quinta-feira, 30 de junho de 2011

AGRÔNOMO brasileiro é eleito novo diretor da FAO

O brasileiro José Graziano da Silva foi eleito neste domingo (26) o novo diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, da sigla em inglês). O anúncio foi feito por volta de 10h30 da manhã deste domingo.


Um brasileiro no combate à fome por afpportugues




Com o apoio de 90 países, ele ficou à frente de Miguel Ángel Moratinos, ministro de Assuntos Exteriores da Espanha, na segunda e decisiva ronda do pleito.

Uma votação anterior incluindo outros quatro candidatos havia ocorrido logo antes, e Graziano já estava à frente. Eliminados os quatro candidatos com menos votos, o brasileiro conseguiu alcançar a maioria absoluta do quórum, que era equivalente a 90 votos.

Graziano, agrônomo, professor e escritor, foi ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome enquanto a pasta existiu, entre 2003 e 2004, no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente. Ele coordenou o programa "Fome Zero" em seu início.

A FAO elegeu o substituto do senegalês Jacques Diouf no comando. Ele está à frente da organização internacional desde 1994, eleito a três mandatos seguidos de seis anos cada.

O futuro diretor geral terá que enfrentar um dos maiores desafios da Humanidade em sua tentativa de aumentar a produção de alimentos sem degradar o meio ambiente, com o objetivo de alimentar 9 bilhões de pessoas até 2050.

No total, seis candidatos -os outros são Franz Fischler (Áustria), Indroyono Soesilo (Indonésia), Mohammad Saeid Noori Naeini (Irã), Abdul Latif Rashid (Iraque)- apresentaram em abril, na sede central da entidade, seus programas de trabalho aos ministros e representantes dos 191 países membros.

A 37ª conferência da organização tem a participação de 179 países.

Esse é o novo diretor da FAO.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Graziano_da_Silva

quarta-feira, 29 de junho de 2011

cartilha agricultura urbana com enfoque agroecológico

Neste espaço disponibilizamos esta cartliha produzida pelo Cepagro,  de caráter informativo,  didático e de promoção das iniciativas comunitárias. Reprodução permitida, desde que citadas as fontes e creditados os autores.

fonte: http://www.cepagro.org.br/publicacoes-do-cepagro/






terça-feira, 28 de junho de 2011

sexta-feira, 24 de junho de 2011

A AGRICULTURA BIODINÂMICA

O QUE É A AGRICULTURA BIODINÂMICA




Bernardo Thomas Sixel*



Rudolf Steiner (1861 – 1925), fundador da Antroposofia, colocou, durante o Congresso de Pentecostes, em 1924, a pedra fundamental do berço do Movimento Biodinâmico, em forma de um ciclo de 8 palestras para agricultores. Esse congresso teve lugar no castelo Koberwitz perto de Wroclaw/Breslau, que hoje abriga a prefeitura de Kobierzyce, Polônia.





O impulso da Agricultura Biodinâmica, sendo uno com a Antroposofia, tem como conseqüência natural à renovação do manejo agrícola, a sanação do meio ambiente e a produção de alimentos realmente condignos ao ser humano.

Esse impulso quer devolver à agricultura sua força original criadora e fomentadora cultural e social, força que ela perdeu no caminho à industrialização direcionada à monocultura e à criação em massa de animais fora do seu ambiente natural.

A Agricultura Biodinâmica quer ajudar aqueles que lidam no campo a vencer a unilateralidade materialista na concepção da natureza, para que eles possam, cada um por si mesmo, achar uma relação espiritual – ética com o solo, com as plantas e os animais e com os coirmãos humanos.

A Biodinâmica quer lembrar todos os homens que: “A Agricultura é o fundamento de toda cultura, ela tem algo haver com todos”.

O ponto central da Agricultura Biodinâmica é o Ser Humano que conclui a criação a partir de suas intenções espirituais baseadas numa verdadeira cognição da natureza.
Esse quer transformar sua fazenda ou sítio em um organismo em si concluso e maximamente diversificado; um organismo do qual a partir de si mesmo for capaz de produzir uma renovação. O sítio natural deve ser elevado a uma “espécie de individualidade agrícola”

O fundamento para tal é a integração de todos os elementos ambientais agrícolas como culturas do campo e da horta, pastos, fruticulturas e outras culturas permanentes, florestas, sebes e capões arbustivos, mananciais hídricas e várzeas etc.. Caso o organismo agrícola se ordene em volta desses elementos nasce uma fertilidade permanente e a saúde do solo, das plantas, dos animais e dos seres humanos.

