Tanto já se falou sobre essa técnica de reciclagem do lixo orgânico, agora fique sabendo tudo sobre essa técnica sustentável, que tem ganhado cada vez mais adeptos e que pode trazer muitos benefícios
O que é compostagem? E como ela acontece?
A compostagem é o processo biológico de valorização da matéria orgânica, seja ela de origem urbana, doméstica, industrial, agrícola ou florestal, e pode ser considerada como um tipo de reciclagem do lixo orgânico. Trata-se de um processo natural em que os micro-organismos, como fungos e bactérias, são responsáveis pela degradação de matéria orgânica. A técnica de compostar ajuda na redução das sobras de alimentos (saiba mais
aqui), tornando-se uma solução fácil para reciclar os resíduos gerados em nossa residência (saiba mais sobre resíduos nesta
matéria especial).
O processo de compostagem acontece em
fases, sendo elas muito distintas umas das outras. Suas principais características são:
1ª) Fase mesofílica: nessa fase, fungos e bactérias
mesófilas (ativas a temperaturas próximas da temperatura ambiente), que começam a se proliferar assim que a matéria orgânica é aglomerada na composteira, são de extrema importância para decomposição do lixo orgânico. Eles vão metabolizar principalmente os nutrientes mais facilmente encontrados, ou seja, as moléculas mais simples. As temperaturas são moderadas nesta fase (cerca de 40°C) e ele tem duração de aproximadamente de 15 dias.
2ª) Fase termofílica: é a fase mais longa,e pode se estender por até dois meses, dependendo das características do material que está sendo compostado. Nessa fase, entram em cena os fungos e bactérias denominados de
termofilicos ou termófilos, que são capazes de sobreviver a temperaturas entre 65°C e 70°C, à influência da maior disponibilidade de oxigênio - promovida pelo revolvimento da pilha inicial. A degradação das moléculas mais complexas e a alta temperatura ajudam na eliminação de
agentes patógenos.
3ª) Fase da maturação: a última fase do processo de compostagem, e que pode durar até dois meses. Nessa fase há a diminuição da atividade microbiana, juntamente com as quedas de gradativas de temperatura (até se aproximar da temperatura ambiente) e acidez, antes observada no composto. É um período de estabilização que produz um composto maturado. A maturidade do composto ocorre quando a decomposição microbiológica se completa e a matéria orgânica é transformada em
húmus, livre de
toxicidade,
metais pesados e patógenos.
O produto gerado a partir desse processo de degradação recebe o nome de composto orgânico, que é um material estável, rico em substâncias húmicas e nutrientes minerais, que pode ser utilizado em hortas, jardins e para fins agrícolas, como adubo orgânico, devolvendo à terra os nutrientes de que necessita, e evitando o uso de fertilizantes sintéticos.
Breve história da compostagem
A compostagem não é uma prática nova, mas está ganhando popularidade ao passo que há uma tendência maior de preocupação com a sustentabilidade. Há muito tempo agricultores já utilizavam o método de reciclagem do lixo doméstico para obtenção de fertilizante orgânico.
No oriente médio, principalmente na China a compostagem vem sendo aplicada há alguns séculos. Já no ocidente, ficou conhecida em 1920, a partir dos primeiros experimentos de Sir Albert Howard. O Inglês Howard era considerado pai da agricultura, pois foi autor do primeiro método de compostagem na província Indiana de Indore, onde tentou efetuar a compostagem com resíduos de uma só natureza e concluiu que era necessário misturar diversos tipos.
Também na Europa, a técnica era usada durante os séculos XVIII e XIX pelos agricultores que transportavam os seus produtos para as cidades em crescimento e, em troca, regressavam às suas terras com os resíduos sólidos urbanos das cidades para utilizá-los como corretivos orgânicos do solo. Assim, os resíduos eram quase completamente reciclados por meio da agricultura.
Ao passar do tempo, a expansão das áreas urbanas, o aumento populacional e do consumo alteraram os métodos de depósito, gestão dos resíduos sólidos e, principalmente, a qualidade dos mesmos, que acabaram tornando-se cada vez mais inadequados para o processo de compostagem. Logo, a técnica perdeu popularidade. Entretanto, nos dias de hoje, com a pressão para a utilização de métodos direcionados para a preservação do meio ambiente, há um novo interesse em compostar os
restos de comida em casa como uma solução para a redução do volume de resíduos domésticos que são encaminhados para os aterros (veja
aqui matéria sobre composteira residencial como alternativa para lixo orgânico).
Esse hábito ainda pode fornecer uma opção saudável de adubo orgânico para plantas e hortas. Com isso, cada vez mais pessoas querem colocar a mão na massa e fazer a sua própria compostagem (conheça mais sobre a técnica
aqui).
O que é uma composteira?
A composteira nada mais é do que o lugar (ou a estrutura) próprio para o depósito e processamento do material orgânico. É nesse local que irá ocorrer a compostagem, a transformação desse lixo orgânico em adubo.
