Grumixama, uma planta nativa melitófila em risco de extinção
A grumixama (Eugenia brasiliensis) também é conhecida como
cereja-do-brasil. É uma árvore exclusiva da Mata Atlântica, ocorrendo
desde o sul da Bahia até Santa Catarina.
Fui apresentada a essa frutinha saborosa no fim de 2016, por uma
amiga mineirinha que ama a flora brasileira e as abelhas nativas, assim
como eu! Foram longas conversas ao pé da grumixameira em floração.
O pé, com cerca de oito anos, fica na calçada, para que os vizinhos
que passam por ali possam comer e parar para um minuto de prosa, que
atualmente gira em torno de abelhas nativas e sustentabilidade… kkkkkkk
Os pássaros também fazem a festa com os frutos caídos na calçada.
De crescimento lento, a grumixameira pode alcançar de 8 a 15 m de
altura. Seu tronco é curto e descamante e suas folhas simples. As flores
são brancas, solitárias, vistosas e aromáticas e ocorrem em setembro e
outubro com frutificação em novembro e dezembro. Para abelhas mirins
como as jataís, suas flores constituem fonte de pólen.
Seus frutos são globosos, negro-violáceos, vermelhos ou amarelos,
lisos e brilhantes, muito atrativos para a avifauna. Sua polpa é
espessa, branco-amarelada de sabor doce e levemente ácido. Cada fruto
possui de 1 a 3 sementes que se soltam facilmente da polpa.
A grumixama (Eugenia brasiliensis) pertence à família das
mirtáceas, assim como a pitanga, a cereja-do-rio-grande, a araçarana, o
araçá-boi, a jabuticaba, a gabiroba, a uvaia, a feijoa ou
goiaba-da-serra e a goiaba, todas nativas.
As variedades vermelha e amarela são pouco cultivadas em pomares
domésticos, sobretudo na região Sudeste, além de serem raras em seu
habitat natural.
O pesquisador, escritor e médico Sérgio Sartori,
da cidade de Rio Claro, juntamente com duas universidades têm
desenvolvido trabalhos científicos para estudar as propriedades
farmacológicas dessa fruta que pode ser consumida in natura ou na forma
de geléias e licores.
A grumixama foi incluída pelo Slow Food Brasil na Arca do Gosto como
uma das espécies frutíferas brasileiras em extinção. Por isso é
importante que, além de divulgar a existência dessa espécie nativa,
façamos como minha vizinha e amiga Sônia, que produz mudas de sua
grumixameira e as distribui. Eu mesma já plantei duas dessas mudas na
escola na qual leciono e espero em breve plantar a minha!
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