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terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Como o manuseio com a terra pode melhorar a qualidade de vida nas cidades

Veja exemplos de quem construiu uma horta, mesmo em pequenos espaços, e algumas dicas para fazer a sua própria

Como o manuseio com a terra pode melhorar a qualidade de vida nas cidades Bruno Alencastro/Agencia RBS
Foto: Bruno Alencastro / Agencia RBS
Suba as escadarias do viaduto da Avenida Borges de Medeiros. Entre no número 727. Vá até o terraço. O que irá encontrar é inusitado para o prédio de nove andares, encravado na região mais quente e barulhenta da cidade. Uma horta com culturas agrícolas reúne borboletas, passarinhos e minhocas, reproduzindo um cenário campestre em meio ao concreto do centro de Porto Alegre.
Em um antigo prédio do INSS, ocupado por moradores de baixa renda por meio de um financiamento de crédito solidário do governo federal, 42 famílias dão exemplo de como o verde pode ganhar espaço em meio ao cinza. No alto do residencial Utopia e Luta, o local a céu aberto, antes em desuso, recebeu antigas banheiras transformadas em vasos onde estão plantados tomate, rúcula, figo, alecrim, radite, uva e muito mais.
A iniciativa surgiu a partir de uma parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que auxiliou na escolha dos gêneros alimentícios, no plantio e na irrigação. A partir dali, foi diagnosticada a necessidade de uma cobertura para proteger a horta das variações rigorosas do clima gaúcho. Os responsáveis são os próprios moradores. Há três anos, o projeto foi contemplado por um edital da Petrobras para geração de renda. Então, as famílias conseguiram financiar e construir o primeiro jardim hidropônico em terraço do Brasil.
— As alfaces estão um pouco sofridas, mas rúcula, radite e manjericão estão indo de vento em popa — diz a socióloga Anna Simão, umas das administradoras do local.
Fertilizar a terra e espantar as pragas também fazem parte da lida. O trabalho requer paciência. O fato de estar na cidade não dispensa os cuidados da roça, mesmo sob o sol de quase 40°C. E como nem todos os vasos são irrigados pelos dutos automáticos da hidroponia, é necessário regar manualmente três vezes por dia. Anna transpira enquanto põe as mãos na terra para mostrar, orgulhosa, as plantas que já cresceram por ali. Depois de germinadas, as mudas podem servir para doação, venda e consumo próprio. Para os moradores do prédio, elas representam muito mais do que apenas plantas.
— Queremos mostrar que é possível transformar o cenário e o convívio entre as pessoas das grandes cidades — diz Anna.
O jardineiro fiel
Foto: Adriana Franciosi/Agência RBS 

