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sábado, 30 de maio de 2015

Senado disponibiliza consulta sobre identificação de transgênicos


NAIRA HOFMEISTER
O projeto que retira das embalagens de alimentos industrializados um triângulo amarelo com a letra T inscrita – o símbolo de que aquele item contém entre seus ingredientes produtos transgênicos – já está tramitando no Senado Federal.
A Casa, aliás, lançou em sua página uma consulta à população sobre o conteúdo da matéria – entre os primeiros 186 manifestantes, apenas três eram favoráveis ao teor do texto.
No último dia 28 de abril, o projeto, de autoria do deputado gaúcho Luis Carlos Heinze (PP), foi aprovado no plenário da Câmara Federal. Caso tenha sucesso também no Senado, será levado para a sanção ou veto da presidenta da República, Dilma Rousseff – embora entidades ambientalistas e órgãos de direito do consumidor estejam estudando ações legais para impedir a mudança da norma atual.
No senado o projeto ganhou nova numeração: agora é o PL 34/2015. O texto terá que passar pelos crivos das comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle e Assuntos Sociais – sua primeira escala, onde será relatado pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
Entidades ambientalistas, organizações da saúde e instituições de defesa do consumidor, vem manifestando-se contrariamente ao conteúdo do projeto. O Procon de Porto Alegre, por exemplo, mandou um ofício aos três senadores gaúchos na tentativa de sensibilizá-los para a manutenção da atual regra.
De acordo com o diretor-executivo do órgão de defesa do consumidor, Cauê Vieira, o projeto desrespeita um direito básico do consumidor: “a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem”.
HEINZE: “O T CRIMINALIZA UM PRODUTO LEGAL”
Proponente da matéria na Câmara dos Deputados, o gaúcho Luis Carlos Heinze já está articulando apoio no Senado para seu texto. “Conversei com (Ronaldo) Caiado (DEM-GO) e com o (Telmário) Mota (PDT-RR). Mas vou deixar que a Casa faça o seu trabalho”, garante.
Para ele, trata-se de corrigir uma injustiça. “O T nas embalagens criminaliza um produto que é legal”, defende.
Sua tese é de que o decreto de 2003 do Ministério da Justiça que obrigava a inserção da informação nos rótulos de alimentos vincula os produtos a circunstâncias de perigo já que o triângulo amarelo é frequentemente utilizado como alerta para locais onde há radiação ou eletricidade, por exemplo.
“Os consumidores também não entendem o que significa: fizemos uma pesquisa e a maioria achava que era um sinal de trânsito”, garante o deputado.
Para Heinze, a aprovação de organismo geneticamente modificados (OGM) pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio) garante que os alimentos são seguros. “São 27 membros especialistas doutores. Como eles não saberão do que estão falando?”, argumenta.
DENÚNCIA: “CTNBIO É PREDISPOSTA A APROVAR”
A titulação dos membros da CTNBio, entretanto, não garante um julgamento isento, denuncia o engenheiro agrônomo Leonardo Melgarejo, que foi um dos integrantes dessa comissão, indicado pelo Ministério do Desenvolvimento Social, durante 6 anos.
“Entre os 27 membros, 16 tem convicção de que as informações geradas ou patrocinadas pelas empresas são suficientemente seguras para aprovar”, aponta, para logo complementar que esse número de apoiadores permanece estável mesmo quando há substituições de conselheiros.
Isso porque, quando há um debate sobre a liberação de um novo tipo de semente transgênica, são as próprias empresas detentoras da patente que apresentam estudos sobre o novo produto.
Essas empresas são, também, as mesmas que fabricam os agrotóxicos aos quais as plantas transgênicas são resistentes.  Em abril deste ano, o Instituto Nacional do Câncer publicou um documento no qual alerta para os riscos do consumo de alimentos com agrotóxicos, que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) podem estar associados ao aumento de casos de câncer no mundo.
No Brasil, cada habitante consome, anualmente, 5,2 quilos de veneno agrícola: é a população que mais consome este tipo de substância no mundo. “A liberação do uso de sementes transgênicas no Brasil foi uma das responsáveis por colocar o país no primeiro lugar do ranking de consumo de agrotóxicos, uma vez que o cultivo dessas sementes geneticamente modificadas exigem o uso de grandes quantidades destes produtos”, esclarece ainda a nota.
Durante a permanência de Melgarejo na CTNBio, mais de 30 cultivares geneticamente modificadas foram liberadas para plantio doméstico. A mais recente permissão dada foi ao plantio de eucalipto transgênico.
Melgarejo falou sobre todos estes assuntos no Frente a Frente da TVE no início de maio. O programa de entrevistas está disponível na internet através deste link.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Biologia sintética: “Essa tecnologia é necessária?” Entrevista com Silvia Ribeiro


