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segunda-feira, 25 de abril de 2022

Como cultivar fisális

Fonte: revista jardins

Apresentação

Nomes comuns: Physalis, fisális, alquenquenje, cereja-de-judeu, capota, lanterna chinesa, farol-do-peru, tomatinhos, tomate-de-capuz, capuchinhos e tomate-silvestre.
Nome científico: Physalis peruviana L, Physalis pruinosa, P. ixocarpa, P. philadelphica, a espécie Palkekengi (frutos vermelhos) também tem algum interesse a nível comercial, mas apenas para efeito ornamental.
Origem: Centro e Sul da América (México, Colômbia e Zona dos Andes)
Família: Solanácea
Factos Históricos/Curiosidades: O “tomatillo”, produto muito utilizado na culinária mexicana é um physalis que é cultivado e consumido desde o tempo dos astecas. A Colômbia é o principal produtor mundial e exporta muito para os países Europeus. Só em 2015 é que Portugal começou a produzir este fruto para  comercialização em maior escala.
Caraterísticas: Planta herbácea que em meio natural rasteja e pode alcançar 1,0-1,8 metros de comprimento. Tem folhas lanceoladas e flores amareladas com um sistema radicular superficial, mas extenso.
Fecundação/Polinização: Flores amarelas pálido, dura 10 semanas desde a floração á colheita. A polinização é entomófila.
Ciclo Biológico: Anual (zonas frias) ou vivaz (zonas de clima temperado, dura 3-4 anos).
Variedades mais cultivadas: As variedades mais cultivadas são “Giant Poha Berry” , “Golden Berry”, “Giallo Grosso”, “Goldenberry”, “Yellow Husk”, “Toma Verde”, “De Milpa”, “Purple”, “Tomate fraise”, “Golden Nugget”, “Purple Husk”, “Reendidore”, “Verde Puebla”, “Aunt Mollys”.
Parte Comestível: Frutos globulosos com diâmetro entre 2-3,5 cm e peso entre 6-14 g de cor amarelo-alaranjado ou laranja-avermelhado, com sabor aromático.

Condições Ambientais

Solo: Cresce bem em solos pobres, mas prefere solos bem drenados ricos em matéria orgânica e textura arenoargilosa com pH óptimo de 5.5-7.0.
Zona climática: Tropical, sub-tropical e temperadas.
Temperaturas: Óptimas: 14-25 oC Min: -3 oC Max: 35 oC Temperatura do solo (germinação): 25 oC
Exposição Solar: Semi-Sombra ou Sol direto
Humidade relativa: Óptima 75%
Precipitação: 1500 mm/ano
Altitude: até 2000 metros

Fertilização

Adubação: Composto e estrume de peru ou porco uma vez por ano. É uma rústica, não necessita grandes adubações.
Produz bem em solos pobres e não precisa de adubos azotados, pois leva ao desenvolvimento da folhagem e à pouca produção de frutos.
Adubo Verde: leguminosas de fruto (faveira, ervilheira e feijoeiro)
Exigências nutritivas: 1:1:1 (N:P:K)

Técnicas de Cultivo

Preparação do solo: Lavrar o solo superficialmente 10-15 cm) com uma ferramenta do tipo “actisol” ou uma fresa.
Data da sementeira/Plantação: Primavera (maio) à temperatura de 25 oC. Poderá ser feita em estufa no fim do inverno (março-abril) e transplantar na primavera para o exterior.
Tipo de Plantação/sementeira: Por semente, em tabuleiros de sementeira ou pequenos vasos (alta taxa de germinação 80-95%) Tempo de Germinação: 15-20 dias Profundidade: 0,6-1cm Compasso: 0,6-0,8 na linha x 1,5-1,8 cm entre as linhas.
Transplantação: Quando a planta tiver 15-20cm de altura ou 8-10 folhas.
Rotação: de 3 em 3 anos Consociações: evitar as Solanáceas (tomate, batata, pimento, beringela, etc.) e as leguminosas.
Plantas companheiras: Espargos, alfaces, cenouras, basilico, alho, salsa e cebola.
Amanhos: Montar uma estrutura com postes de 1-1,5 m, unidos por arames; podar a seguir à colheita até á altura de 20-30 cm. Eliminar os ramos que já frutificaram; colocar “mulching” ou uma tela plástica para combater as ervas infestantes.
Regas: Gota-a-gota Entomologia e patologia vegetal.
Pragas: Pulgões, nemátodos  e mosca branca.
Doenças: Botyritis, e algumas viroses (mosaico e murchidão).
Acidentes: Planta muito sensível a ventos fortes, excesso de humidade e geadas.