Para compensar a saudade que sente da casa onde nasceu, em Itapuã, o bioconstrutor Clístenes Souza decidiu criar na área de serviço do apartamento em que mora, na Rua Duque de Caxias, um verdadeiro jardim. Com pedras, fontes, leguminosas, plantas medicinais, ornamentais e temperos, ele conseguiu dar ao local um ar fresco e suave de mato.
— É o lugar preferido de todos que vêm aqui. Quem passa pela porta vem direto ao jardim — diz.
Dois anos experimentando mudas de diferentes espécies e ele conseguiu desenvolver variedades de manjerona, cerejeira, pitangueira, alecrim, entre muitos outros. Hoje, são quase cem plantas que vivem no seu apartamento. No meio do caminho, alguns testes deram errado, e a ideia de ter um pé de maracujá e uma parreira, por exemplo, teve de ser abandonada:
— Faz parte de agricultura urbana. A gente vai testando, errando, acertando. A questão é não deixar de cuidar.
No dia a dia do jardineiro, não pode faltar a rega, a poda, o replantio e a adubação. Mexer na terra é uma terapia que torna a vida de Clístenes mais alegre morando no centro da cidade. Filho de agricultores, ele cresceu plantando de tudo um pouco. Depois de adulto, trabalhou em uma propriedade onde fazer jardins foi uma das suas principais missões. As plantas são quase como filhas para ele. Por isso, cuida delas até quando não está em casa, deixando um amigo ou vizinho responsável pela rega quando vai viajar.
Sofá depenado
Luz de menos, calor demais, frio extremo, viagens, pragas, desconhecimento. São vários os desafios de manter um jardim produtivo em grandes cidades. Em bairros da região central, um fator extra desafia o crescimento das hortinhas: os larápios. Na Cidade Baixa, por exemplo, uma horta comunitária de temperos foi criada pelos donos do Consultório Culinário, na Rua da República. Mesmo já tendo sido replantado diversas vezes, o jardim público, instalado dentro do assento de dois sofás na calçada, enfrenta problemas de desenvolvimento devido à ação de vândalos.
— Ou são os mendigos que sentam e dormem ali, enterram coisas, fazem o que não devem, ou são ladrões que vandalizam os temperos — diz Patrícia Guedes, sócia do restaurante.
No bairro Jardim Botânico, a horta comunitária dos moradores do Residencial Paineiras só não está ainda mais bonita porque um homem, já identificado nas câmeras de segurança do prédio, insiste em aparecer na calada da noite para passar a mão nas mudas de manjericão e espinafre.
Mais lúdido do que econômico
Você mora em apartamento ou casa? A horta será colocada em local de muito ou pouco sol? Só depois de responder a essas perguntas será possível começar o cuidadoso planejamento da sua horta. O menor espaço de cultivo pode ser um vaso pequeno. No livro O Prazer de Cultivar, os consultores de planejamento, execução e manutenção de jardins José Arimateas da Silva e Lisandre Figueiredo de Oliveira dão dicas de como você pode amar ter uma horta.
"Uma vez que você tenha ideia do que vai cultivar na horta, será preciso pensar em como monitorá-la. Aperfeiçoe sua capacidade de observação e saiba agir no momento certo", dizem os autores.
Antes de começar, lembre-se de que a função da horta urbana é muito mais lúdica e educativa do que alimentar, explica o engenheiro agrônomo João Manuel Linck Feijó, da Ecotelhado. Levando em conta o espaço, diz Feijó, tempo de cuidado e materiais, produzir alimentos em casa acaba sendo mais caro do que ir no súper e comprá-los. Mesmo assim, o aspecto filosófico justifica a sua execução:
— Um dos principais motivos para construir uma horta é o fato de ter em casa a possibilidade de produzir 5% a 10% da alimentação que se consome. É uma forma de não perder o contato com a natureza e saber de onde vêm os alimentos.
Com o ritmo apressado da vida contemporânea, a comida passou a ser adquirida embalada, congelada, ultraprocessada. Por isso, explica Feijó, a horta tem uma função lúdica e educativa, principalmente para as crianças.
Mesmo nas cidades, as hortas podem ser individuais ou coletivas. Quando em escala reduzida, normalmente no pátio de casa ou no interior dos apartamentos, o plantio ocorre em vasos, potes, latas e bacias. Mas o cuidado compartilhado de uma plantação pode unir as pessoas. É comum ver uma horta surgir ao redor de uma associação comunitária ou de bairro.
Segundo o engenheiro agrônomo Gabriel Specht, a maioria dos tratos culturais que são realizados nas cidades obedece aos preceitos da agricultura orgânica, uma vez que as áreas de cultivo são pequenas e permitem a eliminação de pragas de forma manual, sem o uso de pesticidas. Outra função da horta, esta mais social, é em relação ao significado da produção agrícola.
— Ter de respeitar o ritmo de crescimento de uma alface vai na contramão da lógica da sociedade imediatista em que vivemos, que nos ensina a simplesmente ir ao supermercado e, após passar o cartão, obter em menos de dois minutos a mesma alface — pondera.
Jardim de parede
Para quem quer começar uma pequena horta em casa, separamos três tipos simples, que podem variar de tamanho e preços, ou ser feitos por você mesmo, utilizando material reciclável. Confira, abaixo:


COMO PLANTAR
Escolha vasos com profundidade
Forre o fundo com pedrinhas ou cacos de cerâmica
Fure o fundo
Acrescente a terra ou substrato
Introduza a muda (sem destruir em volta da raiz)
Coloque terra adubada
Aperte com os dedos, sem compactar a superfície
Regue e deixe em local iluminado
COMO CUIDAR
Espaço
A horta pode ser iniciada em vasos ou pequenas bacias, mas preferencialmente deve ser montada em jardineiras. Para uma "horta interna", é importante pensar no espaço que se tem à disposição: se for restrito, o uso de temperinhos é o mais indicado. Se tiver uma boa área, alface, rúcula, espinafre, cenoura, beterraba podem ser opções (até tomateiro também).
Luminosidade
A instalação deve ser perto de uma janela ou na sacada, para permitir boa luminosidade às plantas. O ideal é de três a quatro horas de sol por dia. As hortaliças precisam de mais sol do que alguns temperos.
Água
Cada planta tem suas necessidades próprias, de acordo com espécie, tamanho, habitat e estações do ano. No inverno, recomenda-se que as regas sejam mais espaçadas. Para avaliar a necessidade de rega de modo bastante simples, basta pressionar o solo com os dedos e sentir a umidade da terra.
Podas
Em geral, as podas são feitas com finalidades estéticas, de rejuvenescimento, para dar forma, controlar o crescimento da planta e estimular a floração e a frutificação.
Adubação
Adubo orgânico é o mais completo alimento para as plantas. O adubo químico geralmente tem somente NPK, isto é, nitrogênio, fósforo e potássio, que são os três principais, mas muito pouco daquilo de que as plantas precisam para crescer.
Controle de pragas
Se a sua horta atrair bichinhos em torno das plantas, pode ser um indicativo de qualidade ambiental, pois eles só aparecem em ambiente são. Se tiver praga atacando as suas plantas, é importante controlar para que ela não destrua a produção.
Isto pode ser feito de forma manual ou com o uso de alguns fertilizantes. Há opções químicas e orgânicas.
Fontes: Gabriel Specht, engenheiro agrônomo, José Arimateas da Silva e Lisandre Figueiredo de Oliveira, no livro O Prazer de Cultivar (2009, editora Casa da Palavra)
Confira dicas de como montar uma horta em apartamento:
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/vida/noticia/2014/02/como-o-manuseio-com-a-terra-pode-melhorar-a-qualidade-de-vida-nas-cidades-4413473.html
http://videos.clicrbs.com.br/rs/zerohora/video/geral/2014/02/dicas-para-montar-uma-horta-apartamento/62147

quarta-feira, 7 de junho de 2017

A troca de vaso, o húmus de minhoca e a abóbora de 10 quilos no telhado!

 Em dezembro de 2016 tive que trocar minha tamareira de jardim (Phoenix roebelinii O’BrienOrigem: Originária da China, região do Laos e Vietnam.

Descrição:

Palmeira de pequeno porte, pode atingir cerca de 3,0 metros de altura, lento crescimento, o que propicia seu cultivo em vasos. Tem o tronco fino, marcado pela inserção das folhas,dando aspecto de escamas grossas. As folhas são grandes, cerca de 1,20m, finamente pinadas de cor verde-escura, flexíveis, dando um aspecto delicado à planta, mas contém espinhos grandes.
Ela cresceu muito fazendo um emaranhado de raízes, troquei para uma vaso maior. Completei o vaso com húmus produzido em nosso minhocário caseiro, tantas vezes falado neste blog. Após alguns meses sementes presentes no húmus germinaram e delas surgiu uma muda de abóbora que subiu no telhado.
Agora em junho colhi esta abóbora (foto abaixo) com 10 quilos! E agora alguém duvida do poder do húmus??
Vamos fazer um doce de abóbora.
abraço








terça-feira, 6 de junho de 2017

Telhados formados por plantas são uma alternativa sustentável



Sustentabilidade! A técnica dos telhados verdes é cada vez mais adotada nos edifícios de São Paulo. O telhado formado por plantas funciona como isolante térmico e traz economia no consumo de energia.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Dicas para montar uma horta na laje ou telhado

Cuidar com a estrutura do local e começar com plantas simples são dicas importantes para começar.
Ter uma horta na laje de casa traz uma série de vantagens: ajuda a melhorar o clima da casa, deixando o ambiente mais fresco, traz mais plantas para o ambiente urbano e fornece alguns alimentos e ervas naturais para os moradores, melhorando a alimentação.