“Não existem legislações adequadas à biologia sintética e há total ignorância acerca dos efeitos dos produtos derivados da biologia sintética sobre a saúde”, adverte a pesquisadora do Grupo ETC.
Foto:sp.es-static.us
“Supostamente mais amigável com o meio ambiente”, tendo a biomassa como matéria-prima para produzir combustíveis e plástico, a biologia sintética não é uma proposta para sair da dependência dos combustíveis fósseis, diz Silvia Ribeiro àIHU On-Line.
Na entrevista a seguir, concedida por e-mail, ela adverte que as transnacionais petroleiras, empresas químicas e farmacêuticas que financiam as pesquisas de biologia sintética visam à “construção em laboratório de sequências genéticas sintéticas para construir, por exemplo, rotas metabólicas que alterem funções específicas em microrganismos ou para criar micróbios sintéticos inteiros com novas funções, capazes de produzir substâncias industriais”. Segundo ela, a manipulação ou criação de micróbios através da biologia sintética possibilitará “processar qualquer fonte de carboidratos como base para a construção de polímeros que podem ser processados, como combustíveis, farmacêuticos, plásticos ou outras substâncias industriais. Atualmente, isto é em grande parte teórico ou está apenas na fase experimental, mas em alguns setores já funciona no âmbito da produção industrial”.
Silvia adverte ainda que, com o desenvolvimento da biologia sintética, a tendência é de que haja um “aumento exponencial da exploração da biomassa planetária”, já que “tudo o que esteja vivo ou tenha estado, seja natural ou cultivado, seja resíduos de colheitas ou plantações florestais, alimentos, algas, fibras vegetais, passa a ser categorizado como ‘biomassa’, uma matéria-prima universal que pode ser processada com biologia sintética”. Nessa perspectiva, enfatiza, os territórios e produções camponesas e indígenas “se verão despojados por esta nova indústria baseada na biologia sintética”.
Apesar de as principais pesquisas sobre biologia sintética estarem sendo desenvolvidas nos Estados Unidos e naEuropaSilvia informa que “a indústria está deslocando a produção – não a pesquisa – para países como o Brasil, com biomassa abundante e barata e, no caso da produção da cana-de-açúcar, até com trabalho semiescravo”. E acrescenta: “Por isso, no Brasil, há empreendimentos como o da Amyris, que além do farneseno estão produzindo esqualeno (naturalmente derivado da oliva) e patchouli para a indústria cosmética”.
Silvia lembra também que, além das implicações relacionadas ao meio ambiente e à vida de comunidades indígenas e camponesas, a biologia sintética permite a possibilidade de “fabricar vida totalmente artificial a partir do zero e micróbios com capacidades que não existiam. Por essa razão, sua liberação intencional ou acidental – o que é muito fácil de acontecer, pois os tanques não são instalações de alta segurança, apenas outro processo industrial a mais – poderia ter consequências imprevisíveis e potencialmente devastadoras”.
Silvia Ribeiro é pesquisadora e coordenadora de programas do Grupo ETC, grupo de pesquisa sobre novas tecnologias e comunidades rurais, com sede no México. Ela tem ampla bagagem como jornalista e ativista ambiental no UruguaiBrasil e SuéciaSilvia também produziu uma série de artigos sobre transgênicos, novas tecnologias, concentração empresarial, propriedade intelectual, indígenas e direitos dos agricultores, que têm sido publicados em países latino-americanos, europeus e norte-americanos, em revistas e jornais, bem como vários capítulos de livros. Ela é membro da comissão editorial da Revista Latino-Americana Biodiversidad, sustento y culturas, e do jornal espanhol Ecología Política, entre outros.
Confira a entrevista.
Foto: www.etcgroup.org
IHU On-Line - Como e a partir de quais interesses a biologia sintética se desenvolveu nos últimos anos?
Silvia Ribeiro - No final do milênio e facilitada pela manifestação de múltiplas crises globais, começou a tomar forma a visão de uma economia “pós-petroleira”, supostamente mais amigável com o ambiente, baseada no uso industrial da biomassa como matéria-prima. Sem uma análise cuidadosa, isso poderia representar uma opção sensata para sair da dependência de combustíveis fósseis como o petróleo, carvão e gás. Mas, o que é realmente?
Assim como as outras propostas englobadas na chamadabioeconomia ou “economia verde”, a economia industrial da biomassa não faz nenhum questionamento aos padrões dominantes de consumo e produção, nem às injustiças sociais, econômicas e ecológicas globais que estes provocaram. Propõe apenas outras rotas para poder continuar com o mesmo modelo, neste caso mudando a fonte das matérias-primas e as tecnologias usadas.
Um elemento central para esta nova “economia da biomassa” é o uso da biologia sintética: a construção em laboratório de sequências genéticas sintéticas para construir, por exemplo, rotas metabólicas que alterem funções específicas em microrganismos ou para criar micróbios sintéticos inteiros com novas funções, capazes de produzir substâncias industriais.
Com micróbios manipulados (ou criados) com biologia sintética, seria possível processar qualquer fonte de carboidratos como base para a construção de polímeros que podem ser processados como combustíveis, farmacêuticos, plásticos ou outras substâncias industriais. Atualmente, isto é em grande parte teórico ou está apenas na fase experimental, mas em alguns setores já funciona no âmbito da produção industrial.

