A fossa séptica desenvolvida pela Prefeitura de Uberlândia é uma alternativa interessante para reaproveitar materiais que seriam descartados, ao mesmo tempo em que soluciona parte do problema de saneamento básico, comum em várias cidades brasileiras.
O Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) é o órgão responsável pela criação do sistema e pela fabricação das fossas sustentáveis entregues na cidade mineira. Mas, para não limitar o conhecimento, eles criaram um manual que dá o passo a passo para que a ideia seja replicada em qualquer lugar.
A base para a fabricação dessa fossa são pneus de caminhão, conseguidos muitas vezes sem custo algum. De acordo com a DMAE, este modelo de fossa tem atraído muitos produtores rurais e pessoas que moram em sítios e chácaras em áreas afastadas e pouco atendidas pelas redes de coleta de esgoto.
Cada fossa utiliza dez pneus, divididos em dois módulos. A conexão é feita diretamente no vaso sanitário. No primeiro módulo ocorre a decomposição dos rejeitos através de bactérias. A matéria orgânica se deposita no mundo do recipiente, enquanto o líquido gerado segue para o segundo módulo, onde as bactérias continuam atuando, removendo até 95% da matéria orgânica contaminante.
Mais um brasileiro se destacando em inovações sustentáveis, dessa vez é um engenheiro.
É o caso da criação do engenheiro ambiental brasileiro Jonas
Rodrigo dos Santos, que adaptou um sistema natural para tratamento de
esgotos em áreas rurais, devolvendo aos mananciais uma água residual
limpa.
Usada em outros países, essa técnica é capaz de acabar com
as contaminações de riachos, córregos e alagados. Basta usar filtragem
e raízes de plantas.
Essa técnica foi testada em Capanema, no Paraná, e já deu certo, tanto que até foi premiado pela Agência Nacional de Águas.
Os esgotos domésticos e dejetos animais de uma criação de 12
porcos, que antes eram despejados numa fossa, agora são direcionados
para uma pequena central de tratamento natural.
Esta central tem cinco fases de limpeza:
Fossa séptica
Tanque de zona de raízes
Filtro de pedras grossas
Filtro de pedra britada
Filtro de pedrisco e
Carvão ativado
São cinco as fases de limpeza desse processo: Fossa
séptica; Tanque de zona de raízes; Filtro de pedras grossas; Filtro de
pedra britada; Filtro de pedrisco; e Carvão ativado.
As plantas usadas foram taiobas e bananeiras, que aproveitam tanto os líquidos como a matéria orgânica ainda em suspensão.
A água residual deste processo tem um alto nível de qualidade, com apenas 170 miligramas por litro de material sólido.
No início do processo a medição aponta 8.381 mg/l.
Os bons resultados também se referem às quantidades de fósforo, amônia e coliformes termotolerantes.
O resultado foi tão bom que o projeto foi premiado pela Agência Nacional de Águas. Para conhecer mais do projeto, você pode ler aqui a monografia de Jonas.
A planta atrai muitos Beija-flores, deve ser plantada a meia sombra ou pleno sol, cresce até 2,5m . É melífera, sua florada ocorre na primavera e verão, atraindo muitas abelhas e pássaros .
A Musa ornata é uma herbácea perene pertencente a família botânica Musaceae originária da Ásia, que ficou conhecida popularmente no Brasil como Bananeira Ornamental, Bananeira de Jardim ou Banana Royal. Com aproximadamente 3 mts de altura depois de adulta, a Bananeira Royal apresenta folhas grandes, longas, largas e que se partem com a ação do vento. O principal atrativo ornamental da Bananeira Royal é sua inflorescência que surge durante a Primavera e Verão, com brácteas em forma de concha, de coloração rósea, vistosas e com flores amareladas. Embora muitas pessoas acreditem que seu fruto seja comestível, eles não tem valor alimentício. Seus frutos em cachos são utilizados como flor de corte. No jardim é cultivada isolada ou em grupos, embora também fique muito ornamental quando cultivada em grandes vasos ou floreiras, evitando-se cultivá-la em ambientes com muito vento, já que suas folhas ficam muito danificadas. Deve ser cultivada em ambientes de sol pleno, em solo fértil e rico em matéria orgânica. As regas devem ser constantes. Não tolera geadas. A multiplicação da planta ocorre por divisão do rizoma.
