Por: Tini Schoenmaker Stoltenborg
A publicação dos resultados das análises de hortifruti pela Anvisa, apontando produtos com excesso de resíduos de agrotóxicos e resíduos de agrotóxicos proibidos, incomoda, e muito, este setor. A maior preocupação passou a ser como minimizar os efeitos dos dados da pesquisa e evitar que consumidores conscientes se tornem adeptos dos orgânicos. O caminho que escolheram foi encontrar pessoas e uma revista de opinião dispostas a servirem de porta-voz.
O artigo diz que agrotóxicos levam erroneamente a palavra 'tóxico'. O nome correto seria 'defensivos agrícolas'. Esta afirmação não bate com a caveira presente nas embalagens dos mesmos e a necessidade de aplicar estes 'defensivos' com EPIs: as pessoas usam botas, luvas e máscaras e roupas de calça e manga compridas que devem ser lavadas isoladamente após cada uso. E ainda bem que a lei de segurança no trabalho exige isto, pois se trata de veneno mesmo. Porém o artigo diz que não fazem nenhum mal comprovado à saúde, mesmo com um resíduo excedente. Logo esta mentira foi desmascarada com a notícia nos jornais e TVs de que os EUA poderiam proibir a entrada de suco de laranja brasileira caso comprovasse conter excesso do fungicida 'Carbendazim', que provoca infertilidade e diminuição de testículos em testes com animais e por isso mesmo tem seu uso proibido nos pomares dos EUA.
A estratégia foi também diminuir os benefícios dos orgânicos chegando a esta frase anticientífica: “de modo geral, não há diferenças significativas entre os hidropônicos e os alimentos convencionais ou orgânicos”. No nosso site há muitos artigos com dados científicos que comprovam o contrário. Os próprios agricultores convencionais têm consciência da toxicidade dos produtos que usam. Temos clientes, eles mesmos produtores convencionais de batatas, que fazem questão de comprar nossas batatas orgânicas e demais hortifrutis orgânicos. Conheço uma fazenda produtora de laranjas convencionais. As laranjeiras perto da colônia de casas são bem menos pulverizadas, pois são destinadas para o consumo das famílias moradoras. Joop visitou um sitiante esta semana que arrendou parte da sua terra para o plantio de jiló. Joop perguntou se comia muito jiló e recebeu esta resposta: “Não. Dá até desgosto de ver o quanto é pulverizado”.
E o que há de especial nos orgânicos? Uma cliente nossa disse que o marido tinha câncer na língua. Fez tratamento, mas ela acha que o que mais contribuiu para a cura foi a mudança para a alimentação orgânica. Uma das verdades sobre os agrotóxicos é que é impossível fazerem bem à saúde das pessoas e do planeta. Precisamos de um mutirão gigante para diminuir o seu uso. O mundo será melhor no dia em que não forem mais usados e todo alimento for orgânico!
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