“A primeira pergunta a ser feita é se esta perigosa tecnologia é necessária. A resposta é ‘não’”

Neste horizonte, toda a natureza, os ecossistemas, tudo o que esteja vivo ou tenha estado, seja natural ou cultivado, seja resíduos de colheitas ou plantações florestais, alimentos, algas, fibras vegetais, passa a ser categorizado como “biomassa”, uma matéria-prima universal que pode ser processada com biologia sintética. Por isso, esta perspectiva implica um aumento exponencial da exploração da biomassa planetária.
Sem contar que esta “biomassa”, em muitos casos, não é tal, mas são territórios e produções camponesas e indígenas que se verão despojados por esta nova indústria baseada na biologia sintética. Há, pois, um problema global: a apropriação industrial de biomassa planetária, segundo os institutos que calculam apegada ecológica, como o Global Ecological Footprint Network, já rebaixou em muito os limites da sua capacidade de renovação. Isto quer dizer que já antes mesmo desta nova expansão industrial, consome-se a biomassa mais rapidamente que sua capacidade de regeneração, pelo que já não é um recurso renovável.
Investidores em biologia sintética
Entre os grandes investidores em biologia sintética encontram-se seis das dez maiores empresas petroleiras e de energia, seis das dez maiores empresas químicas, seis das dez maiores empresas de agronegócios e as sete maiores farmacêuticas em nível global. Agora se somaram também muitas das indústrias de cosméticos e aditivos alimentares.
Por exemplo, encontramos empresas como a ShellExxonBPChevronTotal, BasfDowDuPontMonsanto,CargillADMBungeValePfizerSanofi-Aventis, GlaxoSmithKlineNovartisRocheMerck, e agora também aGivaudanInternational Flavours & Fragances Inc. Várias dessas empresas têm investimentos em biologia sintéticano Brasil, assim como também a Petrobras. Em geral, com acordos com companhias novas menores, dedicadas especificamente à biologia sintética, como AmyrisSolazymeCodexisLS9 e outras similares.
IHU On-Line - Quais são os objetivos da biologia sintética no longo prazo?
Silvia Ribeiro - O objetivo fundamental, porque é o mais lucrativo, é a produção de combustíveis, e em segundo lugar de plásticos, o que explica que todas as grandes petroleiras e a indústria petroquímica estejam investindo nesta indústria. No entanto, encontraram dificuldades para aumentar a produção, motivo pelo qual parte da indústria se voltou, com as mesmas tecnologias, para outros ramos, sem abandonar o setor energético. O setor industrial debiologia sintética que mais rapidamente cresce é a produção com biologia sintética de fármacos, saborizantes e fragrâncias de origem botânica, que, ao contrário da produção de combustíveis, se concentra em produtos de pouco volume e alto valor agregado. Este setor da indústria ameaça diretamente milhões de camponeses e camponesas doTerceiro Mundo que vivem deste tipo de produção como sua fonte de sustento.
O caso mais avançado em combustíveis derivados com biologia sintética é o produzido pela Amyris, companhia líder do setor, que inclusive instalou uma subsidiária no Brasil. A partir de contratos com grandes companhias de grãos e cana-de-açúcar no Brasil (CosanAçúcar Guarani e a transnacional Bunge no Brasil), começou a produzir o farneseno a partir de uma levedura modificada com biologia sintética, que é usado como combustível em ônibus emSão Paulo. A Amyris, por sua vez, fez outros acordos para a produção de combustíveis com petroleiras (Total,ChevronShell) e outras do setor automotivo, como a Mercedes Benz e a Michelin Tire.
IHU On-Line - Quais são os produtos desenvolvidos pela biologia sintética?
Silvia Ribeiro - Como já mencionei, além do farneseno da Amyris no Brasil, há “biorrefinarias” da DuPont produzindo algo parecido ao plástico, para o que usam milho, mas o resultado não é biodegradável. Procuram enganar o público dizendo que é “biobaseado”, mas na realidade tomam mais de 150 mil toneladas de milho para produzir aproximadamente 45 mil toneladas desse produto, ou seja, não tem nada de sustentável e, além disso, exacerba a competição com a produção alimentar e provoca o aumento do preço dos alimentos, situações já graves porque osEstados Unidos destinam 40% do milho a agrocombustíveis. A chamada segunda e seguintes gerações de agrocombustíveis baseiam-se, em sua grande maioria, em biologia sintética e absolutamente não vão resolver o conflito com os alimentos.
Afora que todos os produtos de biologia sintética que estão desenvolvendo são substituições de produtos que já existiam no mercado, derivados botânicos que são usados para farmacêuticos, saborizantes, fragrâncias e produtos de higiene, como o óleo de vetiver, baunilha, açafrão, esqualeno (umectante), patchouli, óleo de ácido láurico e mirístico (que são comumente derivados da palma e babaçu). No ramo farmacêutico, a empresa Sanofi está produzindo artemisinina, para a malária.
Em todos os casos, são produtos que já existiam, são mercados que não necessitavam de uma produção maior e que vêm da produção natural camponesa. Portanto, a biologia sintética não agrega nenhum benefício. São grandes transnacionais que tentam substituir os produtos camponeses de alto valor agregado por produção industrial em tanques, com o único objetivo real de aumentar seus lucros.

