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sexta-feira, 10 de outubro de 2025
O que é pecuária regenerativa
quinta-feira, 9 de outubro de 2025
Pecuária regenerativa: um caminho para repensar a pecuária
Fonte: JORNAL DA USP
Especialistas apontam que sistemas biodiversos podem aumentar produtividade em até 30%, conservar o solo e reduzir pegada de carbono
Publicado:
30/09/2025 às 8:00
Texto: Gabriela
Nangino*
Arte: Gustavo Radaelli**
Modelo pretende eliminar insumos sintéticos, diversificar a vida animal, vegetal e microbiana e ampliar a capacidade de geração de renda das propriedades – Foto: freddy dendoktoor/PublicDomainPictures
A pecuária bovina no Brasil e na
América Latina é predominantemente extensiva, com rebanho criado em grandes
áreas de pasto. Embora ofereça mais liberdade do que a produção intensiva (factory
farming), isso não significa que ela promova bem-estar: os animais muitas
vezes sofrem com carência nutricional, estresse térmico e manejo ineficiente.
Além disso, a atividade tem impactos ambientais graves – como desmatamento,
degradação dos solos e perda de biodiversidade local – e possui baixa
produtividade e resiliência climática.
Entre 1985 e 2024, mais de 3 milhões de
hectares de áreas úmidas foram convertidas em pastagens. De acordo com o
Observatório do Clima, o gado bovino também é responsável por 17% das emissões
de gases de efeito estufa no território brasileiro, pois a fermentação entérica
(digestão de material vegetal) no estômago dos ruminantes emite grandes
quantidades de metano.
Um artigo publicado na Revista
de Economia e Sociologia Rural aponta que há formas de transformar a
pecuária em uma atividade mais sustentável, reduzindo danos. O trabalho é
assinado por pesquisadores da Cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares
Saudáveis e Sustentáveis da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP e da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).
Indicada pelos pesquisadores como
viável, a pecuária regenerativa propõe uma meta ambiciosa: regenerar os
recursos naturais dos quais a atividade depende. O processo leva em
consideração não apenas a preservação da natureza, mas o respeito à diversidade
sociocultural das comunidades rurais e sua relação com o modo de vida
pecuário. Ao contrário dos sistemas tradicionais que trabalham com
monoculturas, essa alternativa utiliza passagens biodiversas, compostas de
gramíneas associadas com leguminosas.
“As condições de solo e relevo nas
propriedades rurais variam, e uma espécie forrageira geralmente não se adapta
bem a todos esses microambientes”, comenta Judson Valentim, coordenador da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Acre. O Sistema Guaxupé,
desenvolvido pela Embrapa, eleva a rentabilidade de sistemas pecuários e
permite que pastagens se mantenham até 30% mais produtivas por vários anos.
Judson Ferreira Valentim – Foto: Lattes
A Amazônia abriga milhares de espécies ameaçadas de extinção devido à expansão pecuária – Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real/Flickr
A Tríplice Monotonia do Sistema
Agroalimentar
“As carnes são o epicentro do sistema
agroalimentar global, por isso a carne tem que ser estudada”, afirma Ricardo
Abramovay, primeiro autor do artigo, professor sênior do Instituto de Estudos
Avançados (IEA) da USP e pesquisador na Cátedra Josué de Castro.
Recentemente, a cátedra inspirou a
proposta de um Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) voltado à
erradicação da fome e à segurança alimentar. Intitulado Superar a Tríplice
Monotonia do Sistema Agroalimentar, o instituto recebeu R$ 7,3 milhões em
recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPQ). De acordo com os pesquisadores, essa tríplice monotonia se refere à
homogeneidade do modelo tradicional de produção: há pouca diversidade no
cultivo de pastagens, na criação de raças animais e nos métodos de
manejo.
“Vegetações como o Cerrado, o Pampa e o
Pantanal têm pastagens naturais que vêm sendo extintas para entrada de
lavouras. Na verdade, as lavouras deveriam ser colocadas em locais apropriados
e as pastagens nativas deveriam ser aproveitadas para rebanho”, critica
Alessandra Matte, doutora em Desenvolvimento Rural, integrante da cátedra e
coautora do artigo.
Ricardo Abramovay – Foto: Reprodução/IEA-USP
“A pecuária regenerativa tem por princípio olhar o animal, olhar o
homem como ator social e olhar a vida em torno deles, no ecossistema em que
eles se encontram”
Pastagens biodiversas e manejo adequado
Uma pastagem bem
conservada permite que as plantas criem raízes mais profundas, aumentando a
quantidade de oxigênio disponível no solo e facilitando a infiltração da água.
Isso mantém as plantas saudáveis por mais tempo, mesmo em períodos de seca, e
ajuda a recuperar pastagens degradadas.
O uso de
leguminosas ainda torna o ecossistema mais resiliente a pragas, doenças e
eventos climáticos. Com maior diversidade de plantas, também amplia-se a
presença de microrganismos e fauna acima do solo. “O ataque de uma praga afeta
uma espécie, mas não todas, então o sistema tem maior plasticidade para tolerar
interferências bióticas e abióticas”, justifica Valentim.