A composteira pode assumir diversos formatos e tamanhos - isso depende do volume de matéria orgânica que é produzida e também do espaço livre disponível para sua alocação, mas todas têm a mesma finalidade. As composteiras podem ser instaladas em casas e apartamentos e podemos encontrar tipos que contemplam, além da questão do tamanho, também a questão de preço e custo, sendo que, de qualquer forma, a compostagem caseira é uma ótima iniciativa. Fora isso, ao longo dos anos, foram desenvolvidas pelo homem técnicas capazes de acelerar e estimular esse processo natural. Muitas dessas técnicas envolvem o uso de outros agentes, também naturais, como o uso de minhocas californianas (espécie
Eisenia foetida mais indicada para o processo), que daí recebe o nome de vermicompostagem (outro tipo de compostagem), técnica que é amplamente utilizada na forma das
composteiras domésticas.
Outro tipo de composteira que pode ser utilizada é a
composteira automática,
que envolve uma maior praticidade, pois a decomposição é mais rápida e, ao invés de minhocas, utiliza poderosos micro-organismos patenteados (dentre eles, o Acidulo TM), capazes de se multiplicarem em altas temperaturas, alta salinidade e acidez. Com isso, é possível inserir alimentos ácidos, carne, ossos, espinhas de peixe, frutos do mar, ao contrário da vermicompostagem. Nessa última, também não se recomenda a deposição em excesso de gorduras e laticínios, pois retardam a decomposição (confira aqui quais itens não são recomendados para deposição em sua composteira doméstica). Também existem resíduos que não vão para nenhum dos tipos de composteira, porém devemos destinar corretamente. Para isso, confira essa matéria especial sobre o que fazer com o que não vai para a composteira.
Ao identificar o melhor tipo de processo (compostagem ou vermicompostagem) e de composteira para sua casa, família e orçamento, muitas pessoas ainda têm uma dúvida: se a composteira caseira é higiênica. Essa dúvida é recorrente devido existência de chorume e pela necessidade de lidar com restos de alimentos que podem exalar mau odor e atrair animais. O fato de haver minhocas nas composteiras também assusta. Mas esse receio não tem muito fundamento (veja mais
aqui).
Fatores que influenciam na geração e na qualidade do composto
São muitos
os fatores que podem influenciar na quantidade e qualidade dos compostos gerados durante a compostagem, os principais são os seguintes:
• Organismos: a transformação da matéria orgânica bruta para húmus é um processo, basicamente, microbiológico, operado principalmente por fungos e bactérias, que, durante as fases da compostagem, alternam espécies de micro-organismos envolvidos. Também há a colaboração da macro e mesofauna, como minhocas, formigas, besouros e ácaros, durante o processo de decomposição;
• Temperatura: um dos fatores de grande importância no processo de compostagem. Esse processo de decomposição da matéria orgânica por micro-organismos se relaciona diretamente à temperatura, por meio de micro-organismos que produzem o calor, pela metabolização da matéria orgânica, estando a temperatura relacionada a vários fatores, como materiais ricos em proteínas, baixa relação carbono/nitrogênio, umidade e outros. Materiais moídos e peneirados, com granulometria mais fina e maior homogeneidade, originam uma melhor distribuição de temperatura e menor perda de calor;
• Umidade: a presença de água é fundamental para o bom desenvolvimento do processo, pois a umidade garante a atividade microbiológica, isso se deve porque, entre outros fatores, a estrutura dos micro-organismos consiste de aproximadamente 90% de água e, na produção de novas células, a água precisa ser obtida do meio, ou seja, neste caso, da massa de compostagem. Porém, a escassez ou o excesso do líquido pode desacelerar a compostagem - se houver excesso, é necessário acrescentar matéria seca, como serragem, que é a melhor indicação para isso.
A faixa de umidade ótima recomendada para se obter um máximo de decomposição está próxima de 50%, devendo haver uma maior atenção ao teor de umidade durante a fase inicial, pois esta precisa de uma adequação do suprimento de água para promoção do crescimento dos organismos biológicos envolvidos no processo e para que as reações bioquímicas ocorram no tempo certo, durante o processo de compostagem;
• Aeração: no processo de compostagem, é possível dizer que a aeração é o fator mais importante a ser considerado, isso porque o arejamento evita a formação de maus odores e a presença de insetos, como as moscas de frutas, por exemplo, o que é importante tanto para o processo como para o meio ambiente. Também deve-se levar em contra que, quanto mais úmida está a massa orgânica, mais deficiente será sua oxigenação. É recomendado que o primeiro revolvimento seja feito em duas ou três semanas após o início do processo, pois esse é o período em que se exige a maior aeração possível. Em seguida, o segundo revolvimento deve ser feito aproximadamente três semanas após o primeiro, e dez semanas após o inicio de processo de compostagem deve ser feito o terceiro revolvimento para uma incorporação final de oxigênio.
