quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Masanobu Fukuoka. Da "agricultura natural" ao "reverdecer"

por Toni Marin


Sessenta anos junto à natureza lhe deram o saber para entender quem somos, o que devemos ser e o que temos que fazer no futuro para ser. A alma deste homem humilde (vive com sua aposentadoria), honesto, comprometido até às entranhas, camponês, poeta, filósofo, intelectual, ilumina as mentes e os corações de milhares de pessoas pelo mundo. É um revolucionário, um grande sábio.

Com seus livros e suas palavras nos faz pensar sobre nossa maneira de viver e nos indica o caminho e como chegar nele. Seu método revolucionário de agricultura natural, seu invento das "nendo dango" (bolinhas de argila em japonês) para converter desertos em bosques, seus livros, tudo o que diz e sua filosofia de vida o convertem sem dúvida em um personagem excepcional.

Sua filosofia de vida, faz-lhe feliz?

Se não tivesse me conectado à minha filosofia, há anos que estaria morto. Só existe uma coisa: que todo é um. Também descobri que não há nada que exista neste mundo, esta é a idéia que tenho perseguido. Tenho tentado entrar cada vez mais nos detalhes do mais profundo do NADA. A única grande idéia que tive aos 25 anos é que tudo é o mesmo.

Em geral seu pensamento está conectado com o NADA, “MU”, FAZER NADA. De acordo com este pensamento, até a educação é inútil. O conhecimento em si mesmo é algo que separa as coisas. Fukuoca diz "se utilizas este pensamento para separar o vermelho do negro, aprendeste a separar o vermelho do negro, mas nada sobre o vermelho ou o negro".

Como se explica que uma pessoa de sua idade tenha tal vitalidade?
Todo o secreto é que não me preocupo em absoluto com minha saúde. Talvez seja o fato de que há 60 anos decidi fazer-me de louco e fazer loucuras.

Crê que sua filosofia é transcendente?
(Sorri) Demasiado simbólico. Não sinto que seja assim. Sou um homem muito simples, muito normal. Meu grande privilégio foi ter descoberto que sou louco. Por isso não me sinto ofendido quando alguém diz algo estranho sobre mim, como tampouco me sinto maravilhado quando me elogiam. Penso que não tenho talento para fazer uma ONG. Por outro lado nunca vi uma organização funcionando bem, necessitam dinheiro e infra-estrutura para funcionar. Para reverdecer só são necessárias sementes e argila.

O que lhe pareceu a paisagem do Mediterrâneo desde a Grécia, Itália e Espanha (com a ilha de Mallorca)?
Também comparando com as paisagens africanas estas aqui são desertos rochosos, que serão muito difíceis de reverdecer. Às verduras, parece-me que lhes falta o sabor delicado. Creio que este sabor delicado que lhes falta é como se a natureza fosse muito simples e os nutrientes também. Parece que isso se passa com toda a natureza. À natureza falta-lhe vitalidade e esta deficiência se transmite aos alimentos e através deles, às pessoas. Não vejo variedades nos campos.


Que lhe parece esta paisagem tomada de oliveiras?
Parece ser a árvore que mais agüenta este clima. Uma árvore ideal para o deserto. E aqui é um deserto. Podes pensar que isso (o que vemos aquí) é a natureza tal qual. Numa área de uns 10 mts. só há cinco tipos de frutíferas diferentes. Com 30 tipos de frutíferas e que cada uma delas tenha 5 a 6 variedades poderíamos ter 150 tipos de fruta. Fazem 2.000 anos que se cortaram as árvores da floresta para se construir barcos. Começou a erosão e o avanço do deserto. Venho o deserto da Espanha para esta ilha (Mallorca). A agricultura moderna e a erosão são as causas para que este processo continue. Desapareceram a cultura e o uso dos bosques. A fome do mundo, a violência social e étnica. Estas coisas ocorrem porque se acelerou a destruição da natureza, se se perder mais uns 3% mais dela, o mundo se destruirá. Abri este livro (tem nas mãos um livro sobre a Mallorca e o mediterrâneo), demonstrando que é assim que o mundo pode chegar a ser. Sacrificar la natureza para o desenvolvimento de uma civilização. A civilização e a cultura vão em declínio e terminaremos neste deserto de pedra e terra. Este local deveria ser um bosque com árvores de 100 mts. Agora só nos resta a água armazenada nas pedras e esta é nossa última oportunidade.