 

A partida e a continuidade desse desenvolvimento ascendente da totalidade do organismo empresa é assegurado pelo manejo biodinâmico dos tratos culturais agrícolas e do uso de preparados apresentados pela primeira vez por Rudolf Steiner durante o Congresso de Pentecostes. Trata-se de preparados que incrementam e dinamizam a capacidade intrínseca da planta a ser produtora de nutrientes, seja por mobilização química, transmutação ou transubstanciação do mineral morto ou por harmonização e adequação na reciclagem das sobras da biomassa produzida. Preparados que simultaneamente apóiam a planta a ser transmissor, receptor e acumulador do intercâmbio da Terra com o Cosmo

 
Adubar na biodinâmica significa, portanto aviventar ou vivificar o solo e não fornecer nutrientes para as plantas.

A única preocupação que devemos ter é o que fazer para que isso aconteça. Nesse caso é possível abster-se de tudo que hoje em dia parece ser imprescindível. Na Agricultura Biodinâmica não se usam adubos nitrogenados minerais, pesticidas sintéticos, herbicidas e hormônios de crescimento etc. A concepção do melhoramento biodinâmico dos cultivares ou das raças esta em irrestrita oposição a tecnologia transigência. A ração para os animais é produzida no próprio sítio ou fazenda e a quantidade dos animais mantidos esta em relação com a capacidade natural da área ocupada.

O agricultor biodinâmico está empenhado a fazer somente aquilo pelo qual ele mesmo pode responsabilizar-se. a saber, o que serve ao desenvolvimento duradouro da “individualidade agrícola”. Isto inclui o cultivo e a seleção das suas próprias sementes como também a adaptação e a seleção própria de raças de animais. Além disso, significa uma orientação renovada na pesquisa, consultoria e formação profissional.

O agricultor biodinâmico aprende, dentro do processo de trabalho, ele a ser mesmo um pesquisador, aprende a participar e transmitir sua experiência a outros e formar dentro do seu estabelecimento um local de formação profissionalizante para gerações vindouras.

Uma renovação desta natureza desperta o interesse das pessoas que vivem nas cidades. Elas ligam-se com esta ou aquela fazenda ou sítio, apóiam e ajudam como podem, tornando-se fieis fregueses. Elas colaboram na formação de mercados regionais tornando-se como associados solidários mútuos. Há iniciativas novas de importância fundamental em toda parte para que a agricultura possa enfrentar com sua autonomia regional a globalização do mercado mundial. Agricultura não é somente profissão para ganhar dinheiro, mas é principalmente encargo de vida, é vocação.

Em mais de 50 países da Terra a Agricultura Biodinâmica é praticada ao serviço do cultivo do meio ambiente e alimentação saudável do ser humano. No mundo inteiro os produtos biodinâmicos são uniformemente comercializados sob a marca “DEMÉTER”. A marca DEMÉTER garante uma cultura agrícola baseada em medidas novas nos campos culturais – espirituais, políticos – legais, econômicos e ecológicos.

Para o desenvolvimento da agricultura e da cultura em geral no Brasil será de maior significação, achar personalidades suficientes que tenham a coragem e a força de iniciativa de se colocar ao serviço desta renovação da agricultura.

* Fonte: Sociedade Antroposofica Brasileira

quinta-feira, 23 de junho de 2011

O agroecologista DODÔ - sitio dos herdeiros - Lami - Porto Alegre

O agricultor ecologista Salvador Rosa da Silva, o Dodô, que há 12 anos produz folhosas, frutas, ovelhas e vacas, numa área de 18 mil metros quadrados no bairro Lami. Foi entrevistado pela TVE, assista o vídeono endereço http://www.emater.tche.br/suporte/midia/video_tv_601.wvx

Ele tem, como preocupação, produzir para abastecer o mercado, “que pede alimentos mais saudáveis”, diz Dodô, que todo sábado de manhã comercializa seus produtos nas bancas 2 e 4 da Feira do Bonfim.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Visita a ECOCITRUS. Usina de Compostagem de Resíduos Agroindustriais!!!

