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sexta-feira, 27 de maio de 2022

Camapu ou fisalis , planta da região amazônica, estimula produção de novos neurônios


Sustância encontrada em planta do camapu poderá ser usada em fitoterápicos para o combate de doenças neurodegenerativas como o mal de Alzheimer





Reprodução
A planta do camapu, fruto muito comum no Norte do País, pode estimular a criação de neurônios

O camapu, uma planta amazônica encontrada no interior do Pará e também na periferia de Belém, tem poderes para combater doenças neurodegenerativas como o Alzheimer. Pesquisadores paraenses descobriram que uma substância encontrada no talo da planta estimula a produção de novos neurônios no hipocampo, área do cérebro ligada à memória. Agora a equipe de pesquisadores estuda a viabilidade de produzir fitoterápicos e está fechando um acordo com uma empresa farmacêutica internacional.
Com a produção de novos neurônios, a hipótese é que novas sinapses, ou conexões entre as células do cérebro, sejam criadas, revertendo quadros de perda de memória recente, comum em pacientes com Alzheimer. Os pesquisadores também acreditam que o medicamento à base de camapu possa ser usado para uma possível reversão de morte neuronal que ocorre em pacientes com quadros de depressão, já que a substância induz o nascimento de novos neurônios.
“A notícia é muito boa, principalmente pelo fato de esta substância estimular o crescimento neuronal na área do hipocampo. A gente está falando da criação de novos neurônios, algo que algum tempo atrás não se falava”, diz Milton Nascimento dos Santos, do Grupo de Pesquisas Bioprospecção de Moléculas Ativas da Flora Amazônica da Universidade Federal do Pará.

Divulgação
Cientistas estudam a capacidade de produzir fitoterápicos a partir do camapu

As propriedades neurogênicas da planta de camapu já foram testadas em laboratório e em ratos, agora os pesquisadores buscam fazer testes clínicos e também analisar a viabilidade da produção da substância em larga escala. Como a substância é muito complexa e difícil de ser sintetizada em laboratório, Silva quer testar se ela está presente em toda a planta e se é produzida o ano inteiro, ou em um período longo. “A substância pode ser uma maravilha, mas se só é produzida pela planta uma vez por ano, a produção de fitoterápicos ficaria inviável”, diz Silva.
Esta segunda fase da pesquisa contará com o apoio financeiro de uma farmacêutica internacional. “Não posso falar o nome da empresa porque o contrato ainda está sendo fechado”, despista.
Melhor que a encomenda
A descoberta dos poderes neurogênicos do camapu foi mais um caso da ciência de apontar para um alvo e acertar em outro, ainda melhor. O camapu é conhecido tradicionalmente por sua atividade anti-inflamatória e anti-protozoária. Enquanto tentavam comprovar em laboratório o poder anti-inflamatório do camapu, os pesquisadores identificaram a presença da substância com poderes de criar novos neurônios na seiva do talo do camapu. “Esta substância não é nova, mas é uma surpresa encontrá-la numa fruta tão comum aqui no Pará como é o camapu”, disse.

    terça-feira, 7 de janeiro de 2014

    Camapu (fisális) induz produção de neurônios

    Comprovada a eficácia da Physalis angulata, agora,
    o grupo irá pesquisar a capacidade produtiva da planta.

