sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Não perca! 7 dicas para ter sucesso na plantação de tomate cereja

 Fonte: semagro

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Falta de correção do solo e controle inadequado de pragas ainda são os principais erros cometidos pelos produtores

 

O tomate cereja é uma variedade de tomate que possui frutos pequenos, com 2 a 3 centímetros de diâmetro, duas cavidades e polpa fina. Essa variedade é uma ótima alternativa também para quem quer plantar o fruto em casa. Segundo o coordenador estadual de olericultura da Emater, Georgeton Silveira, a profundidade da raiz fica em torno de 50 centímetros e a colheita é iniciada a partir de 80 a 90 dias depois do plantio.

 

Silveira afirma que os principais erros na condução do tomateiro estão na falta de correção do solo e no controle inadequado de pragas e doenças. ”A não correção do solo causa um desenvolvimento insatisfatório e o manejo inadequado de pragas e doenças, por sua vez, leva a planta a um período produtivo pequeno”, diz.

 

1- Preparo de solo

Segundo o pesquisador, antes de iniciar o plantio é preciso verificar se o terreno ou jardineira onde o tomate será plantado é bem drenado, com relevo suave. Em relação ao clima, Silveira afirma que em regiões mais amenas, o cultivo pode ser realizado durante todo o ano. ”Em regiões com clima mais quente, o período de verão pode prejudicar bastante o desenvolvimento da planta em campo aberto”, conta. Por isso, o coordenador diz que para ter uma boa produção de tomate cereja em regiões com altas temperaturas é necessário investir no cultivo em estufas.

 

2- Plantio do tomate cereja

Para conseguir boas sementes de tomate cereja, não basta comprar o produto no supermercado e retirar as sementes do fruto para plantar. De acordo com o especialista, esses tomates são cultivados a partir de sementes híbridas, resultado de um processo de melhoramento genético.

 

Por isso, é preciso comprar sementes em postos de vendas autorizados e fiscalizados. Isso garante a procedência das sementes, padronização e qualidade, que envolve vigor e potencial de germinação. “Devido a esse processo de hibridação, não há uma uniformidade das plantas que se originam das sementes desses híbridos, o que resulta na formação de frutos maiores ou menores”, diz o coordenador. ”Se for feito o uso dessas sementes, a planta filha vai ter características diferentes da planta mãe”, afirma o coordenador.

 

Segundo Silveira, depois de adquirir as sementes é fundamental que seja feita a análise do solo para verificar a necessidade da correção com o uso de calcário ou adubos, para assim dar inicio ao plantio. ”O plantio é feito em covas ou em sulcos, onde são colocados os adubos químicos ou orgânicos e plantadas as mudas, previamente preparadas”, diz.

 

Silveira conta que as mudas são preparadas com 20 a 30 dias de antecedência. Só depois desse período, quando apresentam de quatro a seis folhas definitivas, as mudas são transplantadas para a jardineira, estufa ou lavoura. No caso da lavoura, segundo ele, o espaçamento para o plantio poderá ser de 0,30 a 0,60 metros entre plantas na linha de plantio e 0,80 a 1,0 metros entre linhas.

 

3- Irrigação do tomate cereja

O tomate é uma cultura muito sensível ao clima. No caso do tomate cereja, geralmente é indicado que o cultivo seja irrigado. Porém, Silveira afirma que a irrigação varia de região para região e deve ser cuidadosa. ”Para que seja realizado o manejo adequado da água, o produtor terá que utilizar equipamentos que possam avaliar melhor a umidade do solo”, diz. O coordenador cita o ”Irrigas”, um equipamento desenvolvido pela Embrapa, que auxilia o produtor na hora de realizar esse processo durante o cultivo.

 

4- Pragas do tomate cereja

O produtor precisa ficar atento também ao controle de pragas que podem causar prejuízos. Segundo Silveira, entre as principais pragas do tomate cereja estão mosca branca, pulgões, trips, brocas e lagartas. Para o correto manejo, é importante fazer o monitoramento de pragas e aplicar produtos de controle quando houver infestação. ”É necessário verificar a quantidade mínima de insetos para fazer o controle mecânico, químico ou orgânico”, conta.