Nesta segunda feira a turma da disciplina de produção orgânica de hortaliças, da faculdade de Agronomia da UFRGS, visitou a cooperativa Ecocitrus em Montenegro/RS. Esta usina surgiu da necessidade de suprir os agricultores com adubação orgânica nas suas produções agrícolas.

 Em 1995, para recuperar suas áreas, a cooperativa criou uma base de beneficiamento de adubos orgânicos, chamada de . Em parceria com 35 agroindústrias da região, os resíduos orgânicos destas empresas são destinados para a Usina de Compostagem da Ecocitrus, que os transforma em adubo orgânico.











Assim, os 107 associados plantam e colhem frutas sem o uso de agrotóxicos, poupando o meio ambiente da ação de venenos e produtos químicos. Ao todo, a cooperativa recicla 45 mil toneladas de resíduos industriais por ano e produz 15 mil toneladas de composto (sólido) e 15 mil toneladas de biofertilizante líquido por ano.










Em 2008, a Ecocitrus realizou um grande investimento na remodelação da estrutura da Usina de Compostagem, com a construção de novas valas e pavilhões. A usina, que ocupa 12 hectares de área útil, na localidade de Passo da Serra, no município de Montenegro, também foi modernizada, com a introdução de novas tecnologias, como a aceleração do processo de compostagem, melhorando a qualidade do adubo orgânico. Com a ampliação da estrutura, será possível triplicar a produção.

 

A usina possuía uma licença de operação para 3,4 mil metros cúbicos mensais. Na renovação desta licença, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental autorizou recentemente o processamento de 12 mil metros cúbicos mensais de resíduos Classe II (LO 3203/2009).




Para entrar em contato

Área comercial de resíduos

ademar@ecocitrus.com.br

Área técnica

adriana@ecocitrus.com.br

Área comercial de adubo

joana@ecocitrus.com.br



fonte: http://www.ecocitrus.com.br/index.htm

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Vídeo - Bases Agroecologicas para Conversão a Agricultura Orgânica

O que é a Agroecologia ?




Os defensores da Revolução Verde sustentam que os países em desenvolvimento deveriam optar por um modelo industrial baseado em variedades melhoradas e no crescente uso de fertilizantes e pesticidas a fim de proporcionar uma provisão adicional de alimentos as suas crescentes populações e economias. Mas, como analisamos anteriormente a informação disponível demonstra que a biotecnologia não reduz o uso de agroquímicos nem aumenta os rendimentos. Também não beneficia nem aos consumidores nem aos agricultores pobres. Dado este cenário, um crescente número de agricultores, ONGs e defensores da agricultura sustentável propõe que no lugar deste enfoque intensivo em capital e insumos, os países em desenvolvimento deveriam propiciar um modelo agroecológico que coloque ênfase na biodiversidade, na reciclagem de nutrientes, na sinergia entre cultivos, animais, solos e outros componentes biológicos, assim como na regeneração e conservação dos recursos naturais (Altieri, 1996).

Uma estratégia de desenvolvimento agrícola sustentável que melhore o meio ambiente deve ter por base princípios agroecológicos e numa metodologia de maior participação para o desenvolvimento e difusão de tecnologia. A Agroecologia é a ciência que tem por base os princípios ecológicos para o desenho e manejo dos sistemas agrícolas sustentáveis e de conservação de recursos naturais, e que oferece muitas vantagens para o desenvolvimento de tecnologias mais favoráveis ao agricultor. A Agroecologia se baseia no conhecimento indígena e em seletas tecnologias modernas de baixos insumos capazes de ajudar a diversificar a produção. O sistema incorpora princípios biológicos e os recursos locais para o manejo dos sistemas agrícolas, proporcionando aos pequenos agricultores uma forma ambientalmente sólida e rentável de intensificar a produção em áreas marginais (Altieri et al, 1998).

Estima-se que aproximadamente 1,9 a 2,2 milhões de pessoas ainda não foram atingidas direta ou indiretamente pela tecnologia agrícola moderna. Na América Latina a projeção era de que a população rural permaneceria estável em 125 milhões até o ano 2000, mas, 61 por cento desta população é pobre e a expectativa é de que aumente. As projeções para a África são ainda mais dramáticas. A maior parte da pobreza rural (cerca de 370 milhões de pessoas) vive em zonas de escassos recursos, muito heterogêneas e sujeitas a riscos. Seus sistemas agrícolas são de pequena escala, complexos e diversificados. A maior pobreza se encontra com mais freqüência em zonas áridas o semiáridas e nas montanhas e ladeiras, que são vulneráveis desde o ponto de vista ecológico. Estas propriedades e seus complexos sistemas agrícolas se constituem em grandes desafios para os pesquisadores.

fonte: http://cabiouel.files.wordpress.com/2010/04/altieri-biotecnologia-mitos-e-riscos-ambientais.pdf

terça-feira, 7 de junho de 2011

Entrevista/José Lutzenberger

"A natureza é algo divino, e nós humanos somos apenas parte dela."