    por Amanda Pinho / Dezembro e Janeiro 2013
    foto Alexandre Moraes


    Espécie de herbácea característica da Amazônia, a Physalis angulata produz um fruto amarelo, o camapu, amplamente conhecido na região. A planta tem propriedades curativas e já é, inclusive, estudada por produzir substâncias que ajudam no tratamento da leishmaniose. Recentemente, o Grupo de Pesquisas Bioprospecção de Moléculas Ativas da Flora Amazônica, da Universidade Federal do Pará (UFPA), descobriu, também, a existência de propriedades neurogênicas em substâncias produzidas pela planta.
    “Descobrimos que tanto o extrato aquoso da planta quanto a substância purificada apresentam atividade neurogênica, ou seja, eles estimulam o crescimento de neurônios”, explica o professor Milton Nascimento, integrante do Grupo de Pesquisa.
    Com apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPESP) e do governo do Estado, o grupo, que também é composto pelos pesquisadores Alberto Arruda, Mara Arruda, Consuelo Yumiko, Gilmara Tavares, Raquel Carvalho Montenegro e José Luiz do Nascimento, além dos alunos de Pós-Graduação Danila Alves e Marcos Vinícius Lebrego, busca convencer a indústria farmacêutica da viabilidade da droga. O professor Milton Nascimento lembra, também, que os responsáveis pela pesquisa já patentearam os processos de obtenção e farmacológico, tanto no mercado nacional quanto no internacional. 
    Ao relembrar o início da pesquisa, em 2011, Milton Nascimento compara os resultados obtidos pela professora Gilmara Bastos com os de Alexander Fleming, médico escocês que, acidentalmente, descobriu a penicilina. “Você faz um experimento olhando para um lado e, de repente, o experimento te revela outro, e foi o que aconteceu, especificamente, com o extrato dessa planta”, explica.
    Tratando-se de uma pesquisa completamente inédita, a propriedade neurogênica da substância produzida pela Physalis angulata pode vir a ser utilizada visando à elevação das capacidades de raciocínio e de memória, além de sinalizar  uma possível reversão de morte neuronal que ocorre em pacientes com quadros de depressão, já que a substância induz o nascimento de novos neurônios. “Isso é uma coisa fantástica! O mundo vem buscando drogas capazes de induzir o crescimento neuronal”, comemora o professor.


    Do laboratório para a indústria farmacêutica

    Com a eficácia e a eficiência da droga comprovadas, os pesquisadores aguardam a segunda fase da pesquisa que, segundo o professor Milton Nascimento, é a saída da área acadêmica para a da indústria.
    A pesquisa também deve gerar publicações, o que, na avaliação do professor, é bom para o pesquisador, para a instituição e para os programas de pós-graduação envolvidos. “O grupo todo entende essa pesquisa como algo importante para a nossa instituição e para o Estado também”, afirma.
    Apesar dos avanços, ainda há muito a ser feito nessa segunda fase do projeto. No momento, os pesquisadores envolvidos estão trabalhando para oferecer mais subsídios que irão agregar valor à pesquisa. Depois de comprovados os efeitos da droga, foram levantados questionamentos relativos à capacidade produtiva da planta e a sua sazonalidade, assim como a necessidade da execução de testes clínicos.
    Milton Nascimento afirma que o processo se torna ainda mais delicado por se tratar de um produto natural complexo, incapaz de ser sintetizado em laboratório, por exemplo. “Hoje, estamos fazendo o estudo de viabilidade, verificando a capacidade produtiva da planta e sua sazonalidade, com o intuito de saber quanto material orgânico pode ser gerado por hectare plantado”, exemplifica o professor.
    De acordo com o pesquisador, para o estudo sazonal da Physalis angulata, é necessário avaliar o metabolismo da planta e identificar, por exemplo, se a substância isolada está presente em todo o seu ciclo vegetativo, em que momento do ciclo é atingido o auge da produção dessa substância e, assim, como observar se há diferença de comportamento nessa produção entre os períodos seco e chuvoso, típicos da região.

    Grupo está “no limite da produção acadêmica”

    O grupo de pesquisa encontra-se “no limite da produção acadêmica”, buscando responder aos questionamentos da indústria farmacêutica, quanto à capacidade de produção anual, à quantidade de biomassa necessária para se atingir tal produção e à área plantada exigida para se alcançar tal quantidade de biomassa. Em laboratório, só se pode manusear alguns miligramas, enquanto, para atender as demandas da indústria, a produção deve chegar à casa dos quilogramas. De acordo com Milton Nascimento, nesta etapa, o grupo pretende estabelecer parcerias, justamente para superar tais dificuldades.
    “Mais do que produzir a pesquisa, queremos transformá-la em benefício: um produto da UFPA, um produto da Amazônia. Por isso, estamos buscando parcerias para responder a essas perguntas”, conclui.

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