 

O coordenador diz que é necessário que seja consultado um técnico, para indicar o melhor controle a ser feito. Ainda segundo Silveira, para ter um eficiente controle de pragas e doenças, é importante e necessário observar os períodos mais propícios para a ocorrência do problema e também fazer o controle preventivo e curativo, de acordo com a recomendação técnica.

 

5- Desbaste da planta exige poda constante

Outra questão muito importante sobre o tomate cereja é que a maior parte das cultivares são de crescimento indeterminado. Portanto, Silveira explica que é necessário fazer podas de crescimento para que a planta possa produzir frutos de melhor qualidade. ”Semanalmente é fundamental fazer a operação de desbrota que consiste em retirar os brotos das axilas das folhas”, diz. Quando a planta registra um crescimento excessivo, uma solução é utilizar fitilho, com uma técnica que “amarra” o caule da planta em uma base de arame.

 

6- Colheita do tomate

Com todos esses cuidados, a planta é capaz de produzir frutos para iniciar a colheita entre 80 a 90 dias após o plantio. ”É importante que os frutos estejam com a coloração uniforme e todo vermelho para que sejam embalados”, afirma Silveira. O coordenador explica que o cacho de tomate cereja não amadurece por completo. ”O produtor colhe cada fruto a medida que vai emadurecendo”, conta. Assim que colhido, o fruto é levado para uma bancada onde é feita a separação por tamanho entre graúdos e miúdos.

 

7- Tomate cereja em vaso

Como o tomate cereja é uma variedade que tem o fruto pequeno e a profundidade da raiz fica em torno de 50 centímetros, é possível fazer o plantio também em vaso. ”Para que a planta tenha uma vida útil maior e evite o enovelamento da raiz  é interessante que sejam utilizados vasos com altura de pelo menos 50 centímetros de altura e 40 centímetros de largura”, diz o pesquisador. Outro fator importante para o desenvolvimento do tomate cereja em vaso é a luminosidade. ”É necessário que haja pelo meno 70% de luminosidade durante todo o dia, para que seja possível o crescimento da planta”, conta Silveira.

 

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Por Beatriz Fleming (beatriz@sfarming.com.br) *

* Beatriz Fleming é trainee, com supervisão de Darlene Santiago

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Arvores para calçada: como plantar sem medo de danificar seu espaço

 

Fonte: tua casa

 
Escrito por Aline CarrascoAtualizado em 30.11.20

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FOTO: REPRODUÇÃO alexandre panerai

Em meio a preocupações sobre o meio ambiente, a arborização urbana é uma solução interessante para melhorar a qualidade de vida de cidades grandes e ainda embelezar ainda mais nossos espaços. O plantio de árvores também tem papel fundamental no equilíbrio do ambiente, no combate à poluição e na melhora do visual urbano. Tem coisa melhor? Mas, se ao pensar em plantio de árvores em sua calçada, você não sabe por onde começar, não se preocupe! O Tua Casa conversou com especialista no assunto para te orientar na busca por um local mais arborizado e bonito.

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Antes de mais nada, é importante saber que a Prefeitura de São Paulo definiu parâmetros específicos para a arborização de vias públicas ou privadas, como distanciamentos da muda a ser plantada em relação aos elementos do entorno, espécies de árvores indicadas para cada local e muitas outras diretrizes. Portanto, em cidades como São Paulo, a Prefeitura é a principal responsável pela arborização de vias públicas, basta fazer o pedido no órgão público. Mas caso você decida fazer por conta própria, o órgão apresenta um Manual de Arborização com os parâmetros necessários de maneira supercompleta! O ideal é que você sempre comunique a Prefeitura de sua cidade para obter orientações claras do plantio determinadas em cada região.