Como solucionar a questão da fome?
O erro básico é quando o ser humano pensa que é ele que produz a comida. Por isso utiliza produtos químicos. As coisas que se faz para controlar a água, barragens, diques, é um erro. Parar o fluxo do rio, suja a água. A água ao fluir com as pedras é muito melhor, a água se purifica. O ser humano pensa que o problema se soluciona fazendo barragens, mas não faz nada para solucionar a falta de água. A água é produzida pela quantidade de folhas que há no solo. Este local está deserto não por falta d’água, mas sim pela falta de vegetação. Na Espanha, no Egito, na Líbia, tiram a água do fundo da terra, agravando o problema, ao tentarem puxá-la do fundo da terra. Destruindo liquens e folhas, pioramos a possibilidade de obter água. Tiramos a água do mar para produzir riqueza. Com este método cremos que estamos controlando a água. O trabalho que esse processo inclui realmente destrói a natureza. O homem queima madeira, carvão, urânio,
crê que está criando mais e mais energia, mas está fazendo o contrário. A energia não serve para nada.



O que pensa das sementes híbridas?
Não. Não utilizo híbridos. Venho tentando explicar isso há uns 40 anos. Os japoneses não entendem porque só compreendem uma parte do problema, não sua totalidade. Quando falo do todo se converte em grande. Quando falo de algo concreto se torna pequeno. 60 anos buscando uma boa solução, um bom método, não encontrei. Tornei-me um pouco pessimista, agora tento explicar meus pensamentos com poemas. Si semeias sementes e lhe acrescentas fertilizante de um certo ponto de vista pode estar bem. Mas visto incluindo todas as partes pode o fertilizante ser um erro. Pode-se dizer que hoje em dia na raça humana para aqueles que crêem piamente na ciência que esta se converteu em uma religião. Faz 60 anos que cheguei ao conceito do “não fazer”. A única palavra em minha cabeça tem sido “UM”. Todas as coisas que tem valor realmente não existem. O conhecimento humano não tem nenhum valor, não tem valor a separação das cores, de algo que existe, que não existe.



Como imagina um livro para crianças?
A única esperança para esta situação são as crianças e talvez sejam os únicos sobreviventes. O problema está nos professores, pois eles podem criar mal-entendidos às crianças. Em uma palestra com estudantes na Univ. de Kioto, uma fala de duas horas, converteu-se em uma de 8 h. O tema principal da conversação foi que cremos que o professor de escola média é menos do que um de universidade. Este é um equívoco e me tomou 20 h. para explicá-lo e porque os seres humanos são muito mais estúpidos que os cães. O ser humano crê que tem a habilidade de saber conhecer, e isso não é certo. O ser humano tem dois olhos, os cães também, nós estamos pensando que vemos as mesmas coisas. Os cães e os gatos vêem uma coisa através dos olhos, e não fazem discriminação se é boa ou má, homem-mulher. Os gatos não vêem, é próprio dos humanos. O ser humano crê que conseguiu capturar a cor azul. O ser humano olha a montanha, o vale e vê cada um de uma maneira separada. Pensa que conhece a cada um separadamente. Os gatos e os cães vêem estes elementos, mas não separados. O ser humano dividiu a natureza em 4 partes, os cães as vêem como uma unidade. O ser humano crê que conhece a natureza, no entanto a única coisa que fez, foi dividi-la. O homem a fragmentou em 4 partes, pensando que realmente a conhece, mas não é verdade. Os cães e gatos conhecem-na verdadeira, os homens a dividem em partes. É como se tivéssemos um vaso e o rompemos em 4 pedaços. O ser humano observa um dos pedaços e pensa que é a totalidade, além do mais pensando que é mais inteligente que os cães e gatos que vêem a totalidade. Crê que conhece um ponto, uma linha, entretanto na realidade não conhece nem o ponto nem a linha. De acordo com as palavras de Sócrates: só sei que nada sei. Os seres humanos nem se quer conhecem-se a si mesmos. O único que sabemos é que o ser humano é diferente dos cães e dos gatos, e tendem a pensar que conhecem tudo.



Qual crê que é a razão de que só estudamos o pontual?
O problema se resolve admirando a totalidade. A razão do problema é que utilizamos o conhecimento científico e este é o verdadeiro problema.