José Lutzemberger.


Pioneiro do movimento ecológico do Rio Grande do Sul, José Lutzenberger é símbolo de contestação. Das lutas contra os agrotóxicos, nos anos 70, ao combate aos transgênicos e à globalização, nesse início de século, é reconhecidamente um dos nomes mais importantes no país no trabalho de preservação do planeta e dos que vivem nele.

Às vésperas de completar 75 anos, Lutzenberger continua combativo, voltado para promoção do desenvolvimento rural sustentável, difusão da agricultura regenerativa e educação ambiental, dando assessoramento através da Fundação Gaia, que fundou em 1987 e preside. O ecologista e agrônomo com mais de 40 prêmios no currículo, tem sua marca na criação da lei de Agrotóxicos do Rio Grande do Sul, primeira do país, na criação da AGAPAN - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural - e em projetos contra o desmatamento, extinção da fauna e poluição ambiental. Foi Secretário Especial de Meio Ambiente entre 1990 e 1992, durante o governo Collor, contribuindo para a demarcação dos territórios indígenas, entre outros projetos.

Nessa entrevista, Lutzenberger fala sobre as perspectivas da agricultura sustentável, dos agricultores familiares e dos transgênicos e a perda da autonomia do agricultor.
 
 
E a questão dos transgênicos, então?

Lutzenberger - O transgênico é mais uma manobra para tirar uma das últimas coisas que o agricultor ainda tem domínio próprio,que é a semente. Na Alemanha, hoje, se um agricultor trocar a semente com seu vizinho já é punido. Se nós deixarmos entrar os transgênicos, não demora, vamos poder plantar somente as sementes registradas. Hoje, já não se consegue crédito para milho que não seja híbrido.

Revista - O governo do Rio Grande do Sul quer que o Estado seja livre de transgênicos.

O senhor acha que é possível?

Lutzenberger - Claro que é possível. Temos como fazer isso. Não precisamos nem proibir os transgênicos. É só não aceitar as patentes e pronto. Aí eles não oferecem mais essa semente. Baseada nas patentes, a Monsanto já processou mais de quatro mil agricultores nos Estados Unidos. Isso significa que a lavoura deles é destruída, eles são obrigados a pagar multas de dezenas de milhares de dólares e acabam entregando a propriedade ao banco.

Essas grandes empresas querem o controle total dos insumos. Agricultura moderna é isso. E nem o agricultor, nem o consumidor têm como se defender. Temos que olhar o panorama completo, em vez de simplesmente bater palmas para a globalização, achar que isso é bom.

O agricultor e o consumidor não têm mais escolha. Esta se estruturando um governo mundial tecnoditatorial, que não precisa fazer repressão. Não precisa soldados. Não precisa proibir. Através de infra-estrutura tecnoburocrática legalizada, cada vez mais abrangente, criam-se contingências tecnológica inescapáveis.

Revista - Como está a formação dos profissionais das ciências agrárias?

Lutzenberger - Eles aprendem pacotes tecnológicos prontos. Em geral, eles não aprendem a pensar e não têm horizonte científico amplo. Aqui vai meu apelo aos jovens profissionais: ampliem seu horizonte intelectual em ciências naturais, tecnologia e filosofia.

Isso não significa trabalho árduo, ao contrário, as ciências naturais são a maior aventura do espírito humano. Não tem prazer maior que o prazer de desvendar os mistérios da natureza. A verdadeira revolução, a verdadeira contestação é ampliar o horizonte científico, técnico e filosófico. Só quem tem esse horizonte tem condições de se dar conta do que está acontecendo.

"O que realmente houve na agricultura dita moderna foi uma desapropriação do camponês. (...) Agora, o agricultor moderno é um tratorista, nada mais, um espalhador de veneno."