Colheita e Utilização

Quando colher: Desde o fim do verão até novembro quando chega o frio. O fruto só é colhido quando o “capucho” seca e cai e o fruto muda de cor.
Produção: Cada planta produz 2 a 4 Kg/ano e cerca de 300 frutos/ano/ planta ou 4-7 t/ha
Condições de armazenamento: 5-13ºC com humidade de 85-90%. Os frutos podem durar 3 semanas.
Valor nutricional: Excelente fonte de vitamina A e C e vitamina PP, carotenoides, ferro e fósforo.
Época de Consumo: Verão-outono.
Usos: Consumida ao natural, em pratos de peixe e crustáceos, compotas, doces, licores, geleias, gelados, bombons, saladas de fruta ou em molhos para saladas e carnes.
Propriedades medicinais: Diuréticas, antioxidante e diminuição da pressão arterial.
Conselho de especialista: Esta planta pode alastrarse ou multiplicar-se noutras zonas, já que os pássaros gostam das bagas e transporta-as para outros locais. No nosso clima adapta-se mais as zonas do sul e centro do país, pois não gosta de temperaturas baixas. É uma planta que se desenvolve em terrenos pobres e tem algum interesse ornamental. Os frutos verdes e as folhas são tóxicas.
Fotos: Pixabay, Pedro Rau

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Camapu: a planta que ajuda na recuperação de Alzheimer e Parkinson

    Fonte: site greenme
    Camapu
    Camapu, fisalis ou juá-de-capote é muito comum aqui no nosso país, em diversas regiões. Na verdade, são duas as espécies: o Camapu (Physalis pubescens) e o Juá de capote (Physalis angulata), com diferentes características que podem ser facilmente cultivadas aqui.
    Mas, o interessante é que a ciência está estudando esta planta pois, ela ajuda na recuperação dos neurônios e, portanto, das doenças neuro-degenerativas como o Alzheimer, o Parkinson e diversas outras.
    Pesquisadores do Pará descobriram que uma das substâncias que o camapu (Physalis pubescens) contém no talo da planta tem a potencialidade de estimular a produção de novos neurônios no hipocampo - o hipocampo é a área do nosso cérebro que está ligada à memória - e buscam desenvolver medicamentos fitoterápicos que possam ser aplicados aos seres humanos pois, por enquanto a pesquisa se limita a outros animais. Esta pesquisa também aponta a possibilidade de que estes medicamentos possam ser usados para os que sofrem de depressão grave, onde há perda neuronal.

    physalis angulata
    Foto - Physalis angulata
    physalis pulbescens
    Foto - Physalis pulbescens

    “A notícia é muito boa, principalmente pelo fato de esta substância estimular o crescimento neuronal na área do hipocampo. A gente está falando da criação de novos neurônios, algo que algum tempo atrás não se falava”, diz Milton Nascimento dos Santos, do Grupo de Pesquisas Bioprospecção de Moléculas Ativas da Flora Amazônica da da Universidade Federal do Pará.
    Essas propriedades neurogênicas do camapu foram testadas em laboratório e em ratos e agora iniciam-se os testes clínicos e de produção a larga escala, para subsidiar a indústria farmacêutica nacional.
    Mas, pelo visto, essa substância do talo do camapu é muito complexa e há dificuldades na sua sintetização, mas a planta é de fácil reprodução, com ciclo bianual. “A substância pode ser uma maravilha, mas se só é produzida pela planta uma vez por ano, a produção de fitoterápicos ficaria inviável”, diz Silva.

    PROPRIEDADES MEDICINAIS DO CAMAPU

    O camapu tem outras propriedades medicinais reconhecidas - é anti-inflamatório e anti-protozoário (inclusive há dados de que seu uso pode ajudar a tratar aqueles que sofrem de Mal de Chagas).
    A descoberta da substância que faz com que os neurônios se regenerem foi uma casualidade da pesquisa, que apontava seus estudos para estes outros aspectos curativos do camapu.
    Há mais estudos sobre as propriedades medicinais da Physalis angulata, que é conhecida como purificadora do sangue, fortalecedora do sistema imunológico e redutora das taxas de colesterol, dentre vários outros usos.
    Aqui há uma tabela, com referências bibliográficas, que aponta o uso detalhado dessa espécie de fisalis, onde se mencionam qualidades calmantes, depurativas, desobstruintes, diurética, antioxidante, antibacteriana, antitumoral e outras.

    CAMAPU NO JARDIM

    Mas, caso você queira ter um pé de camapu, ou de juá-de-capote, a recomendação é de que não jogue as sementes na sua horta. Essa planta é bastante agressiva em seu crescimento e vai ocupar todo o espaço, passando por cima das outras plantas, com certeza. Então, faça um canteiro só para a sua fisalis, essa é a dica. Você pode comprar as frutinhas no mercado e separar as sementes, deixá-las secar e semear em terra fértil.
    Outra fisalis que se encontra nos mercados é uma conhecida como Golden Berry a Physalis peruviana, cujo crescimento é tão agressivo quanto das outras espécies.

