Muito interessante o artigo da revista Cientific American Brasil, junho 2011, ano 10 n0. 109, que mostra como os agricultores americanos, estão voltando a usar enxada no combate as ervas daninhas. Pois a resistencia das plantas ao glifosato é uma realidade.
alexandre panerai
O glifosato inibe uma enzima chamada EPSPS (5-enolpiruvilshikimate-3-fosfato sintase) que fabrica três aminoácidos essenciais em plantas e bactérias, mas não em animais, o que é fundamental para sua utilização na lavoura. Ela ataca o broto de crescimento na ponta da planta. Ela para de crescer em 24 horas após a aplicação e seca em duas semanas.
Para um efetivo controle das pragas, ele deve ser borrifado diretamente nas folhas, o que limitou o seu uso por anos.
No anos 90, a Monsanto aperfeiçoou a tecnologia para cultivar plantas resistentes ao glifosato.
Oos pesquisadores procuraram um organismo resistente ao glifosato e descobriram uma bactéria mutante que produzia uma forma ligeiramente alterada da enzima EPSPS. Ela sintetizava os mesmo três aminoácidos, mas não era afetada pelo produto.
Os cientistas isolaram o gene codificador da enzima e outros genes de manutenção (para controle e inserção do gene da enzima) de três outros organismos e os implantaram com uma pistola de genes em células de soja.
Após muitos ensaios, obtiveram várias plantas resistentes ao glifosato e suas linhagens descendentes capazes de transmitir a característica as suas descendentes.
A Monsanto começou a vender as sementes de soja com o nome de Roundup Ready.
Sementes resistentes de algodão, canola e milho foram lançadas em seguida.
Os produtos tiveram sucesso comercial e estão sendo utilizadas até hoje no mundo, nos EUA, Brasil e Argentina
No ano passado, 93% da área plantada de soja e grande parte do milho e algodão foram plantadas com sementes Roundup Ready.
Tudo isso era bom demais para durar.
Pragas invasoras evoluíram e se adaptaram devido as pressões seletivas impostas.
Apareceram então novas espécies , uma por ano, resistente ao glifosato. E já são dez.
“A questão maior tem relação com o futuro da agricultura e saber como os fazendeiros alimentarão uma população mundial crescentemente abastada e urbana”.
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Bibliografia:
Adler, J. 2011. A crescente ameaça da ervas daninhas. Revista Cientific American Brasil, junho 2011, ano 10 n0. 109
fonte: http://www.dinheirorural.com.br/secao/agrotecnologia/ameaca-das-ervas-daninhas
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