“Assim como as outras propostas englobadas na chamada 'bioeconomia' ou 'economia verde', a economia industrial da biomassa não faz nenhum questionamento aos padrões dominantes de consumo e produção, nem às injustiças sociais, econômicas e ecológicas globais que estes provocaram”

IHU On-Line - Em quais países a pesquisa sobre biologia sintética está sendo desenvolvida?
Silvia Ribeiro - A pesquisa está sendo desenvolvida, sobretudo, na Europa e nos Estados Unidos, embora haja também alguma pesquisa em alguns poucos países do Sul. Por exemplo, a Embrapa tem um laboratório de nanotecnologia e biologia sintética.
O que está claro é que a indústria está deslocando a produção – não a pesquisa – para países como o Brasil, com biomassa abundante e barata e, no caso da produção da cana-de-açúcar, até com trabalho semiescravo. Por isso, noBrasil, há empreendimentos como o da Amyris, que além do farneseno estão produzindo esqualeno (naturalmente derivado da oliva) e patchouli para a indústria cosmética.
Também a Solazyme associou-se à Bunge, e receberam um financiamento do BNDES, em 2013, da ordem de 246 milhões de reais para produzir óleo de ácido láurico e mirístico, que substitui o óleo de palma, coco, cacau e babaçu. Esta produção é feita com algas manipuladas com biologia sintética, mas feita em tanques, ou seja, são heterotróficas, não usam a luz para se reproduzirem, mas têm que ser alimentadas com açúcares, o que aumenta também essa demanda. Portanto, não trazem nada de novo; somente deslocam a produção de camponeses e indígenas, como as quebradeiras de coco babaçu e outras produções similares. A transnacional Unilever comprometeu-se a comprar daSolazyme a sua produção, que é usada em sabonetes e outros produtos de higiene.
IHU On-Line – Em que medida a biologia sintética impacta as comunidades indígenas e camponesas? Pode dar alguns exemplos de como isso acontece?
Silvia Ribeiro - O que acabo de relatar é um exemplo claro, que se repete em todos os produtos derivados botânicos citados. Por exemplo, o óleo de vetiver é uma renda econômica fundamental para 60 mil famílias camponesas em países como o Haiti; o mesmo acontece com o açafrão no Irã. A baunilha natural é fonte de ingressos para mais de 200 mil camponesas e camponeses no MéxicoIndonésia, Madagascar e outros países.
Talvez o caso mais brutal seja o da artemisinina. A produção com biologia sintética foi desenvolvida, com recursos públicos dos Estados Unidos, por Jay Keasling, que depois fundou sua empresa, a Amyris. A Amyris licenciou a tecnologia para a transnacional Sanofi para produzir o princípio ativo para os tratamentos contra a malária e afirmou que seria mais barato que a já existente. Ambas as empresas e cientistas, que não conhecem bem o caso, percorrem o mundo tomando isso como exemplo das contribuições da biologia sintética para a saúde.
No entanto, a realidade é que a artemisinina, que é derivada da planta Artemísia annua (absinto doce), já era produzida, em quantidades suficientes para suprir todo o mercado mundial, por mais de 200 mil camponeses, sobretudo na África, mas também na América Latina e na Ásia. A produção é feita em propriedades rurais de em média 0,2 hectare, além de produzir alimentos. Portanto, a artemisinina, além de ser um composto natural, era também a fonte de renda efetiva de 200 mil famílias camponesas, que, dessa maneira, podiam permanecer no campo.
Com o anúncio da Sanofi de que venderia a artemisinina sintética mais barata, o preço pago aos camponeses caiu aproximadamente pela metade, tornando inviável para eles a produção. Com o desaparecimento da artemisinina natural, a Sanofi voltou a aumentar o preço, que passou a ser vendida novamente pelo mesmo preço de antes ao consumidor, mas os lucros agora são das transnacionais.
A artemisinina de biologia sintética da Amyris-Sanofi, além disso, produz resistência mais rapidamente, razão pela qual estão destruindo, além dos meios de vida de camponeses pobres da África, o único remédio atualmente eficaz contra a doença.
IHU On-Line - Quais são os dilemas éticos implicados no desenvolvimento e rendimento da biologia sintética?
Silvia Ribeiro - Além dos já citados, estamos falando da possibilidade de fabricar vida totalmente artificial a partir do zero e micróbios com capacidades que não existiam. Por essa razão, sua liberação intencional ou acidental – o que é muito fácil de acontecer, pois os tanques não são instalações de alta segurança, apenas outro processo industrial a mais – poderia ter consequências imprevisíveis e potencialmente devastadoras. Imagine a fuga de micróbios que comem celulose, que está presente em toda a matéria vegetal.
IHU On-Line - Que problemas e relações são fundamentais numa discussão sobre o desenvolvimento da biologia sintética?
Silvia Ribeiro - Assim como com os transgênicos, a primeira pergunta a ser feita é se esta perigosa tecnologia é necessária. A resposta é “não”. Os transgênicos produzem menos e usam muito mais agrotóxicos que as sementes híbridas, que já trazem embutidos muitos problemas e não resolveram a questão da fome. A biologia sintética vai no mesmo sentido: substituir o que existe, mas mudando quem obtém os benefícios, neste caso, que os lucros fiquem com as transnacionais. O impacto socioeconômico e cultural da biologia sintética pode ser devastador e não foi debatido nem em público nem muito menos com as populações atingidas.
Além disso, a biossegurança relacionada à biologia sintética é um tema novo, já que as legislações existentes não a cobrem. O deficiente funcionamento da CNTBio no Brasil mostra-se novamente autorizando produtos de biologia sintética como se fossem simples transgênicos, quando se trata de inserir até 200 genes, mudar rotas metabólicas, usar tecnologias que nunca antes foram liberadas, etc. Não existem legislações adequadas à biologia sintética e há total ignorância acerca dos efeitos dos produtos derivados da biologia sintética sobre a saúde.