Como podemos deixar de ver as coisas deste ponto de vista científico?
Quando o homem se afasta da natureza não pode sentir o coração da natureza. Quando pensamos em cobrar da natureza de forma científica isso é impossível. A razão porque a temos destruído é porque o que fazemos à ela, estaremos fazendo em nosso próprio benefício.

O que pensa dos cientistas?
Só pensam em fazer dinheiro. Utilizando o fundo de uma mina a 3.000 mts. Os cientistas do Instituto Fukuba estão pesquisando a antimatéria e estudos sobre supercondutores. Em uma piscina aceleram as partículas e observam como se comportam.
Aonde nos levarão estes experimentos? Porque buscamos coisas que já sabemos que existem? Porque buscamos coisas que já sabemos que não existem? Estes estudos podem ter algum valor?
Não se pode chamar progresso aquilo que não sabemos como pode acabar. Poderia chegar a resultados de uma força superior à bomba atômica. Se formos capazes de findar com estes experimentos, haveria dinheiro para salvar a África duas ou três vezes. A investigação da antimatéria pode se converter em a coisa mais perigosa que jamais existiu. É tão perigoso porque é somente algo antinatural. Hoje em dia podem ser geradas ratas maiores do que gatos. Imagina-se u ratão perseguindo um gato.

Isto é algo precioso ou monstruoso?
Esse momento está se aproximando. A montanha no rio e as ervas na árvore estão destroçadas. Aqui não existe Deus nem Buda. O humanos estão fragmentando a natureza em minúsculos pedaços.


Quando tempo ainda para a queda do ser humano se isso não se reverte?

No Japão a TV recorreu a cientistas de todo o mundo para discutir este tema e o que se disse é que nos restam 10 anos de vida. Eu avalio em uns 25-30 anos de vida. As coisas chegaram a um limiar. Em todas as questões que envolvem a natureza estamos em um ponto crítico. Penso que se perdermos mais uns 3% da vegetação a humanidade estará em perigo. Se perdermos estes 3%, perderemos a alegria da vida.




Por que perderemos a alegria da vida?
No Japão quando floresce a cerejeira a gente vai ao campo alegre, para ver sua flor, se senta embaixo das árvores e fazem festa. Estão felizes. Bebendo sakê admirando as flores. Quando as plantas florescem, produzem uma oxigenação isso produz ar puro. Se há muito ar puro estamos contentes e bebemos sakê. Se perdermos os 3% da natureza é igual a perder ar puro y perderemos o sentimento de bailar e beber sakê, e as pessoas se esfriarão. Creio que a melhor maneira de recuperar é atirar as bolinhas de argila. Estou dizendo para jogar fora os livros e deixar de pensar. Podes anotar o que quiseres desta entrevista, mas o último parágrafo deves colocar “esta entrevista não serve para nada”. Temos que semear as bolinhas de argila com rapidez porque não tem mais tempo. Depende de cada um de vocês para que isto seja um ponto de partida para o reflorestamento de todo o planeta ou nos restará somente reverdecer somente esta ilha. Não devemos deixar que esta ilha se converta no último paraíso. Aqui deve haver um paraíso para demonstrar para o resto do mundo com um reflorestamento de verdade.



O “nendo dango” é um experimento?
Não posso dizer que seja um invento, é uma imitação da natureza. Quando jogamos nendo dango , semeamos como Deus. Quando fazemos nendo dango temos que nos sentir que somos Deuses. Quando se faz os nendo dango estamos colocando alma na bolinha de argila. Que tipo de sementes devemos semear e quais não? Já não se trata de introduzir ou não espécies não autóctones, trata-se de “sobrevivência”. Tenho um plano de fazer uma olimpíada verde de repovoamento florestal para o Mediterrâneo. A Espanha, sobretudo, padece de um grave caso de desertificação.

Como podemos chegar à consciência das pessoas ante o problema de que a natureza está morrendo?
Vocês terão que inventar as palavras. Eu sou capaz de transmitir este pensamento em poucas palavras. Aqui nesta região da Europa há pouca água, portanto há que dançar e tocar o tambor para atrair a água.

Qual é o seu último projeto? O que está fazendo ultimamente?
Na Grécia com um grupo, estamos levando a cabo um projeto de reverdecer uma extensa área de 10 mil hectares desértica com a ajuda de 500 voluntários e espalhando por todo o espaço bolinhas de argila. Utilizaram 70 toneladas de argila e 12 toneladas de sementes, 5 toneladas de algodão e três toneladas de jornais. Todo mundo colaborou, daí não precisar de dinheiro nem organização. Eu dizia aos jovens: vocês têm que semear bolinhas com alma para que cresçam melhor. Quando semeias “nendo dango”, és como Deus.

