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segunda-feira, 10 de maio de 2021

Preparação da calda sulfocálcica


Cuidados a serem observados
• Recomenda-se usar cal virgem de boa qualidade, com o mínimo de impurezas e bem-calcinada;
• Na ocasião de misturar o sulfato de cobre e a cal, as duas soluções devem estar com a mesma temperatura, sendo que, quanto mais baixa, melhor. Portanto, deve-se esperar esfriar completamente a solução de cal até ficar com a mesma temperatura da solução de sulfato de cobre;
• Não diluir a solução com água depois de preparada;
• Quando for necessário, depois de preparada a calda, adicionar espalhante-adesivo ou qualquer outro produto;
• A qualidade da calda preparada é representada pela sua capacidade de manter seus componentes em suspensão. Para avaliar isso, coloca-se um pouco de calda em um copo de água e mede-se a velocidade da sedimentação. Quanto mais lenta, melhor será a qualidade da calda.


Calda sulfocálcica concentrada (30 a 32˚ Bé)
A calda sulfocálcica é encontrada pronta no comércio. Pode ser conservada por 30 dias em vasilhame bem fechado, tendo-se o cuidado de cobrir o líquido com uma camada de óleo mineral para isolar a ação do ar. Junta-se a calda à água, de acordo com a orientação da embalagem, agitando e tomando o cuidado de não aplicar em dias ou horários quentes.
Se preferir, a calda pode ser preparada na propriedade, conforme segue:
Produtos
25 kg de enxofre em pó 12,5 kg de cal 100 litros de água
• Colocar a cal em um tambor ou recipiente de ferro ou cobre de 200 litros de capacidade. Em outro tambor, colocar 120 litros de água e levar ao fogo até ferver. Com a água fervendo, hidratar aos poucos a cal do tambor de 200 litros, juntando-se, em seguida, água e enxofre até que se forme uma pasta, sempre a mexendo;
• Despejar água fervente sobre a pasta, até completar 100 litros. Levar então o tambor ou recipiente ao fogo, fervendo a calda por meia hora, sem parar, sempre mantendo constante o volume de 100 litros (completando com água quando necessário). Durante a fervura, agitar a calda constantemente com uma pá de ferro ou madeira;
• Após 30 a 40 minutos, ficará com uma coloração amarelo-âmbar e deverá ser, então, retirada do fogo. Deixar esfriar e coar, separando-a da “borra” que se forma;
• A calda assim preparada pesa, geralmente, 30-32˚ Bé, o que pode ser verificado através de um aerômetro. Para usá-la, misturar com água, na proporção indicada, conforme a Tabela 1.
Tabela 1 – Quantidade da solução concentrada (litro) a ser acrescentada a 100 litros de água.







Observações:
• Para armazenar a calda sulfocálcica, utilizar recipiente de vidro ou bombona plástica, desde que bem-vedados e não armazená-la por mais de 30 dias;
• A calda diluída deve ser utilizada no mesmo dia;
• É recomendada a adição de espalhante adesivo à calda (20 mL para 100 litros de calda);
• Obedecer ao intervalo de 20 dias entre a aplicação da calda sulfocálcica e a aplicação da calda bordalesa;
• Após a aplicação da calda sulfocálcica, lavar bem os equipamentos com vinagre, na proporção de 1:10 de água, por ser um produto cáustico, não se devem lavar os equipamentos e nem jogar restos de caldas em rios, córregos, lagos, açudes ou em áreas próximas a cursos de água;
• Para aplicação da calda, é obrigatória a utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI), pois a calda pode não só estragar roupas bem como provocar irritações na pele.

Origem: Instituto Biológico - www.biologico.sp.gov.br
Eduardo Monteiro de Campos Nogueira é Pesquisador Científico do Centro de P&D de Sanidade Vegetal do Instituto Biológico.
Contato: nogueira@biologico.sp.gov.br

Josiane Takassaki  Ferrari é Pesquisador Científico do Centro de P&D de Sanidade Vegetal do Instituto Biológico.
Contato: takasaski@biologico.sp.gov.br



Reprodução autorizada desde que citado a autoria e a fonte



Dados para citação bibliográfica(ABNT):
NOGUEIRA, E.M.C.; FERRARI, J.T.  Como cuidar das árvores frutíferas no inverno. 2009. Artigo em Hypertexto. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2009_3/frutiferas/index.htm>. Acesso em: 7/5/2013

terça-feira, 5 de maio de 2015

Dicas para produção orgânica de hortaliças - Programa Rio Grande Rural




Cada vez mais os consumidores estão exigindo alimentos sadios. E os hortigranjeiros orgânicos são sadios. A agroecologia é uma ciência que ensina técnicos e agricultores a produzir sem agrotóxicos. Em Liberato Salzano, no norte gaúcho, a produção agroecológica de hortaliças está crescendo, para o bem-estar de agricultores e consumidores.