“O impacto socioeconômico e cultural da biologia sintética pode ser devastador e não foi debatido nem em público nem muito menos com as populações atingidas”

Brasil, como país cultural e biologicamente megadiverso, corre riscos muito maiores e, por isso, este tema merece uma ampla discussão pública. Mas, para que não soframos os impactos antes de poder decidir, faz-se necessário uma moratória da liberação comercial e ao ambiente da biologia sintética. Isto é urgente, até porque todos os produtos dabiologia sintética já existem, e não há nenhuma urgência. A única coisa que justifica a não adoção de uma moratória para abrir um amplo debate público informado é proteger os lucros das transnacionais.
IHU On-Line - Quer acrescentar algo?
Silvia Ribeiro - Em outubro, reúne-se a 12ª Conferência das Partes do Convênio da Diversidade Biológica na Coreia. O tema da biologia sintética está na agenda e há a proposta de uma moratória da liberação comercial e ao ambiente. Mesmo que não se proponha uma moratória da pesquisa, o Brasil é dos poucos países que se opõe a essa moratória. Isso vai contra os interesses nacionais e do povo brasileiro, já que os únicos beneficiados da comercialização desta tecnologia são empresas transnacionais.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Agronegócio, um modelo esgotado! Vandana Shiva. III Encontro Internacional de Agroecologia


Perante uma atenta plateia composta por mais de 3 mil pessoas, a renomada cientista indiana Vandana Shiva (foto) fez uma palestra de uma hora, respondeu a perguntas e encantou a todos com suas ideias, experiências e convicções, durante a abertura do III Encontro Internacional de Agroecologia, no dia 31 de julho, na cidade de Botucatu, interior de São Paulo.
Fonte: http://goo.gl/uUA27X
A reportagem é de Péricles de Olveira, publicada no jornal Brasil de Fato, 06-08-2013.
Vandana foi muito contundente ao longo de toda a sua fala. Começou contando de sua vida, de como havia estudado biologia e física quântica na universidade e de como se considerava uma pessoa alienada da realidade do mundo.
Esclareceu que o choque que a fez despertar foi um grave acidente ocorrido, 30 anos atrás, numa fábrica de pesticidas – que resultou numa tragédia, com a morte de mais de 35 mil indianos. A partir daí, é que ela acaba se convertendo à causa do povo e não para mais de pesquisar a ação das empresas transnacionais sobre a agricultura.
Hoje, ela é considerada uma das principais pesquisadoras dos malefícios para a saúde humana e para a destruição da biodiversidade que as sementes transgênicas e os agrotóxicos das empresas transnacionais vêm causando em todo o mundo.