O jornalista Marcelo Marthe, da Veja, mostra no vídeo como começar a fazer uma horta, os tipos de plantas, ideias para espaços pequenos e cuidados práticos na hora de construir um canteiro no telhado da sua casa:



Por Gisele Eberspacher às 9h41 de 06/02/2012


http://atitudesustentavel.uol.com.br/blog/2012/02/06/veja-dicas-para-montar-uma-horta-na-laje/

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Hortas Urbanas - A salada vem do telhado



A salada vem do telhado
Quer umas verduras? Vá buscar lá no telhado. O estudante Marcos Victorino, da Faculdade Cantareira, está desenvolvendo um projeto de hortas sobre telhas em espaços pouco valorizados da metrópole, como lajes, quintais e terrenos de imóveis comerciais e residenciais. As hortas foram plantadas no Colégio Jardim São Paulo, na Zona Norte, e no próprio campus da Faculdade Cantareira, no bairro do Belém, ambos na capital paulista.

A produção da horta do colégio tem a participação dos alunos do ensino fundamental, e vai direto para a merenda das crianças. A primeira colheita da horta da faculdade deve acontecer entre esta semana e a semana que vem, e também está prevista para ser consumida localmente. Esse é um dos benefícios: os vegetais vão direto da terra para o prato.

Quanto custa implantar uma horta no alto de um prédio ou casa? O método da produção nas telhas pode ser adaptado a qualquer espaço, desde que haja incidência de sol. As telhas da foto, por exemplo, têm quatro metros de comprimento, e cada uma custa em torno de R$ 150. Uma telha de um metro custa menos da metade desse preço. Fora isso, há ainda o custo com terra e sementes, normalmente encontradas a um preço acessível.

O que barateia a horta suspensa é que a própria telha garante uma impermeabilização adequada, até porque é feita para isso mesmo. O escoamento de água é feito diretamente para uma calha ou ralo que já exista no local.

TV Globo/ Bom-dia São Paulo

TV Globo/Globo Repórter - 5/9/08
- ""dietas energéticas - horta no telhado"
Terra Magazine - "Hortas urbanas combatem aquecimento global" - Portal Terra


Deu na telha: as hortas do Plantando na Cidade
- ”Planeta Sustentável - Editora Abril”

Projeto Plantando na Cidade -
”Gastronomia & Negócios - UOL”
Leve a sua horta para passear
- ”Planeta Sustentável - Editora Abril

Revista Vida Simples - Editora Abril - set/08 -

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"O que der na telha"

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Telhados verdes como solução de sustentabilidade urbana


Quadro Verde - Telhado ecológico ganha espaço no Brasil from Floricultura on Vimeo.

Telhados verdes como solução de sustentabilidade urbana


Este artigo foca a vantajem na utilização de tecnologias sustentáveis, que reduzem e mitigam os impactos negativos criados por superfícies impermeáveis ​​numa área ultra-urbana. Actualmente, 85 por cento da área da cidade de Lisboa está coberta por superfícies impermeáveis, tais como estradas, edifícios e estacionamentos. A deficiência grave de drenagem geralmente começa quando a quantidade de impermeabilização numa bacia hidrográfica atinge os 10 por cento.

Actualmente e no mundo, relativamente a grandes cidades, os técnicos de ordenamento estão a tentar utilizar um número de ferramentas e alternativas do ponto de vista da arquitectura e ordenamento urbano, afim de proteger as bacias hidrográficas das pressões de um maior crescimento urbano pela construção, sendo um problema reconhecido e assumido, mas na verdade e prática corrente, este problema é muitas vezes negligenciado com consequencias que se vão verificando regularmente em desiquilibrios e que tenderão a aumentar, tanto mais que as solução se vão adiando e as mais práticas acumulando.

Considerando que o telhado "verde" a aplicar em estruturas com telhados planos ou inclinados é uma técnica que a ser utilizada num misto de arquitectura, engenharia civil e paisagismo, pode ser fundamental para mitigar a degradação ambiental relacionada com a quantidade crescente de superfície impermeável e em simultâneo promover espaço verde adicional, algo de que uma cidade como Lisboa, carece em extremo.

http://www.ecotelhado.com.br/default.aspx

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JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO?

JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO ORGÂNICO DOMÉSTICO?   ...