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Em uma casa da cidade de São Paulo, o esgoto do banheiro não vai parar no córrego ou no rio. Ele é tratado no quintal. No processo, cocô produz banana e vapor de água, que ajuda na formação de nuvens de chuva. Nenhuma tecnologia complexa e cara é utilizada. Tudo o que fazem os sete moradores da Casa dos Hólons, um laboratório de permacultura localizado no Campo Belo, zona sul da capital paulista, é deixar que a natureza entre em ação.
A proposta da permacultura é usar os recursos encontrados no próprio local como soluções para coisas como lavar a roupa ou cuidar do jardim e da horta. Por que não fazer a máquina de lavar funcionar só com a água da chuva? E filtrar a água da pia para regar as plantas?
"Basta olhar como a natureza se comporta e repetir seus padrões", conta Josué Apolônio, 26, permacultor e morador da casa. Para ele, a adoção de um sistema alternativo de tratamento de esgoto, algo comum em áreas rurais e sem rede de saneamento, em uma das maiores metrópoles do planeta não é nada absurdo. Ao contrário, ajuda a pensar na crise hídrica que vivenciamos. "Nosso sistema de esgoto não é funcional. Tudo flui para o rio. Estamos sem água mesmo tendo um rio passando pelo meio da cidade".
Deixar de enxergar o que fazemos no banheiro como algo indesejado, que deve ser levado para longe de onde vivemos, ajuda a entender a filosofia por trás da técnica. "O conceito de sujeira é relativo. O resto de uma maçã pode ser considerado lixo, mas é energia quando transformo em adubo para uma planta. Todos os animais devolvem, através das fezes, energia para o solo. A partir do momento que ela é processada, se transforma em outra coisa", diz Josué.
Esgoto vira banana e chuva
O tratamento das chamadas "águas negras" -- as que vão embora com fezes pela descarga -- tem o formato de um pomar instalado no meio do quintal. No local há uma sombra gostosa, o clima friozinho e o barulho das folhas das bananeiras sacudidas pelo vento. Embaixo delas, sob a terra onde estão as plantas, extravasa por um cano a água que veio do vaso. Nada de mau cheiro ou água empoçada.
Antes de chegar ali, o esgoto se decompõe e é fermentado em tanques hermeticamente fechados. O processo elimina as bactérias que causam doença presentes nas fezes humanas. Por precaução, não é recomendável comer nada que entre em contato direto com a terra. Mas as bananas ou outros frutos e folhas de plantas altas podem ser consumidas.
O permacultor diz que a maior parte do resíduo, misturado com a água da descarga, é líquida. O pouco material sólido presente no esgoto fica retido no tanque. A limpeza da bacia seria necessária apenas após muitos anos de uso.
A função da bananeira é fundamental. Ela dá o destino final para a água tratada do esgoto, transpirando-a na forma de vapor, sem nenhum contaminante. O sistema ganha o nome de bacia de evapotranspiração. "Uma bananeira consome 15 a 30 litros de água por dia", diz. Os nutrientes despejados na terra vão parar nas bananas.
"É muito importante ter a água retornando ao solo no ambiente urbano", diz Josué. "A transpiração dessa bananeira forma as nuvens que estão aqui em cima". Mas a ideia não é apenas dar um jeito no que vai embora pela descarga. A sombra e o clima fresco são ganhos conjuntos nessa forma holística de pensar a casa.
"A permacultura trabalha a ideia de que um sistema atenda várias funções. Com a bacia de evapotranspiração, o esgoto é filtrado, o ambiente fica mais úmido e mais fresco, temos banana... E a fibra da bananeira ainda pode servir para artesanato", afirma o permacultor.