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terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Cultive um jardim na praia! Dicas com a areia, a maresia e o vento.

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Para não errar na composição do jardim 
use plantas nativas da região

Simone Sayegh
Fonte Site: Do UOL, em São Paulo

Quem tem casa na praia sabe que muitas plantas perfeitamente adaptadas às condições urbanas “distantes do mar”, não aguentam o solo arenoso, a maresia ou o vento marítimo. Além disso, as espécies ideais para um jardim no litoral do nordeste podem não ser as mesmas indicadas para o cultivo no extremo sul do país.
Assim, a regra é optar por plantas nativas da respectiva região para a composição de um jardim litorâneo.


 Desta forma, coníferas, azaleias, rododendros, hortênsias, íris, glicínias e todas as variedades típicas de climas frios devem ser evitadas, pois terão seu desenvolvimento prejudicado, com floração menos expressiva, por exemplo. Outra dica é eleger espécies com florada no verão, para que se possa apreciar a beleza das flores na época em que mais se desfruta das praias.

  • Veja boas espécies para um jardim à beira-mar e saiba como cultivá-las
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O local onde o jardim será implantado também é importante: terrenos baixos, que podem ser invadidos pela maré, comprometem o resultado final, sendo necessário elevá-los e /ou dotá-los de elementos de contenção. Além disso, adequações do substrato podem ser necessárias, bem como do regime de regas e adubação.

Solo arenoso
Em princípio, quando falamos de jardins à beira-mar, tratamos de solos arenosos. Portanto é mais adequado dar preferência a espécies que sejam bem adaptadas a este tipo de substrato ou, ao menos, tolerantes a tal condição. 

Para cultivar plantas que preferem terrenos argilosos, deve-se substituir o solo das áreas de plantio - o que tem custos financeiro e ambiental muito maiores e resultado estético potencialmente inferior.

Alternativas são a adição de terra argilosa e muita matéria orgânica para manter a umidade por mais tempo e, em conjunto, aplicar adubos que contenham macros e micronutrientes com o cálcio (Ca) já disponível. Assim o próprio insumo promove a correção do pH.

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Vento salino
Há grande variação da incidência de ventos nas diversas regiões do litoral brasileiro, mas onde as rajadas são mais intensas, as plantas devem estar mais preparadas para essa condição, pois a exposição ao vento pode provocar rápida desidratação em plantas não-adaptadas, com um agravante: o “spray” salino (maresia) intensifica processo da perda de água.

Espécies que se adaptam ao vento litorâneo geralmente apresentam camada de cera protetora nas folhas; espessamento da estrutura (para maior acúmulo de água em seu interior); forma mais compacta/ modificada e/ou a redução da superfície foliar (folhas pequenas).  Portanto, observe tais características ao escolher os espécimes.

Regime de baixa manutenção
Muitas vezes os jardins à beira-mar são instalados em casas de veraneio e a manutenção tende a ser menos frequente e as inspeções mais esparsas. Nesse caso, plantas delicadas ou mais exigentes quanto ao zelo não são recomendáveis.

 O uso de variedades mais rústicas facilita o trato cotidiano e previne danos maiores se houver interrupções imprevistas dos cuidados com o jardim, mesmo que mais prolongadas.

Fontes: Heloiza Rodrigues, bióloga e paisagista, e Marcos Malamut, paisagista.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Como plantar um jardim à beira mar

 extraído do site omeujardim


A construção de um jardim à beira pode ser de mais difícil execução e manutenção porque, na maioria das vezes, as pessoas só se deslocam à casa de praia nos meses mais quentes do verão. Dessa forma, saiba como plantar um jardim à beira mar e edifique um paraíso florido e em perfeita comunhão com a paisagem natural envolvente.
Para fazer o melhor jardim à beira mar e para não desperdiçar muito tempo das suas férias na respetiva manutenção, deve ter em atenção os aspetos seguintes:

ESCOLHER PLANTAS DE BAIXA MANUTENÇÃO

Na constituição de um jardim à beira mar, é fundamental que escolha plantas que sejam de baixa manutenção. Por norma, um jardim à beira mar pode ficar abandonado durante a maior parte do ano e, como tal, é praticamente impossível ser cuidadosamente tratado. Além disso, as regiões costeiras têm condições climatéricas específicas, como a chuva, o vento, a maresia e solos arenosos com níveis elevados de salinidade, o que faz com que nem todas as flores sobrevivam nesse contexto. Para escolher as melhores plantas de baixa manutenção que se adequam a um jardim à beira mar , deve deslocar-se a um viveiro ou loja de jardins especializada para conhecer quais são as variedades principais mais adequadas.

