A Embrapa Mandioca e
Fruticultura (Cruz das Almas, BA), Unidade da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, e a Prefeitura Municipal de Bom Jesus da Lapa
(BA) vão realizar, na quinta-feira (3/12), um dia de campo sobre manejo
de nematoides da bananeira. São esperados cerca de 200 participantes,
entre produtores, técnicos, estudantes e formuladores de políticas
públicas.
Os nematoides são parasitas que afetam diversos aspectos
relativos à produção da bananeira, causando atraso na emissão do pendão
floral, má formação dos cachos, menor número de frutos, menor peso
médio dos cachos e, consequentemente, menor rendimento por área. “Para o
produtor, o prejuízo financeiro é grande, pois o tamanho dos frutos
interfere fortemente no preço pelo qual o produto é vendido”, explica o
agrônomo Dimmy Barbosa, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura e
organizador do evento, que terá palestras técnicas pela manhã e visitas
a experimentos pela tarde.
Na sua palestra, Dimmy Barbosa vai
apresentar resultados da pesquisa conduzida há quase dois anos em áreas
irrigadas de produtores de Bom Jesus da Lapa com o uso de produtos
biológicos (formulados com micro-organismos inimigos naturais dos
nematoides) e resíduos. “Geralmente o controle químico por meio de
nematicidas é a medida mais utilizada pelos produtores, mas os produtos
são caros e perigosos ao homem e ao meio ambiente. Já o controle
biológico é uma alternativa sustentável para a cultura porque não
contamina, não desequilibra o meio ambiente nem deixa resíduos, além de
ser barato e de fácil aplicação”, afirma.
A adubação orgânica gera
condições apropriadas para que os fungos e bactérias predadoras dos
nematoides se desenvolvam. O resíduo do processamento da mandioca,
conhecido como manipueira, do processamento do sisal e o esterco de
animais também estão sendo usados nos experimentos da Embrapa.
Doenças e pragas
Outra
palestra será ministrada pelo pesquisador Zilton Cordeiro, que vai
abordar as principais ameaças fitossanitárias para a bananicultura.
“Atualmente, os problemas mais preocupantes são a sigatoka-negra, a raça
4 tropical de Fusarium, fungo causador do mal-do-Panamá, e a bacteriose
causada por Xanthomonas”, afirma Cordeiro. Esta última resulta em
murcha permanente e até na morte da planta. Os principais sintomas são
murcha e amarelecimento de folhas, amadurecimento prematuro do cacho,
apodrecimento dos frutos e descoloração de vasos. Já a sigatoka-negra é a
mais grave doença da cultura, provocando perdas de 100% na produção de
variedades suscetíveis, e a raça 4 tropical de Fusarium afeta a maioria
das variedades da cultura da banana cultivadas no País e não tem
controle, diferentemente das sigatokas e de outras doenças.
Irrigação
Aproveitando
o fato de a bananeira ser considerada uma planta exigente em água e o
Distrito de Irrigação de Formoso ser a maior região produtora de banana
do Nordeste, uma das palestras será ministrada pelo professor Sérgio
Donato, que vai falar sobre estresses abióticos. “No Semiárido,
considerando que o cultivo da bananeira é obrigatoriamente irrigado, se
as necessidades hídricas estiverem plenamente atendidas, os estresses
abióticos que passam a limitar a produtividade são: temperaturas altas,
radiação solar excessiva e vento, em maior ou menor grau, variável com a
época do ano e a região do semiárido”, informa. “É preciso intensificar
as práticas que aumentem a eficiência de uso da água, que melhorem a
infiltração de água no solo e a refrigeração da planta, como densidade
de plantio, manejo da palhada, cobertura morta, aplicação de matéria
orgânica, melhoria do enraizamento das plantas e até cultivo protegido
em casos extremos”, salienta Donato.
O evento tem o apoio do
Instituto Federal Baiano campos Bom Jesus da Lapa (onde vão ser
apresentadas as palestras), Universidade Federal do Recôncavo Baiano
(UFRB), Ballagro Agro Tecnologia, Banana da Bahia, Agro Humus e
Simbiose.
Outras informações: telefone (75) 3312-8144 e e-mail cnpmf.inscricao@embrapa.br
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