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, dezembro de 2005.
fonte: http://www.nossofuturoroubado.com.br/old/12te%20fuku.htm

♻️ Vamos aprender a fazer uma gongocompostagem !!!

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Usos da Água de Vidro, Tião 2018 SP - UM IMPORTANTE PROTETOR DAS PLANTAS


ÁGUA DE VIDRO – UM IMPORTANTE PROTETOR DAS PLANTAS 

O programa Comida boa na mesa traz dicas técnicas e o faça você  mesmo, promovendo a agroecologia e um mundo melhor e sustentável.  É produzido pelo Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia,  o CAPA, integrado à Fundação Luterana de Diaconia e vinculado à  Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.

  A atenção maior na produção agroecológica deve ser o cuidado com a vida de nosso solo, pois solo saudável gera alimentos saudáveis. Existem formas de evitar e corrigir ocorrências de insetos indesejáveis e doenças em nossas lavouras. O tema de hoje é o preparo e forma de uso da água de vidro, um importante protetor de plantas, de fácil acesso e produção caseira. Água de vidro é o nome popular dado a um produto à base de silicatos solúveis, compostos de silício.

 Os silicatos são abundantes no planeta, e estão presentes em cristais, rochas e chifres de animais. Podem ser preparados de várias formas, mas apenas os silicatos solúveis são facilmente utilizados na agricultura. O produto é um importante protetor das plantas contra o desenvolvimento de doenças fúngicas e bacterianas, fortalecendo a epiderme da folha e ajudando contra insetos picadores. Também é utilizada para amenizar situações de estresse ambiental, em condições de excesso de chuvas, e também em condição de seca por evitar a perda de umidade. Para evitar danos na formação de geadas nas hortaliças e frutas, fazer uma aplicação de três a quatro horas antes da formação da geada. 

É notável o aspecto e conservação das plantas tratadas com a água de vidro. A melhor forma de prepará-la é com cinzas, e a melhor cinza a ser usada é a de casca de arroz. A palha da casca de arroz possui mais de 90% de compostos de sílicio. Também plantas como a cavalinha e o picão possuem bastante silício.

 Depois de obter a cinza, misture uma parte de cal viva ou apagada para cada quatro partes de cinza. Depois, coloque mais cinco partes de água quente, e mexa até formar gel de silício, que é totalmente solúvel. Depois de pronto, acrescentar no gel 95 partes de água fria, obtendo a água de vidro. Coe a mistura ou deixe em um frasco, para decantar os grãos da cinza, e use somente a água que fica na parte superior. Não guarde em garrafas PET ou outros plásticos, pois o produto é corrosivo. Misture 200 ml de água de vidro para cada 20 litros de calda para pulverização. Pode ser aplicada de forma preventiva sobre as plantas, de forma a fortalecer as folhas e o seu metabolismo.

 A aplicação deve ser preferencialmente à noite.

 Conheça mais sobre o CAPA em www.capa.org.br 

na captura de microorganismos para fabricação de biofertilizante #agroecologia #vidanaroça


 

De ciência ancestral a inteligência artificial: Embrapa Acre levará para COP 30 alternativas que dialogam com a floresta amazônica

 

Fonte: embrapa

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Durante a COP30, que acontece em Belém-PA entre os dias 10 e 21 de novembro, a  Embrapa Acre irá apresentar soluções tecnológicas que dialogam com a floresta amazônica e com as populações que vivem na maior floresta tropical do mundo. As tecnologias vão compor a Agrizone, uma grande vitrine de tecnologias, ciência e cooperação internacional voltada à agricultura sustentável e ao combate à fome em um contexto de mudança do clima. 

“A Agrizone será a casa da agricultura sustentável. Durante 11 dias, teremos 400 atividades técnicas , 45 cultivares e 30 sistemas agropecuários sustentáveis, com vitrine viva e muita articulação. Queremos mostrar que a inovação é o caminho para alimentar o mundo e proteger o planeta”, afirma o chefe-geral da Embrapa Acre, Bruno Pena Carvalho, que estará na Agrizone. 