Jornalista Marcela Buzatto
Cinegrafista José Schaefer 
Liberato Salzano - RS

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Quem Sabe Responde: Como cuidar de um pomar com calda bordalesa


Fonte: Ana Brito / Rural Centro
Editoria: Agricultura

Quem Sabe Responde: Como cuidar de um pomar com calda bordalesa

A Série Quem Sabe Responde desta semana atende às dúvidas do leitor Pedro Paulo Sperb Wanderley:
"Estou com um problema no pomar da propriedade rural de minha família.
Todos os pés de frutas existentes (abacate, laranja, limão e jaca) estão apresentando o mesmo sintoma: existência de várias "casas" de algum animal (tipo coró).
Isso esta afetando também as frutas, apodrecendo-as em partes, ou até mesmo por inteira (uma espécie de "broca").
Nota-se a diferença, também, nos troncos e galhos das árvores, uma espécie de ressecamento excessivo, aumentando a casca.
Envio à equipe da Rural Centro diversas fotos para análise e um possível solução".
Quem responde é o técnico Agrícola, educador do SENAR-MS, especialista em fruticultura, olericultura e seringueira, Antônio Minari Júnior, que além de analisar todo o material enviado pelo leitor, dá indicações de procedimento:
Tronco, Laranjeira, Leveduras, Algas, ApodrecimentoAparentemente é uma parte de tronco de laranjeira com idade avançada com leveduras e algas instaladas, que apresenta apodrecimento e soltura da casca, provocado provavelmente por fungos oportunistas, que em caso de exploração econômica, normalmente não surgem em função de manejo do pomar. Nesse caso, pincelar o tronco e as lesões com calda bordalesa mensalmente.
Tronco, laranjeira, ovos, largatas
Colônia de ovos de lagartas secundárias, que também não aparecem em pomares comerciais. O tratamento é o mesmo;



Tronco, apodrecido, casca seca
Aparentemente é um tronco já apodrecido, com a casca totalmente seca. Serrar próximo ao tronco, caso a planta ainda apresente sintomas de estar vivo, o que na foto, não é possível perceber e pincelar com a mesma calda;


mofo da laranja
Fruto de laranja com aparente cobertura de mofo cinzento que não caracteriza lesão. Baixa definição da foto não permite precisão no diagnóstico;



laranjeira, fase terminal, lesõesLaranjeira em fase terminal, com lesões no colo da planta, que aparentemente é gomose, uma doença que ataca principalmente plantas de limão cravo (também conhecidos como limão rosa ou limão china), que é o apodrecimento da casca no colo da planta, bem no local onde a planta define o que fica enterrado e o que fica pra fora do chão.
Causa provável do aparecimento da doença: aterramento de colo, encharcamento do solo ou dano físico no tronco ou raízes.
Controle: raspar o colo da planta com escova de aço e pincelar mensalmente com calda bordalesa. Vale dizer que o tratamento é paliativo e por tentativa, pois aparentemente a lesão está quase que em volta de todo o tronco;
 
Abacate, antracnose
Fruto de abacateiro com lesão de dano físico (algo raspou a casca do fruto) e mais a direita da foto, lesão de antracnose. Essa doença aparece com temperatura elevada e alta umidade relativa do ar, que é o que acontece nessa época do ano.


Abacates, Antracnose
Frutos de abacateiro com lesão de antracnose em alto grau de desenvolvimento, já com podridão avançada.



Abacate, Antracnose
Fruto de abacateiro com lesão de antracnose.Essa doença se manifesta com aparecimento de lesões arredondadas e em depressão. Quando tomam a coloração castanha escura ou enegrecida, formam uma espécie de tumor em depressão que podem ser retirados inteiros com uma colher. Claro que quando a lesão toma essa proporção, o fruto está praticamente perdido, mas pode ser parcialmente aproveitado, desde que não apresente cheiro característico de podridão.
Controle da antracnose: pulverização mensal com calda bordalesa e pincelamento do tronco;
 
Largatas Secundárias, Ovos Largatas, OvosLargatas, ovos
Fotos acima: de lagartas secundárias, com colônia de ovos, que em manejo comercial, não aparecem no pomar. Pincelar com calda bordalesa mensalmente, controlam as colônias;
 
Jaca, antracnose, pulverizaçõesjaca, antracnose
Fotos acima: Fruto da jaqueira, com lesões iniciais aparentemente de antracnose. A planta da jaqueira, como não é para a nossa região, uma cultura economicamente explorada, os controles são paliativos, pois é possível a convivência com a doença, sem a necessidade de pulverizações. Caso seja de interesse, pulverizar a planta toda com calda bordalesa.
Calda bordalesa: para que serve
Trata-se de produto recomendado pela agricultura orgânica, que não deixa resíduo e pode ser preparado pelo próprio produtor.
Calda bordalesa receita:
100 gramas de cal virgem (tem que ser virgem. Cal hidratada não da a eficiência necessária);
100 gramas de sulfato de cobre;
01 litro de água;
02 vasilhames de plástico, vidro ou louça. Não pode ser lata, latão ou alumínio.
No período da tarde, misturar metade da água com a cal e mexer bem, até apresentar boa diluição (não vai conseguir diluir tudo). E a outra metade da água, misturar com o sulfato de cobre e mexer bem. Também não vai diluir tudo nesse momento. Para cada vasilhame, usar uma pá ou estaca ou madeira para mexer. Não mexer as duas com a mesma pá ou madeira.
Na manhã do dia seguinte, tornar a mexer, até atingir o máximo da diluição dos dois produtos.
Após mexer bem, iniciar a mistura, adicionando a solução de sulfato de cobre sobre a solução de cal, aos poucos e mexendo sempre.
NUNCA misturar a cal sobre o sulfato de cobre, pois isso acontecendo, o produto talha (como leite estragado) e perde efeito.
Para pincelar, o produto está pronto. Para pulverizar, diluir 400 ml para cada 10 litros de água.
Após misturar as soluções de cal com sulfato de cobre, usar em no máximo 48 horas. Passado esse período, a mistura perde o efeito.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

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