Uma massa orgânica com uma dose apropriada de nitrogênio e carbono ajuda no crescimento e a atividade das colônias de micro-organismos envolvidos no processo de decomposição, possibilitando a produção do composto em menos tempo. Sabendo que os micro-organismos absorvem o carbono e o nitrogênio numa proporção de 30 partes de carbono para uma parte de nitrogênio, ou seja, uma razão de 30/1, essa é a proporção ideal para o material orgânico depositado na composteira, mas também são recomendados valores entre 26/1 e 35/1, como sendo as relações C/N mais propícias para uma rápida e eficiente compostagem.
Resíduos com relação C/N baixa (C/N<26 a="" alta="" amoniacal="" banana="" c="" cachos="" carbono="" caso="" celul="" como="" compostagem.="" contr="" de="" do="" durante="" e="" elevar="" em="" forma="" ideal.="" juntar="" madeira="" mat="" milho="" na="" nesse="" nio="" nitrog="" no="" o="" ou="" palha="" para="" perdem="" pobres="" possui="" pr="" processo="" quando="" recomenda-se="" rela="" restos="" ria-prima="" ricos="" rio="" s="" sabugo="" seja="" serragem="" sicos="" talos="" um="" valor="" vegetais="" ximo="">35/1), o processo de compostagem torna-se mais demorado e o produto final apresentará baixos teores de matéria orgânica. Para corrigir esse erro, deve-se acrescentar materiais ricos em nitrogênio, como folhas de árvores, gramíneas e e legumes frescos.26>
Além do que até aqui mencionado, outros cuidados recomendados estão relacionados ao local onde a composteira estará alocada: o preparo prévio do material orgânico, a quantidade de material a ser compostado e as dimensões das leiras (quando a compostagem é feita em leiras, pilhas de resíduos em linha). Você também deve tomar cuidado com quais materiais orgânicos colocar na sua composteira, como por exemplo, no caso da vermicompostagem, onde há restrições a alguns tipos de alimentos já mencionados e também devendo-se evitar a deposição em excesso de frutas cítricas, cebola ou alho, pois alteram o pH do composto. (Veja
aqui o que pode e não pode ir na sua composteira).
Importância para o meio ambiente e para a saúde da população
Segundo
dados do IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o material orgânico corresponde a cerca de 52% do volume total de resíduos produzidos no Brasil e tudo isso vai parar em aterros sanitários, onde são depositados com os demais e não recebem nenhum tipo de tratamento específico.
O uso da compostagem traz muitas vantagens para o meio ambiente e para a saúde pública, seja aplicada no ambiente urbano (domésticos ou industriais) ou rural. A maior vantagem que pode ser citada é que, no processo de decomposição da compostagem, ocorre somente a formação de dióxido de carbono ou gás carbônico (CO2), água (H2O) e biomassa (húmus). Por se tratar de um processo de fermentação que ocorre na presença de oxigênio (aeróbico), permite que não ocorra a formação de gás metano (CH4), gerado nos aterros por ocasião da decomposição destes resíduos, que é altamente nocivo ao meio ambiente e muito mais agressivo, pois é um gás de
efeito estufa cerca de 25 vezes mais potente que o gás carbônico - e mesmo que alguns aterros utilizem o metano como energia, essas emissões contribuem para o desequilíbrio do
efeito estufa, influência humana potencialmente determinante das mudanças climáticas.
Adicionalmente, ao diminuirmos a quantidade de lixo destinado aos aterros, haverá, por consequência, uma economia nos custos de transporte e de uso do próprio aterro, ocasionando o aumento de sua vida útil (veja
aqui matéria sobre o uso da compostagem em grandes cidades). Outra vantagem é a redução do passivo ambiental, que é o conjunto de obrigações que as empresas têm com o meio ambiente e sociedade, ou seja, quando as empresas ou indústrias geram algum tipo de passivo ambiental, também têm que gerar investimentos para compensar os impactos causados à natureza. Assim, com a compostagem, reduzem o lixo produzido, pois ele faz parte do passivo ambiental das empresas e indústrias.
Além de tudo que percorremos até aqui, a compostagem promove a valorização de um insumo natural e ambientalmente seguro, adubo orgânico, atuante sobre a reciclagem dos nutrientes do solo e no reaproveitamento agrícola da matéria orgânica, assim evitando o uso de fertilizantes inorgânicos, formados por compostos químicos não naturais, cujos mais comuns levam em sua composição substâncias como nitrogênio, fosfatos, potássio, magnésio ou enxofre (veja
aqui mais informações sobre esse tipo de fertilizante), cujos efeitos, sobretudo os fertilizantes nitrogenados, se apresentam igualmente nocivos ao desequilíbrio do efeito estufa. Também é possível mencionar os riscos que esses fertilizantes podem trazer devido à presença de metais pesados em sua composição(fique por dentro lendo essa
matéria).
Se suas dúvidas sobre compostagem foram solucionadas com essa matéria e você está querendo praticar a sua em casa, você pode comprar uma composteira doméstica em nossa loja. Para isso, basta clicar aqui e encontrar o melhor tipo para sua casa e sua família
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