As caramboleiras não são árvores muito grandes, dão umas
flores branquinhas ou meio roxas, crescem em qualquer quintal e, mais
importante de tudo, são responsáveis pela carambola.
Apesar de ser muito comum na mesa dos brasileiros, as pessoas em geral
não param para pensar nos benefícios ou até nos perigos – sim, eles
existem – de se consumir essa fruta.
Originária da região tropical da Ásia, a carambola chegou ao Brasil
no século XIX, sendo introduzida no nordeste, e depois se espalhando
pelo país.
Atualmente, Malásia e Estados Unidos são grandes produtores da fruta,
enquanto que no Brasil ela é mais plantada no Vale do Rio São Francisco
e no interior do estado de São Paulo.
Benefícios da carambola
“
A carambola é rica em minerais como cálcio, fósforo e ferro, além de vitaminas A, C e algumas do complexo B”,
relata a nutricionista Paula Stempniewski. Esses nutrientes são muito
úteis especialmente na prevenção de gripes e resfriados, porque
fortalecem o sistema imunológico.
Assim como vários outros alimentos saudáveis, trata-se de uma fruta
rica em antioxidantes. Assim, ela ajuda no combate do corpo contra os
radicais livres, resíduos naturais do nosso metabolismo e que são
considerados os vilões do envelhecimento precoce.
“As vitaminas do complexo B, como riboflavina e piridoxina, entre
outras, estão muito presentes na carambola e favorecem o processo
metabólico, além de várias outras funções dentro do organismo”, afirma
Stempniewski. “Já o potássio da fruta ajuda no sistema sanguíneo,
diminuindo a pressão e regulando os batimentos cardíacos”.
Ainda segundo a nutricionista, uma taça de carambola como sobremesa
após o almoço pode ajudar a combater febre e diarreia. Um copo de suco
de carambola ou uma chávena de chá da fruta uma vez ao dia também
auxilia contra a retenção de líquidos por causa de seu efeito diurético.
É bom para emagrecer?
O primeiro sinal de que você deve incorporar a carambola na sua dieta
de emagrecimento é o fato de que ela tem poucas calorias –
aproximadamente 31 a cada 100 gramas.
“Além disso, ela ajuda a combater o colesterol alto, pois têm fibras que evitam que o corpo absorva grandes quantidades dele”, diz Paula.
Alguns ramos de medicina alternativa consideram a fruta e o chá das
folhas da caramboleira uma fonte importante de diversas características
medicinais.
A principal delas seria a função hipoglicemiante, o que significa que podem ajudar a diminuir os níveis de glicose no sangue.
“A presença do chá das folhas de carambola no organismo humano atua
diretamente no metabolismo, dificultando a retenção de açúcar pelo
corpo”, conta Paula Stempniewski.
A carambola, portanto, também ajuda a perder peso neste sentido, uma
vez que a absorção de açúcar está diretamente ligada ao acúmulo de
gordura corporal.
Como consumir?
Você pode simplesmente comer a fruta in natura, mas se quiser variar,
a carambola pode ser encontrada em geleias, calda, sucos e compotas.
Pode ser utilizada como guarnição para assados e como ingrediente em
saladas.
Depende de como você gosta e de como você quer utilizar a fruta.
Cozinhas que utilizam a carambola
Como já lembramos, trata-se de uma fruta tropical que se espalhou
especialmente na América e na Ásia. “Na literatura, as referências de
maior uso da carambola se dá em países como Tailândia, China, Índia e
Brasil”, diz a nutricionista Raisa Coelho.
Nos países orientais, ela é mais consumida como sobremesa, e
inclusive as flores da caramboleira fazem parte da composição de
diversos pratos. Também na Ásia, é onde ela é mais utilizada para fins
medicinais.
Os perigos da carambola
Apesar dos benefícios da carambola, ela é uma fruta que deve ser
consumida com responsabilidade e sem exageros. Como explica Raisa, “ela
tem um teor elevado de oxalato e de uma substância conhecida como
caramboxina, uma toxina específica da carambola”.
Segundo ela, ambas são potencialmente tóxicas para indivíduos com
doença renal estabelecida ou que tenham elevado teor urêmico (síndrome
que causa o acúmulo de ureia no sangue).
Isso acontece porque a pessoa com esses problemas tem a sua
capacidade de eliminar essas substâncias tóxicas do corpo reduzida. A
presença elevada das toxinas no sangue pode provocar sintomas como
confusão mental, náuseas, vômitos, e, em situações mais graves, até
convulsões.
No Brasil, a caramboxina foi catalogada pela Universidade de São
Paulo (USP) em uma pesquisa publicada na revista especializada
Angewandte Chemie International. O estudo foi um importante passo para
confirmar e alertar contra os perigos dessa toxina nestes casos mais
específicos.
Por fim, é preciso notar que a carambola contém grande quantidade de
ácido oxálico em sua composição. Isso significa que, se consumida em
excesso, ela poderá ajudar na formação de pedras nos rins.
Receitas que levam carambola
Doce de carambola
Ingredientes
- 1 unidade de carambola;
- 1 colher de açúcar de coco para cada unidade de carambola;
- 1 pau de canela
Modo de preparo
Primeiro, lave as carambolas, corte fora as pontas duras da fruta e
fatie horizontalmente, formando as “estrelas”. Depois, retire as
sementes. Então, coloque o açúcar, o pau de canela e as fatias de
carambola numa panela em fogo bem brando. A fruta irá soltar água e você
deve seguir mexendo até notar a carambola amolecer. Coloque na
geladeira e coma frio.
Chutney de carambola
Ingredientes
- 1 colher (chá) de pimenta calabresa;
- 3 unidades de carambolas picadas sem sementes;
- 4 colheres (sopa) de açúcar demerara;
- ½ colher (chá) de canela em pó.
Modo de preparo
Pique a carambola conforme explicado na primeira receita. Numa panela
pequena, coloque todos os ingredientes e deixe cozinhar por 20 minutos
ou até que o doce fique cremoso. Sirva com qualquer salgado ou até como
acompanhamento para o seu almoço.