Netflora
O Netflora, desenvolvido  em parceria com apoio do Fundo JBS pela Amazônia,  reúne um conjunto de algoritmos treinados com inteligência artificial (IA) e uso de drones para reconhecer espécies florestais. As árvores da Capoeira do Black, uma área de floresta dentro da Embrapa, em Belém, foi mapeada com o Netflora e a tecnologia irá compor a trilha durante visita guiada. O engenheiro florestal Mauro Karasinski, da equipe de pesquisa, irá apresentar a ferramenta para o público, que já mapeou mais de 100 mil hectares de floresta. “Isso é um avanço no uso de geotecnologias aplicadas à conservação e gestão sustentável das florestas brasileiras”, afirma Karasinki. 

O Netflora utiliza como base as características botânicas, disponíveis em um banco de dados com mais de 60 espécies, esse aprendizado permite identificar árvores de interesse comercial e indicar a sua localização exata na floresta. 
De acordo com o pesquisador da Embrapa Acre Evandro Orfanó, o Netflora confere maior automação ao planejamento da atividade florestal e aumenta a precisão e eficiência na execução de planos de manejo. “O algoritmo também fornece métricas, como diâmetro e área de copa, que possibilitam estimar o volume de madeira de cada árvore. Essas ferramentas tecnológicas contribuem para o aumento da produção florestal com conservação ambiental”, afirma.

Sistema Guaxupé

Na Fazenda Álvaro Adolpho, dentro da Embrapa em Belém, foi montada uma vitrine de intensificação sustentável com o  Sistema Guaxupé e outras alternativas. Composto por tecnologias de baixo impacto ambiental, o Sistema Guaxupé permite a intensificação da atividade pecuária com menor investimento econômico e ganhos ambientais significativos. Desenvolvido pela Embrapa, em parceria com pecuaristas do Acre, a tecnologia proporciona pastagens de alta produtividade e longa duração, aumentando a rentabilidade dos sistemas pecuários a pasto.

“A adoção do sistema proporciona aumento de 30% na produtividade de carne e bezerros por hectare, além de redução nas emissões de gases de efeito estufa”, afirma o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologias da Embrapa Acre, Daniel Lambertucci, que apresentará o Sistema Guaxupé para os interessados na Agrizone. 

O método se baseia no uso de diferentes forrageiras para diversificar e manter a produtividade das pastagens; no consórcio de forrageiras com leguminosas que fornecem nitrogênio ao solo, em especial o amendoim forrageiro; controle preventivo de plantas daninhas, para redução de custos com reforma de pastagens; e manejo adequado do pasto, para garantir a oferta contínua de forragem para o rebanho.

Sistemas Agroflorestais 

Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) são formas de uso da terra que envolvem a integração de árvores com cultivos agrícolas.
Experiências realizadas pela Embrapa Acre em parceria com agricultores familiares na Reserva Extrativista Chico Mendes, no município de Epitaciolândia (AC), há 15 anos, e no Projeto Reca, em Nova Califórnia (RO), há 25 anos, mostram que essa alternativa produtiva é economicamente viável e proporciona ganhos ambientais. “Por ser composto por espécies nativas da Amazônia, possibilita a elaboração de projetos de crédito e de recomposição de áreas de Reserva Legal (RL)”. 
Serão apresentados no Os dois modelos de  consórcio agroflorestal para produção de cupuaçu, castanha-do-brasil (também conhecida como castanha-do-pará e castanha-do-brasil) e sementes de pupunha e   o consórcio para produção de cupuaçu, frutos e sementes de pupunha, copaíba e sementes de andiroba. 

Sistemas Agrícolas Tradicionais

Os Sistemas Agrícolas Tradicionais incluem elementos culturais, históricos, socioeconômicos e ecológicos  e constituem um conjunto de saberes, práticas e técnicas produtivas resilientes e sustentáveis. Esses sistemas formam paisagens características, manejadas por povos e comunidades tradicionais, que preservam e transmitem  uma  ciência ancestral. 
Esse tema será o foco das discussões no dia 18 de novembro, às 16h40, no auditório Arena, durante a ação do projeto “Registro dos Sistemas Agrícolas Tradicionais do Alto Juruá (RSAT Alto Juruá)”. Composto por uma equipe multidisciplinar, reúne pesquisadores da Embrapa Acre, Embrapa Amazônia Ocidental (AM), Embrapa Amazônia Oriental (PA), Embrapa Solos (RJ), Universidade Federal do Acre (Ufac) e Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Acre (Ifac). 