CONSTRUIR UM JARDIM QUE ESTEJA EM PERFEITA HARMONIA COM A PAISAGEM NATURAL

Para fazer um jardim perfeito à beira mar é fundamental que ele combine e se enquadre com a beleza natural da respetiva orla marítima. Tenha em consideração que este é um dos aspetos mais importantes no embelezamento de um espaço exterior, dado que vai determinar o sucesso ou insucesso do seu trabalho. Em caso de dúvida, deve procurar um decorador paisagístico profissional para obter uma melhor opinião acerca dos elementos que vão constituir o seu jardim e saber se estes estão ou não equilibrados e harmoniosos em relação à paisagem envolvente. A maioria dos paisagistas opta por escolher plantas tropicais , uma vez que estas adaptam-se às intempéries e combinam muito bem com a paisagem da praia.

ADQUIRIR PLANTAS DE ORIGEM LOCAL

Para salvaguardar os seus interesses, e para que o seu jardim à beira mar fique sempre esplendoroso ao longo de todo o ano, deve adquirir plantas que sejam de origem local. As plantas de origem local estão preparadas para suportar as condições climatéricas adversas que se fazem sentir nessa mesma região e têm uma adaptação mais fácil do que as demais. Tenha em mente que as plantas não devem bloquear a vista para o mar, antes pelo contrário, devem valorizá-la e ilustrá-la com harmonia.

ELEVAR O RELEVO DO TERRENO

Os terrenos muito baixos podem ser invadidos pelas águas do mar, especialmente quando a maré está alta. Para que isso não aconteça, deve elevar o relevo do terreno do seu jardim, caso contrário todo o trabalho que teve na respetiva construção pode ser engolido pela força das ondas. Neste aspeto, é também aconselhável que construa uma cerca à volta do seu jardim, para que fique o mais protegido possível.

ANALISAR A TERRA DO JARDIM

terra de um jardim à beira mar deve ser analisada detalhadamente, para que as plantas que lá forem cultivadas cresçam de uma forma saudável e consistente. O solo deve ser rico em nutrientes e, como tal, necessita de estar corretamente fertilizado. Normalmente, por serem muito arenosos, devem ser condicionados com terra mais argilosa e fertilizantes orgânicos. Tenha em mente que um solo bem preparado permite que o seu jardim esteja sempre em ótimas condições.

COMPRAR MATERIAIS ULTRA RESISTENTES PARA A DECORAÇÃO DO JARDIM

Na decoração e composição de um jardim à beira mar, deve adquirir todo o tipo de móveis e acessórios que tenham a máxima resistência, para que se mantenham em utilização o máximo de tempo possível. Uma das escolhas mais económicas e duráveis é o polipropileno, dado que este material é leve, lavável e tem uma resina especial que protege contra a radiação ultravioleta. Também pode adquirir madeiras resistentes como a teca, que dispensa qualquer tipo de manutenção e encontra-se protegida com um verniz náutico específico que mantém a qualidade dos objetos de decoração.