“Revolução Verde”
Vandana falou sobre as consequências da chamada Revolução Verde, imposta pelo governo dos Estados Unidos, na década de 1960, a toda a sua área de influência como forma de vender mais insumos agroquímicos e suas mercadorias agrícolas.
O resultado disso – o de subjugar países e camponeses – pode ser visto hoje, já que 65% de toda a biodiversidade e dos recursos de água doce do planeta foram contaminados por agrotóxicos.
Além disso, há estudos comprovando que 40% de todo o efeito estufa que afeta o clima no planeta é causado pelo uso exagerado, desnecessário, de fertilizantes químicos na agricultura. Chegou a dizer, inclusive, que em muitas regiões da Europa, em função da mortandade e desaparecimento das abelhas, a produtividade agrícola já teria caído 30%.
A indiana atentou para o fato de que se fôssemos calcular os prejuízos e custos necessários para repor a biodiversidade e reequilibrar o meio ambiente com vistas a amenizar os desequilíbrios climáticos, eles seriam maiores, em dólares, do que todo o comércio de commodities que as empresas realizam.

Genocídio
Em relação à ação das empresas transnacionais que atuam na agricultura – como Monsanto, Bunge, Syngenta e Cargill – também não poupou críticas. Denunciou que elas controlam a produção e o comércio mundial da soja, milho, canola e trigo. E que fazem propaganda enganosa dizendo que a humanidade depende dos alimentos produzidos pelo agronegócio para sobreviver, quando na prática a humanidade se alimenta com centenas de outros vegetais e fontes de proteínas, que elas ainda não puderam controlar.
Disse que essas “empresas, ao promoverem as sementes transgênicas, não inventaram nada de novo. Não desenvolveram nada. O único que fizeram foi fazer mutações genéticas que existem na natureza para viabilizar a venda de seus agrotóxicos”.
Citou que a Monsanto conseguiu controlar a produção de algodão na Índia, apoiada por governos subservientes, neoliberais, e que hoje 90% da produção depende de suas sementes e venenos. Com isso houve uma destruição do modo camponês de produzir algodão e um endividamento dos que permaneceram.
A conjunção do alto uso de venenos intoxicantes que levam à depressão e a vergonha da dívida fez com que, desde 1995 até os dias de hoje, houvesse 284 mil suicídios entre os camponeses indianos. Um verdadeiro genocídio escondido pela imprensa mundial e cuja culpada principal seria a Monsanto.
Apesar de tantos sacrifícios humanos, a Monsanto ainda recolhe em seu país 200 milhões de dólares anuais, cobrando royalties pelo uso de sementes geneticamente modificadas de algodão.

Commodities não são alimentos
O modelo do agronegócio é apenas uma forma de se apropriar do lucro dos bens agrícolas, mas ele não resolve os problemas do povo. Tanto é que aumentamos muito a produção, poderíamos inclusive abastecer 12 bilhões de pessoas [quase o dobro da população mundial], mas, no entanto, temos 1 bilhão de pessoas que passam fome todos os dias, sendo 500 milhões delas camponesas que vivem no meio rural e que tiveram seu sistema de produção de alimentos destruído pelo agronegócio.
As commodities agrícolas são meras mercadorias agrícolas, não são alimentos. Cerca de 70% de todos os alimentos do mundo ainda são produzidos pelos camponeses. É preciso entender que alimentos são a síntese da energia necessária que os seres humanos precisam para sobreviver, a partir do meio ambiente em que vivem, recolhendo essa energia d a fertilidade do solo e do meio ambiente.
Quanto maior a biodiversidade da natureza, maior o número de nutrientes e mais sadia será a alimentação produzida naquela região para os humanos. E o agronegócio destrói a biodiversidade e as fontes de energia verdadeiras.
As empresas lançam mão de um fetiche gerado pela propaganda, de que estão usando modernas técnicas de biotecnologia para aumentar a produtividade das plantas, mas isso é um engodo. Quando se vai pesquisar o que são tais biotecnologias, elas são guardadas em segredo. Porque, no fundo, elas não mudam nada na natureza. São apenas mecanismos para aumentar a rentabilidade econômica das grandes plantações.
Na verdade, a agricultura industrial é a padronização do conhecimento, é a negação do conhecimento sobre a arte de cultivar a terra. Porque o verdadeiro conhecimento é desenvolvido pelos próprios agricultores, e pelos pesquisadores, em cada região, em cada bioma, em cada planta.