O Manual para Arborização em São Paulo, por exemplo, orienta que, para que não haja conflitos com o espaço, antes da elaboração do projeto é necessário consultar os órgãos responsáveis por obras e instalações de equipamentos em vias públicas, como o Departamento de iluminação pública e a Subprefeitura.

No documento, o primeiro passo é o estabelecimento de canteiros e faixas permeáveis. Ou seja, em volta das árvores, deve ser adotado um canteiro, faixa ou piso drenante, para a infiltração de água e aeração do solo. Depois, é preciso definir as espécies, a partir de uma análise do local. Por fim, é necessário conhecer as diretrizes do plantio a fim de não danificar calçadas e redes elétricas. Caso você não resida em São Paulo, procure a Prefeitura de sua cidade para plantar sua árvore de acordo com as leis vigentes para sua região.

Como escolher a árvore ideal?

Comece analisando seu espaço e a espécie ideal para o plantio, já que elas devem ser adaptadas ao clima, ter o porte adequado e ainda forma e copa compatíveis com o espaço disponível para elas. Segundo a arquiteta e paisagista Celina Hirata, a escolha da árvore ideal envolve diversos fatores. “Em ruas estreitas e com rede elétrica, o ideal são árvores de porte pequeno, já ruas com calçadas largas e sem fiação permitem árvores de porte médio e, em alguns poucos casos, de grande porte”, explica a profissional.

É importante também levar em conta o tipo de folhagem, escolha da floração, a atração de pássaros e animais para que a espécie de árvore atenda não apenas às questões técnicas, mas também aos valores estéticos e de vida dessa árvore.

“A largura do passeio e a presença ou não de rede elétrica são fatores que influenciam diretamente no tipo de árvore a ser plantada. É importante saber qual o porte final da árvore quando adulta para sabermos se ela realmente caberá no local. Às vezes vemos uma árvore na rua que gostamos, mas que ainda não está na forma adulta e então achamos que ela serve para a nossa calçada, mas às vezes o porte final dela é muito grande e não é o ideal para nossa calçada”, comenta Celina.

A escolha da espécie ideal também pode ser um ato de gentileza urbana, segundo Celina. Ela explica que definir a árvore correta, que seja nativa do bioma local, colabora na chamada Sustentabilidade e Educação Ambiental.

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O tipo de folha influencia na escolha?

FOTO: REPRODUÇÃO /ALALOU PAISAGISMO

A paisagista Clariça Lima, explica que se pensarmos na manutenção e na segurança de um local com muita circulação de pessoas, o tipo de folha influencia sim na escolha da árvore.

“Próximo à calhas é interessante termos árvores com folhas maiores e mais persistentes, para facilitar a manutenção. Árvores com folhas caducas são ótimas para garantirem maior incidência solar no inverno em regiões mais frias, uma vez que formam sombra somente nas estações mais chuvosas e quentes. Folhas de palmeiras podem ser perigosas devido ao peso, devendo ser evitadas nas áreas com muita passagem”, explica.

Celina ainda complementa explicando que o tipo de folhagem influencia na passagem de luz através da copa e nos efeitos de floração. “Uma árvore de folhagem mais larga e densa proporcionará uma sombra maior, enquanto uma árvore de folhagem mais rala e de folhas miúdas proporciona uma sombra menor e dá o efeito de sombra rendilhada, muito bonito. Portanto, se você está em cidade de muito calor e o objetivo é conseguir uma boa sombra, árvores de folhagem mais densa são uma melhor escolha”, explica a profissional.

Além disso, existem as árvores chamadas “perenes”, “semi-decíduas” e “decíduas”, cuja denominação está relacionada com a queda de folhas da árvore em certos períodos do ano. Se a ideia é que a fachada da sua casa tome sol durante o inverno, por exemplo, o ideal é optar por árvores com queda de folhas. Mas se as folhas espalhadas na calçada não for uma opção, escolha espécies perenes.

“Árvores como o ipê-amarelo, por exemplo, cujas folhas caem e a floração amarela desponta quando a árvore está praticamente despida de folhas, faz com que a floração seja muito mais perceptível e marcante!”, comenta Celina.