sábado, 5 de outubro de 2019

Bananeira orgânica é bom negócio para pequeno produtor


Se existe uma cultura fácil de ser adaptada ao sistema orgânico de produção é a bananeira. "Cerca de dois terços de toda a fitomassa da bananeira retorna para o solo, ou seja, ela restitui quase 70% do que produz", afirma Ana Lúcia Borges, pesquisadora da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) e representante da Empresa na Comissão de Produção Orgânica da Bahia, fórum composto por membros de entidades governamentais e não governamentais.
No Brasil, estima-se que apenas 0,5% da área colhida de banana esteja sob monocultivo orgânico, ou seja, em torno de 2.400 hectares. De acordo com dados de 2014 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dentre todas as frutas produzidas no Brasil, a banana ocupa o segundo lugar em área colhida (aproximadamente 485 mil hectares), produção (cerca de 6,9 milhões de toneladas) e consumo aparente por habitante (30 kg/ano).
Para ser considerado orgânico, o produtor deve usar técnicas ambientalmente sustentáveis e não pode utilizar agrotóxicos nem adubos químicos solúveis, que devem ser aplicados rigorosamente de acordo com as instruções para que não haja excesso em relação à capacidade de absorção das plantas e, a longo prazo, não tragam danos ao ecossistema.
Para ser regularizado, existem três opções: certificação por um Organismo da Avaliação da Conformidade Orgânica (OAC) credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), organização em grupo ou cadastramento no Mapa para realizar a venda direta sem certificação. Além disso, pode seguir o sistema orgânico de produção para a cultura da banana, organizado pela Embrapa, que está na segunda edição. A publicação reúne informações técnicas sobre estabelecimento da cultura, preparo da área, seleção de variedades e mudas, práticas culturais, manejos de doenças, nematoides, insetos e ácaros, além dos manejos na colheita e pós-colheita, com base nos regulamentos aprovados para a produção orgânica.
Mercado
Por ter princípios bem definidos pelas certificadoras, o mercado de banana orgânica diferencia-se do convencional devido às peculiaridades dos processos ‘antes da porteira' e ‘depois da porteira'. "Os cuidados nas fases de comercialização são maiores e, por isso, o percentual de perda do produto é menor que os cerca de 40% encontrados para as bananas convencionais, embora não haja estudos com dados percentuais mais próximos da realidade", declara a pesquisadora Áurea Albuquerque, doutora em Economia Agrícola.
No momento sob forte expansão, o mercado brasileiro de banana orgânica está concentrado em centros de distribuição especializados (atacados), redes de supermercados com processos de logística que englobam produtos orgânicos e feiras livres especializadas – com vendedores cadastrados em associações ou cooperativas. "Tanto nas feiras especializadas quanto nas redes de economia solidária a rentabilidade do produtor, que muitas vezes é o próprio vendedor, é maior, pois a maximização do lucro é relegada a segundo plano", salienta Áurea.
Segundo a pesquisadora, a exportação de banana orgânica brasileira vem crescendo nos últimos anos. O destaque fica para produtos processados, como a banana passa proveniente do Projeto Jaíba, em Minas Gerais, e exportada, principalmente para a União Europeia e os Estados Unidos. "Além das exigências que os agricultores devem atender para exportação, somam-se os requisitos para certificação orgânica, institucionalizados por órgãos internacionais, o que confere  garantia adequada ao produto". 
Para o consumidor, a certificação é a garantia da procedência e da qualidade orgânica de um alimento natural ou processado. Para o produtor certificado, agregação de valor ao seu produto é um diferencial de mercado que estabelece uma relação de confiança com o consumidor. Além disso, por não utilizar agrotóxicos, a saúde dos próprios agricultores é preservada.
Nutrientes
Fertilizantes, corretivos e inoculantes somente podem ser usados se permitidos pela Instrução Normativa 17, de 18 de junho de 2014, do Mapa. Os nutrientes podem ser supridos por meio de fontes orgânicas (adubo verde, esterco animal, torta vegetal ou cinza) ou minerais naturais (calcário, fosfato natural e pó de rocha) ou da mistura das duas fontes.
O ideal é que o produtor aproveite resíduos da sua propriedade (fitomassa da bananeira e outras culturas), para reduzir custos com transporte, e utilize coberturas vegetais apropriadas para o ecossistema da região. "A agricultura orgânica é mais adequada e viável ao pequeno agricultor porque ele pode usar tudo da sua área. Se ele tem um animal, até mesmo uma galinha, pode usar o esterco, fazer o composto e colocar na bananeira", exemplifica a pesquisadora. Outros resíduos que podem ser usados no composto são bagaço de laranja ou de cana-de-açúcar, cinzas de madeira, polpa de sisal, raspa de mandioca, torta de algodão, cacau ou mamona. Também existem no mercado produtos certificados. 
