solo pobre e um solo rico |
Para fazermos uma horta, jardim ou gramado é essencial conhecermos nosso solo. O ideal seria uma análise num laboratório especializado, mas nem sempre isto é possível e prático. No entanto, sempre vale à pena dar uma pesquisada antes. Às vezes há um laboratório pertinho de você, que fornecerá dados importantes e completos sobre o solo, inclusive sobre a fertilidade, sob um custo na maioria das vezes surpreendentemente baixo. Pergunte ao engenheiro agrônomo que atende na agropecuária próximo de você, procure em faculdades de agronomia, Emater, Embrapa, laboratórios privados, etc. Não achou? Não se desespere, pois neste artigo vamos procurar entender um pouco o nosso solo.
Podemos dividir o solo em três partes: físico, químico e biológico. O
físico é, como o próprio nome sugere, sua granulometria, porosidade,
textura, dadas principalmente pelos diferentes componentes em sua
composição, como água, areia, argila, ar e matéria orgânica e a
proporção e a estrutura como estes estão organizados. O químico seria
seus nutrientes e pH, basicamente. O biológico, que indica sua vida
propriamente dita, são a fauna e microfauna presente no solo, composta
por bactérias, fungos, minhocas, insetos, ácaros, algas, moluscos, etc.
Neste artigo trataremos principalmente da parte física e um pouco da
porção biológica do solo. O detalhamento do pH e a forma de verificar a
acidez do seu solo serão tratados num próximo artigo.
Para sabermos a constituição física de nosso solo existem diversos
testes. Um solo arenoso é fácil de ser trabalhado, as ferramentas como
enxada e enxadão penetram facilmente neste solo. Ele também é muito
fácil de fertilizar com compostos orgânicos e adubos químicos. No
entanto, é um solo que se empobrece mais rapidamente porque os
nutrientes são mais facilmente carregados pela água das chuvas e das
regas. É um tipo de solo ideal para diversas hortaliças, principalmente
as cenouras, beterrabas, mandiocas e outras que colhemos as raízes. Os
solos argilosos são mais difíceis de serem trabalhados, pois a terra
gruda nas ferramentas. É um solo mais compacto, menos arejado e a água
tem dificuldade em penetrar e escoar. A textura ideal de solo, para a
maioria das plantas, é um solo arenoso-argiloso, que teria uma
constituição de textura média, capaz de ser trabalhado, de reter
nutrientes e água.
Como fazer o teste de solo
Para
sabermos a constituição do nosso solo, podemos usar uma ferramenta,
como uma pequena pá. Cave um buraco com 20 cm de profundidade, colha
esta terra e coloque numa garrafa branca transparente. O ideal seria uma
garrafa de vidro, mas na falta desta pode-se usar uma garrafa pet
branca. Complete com água e agite bem, para misturar e dissolver bem os
torrões. Deixe descansar por um período de 2 horas, para que todo
material assente. Depois deste tempo, você vai notar diversas camadas
diferentes. Na parte debaixo ficarão as areias, que são partículas mais
pesadas e maiores. No meio ficarão as argilas e em cima, deverá ficar
uma fina camada preta, que seria a matéria orgânica. Esta camada de
húmus ou matéria orgânica poderá até não existir, dependendo da riqueza
biológica de seu solo. Na superfície poderá ficar, se houver, matéria
orgânica não decomposta, como algum pedaço de folha ou pequenos pedaços
de galhos, palha, etc.
O
tamanho de cada uma destas camadas é que vai definir seu tipo de solo.
Se houver mais de 85% de areia, será um solo arenoso. Com 70% de areia, o
solo será arenoso-argiloso, e com menos de 60% de areia, será argiloso.
A camada preta de húmus, como já disse acima, poderá até não existir,
mas se você notar uma camada preta de cerca de 5 a 7%, considere-se um
felizardo.
Uma outra forma de analisar o solo é sujando as mãos. Pegue uma
porção da terra úmida e amasse nas mãos. Aperte bem este punhado de
terra, inclusive batendo. Se suas mãos ficaram sujas, seu solo é
argiloso. Se suas mãos ficaram limpas, e sentiu inclusive os grãos de
areia, seu solo é arenoso. O meio termo, seria um solo arenoso-argiloso.
Este método é mais subjetivo que o primeiro e exige um pouquinho mais
de prática para acertar.
Ao contrário do que muitos pensam, a melhor forma de corrigir um solo
arenoso não é adicionar-lhe argila. Da mesma forma, de nada adianta
adicionar areia a um solo argiloso. Em ambos os casos, a textura, a
porosidade, a fertilidade e o arejamento do solo podem ser melhorados
com a adição de matéria orgânica. Eis aí o segredo de um jardim bonito,
uma horta produtiva e um pomar frondoso em qualquer tipo de solo. A
escolha das espécies mais adaptadas ao seu tipo de solo também é
fundamental para o sucesso.
Para um jardim, com gramados e plantas ornamentais, o melhor seria um
solo arenoso-argiloso ou arenoso. Vejo muitos insucessos em gramados
devido o preparo do solo. Conhecendo o tipo de solo, fica bem mais fácil
prepara-lo.
Já para as hortas, o ideal seria um solo mais arenoso, bem trabalhado
com matéria orgânica. Como a drenagem da água é maior neste tipo de
solo, o uso de matéria orgânica é indispensável. Consumir hortaliças de
nossa própria horta, além de prazeroso, nos dá a certeza de estarmos
levando à nossa mesa um produto saudável, com excelente qualidade
biológica. Boas colheitas!
Sinval Bragahttp://www.jardineiro.net/conheca-seu-solo.html
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