O que o plantio errado pode ocasionar?

FOTO: REPRODUÇÃO /MAICON SANTOS

É preciso tomar cuidado com o plantio errado. Afinal, além de prejudicar a árvore, você também pode sofrer com os danos. Uma árvore considerada de grande porte, se plantada em um passeio estreito e com rede elétrica, pode acarretar problemas futuros como, por exemplo, a destruição do canteiro e do trecho da calçada no entorno.

Outra dica é prestar atenção nas espécies com frutos grandes, como a mangueira e o abacateiro. Esses tipos não são indicados pelo risco de acidentes com a queda de seus frutos, que são pesados e podem machucar.

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Cuidados gerais com o plantio de árvores na calçada

FOTO: REPRODUÇÃO /MARISETE GONÇALVES

– Depois de plantar, é preciso cuidar da muda regando dia sim, dia não nas primeiras semanas;

– Nos primeiros dois anos também é recomendável que se faça a rega nos meses sem chuva;

– A escolha de um revestimento de piso semi-permeável, como placas de cimento drenante, também ajudam em uma melhor drenagem da água das chuva até as raízes colaborando para um crescimento mais saudável da árvore;

– Os brotos laterais e na base da muda devem ser periodicamente removidos para que ela tenha mais força. “Isto ajuda na formação da árvore, evitando que se torne um arbusto e prejudique a passagem de pedestres quando plantada na calçada. Lembrando que podas de árvore na cidade de São Paulo são proibidas, devendo ser feitas exclusivamente pelos técnicos da Prefeitura, que podem ser solicitados no número 156”, explica Celina.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Biofertilizante para adubar orquídeas

 

Fonte: orquideas.eco.br

 






Essa é para quem tem o costume de fazer compostagem caseira e não sabe o que fazer com o chorume.

Há muito tempo atrás conheci uma pessoa que utilizava biofertilizante em suas orquídeas. Depois de conversar com ela, entendi que o tal biofertilizante era o chorume proveniente da compostagem que ela realizava em casa. Ao questionar se o líquido resultante da compostagem era realmente bom para as orquídeas, ouvi atentamente a uma aula de como o chorume proveniente de composteiras caseiras é excelente e rico em nutrientes, além, é claro, de saber que ele é chamado de biofertilizante. Aliás, é bom frisar que, ao contrário do que muitos pensam, o chorume não é um contaminante quando composto apenas através da compostagem de matéria orgânica, ou seja, o que você faz em casa é um chorume do bem!

O chorume é gerado através da decomposição de matéria orgânica que, no caso de nossas residências, seria basicamente o resto de folhas, verduras, cascas de frutas e outros resíduos úmidos misturados à matéria orgânica mais seca, como grama, folhas secas, terra e por aí vai. Quando você compra uma composteira ou faz uma em casa (há vários tutoriais e vídeos na internet mostrando este processo), o último compartimento, chamado de caixa coletora, possui uma torneira para obtenção do líquido. É ali que seu biofertilizante será depositado enquanto as minhocas nos compartimentos acima trabalham sem parar. O líquido proveniente desta caixa não deverá ter cheiro ruim se a compostagem for realizada da forma correta, pois é resultado apenas de elementos orgânicos.

Como utilizar

A utilização para qualquer planta é simples, bastando diluir o líquido na proporção 10:1, ou seja, 10 partes de água para uma de chorume. Já para as orquídeas eu faria ainda mais diluído, mas isso vai de cada um, podendo ainda ser 10:1 sem apresentar problemas. Com o líquido já preparado, regue as orquídeas ou borrife as folhas, atentando-se ao fato de realizar este procedimento em horários em que o Sol não esteja tão forte.

Outras funcões

Um bônus ao utilizar chorume em suas plantas é que ele também funciona como repelente, ou seja, é possível que a incidência de insetos em seu cultivo seja menor após utilizar o produto.