Consumidores
O modelo do agronegócio quer transformar as pessoas apenas em “consumidores” de suas mercadorias. Vandana nos diz que devemos combater o uso e o reducionismo da expressão “consumidores”, que devemos usar o termo “seres humanos”, pessoas que precisam de uma vida saudável. “Consumidor” indica uma redução subalterna do ser humano.
As empresas do agronegócio dizem que são o desenvolvimento e o progresso. Na prática, chegam a controlar 58% de toda produção agrícola do mundo, porém, dão trabalho para apenas 3% das pessoas que vivem no meio rural. Portanto, o agronegócio é um sistema antissocial.
A indiana revelou ainda que fez parte de um grupo de 300 cientistas de todo mundo que se dedicam a pesquisar a agricultura e que após realizarem diversos estudos, durante três anos, comprovaram que nem a Revolução Verde imposta pelos Estados Unidos, nem o uso intensivo das sementes transgênicas e dos agroquímicos podem resolver os problemas da agricultura e da alimentação mundial. Algo que só pode acontecer por meio da recuperação de práticas agroecológicas que convivam com a biodiversidade, em cada local do planeta.
Vandana concluiu sua crítica ao modelo do agronegócio dizendo que ele projeta a destruição e o medo, porque é concentrador e excludente. Por isso, tornou-se algo comum o costume dessas empresas ameaçarem ou cooptarem os cientistas que se opõe a elas.

A saída é a agroecologia
Após criticar duramente o modelo do capital, a cientista dedicou sua palestra a projetar as técnicas ou o modelo de produção da agroecologia como a alternativa popular e necessária para produção de alimentos.
Defendeu que o modelo da agroecologia é o único que permite desenvolver técnicas de aumentar a produtividade e a produção sem a destruição da biodiversidade.
Que a agroecologia é a única forma de criar empregos e formas de vida saudáveis para a população permanecer no campo e não ter de se marginalizar nas grandes cidades. Sobretudo, fez a defesa de que os métodos da agroecologia são os únicos que conseguem produzir alimentos sadios, sem venenos.

Dificuldades da transição
Quando perguntada sobre as dificuldades da transição entre os dois modelos, contestou, citando a Índia: “Nós já tivemos problemas maiores na época do colonialismo inglês. No entanto, Gandhi nos ensinou que a nossa fortaleza é sempre ‘lutar pela verdade’, porque o capital engana e mente para poder acumular riquezas. Mas a verdade está com a natureza, está com as pessoas”.
Dessa energia que emana de Gandhi, Vandana reforçou: “Se houver vontade política para fazer a mudança, se houver vontade para produzir alimentos sadios, será possível cultivá-los”.
Vandana concluiu conclamando a todos a se envolverem e participarem do Encontro Mundial de Luta Pelos Alimentos Sadios e Contras as Empresas Transnacionais que a Via Campesina, os movimentos de mulheres e centenas de entidades realizam todos os anos, na semana de 16 de outubro. “Precisamos unificar as vozes e as vontades em nível mundial. E essa será uma ótima oportunidade.”

Recomendações
Quando perguntada sobre as recomendações que daria aos jovens, aos estudantes de agronomia, aos agricultores praticantes da agroecologia, Vandana Shiva elencou seis pontos:

Primeiro: disse que a base da agroecologia é a preservação e a valorização dos nutrientes que há no solo. Neste instante, a indiana fez referência a outra cientista presente na plateia que a assistia muito atenta, a professora Ana Maria Primavesi. “Precisamos ir aplicando as técnicas que garantam a saúde do solo, e dessa saúde, recolheremos frutos com energia saudável.”

Segundo: estimular que os agricultores controlem as sementes. As sementes são a garantia da vida. “Nós não podemos permitir que as empresas transnacionais transformem nossas sementes em meras mercadorias. As sementes são um patrimônio da humanidade.”

Terceiro: precisamos relacionar a agroecologia com a produção de alimentos saudáveis que garantam a saúde e assim conquistar os corações e mentes da população da cidade, que está sendo cada vez mais envenenada pelas mercadorias com agrotóxicos. “Se vincularmos os alimentos com a saúde das pessoas, ganharemos milhões de pessoas da cidade para a nossa causa.”

Quarto: precisamos transformar os territórios em que os camponeses têm hegemonia em verdadeiros santuários de sementes, de árvores sadias, de cultivo da biodiversidade, da criação de abelhas, da diversidade agrícola.

Quinto: precisamos defender a ideia que faz parte da democracia, a liberdade das pessoas de terem opções de alimentos. Elas não podem mais serem reféns dos produtos que as empresas colocam nos supermercados de acordo com a sua vontade apenas.

Sexto: precisamos lutar para que os governos parem de usar dinheiro público – que é de todo o povo – para subsidiar, transferir esses recursos para os fazendeiros. Isso vem acontecendo em todo o mundo e também na Índia. O modelo do agronegócio não se sustenta sem os subsídios e vantagens fiscais que os governos lhes garantem.

