Por que manter árvores na área urbana?
As cidades dependem fortemente do meio rural para atender às
suas necessidades de água, de alimento, de fibras e de outros
produtos essenciais à vida e ao bem-estar. O impacto ambiental das
cidades sobre o ambiente pode ser avaliado por uma medida chamada
de “pegada ecológica”. Essa pegada, ou biocapacidade, corresponde à
área de terra produtiva e de ecossistemas aquáticos necessários para
produzir os recursos utilizados e absorver os resíduos produzidos por
determinada população com padrão de vida específico, onde quer que
essa área esteja localizada (PNUMA, 2004). Em 1995, o ecologista
Herbert Girardet estimou que a pegada ecológica da cidade de Londres
era 125 vezes maior do que a área ocupada por ela.
A estimativa do ano
2000 é de que a pegada ecológica dessa metrópole seja equivalente a
49 milhões de hectares, o que representa 42 vezes sua biocapacidade e
293 vezes sua área geográfica, o que grosseiramente equivale ao dobro
da área da Grã-Bretanha. Com a população de 7,4 milhões de pessoas,
esse cálculo representa 6,63 ha por habitante urbano. Com base na
capacidade da Terra de 2,18 ha por habitante, em média, pode-se
estimar que seriam necessários três planetas idênticos à Terra para
manter o atual estilo de vida dos londrinos (LSDC, 2008).
A cidade de Vancouver, no Canadá, consome a produção de uma
área 174 vezes maior do que aquela referente à sua área política. A
pegada ambiental urbana relativamente desproporcional é aceitável até
certo ponto, porque a concentração de populações nas cidades reduz a
pressão sobre a terra, possibilita economias de escala e facilita a
proximidade da infra-estrutura e dos serviços (PNUMA, 2004).
As cidades são fruto do engenho humano, mas muitas vezes são
inóspitas. Elas são consideradas por urbanistas como ecossistemas.
São sistemas imaturos, se comparados aos sistemas naturais, pois
estão em rápido crescimento e são ineficientes no uso de recursos, tais
como água e energia (HAUGHTON e HUNTER, 1994 citado por BOLUND
e HUNHAMMAR, 1999).
Nas cidades há produção e consumo de energia em grande escala;
há importação e canalização de água, assim como incremento de
importações e de exportações de outros materiais, com o acúmulo de
enorme quantidade de dejetos e de lixo.
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