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Um terço dos alimentos é desperdiçado




O congresso internacional “Save Food” (Economize Comida), realizado nesta semana em Düsserdorf, Alemanha, começou com uma péssima notícia: pelo menos um terço de todos os alimentos produzidos no mundo para consumo humano é desperdiçado. Ou seja: joga-se no lixo ou se perde pelo caminho quantidade de comida que poderia erradicar completamente a fome no planeta, drama que atinge atualmente mais de 900 milhões de pessoas.



O dado impressionante consta no relatório divulgado parcialmente na semana passada e apresentado integralmente no congresso pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O desperdício ocorre de forma diferenciada nos países ricos e nos pobres. Nos ricos, parte dos alimentos vai para o lixo antes do vencimento da data de validade, enquanto nos pobres o desperdício ocorre nas fases de produção, colheita e processamento.


Na América Latina, o maior índice de desperdício se dá na produção de frutas e vegetais. Segundo a FAO, mais de 40% das frutas e vegetais produzidos são desperdiçados durante o processo de produção, pós-colheita e embalagem.

De acordo com o estudo, denominado “Global Food Losses and Food Waste” (Perdas e Desperdício de Alimentos no Mundo) e elaborado entre agosto de 2010 e janeiro deste ano pelo

instituto sueco de alimentos e biotecnologia (SIK), 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçados por ano. A quantidade equivale a mais da metade de toda a colheita de grãos no mundo. Representa, para uma comparação local, oito vezes toda a produção brasileira de grãos em um ano, lembrando que o país deve colher em 2011 safra recorde de 160 milhões de toneladas. Imaginem oito “brasis” produzindo alimentos para descarte total.

O estudo afirma ainda que o mundo emergente e os países desenvolvidos desperdiçam aproximadamente a mesma quantidade de alimentos: 670 milhões de toneladas por ano nos países ricos e 630 milhões nas nações em desenvolvimento.



Diferenças - O relatório da FAO revela ainda que nos países ricos muitos alimentos vão para o lixo antes mesmo de expirar a data de validade. Seriam, portanto, ainda aproveitáveis As médias de desperdício per capita também são muito maiores em países industrializados. Na Europa e América do Norte, cada pessoa desperdiça entre 95 a 115 quilos de alimentos por ano. Na África Subsaariana, a média per capita é de 6 a 11 quilos. No Brasil, segundo a Embrapa, uma família de classe média joga fora o equivalente a 182,5 quilos de alimentos por ano.

As frutas e hortaliças, assim como as raízes e tubérculos, são os alimentos com a maior taxa de esbanjamento, e a quantidade de mantimentos que se perde ou desperdiça a cada ano equivale a mais da metade da colheita mundial de cereais (2,3 bilhões de toneladas em 2009-2010). “A produção total de alimentos ‘’per capita’’ para o consumo humano se situa em cerca de 900 quilos anuais nos países ricos, praticamente o dobro dos 460 quilos produzidos nas regiões mais pobres”, afirma relatório da FAO.

O estudo das Nações Unidas destaca o impacto negativo do desperdício no meio ambiente. “Isso invariavelmente significa que grande parte dos recursos empregados na produção de alimentos é usada em vão, e que os gases que provocam o efeito estufa causados pela produção de alimentos que são perdidos ou desperdiçados também são emissões em vão”, afirma o documento apresentado no congresso da Alemanha.

O levantamento da FAO informa ainda que no mundo emergente o problema maior é a falta de estrutura produtiva. Já nos países ricos, o principal fator é o comportamento dos consumidores. A quantidade total de alimentos desperdiçados nos países industrializados apenas pelos consumidores (222 milhões de toneladas) é quase equivalente ao volume de alimentos produzidos em toda a África Subsaariana (230 milhões de toneladas).



Reduzir perdas - “Reduzir as perdas pode significar um impacto imediato e significativo nos meios de subsistência e na segurança alimentar”, indica o documento da FAO. Especialistas oferecem diversas propostas para reduzir perdas e desperdício. Segundo o estudo, são desperdiçadas grandes quantidades de alimentos devido às normas de qualidade que dão excessiva importância à aparência. “As pesquisas indicam que os consumidores estão dispostos a comprar produtos que não cumpram as exigências de aparência caso não sejam nocivos e tenham um bom sabor”, indica a agência das Nações Unidas. O relatório também recomenda aos países a adoção de projetos de educação das crianças nas escolas e apoia iniciativas políticas para mudar a atitude dos consumidores.