Fonte: INSTITUTO HUMANITAS UNISINOS
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/522514-agronegocio-um-modelo-esgotado

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Monopólio sobre sementes ameaça soberania alimentar


CONSEA, 13/07/2013 | por Beatriz Evaristo
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Milho pipoca crioulo exposto em feira de sementes: autonomia dos agricultores
“Acesso a sementes, soberania e segurança alimentar” foi tema do primeiro painel do evento “Mesa de Controvérsias – Transgênicos”, realizado pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), em Brasília nesta quinta e sexta-feira (11 e 12).
Para debater a oferta de sementes e seus efeitos, participaram da mesa Ricardo Tatesuzi de Sousa, diretor-executivo da Associação Brasileira de Produtores de Grãos não Geneticamente Modificados (Abrange); Andrea Ferraz, agricultora da Comunidade da Invernada, Rio Azul, no Paraná; Stelito Assis dos Reis Neto, assistente da Superintendência de Gestão da Oferta da Conab; e Edson Guiducci Filho, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A pesquisadora Anelize Rizzolo, conselheira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), fez a mediação do debate.
O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Edson Guiducci Filho, destacou a importância da análise de perda de diversidade com a introdução de sementes transgênicas no país. “Há poucas variedades disponíveis na mão de grandes empresas”, disse o pesquisador sobre a oferta de sementes no país. De acordo com Edson Filho, o entendimento de que as sementes são recursos naturais no Plano Nacional de Agroecologia é uma grande vitória. Disse ainda que faz parte da agenda da Embrapa aproximar-se dos agricultores e que a empresa pode desempenhar um papel importante na conservação da base genética das sementes não-transgênicas.
O diretor-executivo da Associação Brasileira de Produtores de Grãos não Geneticamente Modificados (Abrange), Ricardo Tatesuzi de Sousa, disse que a associação surgiu há cinco anos para atender ao mercado que quer produtos não-transgênicos. “Na questão da semente, a gente teve dificuldades para atender essa demanda crescente e estamos no trabalho de fazer chegar a semente ao agricultor”, disse Ricardo Tatesuzi. Hoje, os grãos produzidos pela associação levam a certificação de contaminação abaixo de 0,1% para atender o mercado europeu, japonês e Coréia do Sul.
A agricultora da Comunidade da Invernada, Rio Azul, no Paraná, Andréa Ferraz, apresentou a experiência do uso de sementes crioulas na plantação de milho. Os resultados apresentados mostraram que a produção a partir das sementes crioulas teve menor custo e maior lucro em relação ao plantio com sementes tradicionais. “Nós somos totalmente contra os transgênicos. As sementes crioulas são sementes antigas que nós resgatamos. Se os transgênicos contaminarem essa semente, nós vamos perder. O crioulo pra nós é a vida. Se a gente come algo que sabe o que produz, nós comemos saúde. Se comer um transgênico, sabe lá o que a gente está comendo”, explicou a agricultora Andréa Ferraz.
O assistente da Superintendência de Gestão da Oferta da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Stelito Reis, disse que hoje é mais rentável para o agricultor brasileiro produzir a soja não-transgênica porque há um bônus para quem escolhe a produção natural. “A regra que é colocada pela propaganda dos transgênicos, ela não é real na prática quanto à redução do uso de agrotóxicos”, disse Stelito Reis que explicou ainda que existe problema de controle e má-utilização das técnicas produtivas.
Após as apresentações, a conselheira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Anelize Rizzolo, abriu o debate para perguntas dos participantes. Entre as intervenções, a conselheira destacou a sugestão do conselheiro estadual, Alcemir Almeira, de remeter uma nota de repúdio à CTNBio por ter se recusado a participar do encontro. Além disso, a conselheira Anelize Rizzolo encerrou o debate dizendo que “ficou claro que a semente não-transgênica está voltada para o mercado externo” e que é preciso fazer uma reflexão importante sobre a oferta dessas sementes no país.
Fonte: Ascom/Consea

domingo, 2 de junho de 2013

Pragas resistentes a milho transgênico mostram a ineficiência da tecnologia

Pragas resistentes a milho transgênico mostram a ineficiência da tecnologia
A Syngenta, um dos maiores fabricantes de pesticidas do mundo, informou que as vendas de seu principal inseticida para o milho mais do que dobrou em 2012. O diretor financeiro, John Ramsay, atribuiu o crescimento à “consciência maior do produtor” sobre a resistência da larva nos EUA. As vendas de inseticidas da Syngenta subiram 5% no primeiro trimestre, para US$ 480 milhões.

fonte Pratos limpos

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