráter incomum são importadas e comercializadas no Brasil.
Um estudo realizado na Ceagesp, entre 2005 e 2007, mostra que foram comercializados aproximadamente 70 mil quilos por ano de mangostão, 81,5 kg/ano de pitaya e 40 mil Kg/ano de kino. Mas essas frutas, consideradas raras, ainda têm mercado para crescer no Brasil, onde o consumo de frutas chega a 60 quilos por pessoa ao ano, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Frutas.
Obstáculos
Ao longo dos anos, o consumo de algumas espécies se tornou popular, como é o caso da lichia, do kiwi e da atemoia. Na opinião de Patrícia, muitas frutas poderiam ocupar um lugar expressivo no mercado, no entanto, ainda enfrentam diversos obstáculos, como alto preço no momento da comercialização, falta de divulgação adequada das propriedades das frutas e problemas com importação ou produção com qualidade, em escala comercial. “São inúmeras as espécies sobre as quais não se dispõe de conhecimentos agronômicos, não havendo produção em larga escala e estudos no sentido de torná-las aptas ao cultivo fora do local de origem, bem como em relação à conservação e comercialização das frutas”, observa Patrícia. Assim como as exóticas, que não possuem pomares comerciais no país e precisam ser importadas, dificultando a comercialização durante o ano todo. “A produção atual precisa ser ajustada para atender à crescente demanda por essas frutas”, diz.
Para o gerente de vendas da Araçatuba, Maciel Domingues, a comercialização de frutas consideradas exóticas é responsável por 20% dos negócios da empresa. Para ele, o preço praticado no atacado da Ceagesp não é alto, porém, os supermercados elevam os preços para revender ao consumidor final. “Esse fato dificulta a popularização das frutas exóticas no Brasil”, opina.
Já o gerente da Hetros/Frugal, Gilson Martins, acredita que as frutas exóticas ainda formam um nicho muito pequeno de mercado. “É um mercado que não deslancha por causa do preço alto e da falta de divulgação” ressalta.
Com o objetivo de ampliar a divulgação das frutas raras e torná-las mais populares, o médico e
produtor Sérgio Sartori se juntou a outros aficionados por frutas, e criou, há dois anos, a Associação Brasileira de Frutas Raras. A sede da entidade, que não tem fins lucrativos, funciona na propriedade do médico, em Rio Claro (SP).
É lá que ele cultiva 1.300 variedades de frutas, algumas comuns, outras nem tanto. Em seu pomar é possível encontrar espécies pouco conhecidas pela maioria dos brasileiros, como araçá-açu, uvaia e cajá-anão, entre muitas outras. “Gostaria que futuramente essas frutas deixassem de ser consideradas raras e passassem a ser comuns, encontrando-as facilmente nos entrepostos brasileiros”, diz. De acordo com Sartori, que é também um dos autores do livro “Frutas Brasileiras e Exóticas Cultivadas”, existem hoje 312 variedades de frutas raras cultivadas no Brasil. (V.C.)
Pitaya é o nome dado ao fruto de várias espécies de cactos epífitos, sobretudo do género Hylocereus mas também Selenicereus, nativas do México e América do Sul e também cultivadas no Vietname, Malásia, Israel e China. O termo pitaya significa fruta escamosa, também sendo chamada de fruta-dragão em algumas línguas, como o inglês. Como a planta só floresce pela noite (com grandes flores brancas) são também chamadas de Flor-da-Lua ou Dama da Noite.
Clima e solo
Pode ser cultivada de 0 até 1.800 metros acima do nível do mar, desde que as temperaturas sejam em média de 18 a 26oC, com chuvas de 1.200 a 1.500 mm/ano, mas se adapta também a climas mais secos.
Fruta
Existem três variedades, todas com a pele folhosa:
• Hylocereus undatus, branca por dentro com pele rosa
• Hylocereus polyrhizus, vermelha por dentro com pele rosa
• Selenicereus megalanthus, branca por dentro com pele amarela
A fruta pode pesar entre 150-600 gramas e seu interior, que é ingerido cru, é doce e tem baixo nível de calorias. Seu sabor é, por vezes, parecido com o do kiwi. Da fruta se faz suco ou vinho; as flores podem ser ingeridas ou usadas para fazer chá. As sementes se assemelham às do gergelim e se encontram dispersas no fruto cárneo.
Crê-se que a variedade de interior vermelho é rica em antioxidantes.
Utilização
Pode-se consumir a polpa do fruto ao natural ou processado como refresco, geléias ou doces. É também utilizada em medicina caseira, como tônico cardíaco, seu gosto lembra um pouco o melão. Apesar de sua aparencia chamativa, o paladar é suave. As sementes têm efeito laxante. Além do fruto, que tem efeito em gastrites, o talo e as flores são usados para problemas renais.
http://www.jornalentreposto.com.br/agricola/hortifruti/1247-frutas-raras-ainda-sao-pouco-exploradas
http://frutasraras.sites.uol.com.br/