Horta Urgente em 8 passos (O último é o mais importante)

Horta de Emergência em 8 passos (O último é o mais importante) 

FONTE: SITE JARDINEIRO.NET

Há pouco tempo, eu fiz uma live com o Marcelo Pinhel, diretor executivo da Favo Tecnologia. Em nossa conversa e bate-papo com a audiência, o assunto que não queria calar era: “qual a importância e como fazer uma horta de emergência?”. No momento da live e enquanto escrevo esse artigo, estamos em plena pandemia de Coronavírus, e isso despertou e desperta em milhares de pessoas essa crescente necessidade. Mas por que tudo isso? Por que eu e você faríamos uma horta, justamente agora?

A Importância:

Os vegetais frescos estão sempre na lista do supermercado.
Os principais motivos incluem independência e segurança alimentar, além de evitar nos expormos ao contágio, visitando os supermercados com frequência. Ao cultivarmos nossas próprias hortaliças, nos vemos livres de ter que ir semanalmente abastecer nossa geladeira nos supermercados e feiras. Se você parar pra pensar, a única razão de fato, que nos leva obrigatoriamente a ir ao supermercado são as frutas e hortaliças.

Elas são perecíveis e poucas podem ser congeladas para uso posterior. Todo o resto pode-se dar um jeito. Carnes em geral podem ser congeladas, ovos, laticínios e frios podem ser refrigerados, até mesmo o pão nosso de cada dia pode ser feito em casa, a partir de farinha e fermento disponíveis na dispensa. O leite hoje em dia, dura meses dentro das caixinhas tetra pak, mas e os vegetais? Aqueles que nos repõe de fibras, minerais e vitaminas e que são indispensáveis a uma dieta saudável?

Já reparou que precisamos comprá-los sempre? Um pé de alface é bastante durável e pode durar por 12 dias. Mas tente guardar a rúcula ou a couve por este tempo. A couve amarelará em poucos dias, e rúcula provavelmente vai apodrecendo. E o mesmo ocorre com outras verduras, que são as mais sensíveis entre as hortaliças. Em se falando de frutas, vamos ver que algumas podem durar meses, como maçãs ou abóboras. Mas e a banana? Tão presente na nossa alimentação, ela apodrece em poucos dias depois de amadurecer. O moranguinho então, assim como outras frutas vermelhas, são muito perecíveis. E mesmo na geladeira vão aparecer recobertos de mofos em poucos dias.

E você já pensou que ao cultivar uma horta caseira, poderá se livrar de ingerir agrotóxicos utilizados nos cultivos em larga escala? Uma horta caseira é melhor aproveitada quando seu manejo é orgânico, com adubos de origem natural, que cuidam do solo e das plantas, e não envenenam os rios e nem a natureza. Parece até um sonho, mas é possível cultivar alimentos seguros em casa, livres de venenos, que possamos comer com confiança e oferecer para as nossas crianças.

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Outras questões importante envolvem a economia, pois uma vez que você aprende a retirar do seu próprio quintal os vegetais que compõem a alimentação da família, sobra dinheiro para outras necessidades básicas, como higiene, limpeza e alimentos não perecíveis. E como você bem deve saber, a pandemia não é uma crise apenas de saúde, mas que afeta gravemente a economia, com muitas pessoas sujeitas a redução de salário ou até mesmo a perda do emprego.

Além disso, com a pandemia exigindo o isolamento social, de forma a nos proteger do contágio e evitar a disseminação rápida da doença, passamos inegavelmente a ficar mais tempo em casa, com nossa família, e procurando formas de passar o tempo de forma produtiva e construtiva. Assim, a jardinagem torna-se uma emergência em termos de saúde ocupacional, para nos manter sãos física e mentalmente durante esse momento complicado. Já está mais do que provado, que ela apresenta benefícios para a nossa saúde, como um exercício físico moderado, que faz bem ao coração e fortalece os músculos e articulações.

