amendoim forrageiro |
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A tecnologia
consiste em utilizar uma dessas leguminosas herbáceas como cobertura
viva de solo. Existem as coberturas mortas como biomassa de culturas e
casca de café, por exemplo, já utilizada por produtores. As leguminosas
são coberturas vivas que contribuem para boas práticas agrícolas. Elas
também podem ser utilizadas como cultivos intercalares com as culturas
de arroz e feijão, que geralmente acontece em algumas lavouras,
explica. A supressão da infestação das plantas daninhas ocorre pelos
efeitos de competição por sombreamento e de alelopatia, por compostos
químicos liberados pelas leguminosas, proporcionando a maior cobertura
do solo e o maior predomínio da vegetação sobre essas plantas
infestantes. Os benefícios das leguminosas no solo apontados pelo
pesquisador são também adicionais como: redução da compactação, controle
da erosão, fixação de nitrogênio, propiciando economia com adubos e
menos poluição do meio ambiente, aumento da matéria orgânica e
incremento da biodiversidade.
lab lab |
O pesquisador explica ainda que, na convivência das plantas daninhas com cafeeiros, ocorrem interações que propiciam benefícios ou prejuízos. Em cultivo solteiro, principalmente em lavoura nova, sobram espaço e recurso, que facilitam a maior ocupação das plantas daninhas. Nos modelos de consórcios, essa ocupação é muito reduzida, devido à área ser preenchida por arranjos de espécies que exercem o controle cultural sobre essas plantas. A tecnologia contribui com as demandas das lavouras novas de café e das lavouras adultas do Cerrado e de regiões com declive acentuado, que são mais propícias à infestação por plantas daninhas.
Segundo o pesquisador, a prática é
recomendável para o produtor. Um único sistema de manejo é inviável no
controle das plantas daninhas, por isso esse manejo deve ser
diversificado e dinâmico, como o próprio desenvolvimento da infestação
dessas espécies.
Em dois anos de avaliação
das leguminosas, verificou-se que elas não influenciaram o crescimento
vegetativo e a produtividade do cafeeiro, ressalta Julio. Em meio a
técnicas convencionais que utilizam práticas de capina com enxada ou
roçadas mecanizadas para controle das plantas daninhas, a pesquisa
comprovou na adoção das leguminosas como parte do manejo integrado, uma
alternativa adequada às demandas de cafés de base ecológica,
certificados e especiais pelo mundo. Na medida em que também está
adequada aos interesses da agricultura de baixo carbono, limita o uso de
produtos químicos (herbicidas) na lavoura, permite a recuperação de
áreas e o aumento da área de vegetação entre cultivos perenes como café.
O
resultado é uma tecnologia que contribui para a sustentabilidade da
cafeicultura, com melhoria da qualidade do solo e do cafezal, redução de
capinas e diminuição de custos. A continuação do projeto será com uma
seleção de plantas leguminosas para inibição de plantas daninhas em
lavouras de café nas regiões da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica.
Fonte: CBPeD/Café - Embrapa Café