O cultivo em palha traz várias vantagens sobre o sistema convencional
Foto: Renato Perez/Sesc/Divulgação
Uma
técnica de plantar, que diminui as necessidades de irrigação e adubação
das plantas para quem tem pouco tempo de cuidar de pequenas hortas
urbanas, está tendo boa receptividade em São Paulo. Trata-se do cultivo
em palha, que além das vantagens acima possibilita deixar os recipientes
das plantas mais leve, podendo ser deslocados facilmente.
Em uma
oficina realizada este final de semana no Sesc Vila Mariana, na capital
paulista, o público pôde conhecer essa nova forma de plantar. “É uma
técnica muito interessante, de baixa manutenção. A palha é um material
que consegue reter bastante umidade, e que não requer rega diária. Além
disso, por ser uma matéria orgânica, que entra em decomposição junto com
o composto orgânico, diminui muito a manutenção da adubação também”,
explicou Julhiana Costal, permacultora do ArboreSer, espaço
agroecológico que dissemina práticas de plantio.
“Percebemos cada
vez mais a insatisfação das pessoas com o que está sendo oferecido para
elas nos mercados e nas feiras. Quanto mais as pessoas têm acesso à
informação do grau de contaminação que está o nosso alimento, mais elas
querem retornar ao processo de cultivar, se tornar um agente
participativo também do meio de produção do nosso alimento”, disse
Julhiana.
As pessoas podem encontrar palha no final de feiras, já que os feirantes a utilizam para embalar as frutas e depois descartam
Por
conta disto, a agricultura urbana vem conquistando cada vez mais
interessados dentro do contexto da agroecologia e do consumo de produtos
sem agrotóxicos. Afinal, por meio de hortas urbana, é possível ter uma
alimentação mais saudável e até gerar renda. Essas hortas podem estar
diretamente no solo, em canteiros suspensos ou em vasos.
Diferente
da agricultura tradicional, muitas vezes, as pessoas não têm
conhecimento técnico nem muito tempo disponível para cuidar do plantio. A
técnica de plantar em palha diminui a necessidade de irrigação e
adubação para quem tem pouco tempo para cuidar da horta, além de deixar o
recipiente leve, podendo ser deslocado facilmente.
Segundo
Julhiana Costal, as pessoas podem encontrar palha no final de feiras, já
que os feirantes a utilizam para embalar as frutas e depois descartam.
“Geralmente fazemos [o plantio com palha] em caixotes de madeira, que
ficam muito leves. Quando vamos fazer o manejo, é muito fácil mudar de
lugar,inclusive para colocar em lajes, telhados e em lugares que não
podem ter sobrepeso”, disse.
Muito agrotóxico
Ela disse que muitas das pessoas que procuram a agricultura urbana estão preocupadas com o consumo de alimento sem agrotóxico. “Estamos em um momento em que nos desconectamos do meio de produção do alimento, temos consumido muito alimento que vem de uma agricultura convencional, cheia de veneno, de agrotóxico. Cada brasileiro está consumindo sete litros por ano [de agrotóxico]. Então, acreditamos que o resgate do ato de plantar traz muitos benefícios”, disse.
Ela disse que muitas das pessoas que procuram a agricultura urbana estão preocupadas com o consumo de alimento sem agrotóxico. “Estamos em um momento em que nos desconectamos do meio de produção do alimento, temos consumido muito alimento que vem de uma agricultura convencional, cheia de veneno, de agrotóxico. Cada brasileiro está consumindo sete litros por ano [de agrotóxico]. Então, acreditamos que o resgate do ato de plantar traz muitos benefícios”, disse.
Além disso, a permacultora
comentou que a agricultura traz benefícios para a cidade. “Hoje temos
nas cidades áreas que são quase ilhas de calor. Então, quando você
planta uma horta, você ajuda a melhorar muito o microclima desse espaço,
você diminui o calor, aumenta a biodiversidade. Hoje estamos muito
dependentes do campo e, quando começamos a plantar na cidade, a aumentar
a produção de alimento no meio urbano, também aumentamos a resiliência
da cidade”, avaliou.
A oficina de plantio em palha
vai acontecer também no próximo dia 27 de agosto no Sesc Vila Mariana,
na capital paulista, às 11h. A atividade é gratuita e a retirada de
ingressos começa uma hora antes.
(Por Camila Boehm, da Agência Brasil)