    quarta-feira, 18 de novembro de 2015

    Fisalis ou Tomate capote


    Engº. Agrº. José Zugno

    Ganhei de uma sobrinha da minha irmã sementes de uma planta desconhecida que chamam de capote e plantei. Dá uma frutinha que meu neto gosta de comer. Mando algumas de amostra. Dá para consumir à vontade? Gostaria de obter mais informações sobre a planta.
    Helena Scherner
    Feliz – RS
    Pelo exame trata-se de uma fruta conhecida pelo nome de fisalis, cujo nome científico é Physalis angulata, e é mais uma das tantas plantas úteis que crescem em nosso país. Pertence à família das solanáceas, da qual fazem parte também o tomateiro, a batateira, a berinjela, o pimentão, as pimentas e outras. Já abordei o assunto nesta coluna, na edição de 21 de maio de 1997.
    A planta é um arbusto que pode atingir até 2 m de altura, parecido com o juá. Inicia a produção 4 a 5 meses após o plantio e pode produzir por um período de até 6 meses, quando tutorada e bem cuidada.
    O fruto é semelhante a um pequeno tomate, bonito, delicado e de sabor único, levemente ácido e adocicado, que não tem comparação com outra fruta. Sua cor vai do amarelado até um forte alaranjado. O fruto mede 1 a 2 cm de diâmetro, pesa 3 a 5 gramas e é protegido por delicadas folhas secas, que uns chamam de capote (cálice concrescido, que envolve o frutinho). Cada planta pode produzir 2 a 4 kg de frutos e num hectare cabem 6.000 plantas.
    Parece fruta exótica, mas não é. É brasileira pura, nativa de uma enorme área que vai desde a região sudeste até a Amazônia, passando pelo Nordeste.
    São conhecidas 5 variedades. Tem vários nomes populares, dependendo da região. Na Amazônia, os índios a denominam de camapu. Na Bahia recebe os nomes de juá-de-capote, bucho-de-rã e outros. Na Europa e Estados Unidos, é conhecida como physalis.
    Solo e clima – Não é exigente em solos, mas como toda solanácea cresce melhor em solos bem drenados, férteis e bem preparados. Muitas pessoas cultivam-na na horta ou no quintal. Produz em todo o Brasil, mas não tolera geadas. A Colômbia é o maior produtor mundial e exporta para os Estados Unidos e Europa a até U$ 16,00 o quilo. Os mercados das grandes capitais começam a oferecer a fruta, que chega a custar até R$ 80,00 o quilo.
    Valor medicinal – O fisalis é rico em vitaminas A e C, fósforo, ferro, além de flavonóides, alcalóides e fitoesteróides, alguns recém-descobertos pela ciência. Os índios utilizam a raiz, as folhas e os frutos para o controle da hepatite e da malária. Tem ação fortificante, purifica o sangue e ajuda no tratamento do câncer de próstata, colesterol elevado e diabetes.
    Culinária – Na culinária é muito apreciada pelos grandes chefs e gourmets da cozinha internacional na forma de doces, sorvetes, geléias, compotas, no fondue de chocolate, licor e como tira-gosto na degustação de vinhos. Uma delícia é a fruta coberta de chocolate. Não se conhecem restrições ao seu consumo, mesmo por crianças, mas como qualquer outra fruta, não se deve exagerar.
    Esta fruta começa a se tornar conhecida no meio urbano brasileiro. Pelas informações da Estação Experimental Santa Luzia, telefone (15) 3258.2024, Guareí (SP), é uma planta com amplo futuro, podendo se constituir numa boa alternativa para a agricultura familiar, tanto para consumo "in natura" como para indústria, contanto que seu incremento seja feito de forma organizada e com assistência técnica agronômica. No RS começa a despertar interesse e já há algumas plantações em produção. Além disso, é planta muito ornamental.
    Agradeço a colaboração do engº. agrº. Lírio Londero, chefe da Emater de Feliz. Em Caxias do Sul sementes de fisalis podem ser encontradas na Ruzzarin Agropecuária, rua Bento Gonçalves nº 2221 – telefone (54) 3223 4144.

    sexta-feira, 14 de agosto de 2015

    Conheça a planta Fisális, muito fácil de cultivar e com fruto saboroso

    Extraído do  blog Jardim de Helena em www.gaucha.com.br/jardimdehelena

    Autoria: Eng. Agr. Helena  Schanzer


    frutinha conhecida como Fisális (ou Joá) ou Physalis angulata pode ser encontrada no supermercado embalada como fruta exótica (na verdade é uma planta nativa do Brasil) e costuma ser usada para enfeitar doces finos. É uma planta herbácea muito fácil de cultivar, tem um fruto saboroso levemente ácido e rico em propriedades medicinais. O pequeno arbusto tem ciclo anual e ressemeia facilmente.  Nativa de quase todo Brasil, ela é quase um matinho.  Precisa de sol e poucos cuidados,  regar de vez em quando. O solo não precisa de adubação. A flor é pequena e amarela. O fruto cor de laranja com uma casca fina é usado na decoração de doces de chocolate.
    flor fisalis
    Foto: Helena Schanzer – Fisális, flor da planta
     Fisális, flor da planta
    Foto: Pixabay – Fisális, casca na cor verde que recobre o fruto
    fruto fisalis
    Foto: Helena Schanzer – Fisális, casca que recobre o furto amadurecendo
     Fisális, flor da planta
    Foto: Pixabay – Fisális, frutos quase prontos da planta
    fisális
    Foto: Pixabay – Fisális, fruto pronto para comer e a casca seca decorativa

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