terça-feira, 2 de maio de 2023

A arte de podar, necessidade ou não?


                 

A arte de podar nasceu da irracional iniciativa de um asno e essa origem muar desse ramo da horticultura parece ter influído até hoje na evolução pouco esclarecida dos processos e métodos mundiais de poda. Contamos Portes & Ruyssen (1884) que, segundo Pausâmias, geógrafo e historiador grego, foi um jumento que, devorando os sarmentos de uma videira, deu aos nauplianos a idéia de podá-la 
 (Inglez de Souza, 1986). 

Considera-se que cabras, ovelhas e burros foram os descobridores da poda e, portanto, são chamados de os pais da poda.

Quando as plantas começam a diminuir a sua atividade fisiológica, ou seja, com a chegada do frio, é sabido que está chegando a hora correta  de se fazer uso da tesoura  de poda. Deve-se então preparar  com antecedência as ferramentas  com por exemplo: amolar  as ferramentas, limpar  as lâminas impregnadas de ferrugem  por estarem guardadas  desde o ano anterior, lubrificar  a mola da tesoura e afiar o serrote.
O ritual do corte está para começar.





Definições e Objetivos


Para Joaquim Rasteiro, podar “é o conjunto de cortes executados numa árvore, com o fim de lhe regularizar
a produção, aumentar e melhorar os frutos, mantendo o completo equilíbrio entre a frutificação e a vegetação normal, e, também com o fim de ajudar a tomar e a conservar a forma própria da sua natureza, ou mesmo de a sujeitar a formas consentâneas ao propósitos econômicos de sua exploração”.

A importância de se podar varia de espécie para espécie, assim poderá ser decisiva para uma, enquanto que para outra, ela é praticamente dispensável. Com relação à importância, as espécies podem ser agrupadas em:

Decisiva: Videira, pessegueiro, figueira, nespereira.
Relativa: Pereira, macieira, caquizeiro, oliveira.
Pouca importância: Citros, abacateiro, mangueira, nogueira, pecã.

Como regra geral para se saber se a poda é uma operação importante ou não, pode- se estabelecer que ela é tanto mais necessária quanto mais intensiva for a exploração frutícola e, inversamente menor a sua importância quanto mais extensiva for a cultura. Esta importância da poda está também diretamente relacionada com o objetivo da exploração, ou seja, que tipo de produto o mercado exige; pois com a poda pode-se melhorar o tamanho e a qualidade dos frutos.

O podador deverá fazer uso de seus conhecimentos e habilidades,
onde um gesto seguro reflete a  convicção
de quem acredita que a interferência humana é imprescindível para modelar um pomar.
Na natureza, as plantas crescem sem qualquer modelamento, buscam sempre a tendência natural de crescerem em direção à
luz, tomando a forma vertical, e com isso perdem a regularidade de produção.

Para que a poda produza os resultados esperados, é importante que seja executada levando-se em consideração a fisiologia e a biologia da planta e seja aplicada com moderação e oportunidade.

A Arte de Podar
Embrapa – Meio Ambiente Setembro de 2009


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