Brasil joga fora toneladas de comida

O volume de alimentos desperdiçados no Brasil pode variar de acordo com a fonte, mas em nenhum dos casos ele deixa de ser gigantesco. A Associação Prato Cheio calcula que cerca de 30% dos alimentos produzidos no Brasil vão parar no lixo - sem qualquer chance de aproveitamento. Pesquisa de ONG que combate a fome e o desperdício de comida apontou as principais causas desse desperdício: problemas no manuseio de frutas, verduras e legumes durante a colheita e o transporte. No centro da discussão está a falta de treinamento da mão-de-obra.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), o Brasil desperdiça, por ano, comida que poderia alimentar 62 milhões de pessoas. Mais de 60% do que é plantado se perdem entre colheita, transporte, processamento e hábitos alimentares. Mas esses números referem-se a 2008. Presume-se que tenham crescido. O que não mudou muito é a divisão por fases: do total de desperdício no país, 10% ocorrem durante a colheita; 50% no manuseio e transporte dos alimentos; 30% nas centrais de abastecimento; e 10% diluídos entre supermercados e consumidores.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) informa que só no transporte rodoviário de grãos o prejuízo anual é de pelo menos R$ 2,7 bilhões. Os produtores e distribuidores não são os únicos culpados. Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) indicam que família de classe média joga no lixo, por ano, 182,5 quilos de alimentos próprios para o consumo.

Conforme Embrapa, são desperdiçados por ano no Brasil só nas centrais de abastecimento nacionais 26 milhões de toneladas de alimentos, volume suficiente para abastecer 35 milhões de brasileiros, mais do que o dobro dos 14 milhões que, segundo o IBGE, estão em situação de fome crônica no país.

Um outro importante palco de desperdício é formado por restaurantes, lancherias e outros estabelecimentos do gênero. Não há estudos conclusivos que determinem o volume, mas estima-se que a perda no setor de refeições coletivas atinja 15%. Já nas casas, o índice sobe para 20%. No caso dos restaurantes há um atenuante para os donos: por lei, eles não podem doar sobras.

FONTE; CORREIO RIOGRANDENSE
Edição 5.244 – Ano 103 – Caxias do Sul - RS, 18 de maio de 2011.  

quarta-feira, 18 de maio de 2011

BIOFERTILIZANTE ANAERÓBIO - Adapta Sertão

Manual de Capacitação

BIOFERTILIZANTE ANAERÓBIO


É um produto agrícola de baixo custo e rápido preparo (20 a 40 dias), saudável para o produtor e consumidor e não agressivo ao meio ambiente. É produzido a partir da mistura de estercos, enriquecido ou não com uso de cinzas e fosfatos, em meio aquoso sem a presença de oxigênio. O próprio nome diz, bio-(vida) fertilizante, ou seja, é um adubo vivo, pois é constituído de microorganismos vivos.

Como é feito o biofertilizante?
Ele é feito a partir do processo de fermentação sem a presença de ar.


Para que serve o biofertilizante?

O biofertilizante serve para nutrir e proteger as plantas que estão sendo cultivadas além de melhorar a terra pois faz com que aumente a retenção de água e a facilidade de infiltração. O biofertilizante se aplica nas folhas da planta e vem absorvido pela mesma, enriquecendo-a com elementos que são necessários para garantir o bom funcionamento do seu metabolismo.


Por que fazer o biofertilizante?

1. Porque muitos nutrientes são liberados e transformados para que a planta absorva mais facilmente;

2. Porque ele aumenta a quantidade de microorganismos benéficos presentes no solo, reduzindo a possibilidade do aparecimento de doenças;

3. Porque no processo de produção, ele produz gás que pode ser aproveitado em processos de combustão na fazenda.

O que é preciso para fazer biofertilizante? (receita para fazer 180 litros)

1 tambor plástico de 200 litros com tampa de boca larga hermeticamente fechada

(O processo é anaeróbico e não pode entrar ar no tambor)

1 mangueira plástica ½” de 3 metros

1 vasilha 2 litros

50 kg de esterco bovino fresco

15 kg de farinha de ossos

5 kg de cinza de madeira

4 kg melaço de cana ou de rapadura ou açúcar mascavo

100-120 litros de água (sem ser clorada)

100 ml de EM1 puro a ser ativado com o melaço ou rapadura
 

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