O amendoim
forrageiro, por exemplo, é uma planta altamente proteica nativa do Brasil, que
serve como alimento para animais ou cobertura agrícola e provê a adubação
natural no solo.
O amendoim forrageiro tem alta capacidade de se associar a bactérias fixadoras de nitrogênio, reduzindo a demanda e o impacto de fertilizantes artificiais – Foto: Mokkie/Wikimédia
Para comparação, o
adubo natural pode substituir 150 kg de nitrogênio por hectare/ano, o
equivalente a 350 kg de ureia (fertilizante com ~45% de nitrogênio). A Embrapa
estima que, para produzir essa quantidade de ureia, são necessários cerca de 2
barris de petróleo ou 318 litros.
“O único caminho para uma tecnologia
que permita ter passagens persistentes e produtivas a médio e a longo prazo é
uma fonte de cooperação de nitrogênio que seja factível para todos os
produtores”
Além disso,
pastagens diversificadas permitem reduzir até sete vezes a área necessária para
a criação animal. Atualmente, a média brasileira é de um animal por hectare,
mas projeções do método Guaxupé indicam que ela pode aumentar para 3,5 animais
por hectare. “Ao não usar herbicidas e diminuir o ciclo de abate dos animais
com a melhor nutrição, você reduz a emissão de gases de efeito estufa”, afirma
Judson Valentim.
Os pequenos produtores
Um grande desafio
para expandir a pecuária regenerativa é a adesão de pequenos e médios
produtores. “Eles ficaram acostumados a ter pastagens limpas com só um tipo de
capim, e as leguminosas são consideradas indesejáveis ou invasoras. Então nós
temos que fazer uma mudança cultural”, comenta Valentim.
O plano ABC
(Agricultura de Baixo Carbono) estimula a adoção de tecnologias mais
sustentáveis, como integração lavoura-pecuária e pastos consorciados.
Atualmente, porém, ele representa menos de 1% do total de crédito agrícola do
Brasil. Segundo o pesquisador, além da escassez de linhas de crédito, muitos
produtores não têm acesso a órgãos ambientais em seus municípios. “Os gargalos não são só tecnológicos: existe uma grande
desigualdade em termos de capacidade de acesso às políticas públicas.”
No País, apenas 20%
dos pecuaristas têm acesso à assistência técnica. Na Amazônia e em outras
regiões do Norte, esse porcentual chega a menos de 5%. Para Alessandra,
agências governamentais precisam atuar na oferta de assistência técnica e
extensão rural, capacitando os produtores a manejar pastagens.
“Nós precisamos
orientar eles com relação à pluviosidade, à altura do pasto para retirar ou
colocar os animais”, diz a cientista.
“Além do papel de conservação, a
pecuária regenerativa tem a capacidade de ser mais rentável e, por
consequência, melhorar as condições de vida das famílias”
Alessandra Matte – Foto: Lattes
No Acre, o
amendoim forrageiro já é utilizado em mais de 100 mil hectares. Segundo Judson,
produtores da área investem no produto há mais de 20 anos. “Nossa esperança é
que, com a parceria do INCT, nós sejamos capazes de ampliar isso para a região Sudeste
e Centro-Oeste, e expandir cada vez mais essa cultura no Brasil”, conclui.
O artigo Regenerative
cattle farming in Latin America and the Caribbean, far beyond the oxymoron está
disponível on-line e pode ser lido aqui.
Mais informações:
judson.valentim@embrapa.br, com Judson Valentim; abramov@usp.br, com Ricardo
Abramovay e alessandramatte@yahoo.com.br, com Alessandra Matte
*Estagiária sob orientação de Tabita Said
**Estagiário sob orientação de Moisés Dorado
segunda-feira, 5 de agosto de 2024
Capim-elefante: o manejo que garante produção e reduz custos
Existem diversas cultivares de capim elefante sendo utilizadas para corte e fornecimento no cocho, mas tanto a produtividade como a qualidade da forragem estão mais relacionadas com o manejo do que com a cultivar utilizada. Os resultados obtidos em termos de produção de leite são bastante variáveis. Isso é causado, quase sempre, pela utilização de forragem com diferentes idades e que apresentam valores nutritivos variáveis, afetando, conseqüentemente o consumo diário dos animais. A rápida perda de qualidade decorrente do aumento da idade da planta é um fator observado no capim elefante e na maioria das forrageiras tropicais.
O uso exclusivo de pastagem não é suficiente para sustentar uma produção de leite estável ao longo do ano, pois o capim elefante, como a maioria das forrageiras tropicais, são sujeitos ao fenômeno da estacionalidade, concentrando a produção no período chuvoso com queda significativa no período seco. Assim, durante a época de baixa disponibilidade de forragem torna-se necessário suplementar a pastagem com forragem conservada, forragem verde picada ou, ainda, forrageiras de inverno e concentrados. O processo de intensificação da produção de leite deve considerar a utilização de sistemas que exijam pequeno investimento e que sejam auto-sustentáveis.Postagem em destaque
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