Arrancar os simples matinhos do jardim e revirar os canteiros com a enxada vai resultar em muito suor e músculos cansados e estimulados, que se não te colocarem em forma, ao menos vão impedir que ganhe peso e garantir uma boa noite de sono. Os benefícios psicológicos não podem ser negligenciados. Ocupar a mente cuidando das plantas, fortalece a auto-estima e evita a ansiedade e depressão. Muitas pessoas ainda descobrem um novo sentido para a vida, uma nova paixão e se reconectam com a natureza.

Por último e não menos importante, estamos vivendo um momento de conscientização sobre o impacto que as nossas ações tem sobre o planeta. Percebemos que cada um precisa fazer a sua parte, e a jardinagem caseira, tem relação direta com essa nova fase. Ao produzirmos nosso próprio composto orgânico, para a produção saudável de nossas frutas e hortaliças, estamos reciclando uma boa parte do lixo doméstico, reduzindo a nossa pegada ambiental, por um mundo melhor.

Agora que percebemos as inegáveis vantagens de uma horta, por onde começamos? O que devemos fazer para colocar essa idéia em prática?

Passo a passo:

1. Escolha o local: Entenda que a grande maioria das hortaliças necessita de sol pleno para se desenvolver bem. Assim, o critério mais importante para a escolha do local é a insolação. Sua futura horta deverá receber de 4 a 6 horas diárias para produzir ervas e verduras, e pelo menos 6 horas para produzir raízes e frutos. Uma fonte de água próxima ao espaço vai facilitar muito o seu trabalho de irrigar. Hortaliças são sedentas e não vão crescer e produzir se passarem sede. Pode ser um cantinho do seu quintal, um terraço, uma sacada e até mesmo uma janela bem iluminada. Muitas pessoas podem fazer um cultivo vertical para aproveitar a iluminação de uma janela em apartamentos. Ou seja, não há desculpas para não começar.

Doenças como a toxoplasmose podem ser evitadas protegendo as hortaliças do acesso de animais.
2. Proteja o espaço: O espaço da horta deve ser protegido principalmente contra os animais de estimação. Eles, assim como nós, adoram mexer nas plantas e na terra, e você não vai querer ver como é a jardinagem deles. Digamos que é um tanto destrutiva, embora muito divertida (para eles). Principalmente depois de tanto cuidado para começar sua hortinha. Os gatos podem ainda achar que a sua horta é o novo banheiro deles. E você não vai querer sua hortaliças bagunçadas e crescendo junto as necessidades dos bichanos. Cerque o espaço, e utilize plantas repelentes no entorno da sua horta, como o tagetes por exemplo. Além de afastar os pets, eles atuam repelindo pragas da sua horta, como pulgões e lagartas.

3. Prepare o terreno: De um solo pobre e endurecido não será possível colher muita coisa. Afofe a terra em pelo menos 15 centímetros de profundidade, e se você for plantar raízes, como cenouras e beterrabas, será necessário trabalhar com o dobro dessa profundidade. Leve em consideração, que mesmo que você afofe na altura certa, com o passar do tempo, as regas e a chuva vão assentando novamente o solo, que perde a profundidade. Uma alternativa a esse trabalho de afofar profundamente a terra, é a adição parcial de composto orgânico.

O composto, além de enriquecer o solo, vai dar mais volume de terra para as plantas crescerem. Ele é fundamental para uma horta orgânica, pois fornece os nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas, como nitrogêniofósforo e potássio. Ele ajuda também a manter a temperatura e umidade dos canteiros, e a aeração das raízes. Pense na possibilidade de fazer um canteiro elevado, protegido nas laterais com tábuas de madeira, tijolos, blocos, telhas, o que você tiver disponível. O canteiro elevado facilita o manejo da sua horta e reduz as chances da erosão desmanchar seus canteiros.

