Trabalho é realizado pela Embrapa, Universidade Federal Rural e Pesagro.
Pesquisas são desenvolvidas com a produção de verduras e legumes.
A fazendinha agroecológica fica no município de Seropédica ao lado dos
imponentes prédios da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Ela é
mantida pela Embrapa, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e a
Pesagro, Empresa de Pesquisa do Estado, e produz principalmente verduras
e legumes.
A área pertence ao Centro Nacional de Agrobiologia da Embrapa e foi
criada há quase 20 anos pelos engenheiros agrônomos Dejair Almeida e
Raul de Lucena Ribeiro. Em 1998, o Globo Rural mostrou as pesquisas
realizadas por eles com a produção de hortaliças orgânicas. Quatorze
anos depois, a fazendinha se transformou em um centro de formação em
agroecologia e agricultura orgânica, com curso de mestrado coordenado
pela Universidade Rural.
O principal desafio dos novos pesquisadores da fazendinha é gerar
conhecimentos para atender as exigências da lei que rege a produção
orgânica no Brasil. Quando se pensa em produção de hortaliças, logo se
pensa em esterco animal ou adubo químico. Mas, pela Lei dos Orgânicos
isso não é permitido, como explica o engenheiro agrônomo Ernani Jardim
da Embrapa.
“Se você traz o esterco lá de fora, muitas vezes o pecuarista, o
avicultor, ao cuidar dos animais usa remédios, produtos químicos, que
são utilizados no sistema de produção. Quando ele vem pra cá, ele vai se
concentrando nesta área de produção de hortaliças”, afirma.
A única exceção é o esterco produzido pelos criadores de animais que
não usam produtos químicos e que sejam certificados como orgânicos, mas
essa produção ainda é muito pequena. Para substituir o esterco, a
fazendinha está usando adubação orgânica de origem vegetal.
“Nós usamos uma espécie chamada Gliricidia sepium, que contribui principalmente com o ingresso de nitrogênio dentro da unidade de produção. Além disso, utilizamos o capim elefante, que é uma outra fonte de biomassa”, explica José Guilherme Guerra, agrônomo – Embrapa.
“Nós usamos uma espécie chamada Gliricidia sepium, que contribui principalmente com o ingresso de nitrogênio dentro da unidade de produção. Além disso, utilizamos o capim elefante, que é uma outra fonte de biomassa”, explica José Guilherme Guerra, agrônomo – Embrapa.
O capim é triturado com a mesma picadeira usada para fazer forragem.
Depois é amontoado ao ar livre. A finalidade é a produção de substrato
para a produção de mudas de hortaliças. Para cada 95 kg de capim picado
deve-se misturar 5 kg de torta de mamona. No início é bom molhar o
material. Depois é só aguardar de 90 a 100 dias para completar o
processo. O substrato pode substituir o humos, feito com esterco de
curral e usado nos viveiros de mudas.
Outro insumo fundamental na produção de hortaliças orgânicas é o
bocashi. Um composto de resíduos vegetais também obtido por fermentação.
Ele é rico em macro e micro nutrientes. Para fazer 200 quilos do
composto são necessários: 60 quilos de farelo de trigo e 40 de torta de
mamona. Depois eles despejam dois litros de um produto chamado: EM em 20
litros de água.
O EM é uma mistura ativada de bactérias e leveduras, que se encontra
facilmente nas lojas de insumos orgânicos. Depois é só umedecer a torta e
o farelo aos poucos sempre misturando. O material é bem compactado
dentro dos tambores e antes do fechamento é preciso colocar um plástico
para vedar bem. Ele fica armazenado por três semanas.
Para iniciar um plantio de hortaliças orgânicas é preciso fazer a
correção do solo com calcário e afofar bem a terra. Se o plantio for de
mudas é só fazer as covas e colocar as plantas no canteiro. Dois dias
depois, espalha-se o bocashi a lanço no meio das mudas. Depois vem o
capim e a gliricídia, ambos picados com pelo menos três dias de
antecedência. A mistura é meio a meio. O material é usado como cobertura
morta. Isso é fundamental para proteger e ativar a vida do solo.