O composto orgânico demora cerca de três meses para liberar os nutrientes. "No sistema orgânico o fruto realmente cresce menos. Como o nutriente não está prontamente disponível, a liberação é lenta, mas observamos que isso tem uma vantagem. O fruto cresce devagar, concentra o brix [a doçura], fica com tamanho adequado, em torno de 90 a 100g, e mais saboroso. Para o consumidor, isso pode ser importante", informa. 
"Particularmente, a bananeira é uma planta muito fácil de produzir de forma orgânica porque anualmente não é necessário colocar tanto adubo já que ela restitui ao solo dois terços da sua fitomassa. Da bananeira, só saem os frutos. Então, tem que se repor os nutrientes que saíram com o cacho. Tudo volta, até o engaço [estrutura que segura os frutos]'.
crotalária
Conservação do solo
Uma preocupação constante do produtor orgânico precisa ser com a conservação do solo, que deve ser mantido sempre coberto. Por isso, na fase de formação do bananal é recomendável o plantio de leguminosas e não leguminosas nas entrelinhas do bananal. "As plantas utilizadas como adubo verde devem ter crescimento inicial rápido, para abafar as plantas espontâneas e produzir grande quantidade de massa verde", explica José Egídio Flori, pesquisador da Embrapa Semiárido (PE). Ao serem cortadas, as plantas de cobertura devem ser deixadas sobre a terra. Esse material orgânico se decompõe, liberando nitrogênio – principalmente as leguminosas – e outros nutrientes.
Nos experimentos em área de produtor, as leguminosas que trouxeram melhor resultado foram feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), crotalária (Crotalaria juncea), guandu ou feijão-de-corda (Cajanus cajan) e cudzu tropical (Pueraria phaseoloides). Perene e tolerante à sombra, o amendoim forrageiro (Arachis pintoi) deve ser usado apenas em regiões de boa pluviosidade ou em bananais irrigados. "O produtor pode consorciar a bananeira com uma cultura que ele pode vender também e ter uma renda a mais, como o guandu", salienta Ana Lúcia.
Pragas e doenças
De acordo com a Instrução Normativa 17 do Mapa, nos sistemas orgânicos, deve-se priorizar a utilização de material adaptado às condições locais e tolerantes a pragas e doenças. "O grande problema do sistema orgânico é a mão de obra. No sistema convencional, o monitoramento é feito para avaliar se precisa fazer o controle. No orgânico, tem que ser o tempo todo. Quando aparecer uma praga, o produtor tem que retirar antes que se alastre. A vistoria precisa ser constante", alerta Ana Lúcia. Por isso, a melhor alternativa para o controle é a utilização de estratégias de manejo integrado de pragas (MIP).
"Não existem variedades de bananeira desenvolvidas especificamente para plantio em sistemas orgânicos de produção, mas as variedades utilizadas para o sistema convencional vêm sendo cultivadas com sucesso, adotando-se as práticas recomendadas para o sistema orgânico. A Embrapa tem uma série de variedades resistentes, que permitem o cultivo sem a utilização de agrotóxicos", esclarece. Para verificar o comportamento de oito variedades de bananeira no sistema orgânico, dois experimentos foram implantados em locais com condições e climas distintos: no Perímetro Irrigado Pedra Branca, localizado nos municípios de Curaçá e Abaré (BA), e outro na Unidade de Pesquisa de Produção Orgânica (UPPO), na área da Embrapa Mandioca e Fruticultura, em Cruz das Almas (BA). As variedades foram Prata Anã, Pacovan, BRS Platina, BRS Princesa, BRS Japira, BRS Preciosa, BRS Vitória e Galil-18. No primeiro ciclo, destacaram-se, no ecossistema Semiárido, a bananeira BRS Preciosa e, no ecossistema Mata Atlântica, a BRS Platina. No segundo ciclo, destacou-se a BRS Princesa no Semiárido e a ‘Galil 18' na Mata Atlântica.
"A resistência a doenças importantes e a rusticidade, em especial, das variedades BRS Platina e BRS Princesa facilitam a adoção e o cultivo em áreas onde o uso de tecnologia ainda é incipiente", confirma o pesquisador Edson Perito Amorim, líder do Programa de Melhoramento Genético de Bananas e Plátanos da Embrapa.
Em Pedra Branca, além do experimento de competição de variedades de bananeira na área do produtor João Conceição, foi conduzida, de 2010 a 2013, uma área com a cultivar Pacovan orgânica, cujo acompanhamento foi feito por técnicos da assistência técnica Projetec, contratada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). "Na área de Pacovan obtivemos bom resultado de produção, que foi em média de 23 t/ha. O desempenho de produção e qualidade dos frutos da bananeira orgânica foi bom", completa José Egídio Flori.
O agricultor João Conceição, que já cultivava hortaliças orgânicas, teve bons resultados com a banana orgânica. "A produtividade foi muito boa. Eu segui todas as recomendações do pessoal da Embrapa e da assistência técnica porque acho que o produtor não pode fazer as coisas só da cabeça dele. Fiz até análise do solo. Só não pude ganhar mais porque não sou certificado e precisei vender as bananas para o atravessador junto com as convencionais", salienta.
Léa Cunha (MTb 1633/BA)
Embrapa Mandioca e Fruticultura

Telefone: (75) 3312-8076

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