Ervas são fáceis de cultivar e encontrar.
4. Escolha suas plantas: A maioria das hortaliças de raízes (e muitas de frutos) cresce muito melhor quando plantadas de semente. Já as verduras e ervas podem ser compradas como mudas na floricultura, ou você pode preparar suas próprias mudas em casa. Aproveite as hortaliças compradas para extrair delas tanto sementes quanto mudas para a sua hortinha. Um tomateiro ou um pé de abóbora por exemplo, pode vir tranquilamente do tomate e da abóbora que você compra no supermercado. Podemos fazer rebrotar também alfaces, cenouras, batatas-doces, batatas-inglesas, beterrabas, repolhos, rúculas, hortelã, entre muitas outras hortaliças. O mais importante aqui é testar e escolher as plantas que você gosta de consumir. Não plante algo diferente, ou que você usa pouco. Pelo menos não agora neste começo. Resista à tentação de fazer uma horta enorme, com todas as variedades possíveis. Comece pequeno, e conforme você vai pegando o jeito, vá ampliando. As plantas com ciclo rápido são ideais para iniciar como alface, rúcula e agrião. Mas não deixe de plantar morangos, tomate, ervas e alguma raiz para ir pegando o jeito. Leve em consideração a estação do ano na hora de escolher as suas sementes. Cada uma tem uma época melhor para o plantio.

5. Plante: Em um dia nublado, plante as suas mudas e sementes, e regue bem em seguida. Muitas pessoas me perguntam sobre o espaçamento entre as plantas. A regra mais simples é “imaginar o tamanho da planta adulta”. Outro detalhe que devemos levar em consideração é o acesso. Se você plantar um quadrado de 2 x 2 metros, não conseguirá acessar as plantas do meio para cuidar, sem pisar nas outras. Então lembre-se de que seus canteiros devem ficar ao alcance das mãos. Você deve poder caminhar entorno da sua horta para os cuidados, sem pisotear a terra macia e os canteiros.

Muita gente esquece, mas o mulching é fundamental para os canteiros.
6. Cubra: Muitos jardineiros se esquecem deste detalhe importante. A terra jamais pode ficar exposta. Cubra seus canteiros com palha, aparas de grama, serragem, folhas secas e até mesmo papelão ou jornal se você não tiver acesso aos materiais naturais. Cobrir os canteiros protege eles dos efeitos da chuva forte, das regas, evita a perda dos nutrientes, mantém a umidade e o calor, e previne o aparecimento de plantas daninhas. É uma das regras básicas para o sucesso da jardinagem.

7. Irrigue: Não deixe a sua horta à própria sorte, dependendo apenas da água da chuva. Irrigue diariamente pela manhã ou pela noite, evitando as horas mais quentes do dia para que a perda de água por evaporação seja menor. Não é necessário encharcar o solo, molhe em abundância, mas não crie um ambiente que mais favorece os fungos do que as plantas. Lembre-se que elas precisam de um solo arejado para crescer.

8. Diminua as expectativas e aprenda a curtir a jardinagem: Fazer uma horta pode ser empolgante e desafiador, e realmente é, mas não se deixe abater se acontecer algo desastroso. Um ataque de pragas, um vento forte ou uma tempestade podem dizimar suas plantas. A natureza é assim. Não se culpe se algo der errado, e aprenda com cada planta morta ou que não produziu. Tente entender porque isso aconteceu. E plante novamente. Cada planta é uma professora de jardinagem maravilhosa! Veja o que cada uma tem a ensinar. Visite seu jardim todos os dias e inspecione com cuidado. O olhar cuidadoso do dono é o que engorda a boiada, já dizia o velho ditado. Ver pragas no comecinho do ataque e ervas daninhas novas brotando é muito mais fácil de controlar, do que quando já tomou conta das suas plantas. E não se esqueça comemore cada conquista, cada sementinha que brotou, cada folhinha nova que aparecer, cada flor e cada fruto. Esse é o maior prazer de jardinar!

Agora é a sua vez de colocar as mãos na terra e iniciar de uma vez por todas a suas hortinha caseira. Para te ajudar, eu e a Marilua Feitoza desenvolvemos um e-book sobre adubação orgânica, que você pode baixar gratuitamente nesse link https://raquelpatro.com.br/e-book-adubacao-organica. E lembre-se de compartilhar esse artigo com seus amigos e com as pessoas que você ama.

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