Segundo o pesquisador da Embrapa Acre, Amauri Siviero, os Sistemas Agrícolas Tradicionais (SATs) representam mais do que formas de produzir alimentos. “São uma herança passada entre gerações e se configuram como práticas de conservação da agrobiodiversidade, que envolvem diversos produtos. Os agricultores também possuem estratégias de conservação de espécies florestais e extrativismo”, complementa Siviero, que coordenará o debate sobre  Sistemas Agrícolas Tradicionais (SATs).

Produção e consumo de alimentos no Brasil

O livro  “Caminhos para a transição do sistema agroalimentar: desafios para o Brasil”, publicado pela Editora Senac será lançado durante a COP30, na casa do BNDES, no dia 18 de novembro, às 19 horas. Editado pela Cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares Saudáveis e Sustentáveis da Universidade de São Paulo (USP), a obra é organizada por Ricardo Abramovay e Arilson Favareto com artigos sobre  os sistemas agrícolas atuais, as formas de produção e consumo de alimentos, o equilíbrio ambiental e a saúde humana.

O pesquisador da Embrapa Acre, Judson Valentim, participa da obra com um capítulo, intitulado “A monotonia nos sistemas de produção de bovinos no Brasil: raízes históricas e caminhos para a diversificação sustentável” e participará do lançamento em Belém. “Nós apresentamos não só o problema, mas principalmente as inovações que já vêm sendo experimentadas para fazer frente aos impactos climáticos e aos impactos na saúde humana que o modelo convencional agroalimentar apresenta”, diz Valentim. 

“O objetivo é produzir conteúdo de referência científica sobre temas estratégicos da adaptação e mitigação climática na Amazônia, de forma a inspirar e apoiar a formação de lideranças comunitárias, de maneira acessível e aplicável à realidade dos territórios. E também estimular a troca de saberes entre pesquisadores e lideranças amazônicas, fortalecendo o diálogo entre ciência e práticas locais no enfrentamento da crise climática”, conta. Valentim também participa do Painel: “Recuperação e Conversão de Pastagens Degradadas com Práticas Resilientes ao Clima” na Agrizone. 


Bioeconomia  

O potencial do bambu como ativo ambiental inclusivo e suas contribuições para bioeconomia será o foco das discussões no espaço Arena, da AgriZone, no dia 13 de novembro, às 12h45. O pesquisador da Embrapa Acre, Eufran Ferreira do Amaral, participa desse debate e também da assinatura do Acordo de Cooperação  Técnica entre Embrapa e Hydro, empresa de alumínio e energia que envolve  reflorestamento de áreas de mineração e desenvolvimento de tecnologias para o aumento da fertilidade do solo. Amaral ainda participa de discussões sobre mudança climática e povos tradicionais. 


A castanha-da-amazônia (também conhecida como castanha-do-pará e castanha-do-brasil) é um dos produtos da sociobiodiversidade que compõem o Catálogo de máquinas e equipamentos para as cadeias produtivas da sociobiodiversidade que será lançado na Agrizone. A pesquisadora Cleísa Brasil, que coordenou esse levantamento, participa dessa ação.  

 

Priscila Viudes (Mtb 030/MS)
Embrapa Acre

Contatos para a imprensa

Telefone: (68) 3212-3250

sábado, 1 de novembro de 2025

Micorrízas con Sebastião Pinheiro

Biofertilizante da Composteira Doméstica - Húmus Líquido - Adubo Bomba p...


O biofertilizante produzido na composteira doméstica é um super adubo para aumentar a saúde das nossas plantas.
Erroneamente ele é também chamado de chorume, mas se trata de um verdadeiro húmus líquido.
Você poderá coletá-lo se utilizar uma composteira com o coletor para líquidos. Para essa finalidade a composteira de balde é muito recomendada. Os modelos de caixas de compostagem também costumam ter este coletor.
Utilizar o húmus líquido em nossos canteiros e vasos, além de ser uma adubação potente, vai estimular a colonização do nosso solo por microrganismos do bem que irão aumentar a qualidade nutricional dos vegetais, hortaliças e frutos que produzimos em nossas hortas e jardins.
Fazer a compostagem doméstica é muito gratificante e poder utilizar esse biofertilizante caseiro, um super adubo, é uma das recompensas!

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JÁ PENSOU EM TER UM MINHOCÁRIO PARA RECICLAR O SEU LIXO ORGÂNICO DOMÉSTICO?   ...