Quem produz hortaliças orgânicas tem que planejar muito bem a época de
plantio de cada cultura para evitar as pragas e doenças. No caso das
folhagens, o problema principal é o pulgão, que suga a seiva e acaba
matando as plantas. Ao invés de aplicar veneno a estratégia do pessoal
da fazendinha é atrair o principal inimigo natural do pulgão: a
joaninha. Ela é capaz de comer dezenas deles em um dia.
Um canteiro de coentro bem no meio da horta atrai as joaninhas. “Quando
ele começa a florescer, ele oferece néctar e pólen, que é um alimento
completar para as joaninhas, enquanto ela não encontra a sua presa
principal, que são as pragas”, explica Maria Gabriela da Mata, Agrônoma -
Embrapa. Quando termina a fase de floração do coentro as joaninhas voam
para as outras verduras a cata dos pulgões.
Além do controle biológico é preciso também lançar mão dos defensivos
autorizados para uso na agricultura orgânica, como a calda borbalesa que
serve para combater os fungos do tomateiro. Hoje já é possível dizer
que existe informação científica para cultivar qualquer hortaliça sem o
uso de veneno. “Quando a gente faz agricultura orgânica, tem que
considerar vários fatores. A época adequada para plantar, as condições
ambientais, uma variedade que tenha bastante resistência e esse
somatório todo é complementado com os defensivos alternativos”, comenta
Alexandra de Carvalho Silva, agrônoma – UFRJ.
Mas existem pragas como as lagartas da broca e da traça para as quais não existem remédios. O jeito é construir estufas de tela fina para evitar a entrada das mariposas que colocam os ovos das lagartas na flor do tomateiro.
Para a produtora Isabel Yamagushi, que produz hortaliças orgânicas na região, o maior desafio é conviver com os fungos e as lagartas. “A agricultura orgânica tem nos proporcionado uma venda certa. Na feira, um tomate grande, pra salada, gira em torno de R$ 10 o quilo. O produto orgânico é mais caro porque há uma perda enorme”, explica.
Mas existem pragas como as lagartas da broca e da traça para as quais não existem remédios. O jeito é construir estufas de tela fina para evitar a entrada das mariposas que colocam os ovos das lagartas na flor do tomateiro.
Para a produtora Isabel Yamagushi, que produz hortaliças orgânicas na região, o maior desafio é conviver com os fungos e as lagartas. “A agricultura orgânica tem nos proporcionado uma venda certa. Na feira, um tomate grande, pra salada, gira em torno de R$ 10 o quilo. O produto orgânico é mais caro porque há uma perda enorme”, explica.
Parte da produção de Yamagushi é feita ao ar livre, onde ela não pode
controlar a água nem pragas. O excesso de umidade é a principal causa
dos fungos que atacam sua plantação. Eles seriam mais fáceis de
controlar se o plantio não fosse feito ao ar livre, mas o custo para
manter uma estufa é maior.
Além de feiras, no Rio de Janeiro existe outro mercado para os orgânicos. São os restaurantes de alta cozinha. Produtores e empresários fazem parcerias de sucesso. “Para os produtores é importante, porque nós colhemos um produto que já vem vendido. Não existe aquela dúvida de levar até um local, sem saber se vão ficar”, explica o produtor.
Além de feiras, no Rio de Janeiro existe outro mercado para os orgânicos. São os restaurantes de alta cozinha. Produtores e empresários fazem parcerias de sucesso. “Para os produtores é importante, porque nós colhemos um produto que já vem vendido. Não existe aquela dúvida de levar até um local, sem saber se vão ficar”, explica o produtor.
Para receber um folheto com receitas de defensivos alternativos,
permitidos para uso na agricultura orgânica, escreva para a Pesagro. O
folheto é grátis.
PesagroAlameda São Boaventura, 770
Niterói, Rio de Janeiro
Cep: 24120-192
VEJA O VÍDEO EM:
fonte GLOBO RURAL http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2012/08/pesquisadores-do-rj-investem-e-ganham-espaco-com-os-organicos.html
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