Árvores caem todos os dias. Mas em áreas de grande circulação de pessoas torna-se um perigo de vida; ainda mais exemplares gigantes de eucalipto.Há anos discuto o planejamento no plantio de árvores em porto alegre, isto quer dizer, plantio de espécies de porte adequado as ruas e parques, remoção de grandes exemplares, isso tudo com divulgação para a comunidade e contando com sua ajuda.
No entanto, hoje em porto alegre, quando poda-se ou corta-se uma espécie vegetal, o galho cai no chão, a prefeitura já está ali para notificar. Enquanto se você fizer o pedido de vistoria, espera meses por um técnico da prefeitura.
Quantas árvores já cairam nesta cidade e a prefeitura já tinha sido informada. Até no meu trabalho já aconteceu isso, olhem só!!
Falta bom senso e planejamento nesta cidade!
Engenheiros agrônomos analisam estado de árvores da Redenção, em Porto Alegre
De 20 vegetais observados, dois apresentam danos irreversíveis e 16 precisam ser monitorados
Engenheiros Lucianita da Silva e Paulo Zanella foram à Redenção na tarde de domingo
Foto:
Fernando Gomes / Agencia RBS
A pedido da Zero Hora, a engenheira agrônoma Lucianita da Silva,
especialista em fitossanidade, e o engenheiro agrônomo Paulo Zanella
acompanharam a reportagem até a Redenção, em Porto Alegre, na tarde
deste domingo. A ida ao parque foi motivada pela morte do juiz Leonir
Heinen, 64 anos, atingido pela
queda de um eucalipto
de 25 metros, que feriu outras duas pessoas. De 20 árvores observadas,
duas apresentavam danos irreversíveis — uma delas, um cipreste, está
escorada por risco de queda —, e 16 precisam ser monitoradas
periodicamente em razão da idade ou de sintomas como ramos secundários
mortos, presença de cupins ou brocas (um tipo de inseto) ou
erva-de-passarinho (planta parasita).
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Lucianita explica que uma das formas de monitorar a saúde das plantas
é retirar galhos mortos e monitorar a brotação de novos ramos — a
repetição de sintomas pode indicar que a planta está doente. Do universo
analisado, dois exemplares que também precisam de acompanhamento
periódico apresentam sinais de que o monitoramento já é feito. Já uma
palmeira aparentemente sem problemas foi alvo de vandalismo com uso de
fogo.
— Algumas dessas árvores precisam de podas de equilíbrio, para que
sejam retirados galhos que deixam a planta mais pesada para um lado.
Outras precisam de podas de limpeza, cortando ramos mortos. As pessoas
muitas vezes consideram esse trabalho uma agressão. É preciso que todos
entendam que podas técnicas são necessárias — comenta a engenheira.
Para o secretário de Meio Ambiente de Porto Alegre, Claudio Dilda,
não há motivos para a população entrar em pânico. Ele garante que as
árvores da Capital passam por monitoramento constante e considera o
acidente de sábado uma fatalidade. Perto de onde o eucalipto despencou,
há outros 18 exemplares da mesma espécie e com mais de 50 anos, segundo
Dilda. Ao contrário do exemplar que caiu, parte deles traz danos
aparentes em razão da presença de insetos ou de plantas parasitas.
O ultrassom, acredita o secretário, ajudaria a detectar se um
exemplar aparentemente saudável está oco em razão da ação de insetos. Os
exames devem começar pelos locais de maior circulação, como parques,
mas nem todos os exemplares serão avaliados. A análise de galhos mortos
em laboratório também poderia ajudar a detectar a razão dos danos. A
Smam, porém, não realiza este tipo de procedimento:
— O monitoramento é feito pelos servidores. É uma análise mais visual
e por detecção. Não há uma prática com esse nível de sofisticação
(análise em laboratório).
Hoje, a Smam conta com 30 biólogos, agrônomos e engenheiros
florestais que monitoram a situação de cerca de 1,2 milhão de árvores.
Em parques como a Redenção, que tem mais de 10 mil exemplares, há
equipes fixas. A população também ajuda a identificar problemas. Para
Paulo Brack, biólogo e professor do departamento de Botânica da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o recomendável seria
retirar exemplares de eucaliptos dos locais de grande circulação.
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árvore que caiu e matou uma pessoa |
— Muitos eucaliptos da Redenção estão crivados com erva-de-passarinho
(planta parasita). Os galhos ficam pesados. E grande parte dos
exemplares do parque está sob estresse, em um solo pisoteado,
compactado, sem adubação — avalia.
Vinte exemplares observados
A pedido de Zero Hora, a engenheira agrônoma Lucianita da Silva,
especialista em fitossanidade, e o engenheiro agrônomo Paulo Zanella,
donos de uma empresa de consultoria na área, observaram 20 exemplares de
árvores da Redenção, a maioria eucaliptos que estavam próximos ao local
do acidente de sábado. Árvores no caminho entre o cachorródromo e o
arco também foram analisados. Confira:
Eucalipto (13)7 apresentam ramos mortos e
devem entrar em programa de limpeza. Com isso, será possível monitorar
se novos ramos com problemas irão nascer
1 apresenta erva-de-passarinho, uma planta parasita, no tronco e precisa limpeza
1 apresenta parte do tronco morto, possivelmente em razão da ação de insetos. Não é possível identificar a extensão do dano
1 apresenta danos que podem ter sido causados por insetos, como cupins.
1 apresenta danos por broca (um inseto) e pode ser tratada
2 necessitam de poda de equilíbrio
1 tem sinais de que sofreu ferimentos e precisa de investigação para se descobrir a razão dos danos
1 pode receber escora, pois está pendendo a um dos lados
1 não apresenta danos, mas precisa de monitoramento
Jacarandá (3)2 têm galhos grandes e poderiam receber escoras, mesmo sendo saudáveis
1 tem recomendação de avaliação técnica para verificar a necessidade de instalar escoras nos galhos, apesar de saudável
Palmeira (1)1 sinais de vandalismo (fogo)
Cipreste (1)
1 tem danos visíveis e risco de queda. Está escorado e não é recuperável
Pitangueira (1)
1 planta, nativa do Brasil, com provavelmente mais de 50 anos, não tem sintomas aparentes de danos
Não identificada (1)
1 planta morta, sem
galhos. Os especialistas não conseguiram identificar a espécie.
Aparentemente, não apresenta risco de queda, mas pode ser retirada